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DISLIPIDEMIAS Definição Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteinas. Dislipidemias são, portanto, alterações da concentração de lipídeos no sangue que provocam risco elevado principalmente para eventos cardiovasculares (acidente vascular cerebral, AVC, por exemplo). Etiologia Muitas vezes uma dislipidemia é provocada por outra doença, as chamadas dislipidemias secundárias, por exemplo a obesidade, a má alimentação, o hipotireoidismo, a insuficiência renal etc. Nesse casos, a correção da doença principal é o básico para um tratamento racional Quando não há causas secundárias, chamamos as dislipidemias de dislipidemias primárias. A maior parte desses distúrbios tem origem em problemas no metabolismo no fígado ou intestino provocado por alterações genéticas, daí serem muito freqüentes em uma mesma família. As dislipidemias podem ocorrer à custa de: Aumento do colesterol (total + LDL): Hipercolesterolemia pura Aumento dos triglicérides: Hipertrigliceridemia pura Aumento de colesterol e triglicérides: Dislipidemia mista Redução de HDL Valores de Referência Desejáveis mg / dl Limítrofes mg / dl Altos mg / dl Colesterol < 200 200 - 239 ~240 LDL < 130 130 - 159 ~160 HDL >35 Triglicérides < 200 > 200 Fisiopatologia As partículas de LDL têm como principal função levar o colesterol às células onde pode ser utilizado na síntese de membranas celulares e hormônios esteróides. Cerca de um terço das partículas de LDL são eliminadas da circulação pelos receptores de LDL do fígado, os quais podem ser suprimidos por uma dieta rica em gordura e colesterol, elevando assim os níveis plasmáticos do colesterol As lipoproteínas de alta densidade (HDL) são originadas no intestino e fígado, sendo que a sua forma inicial recebe colesterol não esterificado das membranas celulares. O colesterol assim obtido é esterificado pela acetiltransferase de lecitina-colesterol (LCAT), aumentando seu conteúdo de lipídios e transformando as partículas de HDL3 em partículas de HDL2, que desempenha papel importante no transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, para sua excreção. Sinais e Sintomas A principal manifestação clínica é a aterosclerose, que é resultante da interação de vários processos incluindo injúria do endotélio, resposta inflamatória, influência genética e resposta reparativa da parede arterial associada a dislipidemia. O processo inicia-se a partir de uma lesão no endotélio vascular, que leva a entrada de monócitos no espaço intimal, sendo que estes monócitos englobam lipoproteínas como o LDL oxidado, dando origem às células espumosas. Mediadores inflamatórios liberados no espaço intimal perpetuam e ampliam este processo, levando à formação da placa aterosclerótica, a qual se constitui de um núcleo lipídico e de uma placa fibrosa de revestimento. Ao longo a vida, pode ocorrer ruptura e/ou trombose nas placas ateroscleróticas, cujo grau de comprometimento vai determinar a magnitude do evento cardiovascular: a)Angina pectoris: dores no peito causadas por falta de oxigênio no músculo cardíaco (miocárdio); a falta de oxigênio no músculo cardíaco é chamada de isquemia do miocárdio Infarto agudo do miocárdio, comumente chamado de ataque cardíaco b)Ataque isquêmico transitório: Perda temporária (menos de 24 horas) de função cerebral por obstrução temporária da circulação AVC ou Acidente vascular cerebral. Perda de função cerebral por obstrução temporária da circulação, por pelo menos 24 horas, às vezes definitiva, por obstrução da circulação. c)Doença arterial periférica A hipercolesterolemia por si só é silenciosa. Os sintomas costumam ser das doenças conseqüentes a ela, mas alguns tipos de hipercolesterolemia levam à alterações físicas específicas: xantoma (lesões encontradas na pele sob a forma de nódulos ou placa, devido ao acúmulo de colesterol em macrófagos), xantelasma palpebral (manchas amarelas ao redor dos olhos) e arco senil (descoloração branca ao redor da córnea).
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