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O Caso Escola Base começou com a denúncia de duas mães aos donos da escola infantil onde estudavam seus filhos. Denunciaram também o motorista do transporte escolar e um casal de pais de um aluno, de abusarem de seus filhos de quatro anos. O caso mobilizou pais de alunos, jornalistas e a justiça. Mesmo após 24 anos, é considerado um caso de mau exemplo de apuração por parte da polícia e da imprensa. A acusação feita pelo delegado do caso foi noticiada como furo de reportagem em horário nobre na TV Globo e no SBT. 
		 A polícia quando foi à escola pedindo para que os donos comparecessem a delegacia para esclarecimentos, eles não sabiam do que se tratava. Ao chegar na delegacia que ficaram sabendo que estavam sendo acusados de abuso sexual contra essas duas crianças. Os donos da escola sofreram abuso das autoridades e umas das professoras relatou que também sofreu abuso sexual por um dos policiais na delegacia. Com a revolta da população, a escola e a casa de uma das donas da escola, também professora, foram invadidas e depredadas.
	Icushiro Shimada um dos donos da escola, sua esposa Aparecida Shimada e a prima dela Paula Millen, ambas professoras da escola, tinham o sonho de montar uma escola infantil e planos de aumentar a escola para outras séries. Além dos donos da escola e os sócios, foram acusados também um casal de pais de um aluno que receberem as crianças de quatro anos em sua casa para fotografar os abusos e orgias sexuais. Segundo as mães das crianças, elas diziam que haviam dois fotógrafos e que uma delas era filha da professora. As crianças contavam histórias bem parecidas. Que eram colocadas na van da escola, levadas para um determinado local onde aconteciam os abusos. 
	Uma criança foi submetida ao exame de corpo de delito e o Instituto Médico Legal (IML) constatou que ela foi violentada e que aparentava ter pequenas fissuras no ânus. Mas os acusados negaram as denúncias. O delegado de polícia, Edélcio Lemos, responsável pelo caso, utilizou esse documento como prova do fato. Com isso, os acusados tiveram suas prisões temporárias decretadas. 
	Outros médicos examinaram a criança e descordaram do laudo do IML. Eles constataram que não haviam certeza que as lesões fossem decorrentes de abuso sexual, pois a criança tinha problemas gastro intestinais que endurecia as fezes e tinha muita coceira no ânus que causava uma irritação local. 
	O advogado dos acusados tentou provar a inocência deles e promoveu uma ação contra o governo e queria responsabilizar em primeiro lugar o delegado que dizia ter provas e gravações, mas em nenhum momento apresentou essas provas contra os acusados. Para o advogado, o delegado queria "aparecer" com o ocorrido diante das câmeras.
	O caso tinha como prova a palavra das crianças, mas nesse caso, por causa dos dados relatados por elas, não havia nada concreto, nenhuma comprovação. Foi constatado também que a mãe dessa criança tinha problemas psicológicos. Um pai ainda suspeitou que seu filho estivesse sendo drogado e que uma das pessoas da escola estaria manuseando pó branco, em alusão a cocaína. Também foram feitas denúncias de homossexualismo. Sem provas, o inquérito policial foi arquivado.
	As donas da escola resolveram falar a TV Cultura. Elas estavam com medo de aparecer achando que pudesse acontecer alguma coisa com suas famílias. Foi a partir dessa entrevista que o caso mudou um pouco. A sociedade viu que havia um outro lado da história. Até então, só era visto o lado da polícia e o sensacionalismo da impressa. A Rede Globo e SBT foram acusadas e tiveram que indenizar os pais e os acusados do Caso Escola Base. Os jornalistas da época confirmaram que erraram profissionalmente em confiar no delegado do caso por não checarem devidamente as circunstâncias. Pois o compromisso fundamental do jornalismo é com a verdade dos fatos e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação. Esse caso serve como exemplo do que não se deve fazer no ponto de vista de ética jornalística.

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