Conteúdo 3 O Novo Sistema de Contas Nacionais do Brasil

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CONTABILIDADE SOCIAL
Prof. José Francisco Amorim
O Novo Sistema de Contas Nacionais do Brasil: As CEIs e as TRUs
Conteúdo I1I
Objetivos do Capítulo
Descrever o Novo Sistema de Contas Nacionais (1993).
Apresentar o Novo Formato.
Introdução
Descreve o Novo Sistema de CNs, conforme as recomendações internacionais mais recentes.
Sendo assim, a CN oferece um recorte temporal a respeito da realidade econômica de determinada região (País, Estado, Munícipio).
Além disso, as CNs oferecem as referências básicas de classificação de atividades e de setores institucionais, definindo as fronteiras econômicas.
Introdução
O Manual das NU de 1993, estabelece esse novo modelo, integrando vários sistemas contábeis de representação da atividade econômica.
Sendo assim, destacam-se as Contas Econômicas Integradas, as Tabelas de Usos e Recursos (base da M-I-P).
As CEIs compõem – Contas Correntes, Contas de Acumulação e Contas de Patrimônio.
Antecedentes
A partir do Manual das Nações Unidas de 1993 surge um novo modelo de CNs, em conjunto com FMI, OCDE e Eurostat.
O Relatório Inicial destacava a divisão em agentes: Famílias, Empresas e Administrações Públicas e para cada 4 contas:
Conta de produção.
Conta de Apropriação.
Formação Bruta de Capital Fixo.
Transações com o Exterior.
Mesmo considerando a Universalização das Contas, as Nações Unidas defendem a manutenção de um sistema flexível. 
Uma Visão Geral do Novo Sistema de Contas Nacionais: CEIs e TRUs
O Novo Sistema de Contas passou a ser divulgado pelo IBGE a partir de 1997, substituindo o anterior.
O Novo Sistema está centrado nas CEIs e nas TRUs, contribuindo com a melhor gestão de apuração das informações do determinado Estado Nação.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Estas são elaboradas a partir da sequencia de fluxos inter-relacionados com as Contas de Patrimônio, onde estes alteram o volume do Produto e da composição de ativos e passivos das Unidades Institucionais.
Sendo assim, tais Contas de Patrimônio registram os valores dos ativos e passivos, detidos pelos setores Institucionais, em seu início e seu fim.
Fonte: SCN, 1993 apud Feijó Et Alli, 2001. 
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Esse Novo Sistema utiliza da terminologia Usos e Recursos ao invés de Débito e Crédito.
Usos = Operações que reduzem o montante do valor econômico de um setor.
Recursos = Operações que aumentam o valor econômico de quem recebe.
O Saldo ou Resultado Líquido, é obtido a partir do confronto, ou resíduo obtido das Contas Nacionais, gerando os Agregados (PIB, RNB, RIB, RND, Sr, etc....)
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Cada linha reflete os montantes a pagar e a receber e nas colunas são apresentados os Setores Institucionais (ambos os lados).
Os setores Institucionais caracterizam-se por sua autonomia de decisão e unidade de patrimônio, onde podemos verificar o Total da Economia e o Resto do Mundo.
As CEIs são estruturadas em 3 subconjuntos: Contas Correntes, Contas de Acumulação e Contas de Patrimônio.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Contas Correntes = Apresentam a Produção, Distribuição e Utilização da Renda.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Contas de Acumulação = Variação de Ativos e Passivos.
Representam ainda a cessão de ativos financeiros e não-financeiros, pelas Unidades Institucionais, por transações econômicas ou resultado da valorização do capital.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Contas de Patrimônio = Apresentam os valores do estoque do ativos e passivo e patrimônio líquido.
Representam ainda a cessão de ativos financeiros e não-financeiros, pelas Unidades Institucionais, por transações econômicas ou resultado da valorização do capital.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
O Patrimônio em Contas Nacionais engloba os ativos:
Tangíveis - patrimônios físicos, excluindo bens duráveis possuídos por famílias.
Intangíveis - Marcas e Patentes.
Financeiros - Moeda, Ações e Títulos.
As CNs consideram patrimônio os ativos registrados a preços de mercado, porém não consideram os Recursos Naturais.
As Tabelas de Usos e Recursos
São vinculadas as CEIs por apresentar resultados agregados de oferta e demanda total e rendas por setores de atividade.
São classificadas segundo as atividades econômicas de diversos setores, sendo a base para a Matriz Insumo-Produto.
As TRUs são apresentadas como:
Tabela de Recursos de Bens e Serviços (Produção e Importação).
Tabela de Usos de Bens e Serviços que apresenta o Consumo Intermediário e a Demanda Total.
Valor Adicionado por setor de atividade.
As Tabelas de Usos e Recursos
A Conta de Operações de Bens e Serviços é separada da CEI, considerada a base de todo o Sistema.
Os Recursos e Usos se equilibram, não apresentando saldo contábil como nas contas apresentadas.
O objetivo da Conta de Operações de Bens e Serviços é apresentada o Total da Oferta de Bens e Serviços e o destino das categorias de demanda.
As Tabelas de Usos e Recursos
As Tabelas de Usos e Recursos
Descrevem a Origem de Bens e Serviços, sendo apresentados por setor de atividade na montagem das TRUs, podendo descrever a seguinte identidade:
As Tabelas de Usos e Recursos
A produção de serviços, é dividida em mercantis e não-mercantis, prestados gratuitamente pelas AP ou por IPFL.
As CNs consideram o Consumo Intermediários de bens e serviços utilizados no processo de produção, para elaboração de outros bens mercantis ou não.
A ampliação da capacidade produtiva estão representada por Formação Bruta de Capital Fixo, o destino desses bens é para uso no processo de produção.
Despesas de P&D aumentam a produtividade, por isso, implicam em consumo intermediário.
As Tabelas de Usos e Recursos
A VE corresponde à variação líquida nos estoques de bens acabados ou matérias-primas utilizadas no processo de produção, expectativas não confirmadas necessitam de ajustes.
O valor dos estoques devem ser computados no momento em que ocorrem as entradas e saídas, famílias não formam estoques.
Xfob = Exportações cujo destino é o Resto do Mundo.
Ip = Imposto sobre Produtos recaem sobre os Bens e Serviços Mercantis
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Conta de Produção, a finalidade é deduzir o Valor Adicionado Interno Bruto, provém os rendimentos, sendo transportado para a Geração de Renda:
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
CONTA DA RENDA
Conta da Renda
Conta de Distribuição Primária da Renda
Conta de Distribuição Secundária da Renda
Conta de Uso da Renda
Conta de Distribuição Primária da Renda
Conta da Geração da Renda
Conta de Alocação da Renda
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Conta da Geração da Renda
Discriminam-se os componentes do PIB, explicitando o usos dos fatores de trabalho e capital para a geração do Produto.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
A Conta de Alocação da Renda apresenta a Renda Nacional Bruta, valor adicionado pela ótica da Renda
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Essa Conta gera da Renda Disponível Bruta, dispondo da Renda para consumir e poupar.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
O saldo da conta deve-se a Renda Nacional Disponível, diferenciando-se da economia como todo, pois inclui o saldo das transferências unilaterais recebidas do exterior.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
Último bloco de Uso da Renda, o Saldo gera como resultado a Poupança Bruta Sr.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
A Poupança deve financiar a Formação Bruta de Capital e a Variação de Estoque.
O final da Conta gera a Capacidade ou Necessidade de Financiamento.
As Contas Econômicas Integradas (CEIs)
A Conta Operações com o Resto do Mundo, destaca as operações que compõem as Transações Correntes do BP.A Conta evidencia os recebimentos e pagamentos de serviços de fatores entre a economia nacional e o resto do mundo.
Contas Econômicas Integradas Completas: Introdução aos Setores Institucionais
Seguindo a Nomenclatura dos Setores temos:
Sociedades Não-Financeiras – produzem bens e serviços.
Sociedades Financeiras – criam meios de pagamento e/ou intermediação financeira.
Administrações Públicas – realizam serviços de natureza pública, obtendo recursos via taxação de serviços ou impostos.
Famílias – adquire recursos.
Resto do Mundo – transações econômicas com as demais nações.
Conta de Produção
Oferece as estimativas do Valor Adicionado Bruto.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
No desdobramento do Valor de Produção por setores institucionais, podemos mensurar: Sociedades Financeiras, Administrações Públicas e Famílias.
Sociedades Financeiras considera:
As receitas por prestação de serviços.
Receitas provenientes de aluguéis.
Diferencial entre juros e rendimentos de propriedades.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
Como ajuste, cria-se uma CEI (ajustamento pelo serviço de intermediação financeira).
A produção das Administrações Públicas é constituída pela produção de serviços de uso coletivo que não têm valor de mercado.
O valor da Produção do Setor Famílias para o IBGE representa a contribuição das unidades de produção não incluídas no setor empresas não-financeiras.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
Os componentes do valor adicionado e os impostos sobre atividade são lançados como uso, sendo o Excedente Operacional.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
Permite os ajustes entre os setores institucionais referentes ao recebimento e pagamento de rendas de propriedade.
O saldo da conta é RNB ou Renda Primária dos Setores Institucionais (RPrB).
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
A RLP inclui:
Juros efetivos.
Juros Imputados creditados como remuneração de ativos pertencentes à família (FGTS e PIS/PASEP).
Rendas recebidas por aluguel de terra e ativos intangíveis.
Dividendos e rendimentos distribuídos pelas empresas
 Participação dos empregados nos lucros.
Prêmios líquidos e indenizações de seguros contra danos.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
Apresenta a Renda Disponível Bruta, ajusta as Rendas Primárias pela transferência de recursos.
As Contribuições Sociais são repassadas as Famílias e Administrações Públicas, enquanto os Benefícios Sociais são pagos às Famílias. E os impostos pagos às Administrações Públicas.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
A presente Conta, explicita como cada Setor Institucional utiliza a Renda Disponível Bruta em Consumo e Poupança.
Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes
Observações Adicionais
O SN deve ser visto não apenas como uma ferramenta para padronização, mas como importante instrumento para análise econômica.
As CEIs incluem os Setores Institucionais como Renda, Poupança, Financiamento.
Tabelas de Recursos e Usos
As TRUs são articuladas com as CEIs e se constituem na informação básica para a matriz insumo-produto.
Tabelas de Recursos e Usos
As TRUs apresentam as estimativas de oferta total, de produção, de importação, de consumo intermediário, de destino da produção e de remuneração dos fatores de produção.
O princípio que orienta a estimativa do VP é baseado no valor das receitas de venda acrescido das variações dos estoques.
Os setores Transportes e Comércio apresentam situações específicas.
Tabelas de Recursos e Usos
O setor Instituições Financeiras é definido de forma idêntica ao setor institucional de Sociedade Financeiras nas CEIs.
Nas CNs, todo bem de capital gera uma produção, como ‘Aluguéis’ nas TRUs.
Tabelas de Recursos e Usos
O setor Instituições Financeiras é definido de forma idêntica ao setor institucional de Sociedade Financeiras nas CEIs.
Nas CNs, todo bem de capital gera uma produção, como ‘Aluguéis’ nas TRUs.
Tabelas de Recursos e Usos
A1 – Valor de Produção das empresas em cada setor onde contribuem, não sendo restritas aos setores onde estão classificadas.
A2 – As Importações realizadas.
A1 + A2 – Apresenta a Oferta Total a preços básicos.
Tabelas de Recursos e Usos
Tabelas de Recursos e Usos
Tabelas de Recursos e Usos
Tabelas de Recursos e Usos
Em Resumo
As TRUs são um instrumento contabilístico importante, pois reúne, organiza e permite que se explore às estatísticas destinadas às análises detalhadas de produção e formação de preços.
A Integração das TRUs com a CEIs demonstra que:
Permite a análise da Economia em diferentes recortes da realidade.
Serve de referência para a ponderação e o cálculo de números índice.
Garante a consistência estatística dos principais agregados macroeconômicos.
Em Resumo
A montagem das TRUs permite ainda o estudo das relações técnicas de produção entre os setores de atividade econômica, por meio da matriz de insumo-produto.
Referências
Bibliografia Básica 
FEIJÓ, Carmem Aparecida et al. Contabilidade Social. O novo Sistema de Contas Nacionais do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 
PAULANI, Leda Maria; BRAGA, Márcio B. A nova Contabilidade Social.São Paulo: Saraiva, 2005. 
ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade Social (Livro Texto e Livro de Exercícios). São Paulo: Atlas, 1995.
 
Bibliografia Complementar 
LOPES, Luiz M.; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval (Orgs.). Manual de Macroeconomia. Básico e intermediário. São Paulo: Atlas, 1998.