Buscar

1 História da Loucura no mundo e no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História da Psiquiatria
Material didático – capítulo 1: história da Psiquiatria 
Louzã neto 
Os primeiros registros de patologias psiquiátricas datam de 2000 anos a.C.
As doenças eram ações de forças externas ao corpo humano: maus espíritos, bruxos, demônios, deuses...
Os doentes eram atendidos em rituais tribais ou abandonados. 
Era Grega e Romana:
Modelo de doença baseado na ruptura do equilíbrio interno.
Tratamento nos templos gregos: usados como hospitais - ar livre, água pura e luz solar fundamentais na recuperação. 
Roma: relatos de tratamentos com correntes, flagelos, sangrias, purgantes, banhos sulfurosos e inanição (quando comessem teriam a memória recuperada). 
Os doentes ricos eram mantidos em suas residências, os pobres ficavam nas ruas, e subsistiam pela caridade ou realizando trabalhos simples para particulares. 
Idade Média: Idade das trevas
Queda das civilizações grega e romana: caem progressos culturais. 
Religiosos cuidam dos doentes, crendices supersticiosas crescem: eram flagelados, acorrentados, escorraçados e deixados sem alimento para que os demônios fossem expulsos / exorcismo. Eram chamados de insanos, “lunáticos” ou “pecadores”. 
Doença considerada relação defeituosa entre o homem e a divindade: castigo por faltas morais e pecados, ou invasão por espírito maligno, ou a evasão da alma do corpo da pessoa. 
Século XVI:
O atendimento ao doente mental piora.
Monastérios substituídos pelas casas de caridade e asilos. 
Os doentes violentos colocados em celas e masmorras, os não violentos expostos à visitação do público ou forçados a pedir esmolas nas ruas.
 
Século XVII:
Doença mental: era a luta entre Deus e Satã pela alma humana, ou atribuída às bruxas e aos mágicos: cerca de 20 mil pessoas consideradas bruxas, foram queimadas na Escócia.
As casas de caridade abrigavam tanto doentes como marginais e as masmorras de Paris eram os únicos locais onde os doentes mais graves ficavam escondidos, o tratamento consistia de severas purgações, sangrias, camisas de força e chicote. Mas é também neste século que começam a fundar locais para tratamento dos doentes mentais.
Século XVIII:
Philippe Pinel começa uma reforma de libertação dos não doentes das internações nos asilos, e tratamento humano para os doentes.
O reconhecimento do doente mental como portador de patologia natural, orgânica coincide com a Revolução Francesa (igualdade, liberdade e fraternidade), pregada pelo Iluminismo Francês.
Século XIX:
Construção de hospitais em lugar das casas de caridade. 
Estudos científicos mais profundos: primeiro manual sobre transtornos psiquiátricos (1845), e a doença mental passa a ser discutida como as demais doenças. 
Os hospitais, devido à superlotação, ficam ineficientes, e o tratamento consiste em práticas desumanas.
Século XX:
Freud é o principal transformador, com suas teorias sobre comportamento humano. As discussões sobre o atendimento ao doente mental começam a tomar rumo neste século.
Na década de 60, na Itália, Franco Basaglia lidera um movimento que questiona a psiquiatria. Em 1978 o movimento consegue a aprovação de uma lei proibindo a construção de novos hospitais psiquiátricos, redirecionando os recursos públicos para a criação e manutenção de serviços alternativos como leitos psiquiátricos em hospitais gerais, lares abrigados, hospital-dia, albergues ou pensões protegidas. 
Vídeo 1
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL NO BRASIL
Brasil-Colônia: doente mental era livre nas cidades, aldeias e campos. A assistência médica e hospitalar dependia, sobretudo, das irmandades religiosas. As Santas Casas de Misericórdia funcionavam como albergues para os pobres, órfãos, inválidos e, obviamente, loucos. No Rio de Janeiro, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia foi fundado em 1567.
Séculos XVI e XVII – famílias mais abastadas escondiam seus doentes em casa, em quartos próprios ou em construções anexas. 
Século XVIII – as grandes propriedades rurais utilizavam apenas mão-de-obra escrava. Este trabalho para o homem livre passou a ser considerado indigno.
Século XIX - Chegada da Família Real: acaba a tolerância social ao doente mental. Era necessário “limpar” a loucura das ruas da Cidade. 
Economia passa a ser de urbanização/ industrialização: os “doentes” são amontoados nos porões insalubres das Santas Casas.
Sem assistência médica, os loucos como os demais marginais são entregues a guardas e carcereiros, seus delírios e agitações reprimidos por espancamentos ou contenção. 
Escravos e voluntários, sob orientação das Irmãs de Caridade, cuidavam destas pessoas nas Santas Casas - eram os chamados práticos de enfermagem.
A partir de 1830 começa a haver protestos contra o encarceramento do louco nas Santas Casas.
As denúncias dos médicos da Academia Nacional de Medicina sobre as péssimas condições de atendimento que os doentes recebiam fez surgir o discurso da necessidade de profissionais e de um local de tratamento. 
1852- marco institucional da assistência psiquiátrica: inaugurado o Hospício D. Pedro II, no Rio de Janeiro. 
Outros hospícios são criados no Brasil (Hospício de Juqueri –SP- 1858). 
As irmãs de caridade foram substituídas pelas enfermeiras leigas francesas. 
O Governo da República cria, em 27 de setembro de 1890, a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, primeira Escola de Enfermagem do país, visando preparar profissionais para atuarem nos hospícios e nos hospitais civis e militares
A enfermagem psiquiátrica brasileira surgiu no hospício, para vigiar, controlar e reprimir.
Proclamação da República: estabelecimento da psiquiatria científica brasileira. A saúde passou a ser atribuição do Estado e a classe médica controla as instituições de saúde. O antigo Hospício D. Pedro II, (agora Hospício Nacional de Alienados), teve seu primeiro diretor médico: TEIXEIRA BRANDÃO.
Início do século XX, o médico JULIANO RODRIGUES dirige o Hospício Nacional: quer recuperar os alienados nos asilos.
De 1841 a 1954 proliferam as colônias agrícolas para tratamento de doentes mentais em diversos estados brasileiros, mas os hospícios-colônias não cumprem um papel terapêutico (excluíam o doente mental do convívio social).
Praticavam a laborterapia como técnica terapêutica – sinônimo da garantia de disciplina e ordem, de forma a docilizar os incuráveis. Utilizavam modernas técnicas da medicina mental do período:
a) Hidroterapia - aplicação externa de água – quente ou fria, por meio de longos banhos, de imersão ou duchas;
b) Malarioterapia - inoculação do plasmodium no organismo do doente, para tratar paresia neurosifilítica, e para que a febre e os tremores “curassem” a doença mental. Jauregg, 1917- Viena;
c) Insulinoterapia – aplicação de insulina, em doses crescentes, que provocava convulsões, coma e um sofrimento físico intenso, para tratar esquizofrenia. Sakel, em 1927 – Berlim.
d) ECT: aplicação de corrente elétrica de alta voltagem sobre a região temporal, para provocar dessincronização traumática da atividade cerebral do paciente com contrações clônicas e perda da consciência.
O hospício se estrutura a partir do poder disciplinar, com atendimento voltado para: o isolamento com vigilância constante, a organização do espaço e a distribuição dos doentes no espaço hospitalar. 
A função de vigilância era, sobretudo, do enfermeiro que devia acompanhar os doentes por todos os lugares e em todos os momentos. 
Como consequência, toda violência e agressividade presentes no hospício eram decorrentes do desempenho violento e agressivo do “enfermeiro”, a quem cabia por herança secular o serviço sujo das pequenas e cotidianas atrocidades do espaço asilar: amarrar, conter, gritar, ofender, impor-se pela robustez física, proibir, aplicar as medidas terapêuticas psiquiátricas prescritas, tudo em nome da pseudo ordem do hospital.
O profissional da enfermagem não era formado para atender melhor ao doente mental, mas para viabilizar as possibilidades do discurso psiquiátrico brasileiro tornar-se científico.A enfermagem psiquiátrica foi criada especificamente para vigiar e disciplinar o louco, e não para cuidar dele.
Em 1950, a OMS recomendava que os governos invistam em ações de saúde mental. Alguns Institutos de Aposentadorias e Pensões no Brasil incorporam parcialmente a assistência psiquiátrica entre seus benefícios.
Em 1955, a introdução das drogas antipsicóticas abriu novas perspectivas no tratamento dos doentes mentais.
Final da década de 50 - saúde mental caótica: só no Juqueri havia mais de 15 mil pessoas internadas. A assistência psiquiátrica brasileira não acompanhava as atualizações terapêuticas que ocorriam no exterior. 
Década de 60: criado o INPS. O doente mental é o objeto de lucro. Proliferam entidades privadas de assistência psiquiátrica. As internações triplicaram e, pacientes sem necessidade clínica eram internados. 
A rede ambulatorial pública era subdimensionada
Início da década de 70 - o período de “milagre econômico”: as jornadas de trabalho mais extensas aumentam o índice de acidentes de trabalho, a massa trabalhadora tem diminuição de seu poder de compra, com reflexos em suas condições de saúde, principalmente nas grandes cidades. 
A assistência em saúde mental é negligenciada pelo Estado.
Fim da década de 70 - surgem os primeiros movimentos da Reforma Psiquiátrica, com o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) – debate e encaminhamento de propostas de transformação da assistência psiquiátrica.
Fim da década de 80 - o movimento atinge seu ápice, com contribuições das experiências italianas, começam as propostas de uma psiquiatria menos repressora, seja através de processo de desospitalização, ou de um trabalho mais voltado para os interesses e necessidades da comunidade.
A década de 90 tem como marco principal a Lei de deputado Paulo Delgado. REFORMA PSIQUIÁTRICA ou Política de Desinstitucionalização, que prescreve a extinção dos hospitais psiquiátricos, e sua substituição por outras modalidades e práticas assistenciais.
A Conferência Regional para a Atenção Psiquiátrica, organizada pela Organização Pan-Americana de Saúde em Caracas em 1990 e a II Conferência Nacional de Saúde Mental realizada em Brasília em 1992 são os marcos da década de 90 ressaltando sempre os direitos humanos e civis dos pacientes psiquiátricos.
Processo de Reforma Psiquiátrica: reestruturação da assistência, superando o modelo asilar e construindo novas possibilidades de assistência substitutivas.
Reforma Psiquiátrica ou Política de Desinstitucionalização: extinção dos hospitais psiquiátricos, e criação de outras modalidades e práticas assistenciais. Não só um processo de desospitalização, mas invenção de práticas assistenciais territoriais; processo de desconstrução dos conceitos e das práticas psiquiátricas”. (AMARANTE, 1994, p. 81).
Trata-se, na verdade, de dar ao doente o direito a um cuidado real, concreto, “não de ser excluído, mas de receber ajuda no seu sofrimento, na sua positividade e na sua possibilidade de ser sujeito (...) de não ser despossuído de seus direitos não apenas sociais, civis e políticos, mas de ser uma pessoa, de ter seus desejos e projetos” (AMARANTE, 1996). 
Vídeo 2

Outros materiais