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INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS, A TEORIA DE HOWARD GARDNER O trabalho de Howard Gardner em torno das inteligências múltiplas, publicado pela primeira vez em 1983 no livro Estruturas da Mente (Frames of Mind), teve e continua tendo um impacto muito grande na prática educacional de escolas do mundo todo. Dada a sua importância, esse artigo irá abordar essa revolucionária teoria, seus conceitos, aplicações práticas e outros aspectos que possam influenciar no aprendizado de cada um de nós. Você vai conhecer mais sobre cada um dos 7 tipos de inteligências — mais 2 tipos foram conceituados em Inteligência, um conceito reformulado (Intelligente Reframed), de 1999 — propostos pelo pesquisador da universidade de Harvard no início da década de 80, além de aprender como desenvolver cada um deles através de exercícios de diversos tipos. O que é a teoria das inteligências múltiplas? Gardner afirma que todo ser humano possui múltiplos tipos de inteligência. Cada um deles pode ser desenvolvido ou enfraquecido. Em 1983 foram definidos os primeiros sete tipos, posteriormente complementados com mais dois, em 1999: 1. Inteligência verbal ou linguística: habilidade verbal bem desenvolvida, sensibilidade aos sons, significados e ritmos das palavras; 2. Inteligência lógico-matemática: habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, além da capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos; 3. Inteligência musical: habilidade de produzir e apreciar ritmos, tons e timbres; 4. Inteligência visual ou espacial: capacidade de pensar em forma de imagens, “visualizar” conceitos abstratos; 5. Inteligência corporal ou cinestésica: capacidade de controlar o próprio corpo e lidar fisicamente com objetos variados; 6. Inteligência interpessoal: capacidade de detectar e responder adequadamente aos humores, motivações e desejos dos outros; 7. Inteligência intrapessoal: capacidade de ser auto-consciente e em sintonia com seus sentimentos interiores, valores, crenças e processos de pensamento; 8. Inteligência naturalista: habilidade para reconhecer e categorizar plantas, animais e outros elementos da natureza; 9. Inteligência existencialista: sensibilidade e capacidade para lidar com questões profundas em torno da existência humana, como o significado da vida, por que morremos, ou como chegamos até aqui. Gardner desenvolveu sua teoria baseando-se no estudo de diversas pessoas, com diferentes trajetórias de vida, profissões e aspirações. Ele realizou entrevistas e pesquisas cerebrais com vítimas de derrame, prodígios, crianças autistas e os chamados “idiotas-prodígios“. De acordo com Gardner, Todos ser humano possui as nove inteligências em níveis variados; Cada pessoa tem uma composição intelectual diferente; Podemos melhorar o ensino se considerarmos os diferentes tipos de inteligência de cada aluno; Essas inteligências estão localizadas em diferentes áreas do cérebro e podem trabalhar tanto isoladas quanto juntas; Você, que já deve estar curioso para saber em quais tipos de inteligência se sai melhor, pode fazer o teste abaixo, que encontrei no Guia da Carreira. É interessante destacar, no entanto, que o próprio Gardner, no livro Inteligências Múltiplas: A teoria na prática, afirma não endossar (mas nem dissociar-se) das organizações que se esforçam por criar testes, experimentos e publicações, no sentido comercial, em torno de sua teoria (GARDNER, 1995, p. 5). EM QUE SENTIDO A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DIFERE DA DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE INTELIGÊNCIA? A teoria de Gardner desafiou diversas crenças nos campos da educação e da ciência cognitiva. De acordo com a definição tradicional, a inteligência é uma capacidade cognitiva uniforme com a qual as pessoas nascem. Tal capacidade pode ser facilmente mensurada através dos chamados testes de respostas curtas. De acordo com Howar Gardner, a inteligência é: A habilidade de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários; Um conjunto de habilidades que permitem que uma pessoa resolva problemas; O potencial de encontrar ou criar soluções para problemas, o que envolve adquirir novos conhecimentos. De acordo com o conceito tradicional de inteligência, um sistema educacional eficiente deve basear-se em testes de múltipla escolha para avaliação dos alunos. Na prática, então, resultados de testes de QI, ENEM, Prova Brasil, etc. seriam a melhor forma de identificar os pontos fortes e fracos dos alunos. O problema é que esse tipo de avaliação serve apenas para (des)qualificar alunos especiais, sejam os superdotados ou aqueles com problemas de aprendizado. O ainda frequente uso de testes de Q.I. nas escolas, por exemplo, tem contribuído muito mais para enquadrar estudantes em categorias que a auxiliar pais e professores a identificar características cognitivas que precisem ser desenvolvidas ou estimuladas no jovem. Muitos educadores, pesquisadores, estudantes e pais já perceberam a ineficácia de testes padronizados como forma de mensurar a inteligência. Porém, apesar de ser uma teoria levada muito em conta em escolas dos Estados Unidos, no Brasil ainda não tem sido dada a devida atenção às I.M. O artigo que você está lendo visa, pelo menos, alertar a todos envolvidos com a educação sobre a necessidade de mudança de paradigmas em nosso sistema de ensino. Como as inteligências múltiplas interferem em minha sala de aula? Da mesma forma que existem numerosas maneiras de expressar-se, provavelmente há ainda mais maneiras de adquirir conhecimento e entender o universo. Indivíduos são capazes, segundo Gardner, de entender e dominar as áreas mais profundas do conhecimento humano. Muito antes da teoria das I.M. surgir, em 1983, vários professores já buscavam promover formas diferentes de inteligência em seus alunos. Imagine você em sua sala de aula com os seguintes alunos: J.K. Rowling, Sheldon Cooper, Elis Regina, Pablo Picasso, Ronaldinho Gaúcho, Getúlio Vargas, Chico Xavier, Charles Darwin, e Jean Paul Sartre. J.K. está escrevendo a próxima aventura de Harry Potter em pedaços de papel amassado. Sheldon está sonhando com equações que um dia possibilitarão a construção de um computador quântico. Elis está cantando baixinho uma música incompreensível da qual você apenas distingue “É pau, é pedra, é o fim do caminho”. Pablo, ao seu descuido, está pintando a parede do fundo da sala. Ronaldinho não pára quieto pois no próximo período tem aula de Educação Física. Getúlio está preocupado em montar sua chapa para o grêmio estudantil e não prestou atenção em nenhuma palavra sua. Chico, apesar de muito introspectivo, está sempre conversando baixinho, preocupado com os problemas dos colegas. Charles, diariamente, traz um inseto novo para impressionar os rapazes e assustar as meninas. Jean está rabiscando coisas absurdas à margem do caderno. Não fossem os nomes conhecidos, certamente a maioria dos professores descreveria essa turma como caótica e indisciplinada. Que tal se, na próxima vez que você tiver a chance de refletir sobre suas turmas, imaginar cada aluno como alguém que conseguiu potencializar ao máximo suas inteligências? QUAIS OS BENEFÍCIOS DO USO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA MINHA ESCOLA? Você passa a considerar o conceito de habilidade intelectual como algo mais amplo. Desenhar, compor ou ouvir música, assistir a uma apresentação — atividades assim podem ser vitais para o aprendizado; tão importantes quanto escrever ou calcular. Estudos mostram que muitos alunos que costumam ir mal em testes tradicionais passam a aprenderrapidamente quando atividades artísticas, atléticas ou musicais são incorporadas a sua rotina. Você vai oportunizar um aprendizado autêntico, baseado nas necessidades, interesses e talentos de seus alunos. Uma sala de aula de múltiplas inteligências funciona como no mundo real: o autor e o ilustrador de um livro são valorizados da mesma forma. Os alunos tornam-se mais ativos e envolvidos. O envolvimento dos pais e da comunidade em geral com a escola aumentará. Isso acontece, pois, os alunos terão a oportunidade de mostrar o próprio trabalho através de painéis e audiências. Essas atividades envolvendo o aprendizado traz os membros da comunidade para dentro do processo. Os alunos poderão demonstrar e compartilhar as habilidades que dominam melhor, aumentando, além de tudo, sua autoestima. Desenvolver seus pontos fortes costuma dar ao aluno a motivação para, um dia, tornar-se um especialista na área. Quando você está ensinando para o entendimento, e não para as notas, seus alunos acumulam experiências educacionais positivas e a capacidade de criar soluções para problemas do dia-a-dia. DE QUE FORMA ISSO AJUDA OS ALUNOS APRENDEREM MELHOR? Eles começam a entender o quanto são inteligentes. Na visão de Gardner, o aprendizado é um processo social e psicológico. Quando os alunos começam a entender o equilíbrio entre suas próprias inteligências, passam a: Responsabilizar-se pelo próprio aprendizado Valorizar suas características pessoais Da mesma forma, os professores passam a entender as inteligências dos alunos e de si mesmos. Sabendo quais alunos possuem uma inteligência interpessoal mais forte, por exemplo, facilitará na criação de oportunidades em que tal habilidade possa ser demonstrada aos demais colegas. É importante lembrar, no entanto, que a teoria das inteligências múltiplas não tem por objetivo fornecer novas formas de categorizar alunos, como fazem os testes de Q.I. A própria palavra entendimento, a partir das inteligências múltiplas, passa a ser vista de diferentes ângulos. O problema “O que é areia”, pode receber contribuições científicas, poéticas, artísticas, geográficas e até mesmo musicais. Todo esse processo permite que o aluno sinta-se membro atuante dentro de sua cultura, pois atividades baseadas nas I. M. também se aterão a questões essenciais sobre a existência humana, tais como: de onde viemos? Do que o mundo é feito? O que a humanidade já alcançou? O que ainda pode alcançar? Como se pode ter uma vida satisfatória? A INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA Pessoas com inteligência linguística bem desenvolvida têm facilidade em usar a fala e a escrita. Se você é uma dessas pessoas, uma de suas principais características é a facilidade de expressar-se, tanto verbalmente quanto em forma de texto. Você adora brincar com o significado e com o som das palavras, seja em forma de rimas, trava-línguas, métricas ou combinações novas. As pessoas o admiram pelo número de palavras cujo significado você sabe e pela facilidade que tem de falar em público. Além disso, sua facilidade em aprender outras línguas — ou mesmo novas estruturas em sua língua materna — sempre foram um fator que lhe ajudou em diversas situações. Pessoas com inteligência linguística devem explorar suas capacidades de fala e escrita. FRASES E CARREIRAS COMUNS Profissões que usam a inteligência linguística incluem as carreiras de escritor, político, jornalista e professor. Porém, qualquer profissão que tire proveito de habilidades de oratória ou escrita são uma ótima escolha para quem se dá bem com a língua. Frases comuns proferidas por essas pessoas incluem: Diga-me palavra por palavra. Nos falamos mais tarde. A palavra que você está procurando é… Em outras palavras… Deixe-me soletrar para você. 4 TÉCNICAS DE APRENDIZADO PARA ALUNOS TEXTUAIS PRIORIZE TUDO QUE ENVOLVER A ESCRITA OU A FALA. Repita a matéria em voz alta para si mesmo, use gravações com explicações de determinado conteúdo, escreva resumos, simule a apresentação de um telejornal em que aquele conceito é explorado em uma reportagem — use a imaginação. UTILIZE RIMAS E RITMO SEMPRE QUE PUDER. Essas duas propriedades da língua vão lhe ajudar a lembrar da matéria. Pegue uma música conhecida e escreva uma paródia que utilize o conteúdo que você precisa estudar. QUANDO LER ALGO EM VOZ ALTA, VARIE A ENTONAÇÃO E CRIE FORMAS DRAMÁTICAS DIFERENTE. Ao invés de usar uma voz monótona para ler aquele capítulo chato, torne o texto inspirado e vibrante imaginando que ele seja o discurso de posse de um político, ou o monólogo de um personagem moribundo em uma cena de teatro. Isso não apenas ajudará sua memória, mas também sua técnica de oratória melhorará significativamente. A INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA Você que possui a inteligência lógico-matemática bem desenvolvida gosta de usar a razão para tarefas complexas, reconhece padrões facilmente, bem como conexões entre conteúdos aparentemente não relacionados. Isso tudo o torna capaz de agrupar informações de modo a aprendê-las e compreendê-las melhor. Sua característica principal é trabalhar bem com números e outras atividades que exijam a lógica. Você sabe usar o básico de trigonometria e matemática mesmo sem ter sido orientado formalmente quanto a isso e impressiona as pessoas com sua capacidade de fazer cálculos de cabeça. Normalmente, pessoas com inteligência lógico-matemática apurada trabalham em torno de problemas de modo sistemático. Elas gostam de criar procedimentos para uso futuro e também de estabelecer metas numéricas, avaliando seu progresso tendo em vista esses números. Criar agendas, itinerários e listas de tarefas são formas típicas de organização dessas pessoas. Seu modo científico de pensar o leva a, frequentemente, usar argumentos do tipo lógico ou estatístico para defender seus pontos de vista, percebendo facilmente incoerências lógicas nas palavras ou ações de outras pessoas, apontando-as sempre que puder — o que nem sempre é bem recebido. Você gosta de imaginar estratégias e fazer simulações. Jogos como xadrez, gamão e damas, ou os eletrônicos Dune II, Star Craft e Age of Empires são os seus passatempos prediletos. O gosto por jogos como xadrez e damas caracterizam quem possui inteligência lógico- matemática bem desenvolvida INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA: FRASES E CARREIRAS COMUNS Pessoas com fortes características lógicas normalmente buscam carreiras na ciência, matemática, engenharia, direito ou programação de computadores. Frases típicas pronunciadas por essas pessoas refletem, além de sua característica principal, o seu sentido de aprendizado mais desenvolvido – visual, auditivo ou cinestésico. Ainda assim, é típico ouvirmos: Isso é lógico. Siga o passo-a-passo. Siga as regras. Não existe padrão nisso. Vamos dividir em tópicos. Que estatísticas comprovam isso? TÉCNICAS DE APRENDIZADO ACELERADO PARA OS AMANTES DA LÓGICA Faça relações Tenha como objetivo entender as conexões entre o conteúdo que está estudando com outros já estudados. Entenda as razões, os motivos, as relações. Aprender não é o suficiente. Compreenda os detalhes de cada matéria para que sua busca compulsória por novas informações permita que você memorize e aprenda efetivamente determinada matéria. Listas e Estatísticas Enquanto estuda, crie listas com os tópicos principais do conteúdo. Você pode, além disso, querer usar estatísticas para ajudá-lo a identificar áreas em que precisa focar-se mais: o número de páginas lidas de cada assunto, o tempo que passou estudando cada capítulo e assim por diante. Dê atenção a sua saúde físicaPreste atenção a sua forma física, pois você tem uma tendência enorme de supervalorizar sua mente, em detrimento do corpo. Lembre-se que você também é um “sistema”, como todos os demais equipamentos com os quais você lida o tempo todo. Busque entender o conteúdo como um todo Faça o máximo que puder para entender as relações entre diversas partes de um sistema de modo a entender aquele conteúdo como um todo — lembre-se da máxima de que o todo é normalmente maior que a soma das partes. Por exemplo, você pode ter um ótimo entendimento sobre sistemas de navegação e interfaces de voo em aviões, mas pode não compreender como isso influencia no equilíbrio da aeronave. Desenhe diagramas e faça conexões para ajudá-lo na tarefa. Rotina é sua palavra de ordem Você acha difícil mudar determinados comportamentos ou hábitos, por mais que racionalmente saiba dos benefícios que isso poderia trazer. Para amenizar tal situação, você pode tentar a técnica de mudar hábitos ruins (que você identificou em si mesmo) por outros bons. A matéria de capa da revista Galileu de junho de 2012 é um ótimo guia. Menos planejamento e mais ação Em certos momentos é possível que você analise em excesso certos aspectos de seu aprendizado ou treinamento. Isso pode levar a uma espécie de estagnação — você estará ocupado, mas não com algo que o ajude a alcançar seu objetivo. Quando perceber que já gastou muito tempo escolhendo, avaliando ou planejando, pare e tente focar-se em atividades que lhe permitam avançar em outra área. Tenha em mente que planejar exatamente quanto tempo deverá gastar com cada capítulo do livro só faz você perder tempo de leitura Se você costuma sofrer com o tipo de paralisia analítica citado acima, escreva lembretes em letras maiúsculas com “FAÇA AGORA” em torno de seu ambiente de trabalho ou estudo, em locais estratégicos. A INTELIGÊNCIA ESPACIAL OU VISUAL Pessoas com inteligência espacial ou visual aprendem, entendem e retêm novas informações quando apresentadas com o auxílio de ilustrações, diagramas, gráficos, mapas e vídeos. Esse é o tipo de inteligência mais presente nas salas de aula repletas de membros da geração Y. Alunos visuais precisam escrever a matéria, visualizá-la em gráficos ou diagramas, destacá-la com cores e estudar individualmente através de todos aparatos visuais de que dispuserem. Quem possui esse tipo de inteligência tenta visualizar e conceitualizar novas ideias mentalmente. Seu método de estudo preferido consiste em ler o material novamente e, frequentemente, reescrevê-lo em um ambiente silencioso e sem a menor perturbação. A inteligência espacial é a mais encontrada em alunos de escolas, atualmente. FRASES E CARREIRAS COMUNS AOS APRENDIZES VISUAIS Entre as atividades que melhor aproveitam a inteligência visual estão a arquitetura, a fotografia, o cinema, o design, a navegação e, obviamente, as artes visuais. Para um professor, pode ser interessante prestar atenção na fala de seus alunos. De acordo com o estilo de aprendizagem de cada um, sua estrutura de raciocínio tende a manifestar-se oralmente. Veja como isso acontece com a inteligência espacial ou visual: Vejamos de um modo diferente. Veja se isso funciona para você. Eu não estou conseguindo visualizar essa ideia. Vamos fazer em forma de gráfico? Eu gostaria de tentar uma perspectiva diferente. Tenho facilidade para lembrar o rosto das pessoas. INTELIGÊNCIA ESPACIAL: DESAFIOS E DIFICULDADES NO APRENDIZADO Como dizia o velho ditado: uma imagem vale mil palavras. Os desafios e problemas de quem tem um estilo de aprendizagem visual aparecem quando a informação é apresentada de maneira que não leve em conta sua necessidade básica: o uso de elementos visuais. As maiores dificuldades dos alunos ocorrem quando: A informação é apresentada oralmente, seja através de aulas expositivas ou discussões que não se utilizem de ilustrações para apresentar as ideias básicas. Há barulho excessivo, como conversas paralelas, música ou ruídos externos. Uma tarefa é solicitada sem instruções que possam ser visualizadas. Portanto, palestras, atividades e instruções orais que não incluam um elemento visual podem causar sérios problemas de aprendizagem a quem dispõe de inteligência espacial melhor desenvolvida. O barulho é outro fator que influenciará negativamente esse processo. A INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL Pessoas com inteligência interpessoal bem desenvolvida caracterizam-se por comunicar-se com facilidade, seja verbalmente ou não. Outras pessoas tendem a ouvi-las e procurá-las em busca de conselhos, pois são bastante sensitivas em relação aos sentimentos e emoções dos outros, sendo capazes de ouvir e entender seus pontos de vista. Você que possui esse tipo de inteligência em nível elevado tem o aprendizado potencializado através do trabalho em grupo ou, por outro lado, em aulas particulares — momento perfeito para interagir de perto com a pessoa do professor. Além disso, uma ótima forma de aprendizado a seu dispor é a comparação de suas ideias com as de outras pessoas — o grupo, para você, é muito importante. Um de seus costumes é ficar na sala após as aulas para conversar com o professor ou colegas sobre os temas recém debatidos — novamente a atitude social como prioridade. Entre seus interesses estão os jogos que envolvem outras pessoas, é claro, como cartas ou jogos de tabuleiro. Nos esportes, todos os jogos em equipe, como futebol, vôlei e basquete lhe atraem. Trabalhar em grupo é uma necessidade para quem possui inteligência interpessoal bem desenvolvida. FRASES E CARREIRAS COMUNS AOS MESTRES DOS RELACIONAMENTOS Carreiras comuns a quem possui fortes habilidades interpessoais incluem psicologia, pedagogia, vendas, política e recursos humanos. Um termo que tem sido bastante usado no meio empresarial é o coaching, atividade que se refere ao ato de encorajar, apoiar, manter a motivação e acompanhar o plano de ação de seu coachee — uma carreira perfeita para quem possui forte inteligência interpessoal. Assim como as pessoas com inteligência lógico-matemática, suas frases comuns refletem seu estilo de aprendizado preferido — auditivo, visual ou cinestésico. Ainda assim, há afirmações muito características a quem ama as relações interpessoais: Vamos trabalhar juntos nisso. Nós podemos resolver. Conte-me o que você está pensando. Ajude-me entender isso. Que tal reunirmos um grupo para discutir essa questão? Vamos explorar nossas opções. TÉCNICAS DE ESTUDO E APRENDIZADO Trabalhe em grupos sempre que possível. Seja engajado com sua turma e utilize sua habilidade de fazer amizades para motivar colegas a estudar com você. Caso isso não seja possível, monte um grupo de estudos próprio, com amigos de outras turmas ou até mesmo outras escolas que tenham um nível semelhante ao seu. Ensine outras pessoas Teste seu entendimento e as associações que fez entre os conteúdos falando-as para outras pessoas. O simples fato de proferir oralmente seu conhecimento pode ser uma forma de expandi-lo e compreendê-lo de um modo novo. Além disso, outras pessoas podem alertá-lo sobre pontos que nem lhe haviam passado pela cabeça. O uso de mapas mentais (também chamados de esquemas) em sala de aula, criados em grupo, pode ser um recurso de aprendizado fantástico. Aponte alguém que vá para o quadro elaborar o mapa conforme as ideias de outras pessoas vão surgindo. Dessa forma, uma boa discussão pode acontecer quando vocês perceberem que uma ideia pode contradizer ou complementar outra. Aotrabalhar em grupos, preste atenção nos erros e acertos de cada um. Para não parecer impertinente, em casa faça uma lista de erros e acertos de cada integrante (incluindo você) e tenha essa lista em mente para um trabalho futuro. Lembre-se de que num grupo há diversas pessoas que, possivelmente, possuem inteligências diferentes e estilos de aprendizagem diferentes. Vale a pena tirar um tempo para que cada um faça um teste das inteligências múltiplas. Baseando-se nisso, fica mais fácil fazer uma divisão de tarefas conforme a aptidão de cada integrante. Referências GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. _______. Estruturas da Mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: ArtMed, 1994. _______. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. http://www.lendo.org/teoria-inteligencias-multiplas-gardner/
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