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p U N I V E R S I D A D E E S T A D U A L D E S A N T A C R U Z D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s E x a t a s e T e c n o l ó g i c a s C o l e g i a d o d o C u r s o d e Q u í m i c a Química Inorgânica – 2017.1 Prof. Márcio Luis Ferreira RELATÓRIO DE EXPERIMENTO III "PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS METAIS" Alunos: Gabriel Pereira da Silva (201611338) Juciclésio Oliveira Silva (201611128) Agosto-2017 Ilhéus-Bahia UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Relatório de Experimento No III: "Propriedades magnéticas dos metais” Alunos: Gabriel Pereira da Silva e Juciclésio Oliveira Silva 1. APRESENTAÇÃO Este relatório descreve as atividades desenvolvidas por Gabriel Pereira da Silva e Juciclesio Oliveira Silva, alunos do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual de Santa Cruz, no âmbito da parte experimental da disciplina – Química Inorgânica, durante o 1o semestre/2017. A disciplina é ministrada pelo Prof. Márcio Luis Ferreira. Serão descritos os objetivos, a parte experimental, os resultados, os cálculos, a discussão e as conclusões referentes ao experimento intitulado "Propriedades magnéticas dos metais". Ilhéus, 09 de agosto de 2017. ___________________________ Gabriel Pereira da Silva ___________________________ Juciclésio Oliveira Silva Colegiado de Química Curso: Engenharia Química 2. INTRODUÇÃO As propriedades magnéticas dos materiais têm sua origem na estrutura eletrônica dos átomos. Do ponto de vista clássico, são de dois tipos os movimentos, associados ao elétron que podem explicar a origem dos momentos magnéticos: o momento angular orbital do elétron, e o momento angular do “spin” do elétron. Todas as substâncias sejam elas sólidas, líquidas ou gasosas mostram alguma característica magnética, em todas as temperaturas. Dessa forma, o magnetismo é uma propriedade básica de qualquer material. Propriedades magnéticas dos materiais são consequências dos momentos magnéticos atômicos. Paramagnéticos: possuem momento magnético atômico permanente; Diamagnéticos: não possuem momento magnético atômico; Ferromagnéticos: fortes momentos atômicos ordenados. O elemento ferro pode ser encontrado sob a forma de três óxidos: FeO, Fe2O3 e o Fe3O4, e todos eles tendem a ser não-estequiométricos. O composto FeO quando analisado estruturalmente apresenta certa deficiência em metal, e fórmula Fe0,95º. A tendência à não-estequiometria exibida por óxidos de ferro se relaciona com a fácil mudança estrutural. Os óxidos de ferro apresentam formas cúbicas que diferem muito pouco entre si, é observada apenas alguma diferença na disposição dos íons Fe2+ e Fe3+ nos interstícios octaédricos ou tetraédricos. A magnetita (Fe3O4) apresenta hábito octaédrico, sendo usualmente maciça e granular. Um mineral de brilho metálico, de elevado dureza, traço preto e caráter fortemente magnético, comportando-se como um imã natural. A composição química corresponde à da fórmula, apresentando alguma contaminação por magnésio e manganês bivalente. O mineral é considerado quimicamente estável, sendo infusível, vagarosamente solúvel em ácido clorídrico e apresenta o elemento ferro nos seus dois estados de oxidação, Fe2+ e Fe3+. A magnetita é a pedra-imã mais magnética de todos os minerais da Terra, e a existência desta propriedade foi utilizada para a fabricação de bússolas. O nome, magnetita vem da região onde a mesma era antigamente encontrada, que era a Magnésia(região da Grecia), e magnésia quer dizer "lugar das pedras Mágicas", pois estas pedras "magicamente" atraiam-se! A magnetita é a fonte mais valiosa entre os minérios de ferro. É encontrada, como pequenos grãos, disseminada nas rochas ígneas e metamórficas. 3. OBJETIVOS Preparação de um composto magnético a partir de reagentes não magnéticos. 4. PARTE EXPERIMENTAL 4.1 MATERIAIS E REAGENTES • 1 proveta; • 2 conta-gotas; • 1 tubo de ensaio; • 4 béqueres; • Água; • Termômetro; • Pinça; • Suporte e funil; • Papel de filtro; • Estufa; • Ímã; • Balança; • Álcool etílico; • Agitador magnético com aquecimento; • Solução de hidróxido de amônio 80mL/L; • Solução de FeSO4.7H2O (24g/L); • Solução de FeNH4(SO4)2.12H2O (48g/L). 4.2 PROCEDIMENTOS Distribuiu-se em três béqueres as soluções de sulfato férrico de amônio (1), sulfato de ferro (II) hidratado (2) e hidróxido de amônio (3). Reservou-se. Preparou-se um banho-maria, aquecendo água em um béquer num agitador magnético. Inseriu-se também, o termômetro para acompanhamento da temperatura. Num tubo de ensaio misturou-se rapidamente: 4 ml da solução 1, 4 ml da solução 2 e 20 ml da solução 3, indicadas acima. Após agitar a solução, colocou-se o tubo no banho-maria preparado e aguardou-se dez minutos. Com o auxílio de uma pinça retirou-se o tubo do aquecimento para teste com o ímã, até reagir ao campo magnético, finalizando o aquecimento. Para iniciar a filtração, pesou-se a massa do papel de filtro e preparou-se o suporte com o funil. Adicionou-se 5ml de água ao composto e filtrou-se. Lavou- se o composto com 10ml de álcool etílico e levou-o à estufa. No dia seguinte, pesou-se a massa do composto. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A obtenção da magnetita se deu adicionando 4mL de sulfato ferroso e 4mL sulfato férrico de amônio num béquer contendo 20mL de hidróxido de amônia. A reação que descreve o processo é descrita por: 𝐹𝑒𝑁𝐻4(𝑆𝑂4)212𝐻2𝑂(𝑎𝑞) + 2𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) ↔ 𝐹𝑒(𝑂𝐻)2(𝑎𝑞) + 7𝐻2𝑂(𝑙) E: 𝐹𝑒𝑁𝐻4(𝑆𝑂4)212𝐻2𝑂(𝑎𝑞) + 3𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) ↔ 𝐹𝑒(𝑂𝐻)3(𝑎𝑞) + 4𝑁𝐻4(𝑔) + 2𝑆𝑂4(𝑎𝑞) + 12𝐻2𝑂(𝑙) A partir da análise das equações que descrevem o processo que foi realizado é possível observar que houve desprendimento de um gás, o gás amônia e houve também a formação de hidróxido de ferro (II) e hidróxido de ferro (III). A outra parte do experimento consistiu em aquecer a solução em questão durante um determinado tempo, onde se parou de aquecer quando foi verificado que a espécie contida no tubo de ensaio respondia ao efeito do campo magnético do imã aproximado. Foi realizada uma filtração do composto para ocorrer a separação entre os produtos de reações obtidos e a água. Após alguns dias na estufa, foi medida a massa da magnetita, que, junto à massa da água correspondeu a 1,1372g, como a massa da água anterior foi medida anteriormente e correspondeu a 1,0964g, implica que a massa da magnetita pura foi de 0,0408g. Por fim, a partir da estequiometria da equação que descreveu as reações observadas foi estimada a massa de cada reagente que produziu a magnetita. 89,96𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒(𝑂𝐻)2 − − − − − −231,53𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒3𝑂4 𝑥 − − − 0,408𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒3𝑂4 ∴ 𝑥 = 0,1585𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒(𝑂𝐻)2 De maneira análoga: 106,867𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒(𝑂𝐻)3 − − − − − −231,53𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒3𝑂4 𝑦 − − − 0,408𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒3𝑂4 ∴ 𝑦 = 0,1883𝑔 𝑑𝑒 𝐹𝑒(𝑂𝐻)3 Devido a sua distribuição eletrônica, o ferro responde de maneira considerável à presença de um campo magnético, isso se deve ao fato de que os orbitais 3d do ferro não possuírem elétrons emparelhados, dessa maneira, os spins destes elétrons que se encontram desemparelhados adquirem a orientação do campo magnéticoao qual a espécie é exposta. Já para o Fe2+ onde ocorre a remoção de dois elétrons, o que diminui a quantidade de elétrons desemparelhados, mas ainda assim, a espécie iônica possui elétrons desemparelhados e responde à presença de um campo magnético, para o Fe3+ também temos a remoção de elétrons, porém dessa vez, a remoção é de 4 elétrons e a diminuição do número de elétrons desemparelhados é mais acentuada, mas ainda assim, responde à presença de um campo magnético. Este fenômeno não é classificado como paramagnetismo ou diamagnetismo e sim como ferromagnetismo, isso se deve ao fato das distribuições para as espécies serem mais ordenadas, gerando materiais que responde de forma mais ou menos intensa à presença de um campo magnético. 6. CONCLUSÃO Portanto, o planejamento de sistemas que exibem uma ordem magnética a alta temperatura (Tc, temperatura crítica) através da montagem de unidades inorgânicas paramagnéticas discretas ou puramente orgânicas com propriedades adicionais (quiralidade, condutividade elétrica, ótica não-linear, fotomagnetismo, dentre outras) é um importante tópico onde resultados extraordinários têm sido descritos. Em suma, as reações para a preparação da magnetita foram bem sucedidas. Por meio dos experimentos foi possível efetuar as análises necessárias nas diferentes etapas dos procedimentos. E, através dos resultados obtidos foi possível a resolução do cálculo do rendimento experimental, através do que foi obtido, em relação ao rendimento teórico, aplanando os conhecimentos a cerca das técnicas e teorias utilizadas. Assim, atingindo o objetivo da aula prática. 7. REFERÊNCIAS [1]Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. EditoraEdgardBlücher Ltda. [2]ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna o meio ambiente. 3 ed. Guanabara Koogan, 2006 [3] Jesus Filho, M. F.; Fabris, J. D.; Goulart, A. T.; Coey, J. M. D.; Ferreira, B. A.; Pinto, M. C. F.; Clay Clay Miner. 1995, 43, 641
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