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Penal I

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DIREITO PENAL
1. Conceito Parte da doutrina divide o direito penal em: 
Objetivo; é o conjunto de normas, regras e princípios que define os crimes e contravenções, bem como determina suas consequências (pena e medida de segurança).
Subjetivo; refere-se ao direito de punir do Estado (jus puniendi).
obs: o direito penal funciona como limitador do direito de punir do Estado ao definir os crimes e contravenções.
2. Função: proteger os bens jurídicos mais importantes para a sociedade. Tais bens jurídicos são eleitos em um processo legislativo. 
Obs: compete privativamente à União legislar sobre direito penal ( art 22, I, CF). Segundo o art 22, PU (parágrafo único) da CF, a lei complementar poderá permitir ao Estado membro legislar sobre a matéria (ex: trânsito) .
3. Normas penais: 
A norma penal possui as seguintes características: 
a) generalidade; a norma é criada para todos. 
b) exclusividade; somente a norma penal define as infrações e comina as penas.
c) imperatividade; a norma penal é aplicada independentemente da vontade do infrator. 
d) impessoalidade; a norma penal é criada para o futuro, não sendo criada para uma pessoa determinada, ou seja atinge fatos. 
As normas penais podem ser: 
normas penais incriminadoras: são aquelas que criam os crimes e as contravenções, determinando a punição. Ex: art 121 matar alguém (preceito primário). Pena 6 a 20 anos (preceito secundário).
Norma penal não incriminadora: 
1) permissivas: elas podem ser justificantes (ex legítima defesa)
2) explicativas: fornecem conceitos ou definições. (ex. art 150 §4 CP, define casa; já o art 327 do CP conceitua funcionários públicos complementares)
3) complementares: fornecem princípios para a aplicação de outras regras (ex. art 59 CP)
Norma penal em branco: também são chamadas de cegas ou abertas. Tais normas possuem o preceito primário incompleto e o preceito secundário completo. elas podem ser:
heterogênea: a norma penal é complementada por uma legislação emanada de um órgão diverso. ex. o art 33, CP, de drogas define o crime de tráfico; todavia, o conceito de entorpecente é encontrado na portaria 344/98 da ANVISA 
homogênea: o complemento da norma penal emana do próprio órgão que a criou. ex. o art 236, CP define o crime de ocultação de impedimento ao casamento; no entanto, o conceito de impedimento é encontrado no art 1521 do CC)
b1. homovitelina: além de emanar do ´próprio órgão, está prevista no mesmo código. ex. art 204, CP, prevê o crime de uso de documentos falsos; documentos elencados nos arts. 297 e seguintes do próprio CP.
b2. heterovitelina: elas emanam do mesmo órgão, mas, estão previstas em códigos diversos. ex. art 236, CP e art 1521, CC.
Inversa, ou avessa: o preceito primário é completo e o preceito secundário é incompleto. Ex. art1º da lei 2889/56
4. Interpretação e integração do Código Penal
Interpretação específica: para dar uma interpretação lógica ao sistema, o intérprete amplia certos conceitos, onde o legislador disse menos do que queria dizer. Ex. art 235, CP; proíbe a bigamia, mas não se refere à poligamia. Através da interpretação específica, a poligamia também é considerada crime.
interpretação analógica: a própria lei faz previsão da fórmula geral e determina que o intérprete a aplique a casos análogos (semelhantes). Ex: o art 306, CTB prevê o crime de dirigir sob o efeito de álcool ou de outras substâncias; o intérprete irá considerar como crime a conduta do agente que estiver dirigindo sob o efeito de substâncias análogas ao álcool.
analogia: é uma forma de integração do direito, que ocorre quando há uma lacuna na lei e existe solução legal para caso semelhante. Para se aplicar a analogia em direito penal deve existir uma lacuna na lei e ter-se a certeza de que ela beneficiará o réu. Não existe em direito penal analogia in malam partem, apenas in bonam partem. Ex: o art 61, II, “e” prevê uma agravante, caso o crime seja praticado contra o cônjuge, não podendo esta agravante ser estendida por analogia ao companheir@. O art 181, I do CP prevê uma isenção de pena para alguns crimes contra o patrimônio praticados por um cônjuge contra o outro, na constância do casamento. Nesse caso, poderá ser utilizada a analogia para beneficiar o companheir@. 
5. Princípios 
Segundo Cleber Masson, princípios são valores fundamentais que criam e auxiliam na manutenção do ordenamento jurídico. 
Princípio da legalidade: o art 1 do CP e o art 5, XXXIX da CF dizem que: “ não há crime sem LEI anterior que o defina, nem pena sem prévia combinação LEGAL”. SomeSomentes ordinárias e complementar es podem criar crimes no Brasil. Não há crime criado através de MP, de resolução, de lei delegada, de portaria, dentre outras espécies legislativas. Os tipos penais devem ser fechados, determinados, claros e precisos. Parte da doutrina chama esta característica de princípio da taxatividade.
Princípio da anterioridade: a lei que criar um crime só poderá ser aplicada após a sua entrada em vigor. A lei não retroage, salvo em benefício do réu. É possível a aplicação da lei no período de vacatio legis? Existe uma corrente doutrinária que entende de forma positiva, desde que a lei seja aplicada em benefício do réu. 
Princípio da culpabilidade: não há em direito penal responsabilidade objetiva, ou seja, ninguém responde criminalmente, se não agiu com culpa ou dolo. Para uma pessoa responder criminalmente, deverá ser capaz, compreender o caráter ilícito do fato e, na situação em que se encontrava, poderia ter agido, mas não agiu, de acordo com o direito. 
Princípio da pessoalidade, intranscendência ou personalidade da pena: segundo o art 5, XLV da CF, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, salvo a reparação do dano e a perda de bens, até a força da herança. Assim sendo, o pai não pode cumprir a pena imposta ao seu filho, entretanto, se o filho for menor, responderá civilmente por este ato (pagamento de multa ou pensão. Art 932,I, CC), mas, criminalmente está isento de responsabilidade.
Princípio da individualização da pena: a individualização. Da pena é realizada em 3 momentos distintos. 1) legislador: através de um critério político define as penas mínimas e máximas levando em consideração a gravidade do pleito. 2) judicial: após a sentença condenatória, o juiz fixará a pena concreta para o caso específico. 3) na fase de execução: quando o condenado irá cumprir a pena, ocorrerá um exame classificatório qie, por exemplo, sepra homens de mulheres.
Princípio da fragmentariedade ou da subsidiariedade: o direito penal só se aplica quando os outros ramos do direito ( civil, administrativo, trabalhista, tributário …) não são suficientes para punir determinada conduta. 
Princípio da intervenção mínima: o legislador, através de um critério político, escolhe ou elege os bens jurídicos mais importantes para a vida em sociedade, devendo intervir minimamente na criação dos crimes e instituição das penas.
Princípio da insignificância ou da bagatela: o direito penal só se preocupa e somente deve punir as lesões mais graves, devendo excluir as lesões insignificantes. (Ex: furtar um caramelo das lojas americanas. )O STF criou 4 vetores para a aplicação do princípio da insignificância, são eles: a)mínima ofensividade da conduta; b) inexpressividade da lesão; c) reduzido grau de reprovabilidade da conduta d) nenhuma periculosidade.
Princípio da lesividade ou da ofensividade: só há crime quando houver lesão ou exposição a perigo de lesão do bem jurídico protegido.
Princípio da adequação social: algumas condutas são consideradas como crime, todavia, são socialmente admitidas e, portanto, deveriam ser atípicas (não são crimes). Baseado neste argumento, impetraram recursos no STJ na tentativa de considerar atípica (não criminal) a venda de cd pirata e o jogo do bicho o que não foi aceito pelo tribunal da cidadania.
6. Lei penal no tempo
É possível que entre a conduta praticada e o cumprimento da pena haja mudanças na lei. A lei penal no tempo possui uma característica chamadade extra-atividade, que subdivide-se em: 
Retroatividade: a lei penal aplica-se a fatos que ocorreram antes da sua entrada em vigor. A lei só retroage para beneficiar o réu. 
Ultra atividade: a lei penal aplicar-se-á a fatos que ocorreram durante a sua vigência, mesmo depois de revogada, ou a fatos que ocorreram antes da sua vigência, desde que uma lei posterior seja prejudicial ao acusado. A lei só irá ultra agir se for benéfica ao réu. 
DESENHO 1
TEMPO DO CRIME: adota-se a teoria da ação ou da atividade, considerando-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o do resultado. Ex: atirei em fulano quando eu tinha 17 anos e 11 meses, responderei pelo eca. Pois respondo pelo tempo da ação. 
Existem ainda outras 2 teorias: 
Para a teoria do resultado, considera-se praticado o crime no momento em que este ocorre (resultado). 
Já para a teoria mista ou da ubiquidade , considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, bem como no momento em que ocorre o resultado.
Novatio legis incriminadora: a nova lei passa a considerar como crime uma conduta que era atípica (não era crime). Ex: a lei 12550 de 15/12 de 2011 passou a considerar crime a fraude a certame público, conforme art 311, A, CP. Esta lei não retroage.
Abolitio criminis: a nova lei revoga uma conduta que era considerada crime. Ex: a lei 11106/05 revogou o art 240 do CP ( adultério ). A abolitio criminis extingue todos os efeitos penais, inclusive maus antecedentes e a reincidência, todavia, subsistem os efeitos civis, conforme art 67, II, do CPP. Ela retroage.
Novatio legis in pejus: a nova lei agrava a situação do acusado. Ela não retroage. Ex: os crimes cuja pena era inferior a 1 ano prescreviam em 2 anos. Após o advento da lei 12.234/10, tais crimes passaram a prescrever após 3 anos. Esta não retroage.
Novatio legis in mellius: a nova lei melhora a situação do acusado. Ex: a lei 12015/09 passou a exigir a exploração sexual para configurar o crime do art 229 do CP, ou seja, dificultou a configuração do delito. Esta lei retroage.
Princípio da continuidade normativo típica: a lei 12.015/09 revogou o art 214 do CP, que definia o crime de atentado violento ao pudor. Todavia, a conduta que está a tipificada no art 214 do CP, foi transferida para o art 213 do CP, passando a integrar o crime de estupro. Assim exposto, não houve abolitio criminis e sim continuidade típica. 
destaque 1: Segundo A súmula 711 do STF os crimes permanentes e continuados, enquanto não cessada a permanência ou a continuidade, será aplicada a nova lei, mesmo que ela seja mais grave. Ex. Caio sequestra paulo no dia 01/01/12 e o liberta no dia 10/02/18. No dia 21/01/18 entra uma nova lei em vigor, aumentando a pena do delito. A nova lei será aplicada pois não havia cessado a permanência. 
Destaque 2: segundo a súmula 611 do STF, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, é o juiz da vara de execuções penais quem aplicará a lei mais benéfica. Para Rogério Sanches (promotor de justiça no estado de São Paulo), só será aplicada a lei que mais beneficia o acusado pelo juiz da VEC (vara de execuções penais), se depender apenas de cálculo aritmético, caso contrário, caberá revisão criminal. Se ainda não tiver sido prolatada a sentença, é o juiz de 1°grau o aplicador da lei benéfica. Caso o processo esteja em grau recursal, a aplicação será realizada pelo tribunal. 
Obs: é possível a combinação de leis para beneficiar o acusado? 
Primeira corrente: não, pois o juiz estaria funcionando como legislador, ferindo o princípio da separação dos poderes. 
Segunda corrente: sim, pois tal combinação atende a ultratividade e retroatividade da lei mais benéfica. 
Lei penal temporária e excepcional
Leis temporárias : segundo o art 3° do CP, são aquelas que trazem no próprio texto o seu período de vigência, em outras palavras, a data em que será revogada. Ex: lei 12.663/12, revogada em 31/12/14.
Leis excepcionais: conforme art 3° do CP, são aquelas criadas para situações excepcionais ou extraordinárias. Ex: criar um crime que proíbe banhos de mais de 15 min. no período de racionamento de água. Estas leis possuem as seguintes características: 
b.1) auto-revogabilidade: uma trás no próprio texto o período de duração, enquanto a outra,irá durar pelo tempo que perdurar a situação excepcional. 
b.2) ultratividade: mesmo após cessar a sua vigência, aplicar-se-á aos fatos praticados no período no qual estava vigindo. 
Obs: alguns autores entendem que essa ultratividade seria inconstitucional, por desrespeitar a ultratividade da lei benéfica. 
7. lei penal no espaço: aplica-se o princípio da territorialidade temperada, ou seja, a lei será aplicada dentro do nosso território, salvo tratados, regras e convenções de direito internacional. Considera- se território, o solo, o subsolo, o espaço aéreo correspondente, as águas interiores (rios e lagos), o mar territorial (12 milhas a contar da baixa maré) e as zona contígua ou plataforma continental (12 milhas a contar do mar territorial). 
O art 5°, §1° do CP faz previsão do território por extensão. 
Existem seis princípios reguladores da matéria, são eles:
Princípio da territorialidade: Leva-se em consideração o local onde o crime ocorreu.
Princípio da Nacionalidade Ativa ou da Personalidade Ativa: Leva-se em consideração a nacionalidade do agente que pratica o crime, não importando o bem jurídico protegido ou o local do crime.
Nacionalidade passiva ou Pessoalidade Passiva: Leva-se em consideração a nacionalidade da vítima do crime, não importando o local do delito e a nacionalidade do bem jurídico envolvido.
Princípio da Defesa ou Real: Leva-se em consideração a natureza do bem jurídico protegido, não importando a nacionalidade do autor e do sujeito passivo.
Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita: leva-se em consideração o local onde o agente é encontrado.
Princípio da Representação da Bandeira ou do Pavilhão: Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados em embarcações e aeronaves privadas no estrangeiro, desde que ali não seja julgado.
Extraterritorialidade
São casos em que o crime é praticado no estrangeiro, mas será aplicada a lei brasileira.
Art 7º, I do CP: São casos em que a lei brasileira irá aplicar ao crime praticado no estrangeiro, independentemente de qualquer condição, ou seja, são casos de Extraterritorialidade incondicionada.
*art 7º -> “a”, “b” e “c” – Princípio da Defesa
	-> “d” – Justiça Universal (majoritária), P. da Defesa (Cláudio Frago) ou nacionalidade ativa (Cléber Masson)
Art 7º, II do CP: são casos em que a lei brasileira só será aplicada ao crime praticado no estrangeiro se forem preenchidas cumulativamente todas as condições do art 7º, §2º do CP. 
*art, II -> “a” - Justiça Universal
	-> “b” - Nacionalidade Ativa
	-> “c” – Repristinação
Hipercondicionada: (art 7º, cc $ 2§3º do CP)
Intraterritorialidade
São casos em que o crime será praticado no Brasil, mas o agente será julgado pela lei do país de origem. Um exemplo disso, é a imunidade diplomática.
O chefe de estado estrangeiro, família e sua comitiva, embaixadores e sua família, funcionários estrangeiros do corpo diplomático e funcionários a serviço das organizações estrangeiras (ONU) serão julgados pela lei do país de origem.
OBS: O cônsul só será julgado pela lei do país de origem se o crime for funcional, ou seja, caso tenha relação com a fundação.
8. lugar do crime
O art 6 do CPC adotou a teoria mista ou da ubiquidade, dessa forma, considera-se praticado o crime no local da ação ou da omissão, bem como no lugar onde produziu-se (o crime consumado ) ou deveria produzir-se (crime tentado) o resultado.
Nos crimes à distância ou de espaço máximo (aquele que iniciou-se no Brasil e consumado no estrangeiro ou vice versa o lugar do crime será :
Local do último ato de execução no Brasil ou;
Local onde produziu-se ou onde deveria produzir-se o resultado.
Sentença estrangeira e cumprimento de pena no estrangeiro:a pena cumprida no estrangeiro, se for idêntica, será computada na pena fixada no Brasil. (Se for diversa atenua e se for idêntica computa)
Ex. Cumpridos, pelo mesmo crime, 8 anos de prisão na França e foi condenado no Brasil a 20, sendo todas as condenações a pena privativa de liberdade. Terá que cumprir 12 anos. Se as penas forem diversas (multa e pena privativa de liberdade ).
Segundo Damásio a atenuação é obrigatória, mas o quantum ficará a critério do juiz (137, 22○edição ).
Segundo Luiz Flávio Gomes, trata-se de uma exceção ao princípio que veda o bis in idem. Já Rogério Greco entende que, esta regra é justamente para evitar o bis in idem. 
Obs. Princípio do ne bis in idem: uma pessoa não pode ser processada duas vezes pelo mesmo fato (processual), nem condenada duas vezes pelo mesmo fato (pena), nem cumprir duas vezes a mesma pena (execução penal).
A sentença estrangeira será homologada no Brasil pelo STJ conforme art 105, I, €i, CF. O STJ não analisa o mérito da sentença , apenas se foram preenchidos os requisitos do art 788 do CPP e se a sentença está transitada em julgado, conforme súmula 420 STF.
9. prazos penais
Os prazos processuais penais serão contados de acordo com o art 798, $1 CPP, ou seja, exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do final, não podendo iniciar ou terminar em sábado, domingo, feriado e dia sem expediente forense.
Os prazos penais serão contados de acordo com o art 10 do CP, dessa forma, será incluído o dia do começo e excluído o dia do final. 
O código penal adota Calendário comum/ gregoriano, dessa forma, Dia é o período. Compreendido entre as 0h às 24. Um mês poderá ter 28, 29, 30 ou 31 dias. Já o ano terá 365 ou 366 dias. 
Frações não computáveis 
Art 11 CP são desprezadas as frações de dia (horas) ou de Cruzeiro/Real (centavos). Assim exposto, não será possível. Uma pena de 3 anos, 9 meses, 10 dias e 8 horas (desprezado) 
Especialidade
O código penal será aplicado subsidiariamente à legislação especial, desde que esta lei não disponha de forma contrária. Ex: o código penal é aplicado subsidiariamente à lei de contravenções penais. Entretanto, a lei de contravenções penais proíbe a figura da tentativa e o CP permite. Nesse ponto específico, por diferirem as legislações, o CP não será aplicado , pois a lei específica trata de maneira diversa.
Conflito aparente de normas
Em alguns casos, o intérprete parece estar diante da aplicação de duas ou mais normas para o mesmo caso, porém, apenas uma será aplicada. Tal conflito é resolvido pelos seguintes princípios: 
Princípio da especialidade: uma lei é especial em relação a outra quando possui os mesmos elementos desta, entretanto, possui elementos especializantes. Ex: a mãe que mata o filho, a princípio, pratica o crime de homicídio. No entanto se essa morte for durante o parto e sob a influência do estado puerperal, haverá infanticídio. Assim sendo, o infanticídio possui as mesmas características do homicídio, mas tem elementos que o especializam (ex: estado puerperal).
Princípio da subsidiariedade: uma norma é subsidiária em relação a outra, quando funciona como circunstância ou elementar de outra norma mais abrangente. A susubsidiariedade poderá ser:
tácita: o crime de ameaça (art 147 CP) é subsidiário em relação ao constrangimento ilegal (art 146 CP). O Constrangimento pode ser praticado mediante grave ameaça, ou seja a ameaça é uma elementar do crime de constrangimento. 
expressa: a própria lei diz que é subsidiária, utilizando-se da seguinte expressão “se o fato não constitui crime mais grave”. (Art 132 CP)
Princípio da consunção: uma norma é fase normal de realização de outro crime. A consunção poderá ser: 
crime progressivo: um crime é fase obrigatória de outro delito. Ex: para eu matar alguém, obrigatoriamente, tem que ocorrer lesão corporal. 
progressão criminosa: o agente tem a intenção de praticar um crime menos grave e depois de consumá-lo decide praticar o delito mais grave. Ex: Gabriel quer lesionar Esmeralda, após a lesão ele decide matá-la. 
post factum e antifactum impunível: nono antifactum impunível, o agente pratica uma conduta, com o objetivo de praticar outro crime mais grave, onde será exaurida toda sua potencialidade lesiva. Ex: Gabriel invade a casa de Lilian e subtrai o seu computador. A invasão de domicílio será absorvida pelo furto. No post factum impunível, o agente pratica uma lesão ao mesmo bem jurídico, entretanto, esta segunda lesão não ag4ava a primeira. Ex: Gabriel subtrai o computador de Julia e depois o danifica. 
TEORIA DO CRIME
 FT (fato típico)+ ANT (anti juridicidade)+ CULP (culpabilidade)
Conceito formal de crime: explora o crime partindo da lei, enquanto instrumento padronizador e norteador daquilo que podemos ou não, que devemos ou não. Daí, sob ângulo formal, crime é a conduta definida em lei como tal, isto é, só haverá crime se o fato ocorrido na realidade possuir perfeita identidade com aquilo que está definido em lei como crime. Sinaliza ser o crime a conduta prevista em lei que, quando realizada, representa ofensa ao comando normativo e, portanto, à própria lei.
Conceito material de crime: Agora passamos a investigar se além de a conduta estar prevista em lei como crime, ela também, de fato (concretamente) revela ofensa ao que é protegido pela norma (bem jurídico). Assim, sob esta perspectiva o crime pode ser definido como uma conduta que resulta em uma lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico.
O conceito analítico de de crime pode ser definido como: 
Fato típico (conduta; resultado; nexo casula; tipicidade) + antijurídico (legítima defesa; estado de necessidade; exercício regular de um direito; estrito cumprimento do dever legal; causas supralegais) + culpável (imputabilidade; potencial consciência da ilicitude do fato; inexigibilidade de conduta diversa) (majoritária)
Fato típico +antijurídico ( são paulo)
Fato típico + antijurídico +culpável + punível (Basileu Garcia)
Diferenças entre crime e contravenção: 
Crime= delito =/ contravenção. 
No Brasil adota-se a escola binária, o que quer dizer que crime é igual a delito e diferente de contravenção. As diferenças são :
Os crimes são punidos com reclusão e detenção. Já as contravenções são punidas com prisão simples.
As contravenções penais são apuradas mediante ação penal pública incondicionada, havendo uma discussão a respeito das vias de fato. (Ler essa discussão ) já os crimes são apurados mediante ação penal privada, condicionada a representação e incondicionada. 
O tempo máximo de prisão para os crimes é de 30 anos e para as contravenções é de 5 anos.
O confisco de bens só existe para os crimes. 
A competência para julgamento das contravenções penais é da justiça estadual e para os crimes da justiça estadual e/ou federal. Obs.: ver súmula 28 do STJ.
O sursis (suspensão da pena, período probatório, ocorre para réus com bons antecedentes e sem reincidência) para as contravenções penais poderá ser de 1 a 3 anos e para os crimes de 2 a 4 ou de 4 a 6. 
Nos crimes existe Extraterritorialidade, o que não ocorre nas contravenções 
Alguns crimes admitem prisão preventiva, o que não ocorre com as contravenções penais.
Classificação de crime:
Crimes materiais: são aqueles crimes os quais a lei descreve a conduta e o resultado, exigindo a ocorrência do resultado para sua consumação. Ex: homicídio, roubo, furto, peculato.
Crimes Formais , de consumação antecipada ou de resultado cortado: a lei prevê a conduta e o resultado, mas não exige este ultimo para o crime consumar-se, em outras palavras, há uma antecipação do resultado. Ex: extorsão mediante sequestro. Não há a necessidade de se receber o resgate para que seja configurado o crime consumado, bastando a privação da liberdade.
 Mera conduta: o legislador descreve apenas o comportamento. Ex: invasão de domicílio. 
Em relação ao sujeito ativo o crime poderá ser: 
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem que característicasespecíficas sejam necessárias para a materialização do crime. Ex: homicídio.
Crime próprio: a lei exige uma característica ou qualidade especial do agente para que determinada conduta seja configurada. Ex: o peculato só poderá ser realizado por funcionário público em razão da função.
 Crime de mão própria: somente aquela pessoa específica pode praticar o delito. Ex: falso testemunho.
Quanto à possibilidade de fracionar o iter criminis, o delito poderá ser:
Unissubsistente: não há a possibilidade de fracionar o iter criminis. Ex: injúria.
Plurissubsistente: é possível fracionar o iter criminis. Ex: homicídio.
Os crimes podem ser:
Omissivos: praticados através de uma omissão. Ex: esquecer o filho no carro.
Comissivos: praticados através de uma ação. 
Os crimes classificam-se ainda em:
Transeuntes: não deixam vestígios. Ex: injúria verbal.
Não transeuntes: são delitos que deixam vestígios, necessitando de exame pericial para sua averiguação/constatação. Ex: lesão corporal.
Em relação ao numero de pessoas que são exigidas para a prática do delito os crimes podem ser:
Monossubjetivo: o crime pode ser praticado por uma única pessoa. Ex: homicídio.
Plurissubjetivo: o crime só poderá ser praticado por duas ou mais pessoas. Ex: associação criminosa. (no mínimo 3 pessoas)
Crimes vagos são aqueles em que o sujeito passivo não possui personalidade jurídica. Ex: associação criminosa. O sujeito passivo é a coletividade, com sujeitos indeterminados e indetermináveis. 
 ***O conceito analítico de crime: FAZER POST IT E COLAR NA MESA (IPC)
Fato típico (conduta; resultado; nexo causal; tipicidade) + antijurídico (legítima defesa; estado de necessidade; exercício regular de um direito; estrito cumprimento do dever legal; causas supralegais) + culpável (imputabilidade; potencial consciência da ilicitude do fato; inexigibilidade de conduta diversa) (majoritária). 
FATO TÍPICO: é o perfeito enquadramento entre o comportamento humano e a descrição em abstrato elaborada pelo legislador. 
Conduta: Para a teoria finalista considera-se conduta como sendo o comportamento humano e voluntário, dirigido finalisticamente a causar determinado resultado (lesão ou expor a perigo de lesão) (exteriorização da conduta), um bem jurídico protegido pela norma. Para a teoria funcional (Roxim), considera-se conduta como sendo um comportamento humano e voluntário, causador de uma relevante lesão ou exposição a perigo de lesão de um bem jurídico protegido pela norma. A conduta possui dois elementos, a saber: 
a) comportamento humano voluntário: sem voluntariedade não se fala em dolo ou culpa. Nos crimes dolosos a vontade é de praticar a conduta e causar um resultado. Já nos delitos culposos, e vontade é de praticar um comportamento proibido e causador de um resultado previsível; 
b) exteriorização do comportamento: o direito penal não pune o pensamento, devendo a vontade ser exteriorizado através de um comportamento.
Excluem a voluntariedade da conduta: 
Caso fortuito ou força maior.
Atos de inconsciência: sonambulismo, e hipnose.
Movimentos reflexos: ex. o bater de uma porta pode assustar uma pessoa e através de um ato reflexo ela lesionar alguém. OBS.: existem algumas ações que são chamadas de curto circuito. Ex. uma torcida de futebol que invade o campo e destrói o Estádio. Dentro desta torcida, existe um membro que apenas invadiu o estádio devido à excitação causada pelo movimento de toda a torcida. Este membro não poderá alegar ato involuntário.
Coação física irresistível: Ex. o salva-vidas que tem seus braços amarrados e é impedido de salvar o banhista que estava se afogando.
Crime doloso: (art18 CP. quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo) O dolo pressupõe consciência da conduta e suas consequências; somada à vontade de praticá-la. Consciência + Vontade 
O dolo está previsto no art. 18, I, do CP. O crime é considerado doloso quando “o agente quis o resultado ou quando assumiu o risco do produzi-lo”. São elementos do dolo: a) consciência: abrange a consciência do comportamento, do resultado e do nexo causal entre a conduta e o resultado. B) vontade: é a vontade de praticar o comportamento e produzir o resultado. No dolo, a vontade e a consciência devem abarcar os elementos do tipo.
Espécies de dolo:
Dolo Natural: é o dolo estudado na conduta, também chamado de neutro.
Dolo Normativo ou Híbrido: o dolo integra a culpabilidade, correspondendo ao que seria hoje a consciência da ilicitude do fato.
Dolo Direto ou Determinado: ocorre quando o agente quis diretamente o resultado. 
Dolo Indeterminado: pode ser de duas espécies
1) eventual: ocorre quando o agente assume o risco de produzir o resultado. A conduta é voluntária e o resultado é PREVISÍVEL e ACEITO pelo agente. Segundo Frank o dolo eventual é caracterizado pela seguinte fórmula “seja o que for, dê no que der, eu não deixo de agir”. Assim sendo, no dolo eventual o agente aceita o resultado que era previsto. É caracterizado pela expressão “Foda-se!”.
2) alternativo: o agente dirige sua conduta para praticar UM OU OUTRO crime, respondendo pelo mais grave, já que lhe era previsível e aceito. Ex: Gabriel atira para lesionar OU para matar Esmeralda.
Dolo Geral: trata-se na verdade de uma espécie de erro que ocorre quando, o agente supondo já ter alcançado o resultado desejado pratica uma nova conduta, que efetivamente produz o resultado. Ex: Caio da um tiro em Taís e imagina que a mesma esteja morta. Ao jogar o corpo no mar e ser realizada a perícia constata-se que Taís morreu por afogamento. 
Dolo de Primeiro Grau: é o dolo direto. À pessoa a quem se deseja ferir.
Dolo de Segundo Grau: quando o meio escolhido para praticar o crime desejado causa efeitos colaterais necessários. Ex: Gabriel pretende matar Caio, entretanto, este é irmão siamês de Paulo. Gabriel sabe que se matar Caio, com um tiro, também matará Paulo, fato que ocorre. Gabriel responderá pelo dolo de 1º grau de Caio e dolo de 2º grau de Paulo. Nelson Hungria entende que em relação a Paulo haveria dolo eventual. 
Teoria da vontade: dolo direto
Teoria do consentimento/assentimento: dolo eventual
OBS.: pesquisar dolo genérico e dolo específico. (Para 09/04) não fiz!!
Crime Culposo: está previsto no art. 18, II, CP. O crime culposo possui os seguintes elementos:
Conduta voluntária: a ação ou omissão é dirigida e orientada por um querer. Tanto o motorista que imprime velocidade excessiva em seu carro quanto o pai que se descuida de seu filho, possuem condutas ou omissões voluntárias.
Inobservância do dever objetivo de cuidado: a todos nós é imposto um dever de cautela que deve ser observado no convívio social. Doutrinariamente, leva-se em consideração o homem de inteligência mediana para identificar se no caso concreto foi ou não observado o dever de cautela. Este dever poderá ser inobservado de três formas:
Imprudência: é uma conduta positiva, praticada sem os cuidados necessários, causando um resultado lesivo e previsível ao agente. É a prática de uma conduta perigosa.
Negligência: é uma conduta negativa, uma omissão, ou seja, o agente deixa de observar uma regra que a diligência normal impõe. 
Imperícia: está necessariamente ligada a uma arte, ofício ou profissão (o médico, o engenheiro, o químico, dentre outros). O profissional deve possuir conhecimentos teóricos e práticos no exercício de sua atividade. É possível que a ausência destes conhecimentos, no exercício de suas atividades,venham a causar danos a terceiros, falando-se em imperícia.
Resultado naturalístico involuntário: o resultado não poderá ser voluntário, pois, se voluntario fosse, estaríamos diante de um crime doloso. Entretanto, o resultado deve ser naturalístico, ou seja, causador de uma modificação no mundo exterior, com algumas exceções. O art. 38 da Lei de drogas não exige resultado naturalístico.
Nexo de causalidade: é a relação de causalidade ou o liame que liga a conduta ao resultado.
Tipicidade: para que haja crime culposo, deve existir previsão expressa nalei.
Previsibilidade: o resultado deve ser previsível, uma vez que o direito penal não pode punir ou exigir a previsão do imprevisível. A previsibilidade poderá ser: 
Objetiva: é aquela em que o agente deve ser substituído pelo chamado homem médio, de prudência normal. Será analisado se a pessoa comum seria capaz de prever o resultado naturalístico. Se após a substituição for verificado que o resultado era imprevisível ou que mesmo sendo previsível, naquela situação, o homem comum não conseguiria prever, o agente não responde pelo crime.
são analisadas aqui as características pessoais e particulares do agente, tais como sexo, idade, condições físicas, dentre outras.
DESTAQUE: no direito penal não existe compensação de culpa!! Nestes casos, o juiz só poderá admitir a concorrência de culpas, que será verificada no art. 59, CP.
Espécies de culpa: 
Culpa consciente: o agente prevê o resultado como possível de ocorrer, mas acredita em sua habilidade e em seus conhecimentos para evitar a ocorrência do mesmo. Na culpa consciente o agente não aceita o resultado, sendo marcada pela seguinte expressão: “o que eu fiz?”. Já no dolo eventual, o resultado também é previsto, porém o agente não se importa com sua ocorrência, aceitando o mesmo. No dolo eventual a expressão é a seguinte: “dê no que der, eu não deixo de agir”.
Culpa inconsciente: o agente não prevê um resultado que era previsível. 
Culpa imprópria, por equiparação ou por assimilação: ocorre nas chamadas descriminantes putativas, quando o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias do caso concreto, da causa dolosamente a um resultado, mas responde a título de culpa. Se o erro for evitável o agente responde por culpa, desde que esteja prevista a modalidade culposa. Sendo inevitável, ficam excluídos o dolo e a culpa. Ex: Gabriel é inimigo de “Guelinha” certo dia, Gabriel encontra seu inimigo em uma rua escura. “Guelinha” leva a mão ao bolso e Gabriel, imaginando que o mesmo iria sacar uma arma, o mata. Fica demonstrado que “Guelinha” iria tirar um lenço do bolso. 
ERRO DE TIPO: (erro é a falsa percepção da realidade) é um erro que recai sobre uma elementar, sobre uma circunstância ou sobre um dado que constitui o tipo penal.
Resultado
Nexo causal: é a relação de causalidade ou o liame que liga a conduta ao resultado.
Tipicidade: para que haja crime, deve haver lei o definindo.
Concausas
Quando 2 causas estão envolvidas em um mesmo evento. As concausas podem ser:
Concausa absolutamente independente: A causa efetiva não deriva direto ou indiretamente do comportamento paralelo/concorrente.
Elas podem ser:
a.1) Preexistentes: Maria é mulher de João e por volta das 10 horas lhe dá veneno. Duras horas depois, Antônio dá um tiro em João, seu desafeto, João morre envenenado.
Maria responde por homicídio consumado e Antônio por tentativa de homicídio.
a.2) Concomitantes: Maria dá veneno a João e ao mesmo tempo, Antônio atira em João. João morre pelo tiro que tomou.
Maria responde por tentativa de homicídio e Antônio por homicídio consumado.
a.3) Supervenientes: Maria dá veneno à João. João vai até a sala e morre por traumatismo craniano causado pela queda do lustre.
Destaque: Nas causas absolutamente independentes, o comportamento paralelo sempre responde pela tentativa.
Concausas relativamente independentes: A causa efetiva do resultado deriva, ainda que indiretamente do comportamento concorrente. Elas podem ser:
b.1) Preexistentes: Gabriel dá um tiro em Caio. Caio era hemofílico e morre porque não consegue estancar o sangramento. Se Gabriel sabia que Caio era hemofílico, responderá por homicídio consumado. Caso não soubesse, responderia por tentativa de homicídio, pois em direito penal não existe responsabilidade objetiva.
b.2) Concomitantes: Gabriel dá um tiro em Caio, e não acerta a vítima, todavia, Caio devido ao susto, morre de colapso cardíaco. Gabriel responderá por homicídio consumado.
b.3) Supervenientes: “A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só, produziu o resultado. “Os fatos anteriores, entretanto, imputa-se a quem os praticou”. Neste caso, devemos entender o que significa a expressão “por si só”. Nos exemplos abaixo será entendido, respectivamente, o significado de:
“Não por si só”. Exemplo: Gabriel dá um tiro em Caio. Caio é levado é levado para o hospital e morre de infecção hospitalar, pois através da ferida pegou uma bactéria. Gabriel responde por homicídio consumado.
“Por si só”. Exemplo: Gabriel dá um tiro em Caio. Caio é levado para o hospital onde morre soterrado, devido ao desabamento do teto. Gabriel responde por tentativa de homicídio
OBS: Quando a causa da morte não está dentro do nexo normal, dentro da linha de desdobramento físico possível do evento, caracterizada estará a expressão “por si só”
Tipicidade
Tipicidade Penal= Tipicidade formal + Tipicidade congelante (antinormatividade + Tipicidade Material)
Tipicidade formal: É a perfeita subsunção (encaixe ou enquadramento) entre o comportamento humano e o fato descrito em abstrato pelo tipo penal.
Entretanto a tipicidade penal não pode ficar restrita apenas a esta análise, sendo feito ainda um juízo de valor, que é a chamada tipicidade congelante.
Tipicidade congelante: Antinormatividade: Tem por objetivo harmonizar o Direito Penal com outros ramos do direito, dessa forma uma conduta não pode ao mesmo tempo ser fomentada, estimulada e proibida pelo Estado.
Exemplo: No código penal militar e no CPPM fazem previsão da pena de morte para alguns delitos. Tal pena é executada através de fuzilamento. No entanto o código penal pune o agente pelo crime de homicídio.
O homicídio é crime, mas não no caso do carrasco daquele que executa a pena de morte, pois esta conduta é permitida e estimulada pelo Estado.
OBS: Zaffaroni entende que neste caso houve um esvaziamento da antijuridicidade, ou seja, o estrito cumprimento do dever legal passou a ser analisado dentro da tipicidade.
Tipicidade Material: O Direito Penal protege o bem jurídico mais importante para a sociedade. O legislador através de um critério político seleciona os bens de maior interesse, todavia, o legislador não consegue detalhar as lesões que tais bens poderão sofrer no caso concreto.
Ao direito penal só interessa algumas lesões e não aquelas que são insignificantes, ou seja, é um ramo do direito que visa uma lesão de certa intensidade para que possa ser aplicado. Dessa forma o princípio da insignificância ou bagatela exclui a tipicidade material.
ANTIJURÍDICO:
Legítima defesa
1. agressão injusta: é aquela contrária ao direito, não necessitando ser um crime. Ex: furto de uso não é considerado crime, entretanto o proprietário do bem poderá repeli estar agressão injusta e alegar legitima defesa.
1.1) dolo e culpa: parte da doutrina entende que a agressão injusta só poderá ser dolosa, pois em caso de culpa ocorrerá uma situação de perigo, podendo ser alegado estado de necessidade. A outra parte da doutrina entende que pode ser dolosa ou culposa a injusta agressão. 
1.2) real e putativa: a legítima defesa putativa é aquela que só existe no imaginário do agente, em outras palavras a agressão injusta não existe no mundo dos fatos. Ex: o caso do lenço. Na legítima defesa real, a agressão ocorre realmente. 
obs: não se pode confundir injusta agressão com injusta provocação, nos arts 121, §1, CP e 129, §4,CP; a injusta provocação funciona como privilégio, ou seja, causa de diminuição de pena.
Obs2: muito cuidado com os casos envolvendo inimputáveis. Se o inimputável for de tenra idade, Claus Roxim entende que não cabe legítima defesa. 
2) Atual ou iminente ao contrário do estado de necessidade, a lei abordou a agressão iminente, que pode ser conceituada como aquela que está prestes a acontecer. Não se admite legitima defesa contra agressão passada ou futura. 
3) uso moderado dos meios necessários : é a proporção entre ataque e defesa.. Entende-se como meio necessário o menos lesivoà disposição do agredido no momento da agressão, porém, capaz de repelir o ataque com eficiência. Tal meio deve ser utilizado de forma moderada, ou seja o suficiente para repelir a injusta agressão. 
proteção do direito próprio ou alheio. É possível a legítima defesa própria ou de terceiros. 
5) conhecimento da justificante. É o único elemento Subjetivo da legítima defesa. Não basta agir,tem que saber que sua ação ocorre em legitima defesa.
Destaque: 
1. Não é possível a alegação de legitima defesa contra legítima defesa ou legitima defesa contra estado de necessidade. Para alegar legítima defesa, o agente deve repelir uma agressão injusta. Aquele que age em legítima defesa ou em estado de necessidade provoca uma agressão justificada, ou seja, não está produzindo uma agressão injusta, que merece ser repelida.
Todavia, é permitida legítima defesa real de legitima defesa putativa.
Ex no caso do lenço, aquele que iria sacar o mesmo do bolso, poderá agir em legítima defesa vez que seu oponente sacou uma arma..
Destaque: causas excludentes da ilicitude
Ofendículos jurídicos: São aparatos para a defesa do patrimônio. Ex: cacos de vidro sobre os muros.
Qual a natureza jurídica dos ofendículos jurídicos? Natureza jurídica é a posição que o instituto ocupa dentro do ordenamento jurídico, a sua essência, ou, em outras palavras, como o direito enxerga determinado instituto. Quando instalados, os ofendículos jurídicos funcionam como um exercício regular de um direito. No momento em que funcionam, são considerados como legítima defesa (do patrimônio, no caso dos cacos de vidro).
Excesso na legítima defesa: é possível que, após repelida a injusta agressão, o agente continue a agir, ocorrendo o excesso. Segundo a doutrina, o excesso poderá ser:
Doloso: quando o agente tem plena consciência de que a agressão cessou e mesmo assim segue reagindo, respondendo pelo resultado excessivo a título de dolo.
Culposo: quando o agente, por erro na apreciação da situação prática, supõe que a agressão ainda persiste, por conta disso continua reagindo. Se o erro for evitável, responder-se-á pelo crime na modalidade culposa (se a lei previr a forma culposa). Caso o erro seja inevitável, não se responde por dolo nem por culpa.
É possível ocorrer a chamada legítima defesa sucessiva. Esta se dá quando o agente age para repelir o excesso.
Estado de necessidade
Segundo o art 24 do CP são requisitos stado de necessidade: 
1. Perigo atual: a situação de perigo pode ser causada por um fator da natureza, um fato humano ou por um animal (desde que não haja pessoa determinada, o que na verdade configuraria injusta agressão). O perigo não pode ser confundido com a injusta agressão. Dessa forma, se Caio estimular o ataque de seu cão bravio a uma determinada pessoa e esta repelir a conduta, matando o animal, ocorrerá legítima defesa. Apesar do art.24 incluir apenas o perigo atual, ou seja, aquele que está acontecendo, a doutrina também inclui o perigo iminente. Segundo Greco, o único perigo que não está incluído é o pretérito. Em relação ao perigo o estado de necessidade poderá ser classificado em: 
1.1 real: quando a situação de perigo existe no mundo dos fatos.
1.2 putativo: as descriminantes putativas podem ser conceituadas como sendo situações que só existem na cabeça do agente, mas que tornam lícita a conduta praticada. 
2. Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente. A doutrina majoritária entende que a expressão "voluntariamente " engloba apenas o dolo. Para Mirabeth tal situação engloba também a culpa. Assim exposto, o agente que deu causa ao incêndio não poderá alegar estado de necessidade, se por exemplo agrediu alguém para se salvar do fogo.
3. Salvar direito próprio ou alheio.: o bem jurídico protegido pode ser do proprio agente que atuou em estado de necessidade, ou de um terceiro, como ocorre no seguinte exemplo : Caio e Pedro estão se afogando e Júlia agride Pedro (comportamento inevitável ) ara salvar Caio.
4- Inexistência do dever de enfrentar o perigo
Segundo Mirabete, este inciso só será aplicado ao art 13 §2º, A, do CP. A corrente amplamente majoritária estende tal dever ao art 13 §2º, A-C, do CP.
O artigo 13 §2º do CP trata da omissão penalmente relevante, obedecendo a figura do garantidor.
Garantidor é aquele que deve e pode evitar o resultado.
O artigo 13 §2º, do CP elenca os seguintes casos: 
	“Alínea A”: Tenha por lei de cuidado, proteção e vigilância.
	Exemplo: O salva vidas pertence ao quadro da polícia militar estadual (art 144, V, CF). 
	Se uma pessoa estiver se afogando e o salva vidas puder e não salvar a vida da pessoa, 		responderá por homicídio por omissão.
	“Alínea B”: De outra forma assumiu a responsabilidade de atingir o resultado.
	Exemplo: A babá que cuida de uma criança
	“Alínea C”: Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
	Exemplo: Caio fez uma fogueira para esquentar sua comida, entretanto causa um		incêndio em todo o acampamento, devendo nessa situação evitar a morte de seus		companheiros.
5- Inevitabilidade de Comportamento lesivo.
Só poderá alegar o estado de necessidade aquela que age em sacrifício de bem alheio para salvar direito próprio se a única saída era cometer o ato lesivo.
Considera-se estado de necessidade agressivo aquele que o agente sacrifica Direito/Bem jurídico de um terceiro inocente. Exemplo: Em um condomínio de casas de paredes divisórias comuns inicia-se um incêndio. O morador da casa 3 percebendo que o fogo passava da casa 1 para 2 e certamente o atingiria, destrói a residência 2. O fogo foi ocasionado por um curto circuito.
6- Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado
O código penal adotou a teoria unitária, ou seja, só existe estado de necessidade justificante, ao contrário do CP militar que adotou a teoria diferenciadora, existindo o estado de necessidade justificante e exculpante.
Assim exposto para o CP, se o bem protegido for de maior valor que o bem sacrificado haverá estado de necessidade, caso contrário apenas uma diminuição de pena (art 24 §2º, CP)
7- conhecer a situação justificada.
Exercício regular de um direito
Estrito cumprimento do dever legal
Causas supralegais
CULPÁVEL:
Imputabilidade
Potencial consciência da ilicitude do fato
Inexigibilidade de conduta diversa.

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