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Ética empresarial

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ÉTICA EMPRESARIAL: UM INSTRUMENTO DE ALAVANCAGEM 
NOS RESULTADOS DAS ORGANIZAÇÕES. 
 
 
 
Flávio Smania Ferreira 
Mestrando em Administração pela UNESPAR 
Professor da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos 
Rua Jandyra Gomes de Oliveira, 17 – VillarVille 
Ourinhos – SP – 19902-441 – Fone (14) 3326 6380 
flavioferreira@faeso.edu.br 
 
 
Eliton Piedade Pucci 
Mestrando em Administração pela UNESPAR 
Professor da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos 
Rua Major Barbosa, 954 – Centro 
Cambará – PR – 86390-000 – Fone (43) 532-6798 
elitonpucci@faeso.edu.br 
 
Dirceu Marques Lopes 
Mestrando em Administração pela UNESPAR 
Professor da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos 
Rua Sebastião Miranda, 102 - Vila Sandano 
Ourinhos - SP - CEP 19914-050 – fonte (14) 
dirceulopes@faeso.edu.br 
 
 
Evaldo Francisco Alboneti 
Especialista em Contabilidade e Auditoria pela UNESPAR 
Professor da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos 
Rua Pedro Machado da Silva, 47 – B. Paraná 
Palmital – SP – 19970-000 – Fone (18) 3351-1999 
evaldoalboneti@faeso.edu.br 
 
 
 
 
 
 
Resumo: 
 
 
 
 
As empresas para se manterem competitivas e ainda proporcionarem índices financeiros e 
econômicos capazes de satisfazerem os interesses dos investidores, tem adquiridos novas 
competências. Para isto não bastam apenas oferecerem produtos de qualidade, são necessários 
novos atributos, pois os consumidores estão cada vez mais exigentes. Neste contexto a 
implantação de uma conduta ética dentro das organizações poderá contribuir com excelentes 
resultados, não só no campo social como também no financeiro, proporcionando aos 
investidores resultados superiores a investimentos da mesma natureza. 
O presente artigo pretende demonstrar que uma atuação ética dentro dos negócios pode ser 
fonte de lucros para as organizações e evitar determinadas sanções penais em virtude de um 
comportamento antiético. 
 
 
Palavras-chave: Ética; moral; rentabilidade. 
 
ÉTICA EMPRESARIAL: UM INSTRUMENTO DE ALAVANCAGEM 
NOS RESULTADOS DAS ORGANIZAÇÕES 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 As organizações com o intuito de se manterem competitivas e se fortalecerem cada vez 
mais no mercado, tem desenvolvido novos atributos capazes de proporcionar uma estabilidade 
comercial, para isto procuram aumentar seus nichos de mercado oferecendo diversos tipos de 
produtos a clientelas específicas e com isto procurando atingir os objetivos e metas definidas 
pelas organizações. 
Com o efeito do mercado globalizado as organizações estão se tornando mais 
vulneráveis, principalmente pela ameaça da redução ou até mesmo a eliminação das barreiras 
tarifárias e não tarifárias que poderá ocorrer depois de concluído todo o processo de 
negociação da ALCA, possibilitando assim a entrada no país de novas empresas do mesmo 
setor dotados de estrutura tecnológica infinitamente superior as nacionais, aumentando com 
isto a concorrência e a busca desesperada pela fabricação de produtos substitutos. 
Para enfrentar todas as ameaças que a liberalização do mercado pode proporcionar, as 
organizações deverão adotar um novo perfil, ou seja, procurar estabelecer e desenvolver uma 
conduta ética dentro das organizações, que já tem sido praticada por algumas empresas, onde 
estas já possuem departamentos próprios, proporcionam treinamentos aos funcionários sobre 
o assunto, tudo agindo eticamente. 
Moreira (2002) assevera que existe no país uma consciência social que clama pela 
prática da ética empresarial, assim como um ambiente jurídico que propicia e exige este 
comportamento. Isto revela que a sociedade brasileira deseja que as empresas aqui 
estabelecidas e as multinacionais que tem a pretensão de realizar atividades em nosso país 
tenham como propósito aferir seus lucros através de procedimentos que respeitem os 
princípios éticos em todo o grupo de stakeholders. 
Sabe-se que discutir e definir padrões éticos dentro de uma organização não é uma 
tarefa fácil, ainda mais em um país como o Brasil, onde ainda emperra na consciência dos 
empresários e governantes a lei de tirar proveito em tudo e violar as regras morais. 
Mas este tem sido o caminho percorrido por diversas empresas para se protegerem e 
garantirem seu espaço no mercado. Os processos estratégicos, as buscas por alguns 
diferenciais em relação aos concorrentes têm sido realizadas de forma constante. As 
organizações não podem mais obter aquela visão estreita de que investir em novas tecnologias 
e estratégias agressivas é o único caminho a percorrer para proporcionar melhores resultados e 
com isto atendendo somente os interesses dos investidores das organizações e seu 
fortalecimento no mercado. 
Para Arruda (2003) a ética empresarial não é uma questão de conveniência, é uma 
condição necessária para a sobrevivência da sociedade. A ausência dos valores morais é o pior 
dos males que podem afligir toda a sociedade, é como se fosse uma doença que se espalha por 
todo organismo destruindo cada uma de suas cadeias de funcionamento, reduzindo assim o 
nível de confiabilidade e tornando-se insustentável todo o convívio social. 
A mídia, as instituições financeiras, investidores, entre outros, necessitam mudar a 
forma de avaliação das organizações, que atualmente atribuem valores baseados somente nas 
demonstrações contábeis valorizando apenas os resultados, onde transmitem a imagem que as 
melhores empresas são aquelas que conseguiram obter resultados econômicos - financeiros 
acima do mercado e acabam deixando de lado aquelas organizações que possuem um 
desempenho social e ético. 
Comenta Matos (2004) que não se pode avaliar as empresas com os padrões tangíveis 
de ontem, pois valores intangíveis, como a marca, imagem, prestígio e confiabilidade decidem 
a preferência dos clientes e garante a continuidade das organizações, com isto a ética ganha 
respeitabilidade sendo utilizado como um forte diferencial de qualidade e conceito público. 
Pode-se verificar que após os escândalos da Enron e demais organizações, que eram 
avaliadas apenas pelas demonstrações contábeis, as organizações empresariais migraram para 
a França segundo Gonzalez (2002), onde há mais de 05 anos pratica-se a Deontologia, um 
segmento da filosofia. O Deontologista é o guardião da ética empresarial, onde analisa todo e 
qualquer possível conflito de interesse e previne as empresas para as tomadas de decisões 
consideradas antiéticas, fortalecendo a confiabilidade no mercado. 
As empresas com preocupação ética são capazes de obter sucesso não apenas ao nível 
de satisfação pessoal entre os envolvidos neste processo e a sociedade, mas também é capaz 
de proporcionar melhores resultados econômicos a organização no longo prazo. 
Segundo Yves Medina deontologista da Price Waterhouse Coopers francesa, citado 
por Gonzalez (2002), afirma que “a Deontologia está se tornando um elemento fundamental 
da gestão para o sucesso das empresas numa nova etapa do desenvolvimento capitalista, que 
sem dúvida é uma forma de implantar práticas voltadas para ética”. 
Para Perazzo, presidente da Fides, o mercado está cada dia mais consciente e crítico 
das atitudes promovidas pelas empresas, onde estão dispostos a “premiar” ou “condenar” 
práticas éticas e responsáveis desenvolvidas pelas empresas. Os investidores estão analisando 
cada vez mais a forma como as empresas estão realizando seus lucros e oferecendo o retorno 
aos acionistas e investidores. 
Fortalecendo o que foi exposto anteriormente, foi publicado em Janeiro de 2.004 pela 
Revista RI de n.71, que o comportamento ético de uma empresa é parte integrante da 
percepção da sua governança e que atualmente a ética corporativa tem sido profundamenteexaminada por todos os stakeholders, onde as empresas consideradas eticamente comportadas 
recebem pontos positivos de todos aqueles participantes. 
A própria legislação tem enfatizado a postura ética entre as pessoas naturais e 
jurídicas. Com o advento do novo código civil, segundo Moreira (2003) este passou a 
valorizar o tema onde foi citado por 55 vezes, contra 30 vezes da legislação revogada, o termo 
boa-fé, que significa acima de tudo agir com ética, consistente na prática sem dolo e sem 
fraude, revelando as partes interessadas a verdade sob a convicção de estar protegido pela lei. 
Pode-se verificar através das citações acima que serão duradouras neste século as 
empresas que saibam criar uma nova sociedade, voltados e reconhecidos pelos valores éticos 
que estas possuem junto ao mercado e toda a sociedade. 
Observa Moreira (2002) que a palavra ética tem dois significados; o primeiro é uma 
disciplina voltada a ciência da Filosofia e a última um conjunto de regras. É no conjunto de 
regras que daremos ênfase em nossa pesquisa. A Ética a qual nos referimos, trata-se da ética 
nas organizações, da qual definimos que este é um comportamento das empresas que 
cumprem todos os seus compromissos com todos aqueles que com ela se relaciona, ou seja, 
empregados, investidores, fornecedores, clientes, instituições financeiras, governo, a 
comunidade em geral que esta a seu redor, etc. 
 Não basta a empresa fazer bem, ela deve fazer o bem, e esta é a base ética que toda a 
organização deveria seguir. 
 
AS DIFICULDADES DE IMPLANTAÇÃO DE UMA CONDUTA ÉTICA NA 
ORGANIZAÇÃO. 
 
 Uma organização ao decidir implantar padrões éticos, além das dificuldades que ira 
encontrar em seus negócios, deverá promover uma mudança de paradigmas desde a alta 
cúpula até mesmo os colaboradores envolvidos no chão de fábrica, pois a atitude ética dentro 
de uma organização necessita a adoção de uma nova postura, que deverá ser desenvolvida 
com muito diálogo entre todos os colaboradores. 
 Em uma sociedade como no Brasil, onde as interferências e controles governamentais 
nas questões sociais e econômicas são constantes, acabam induzindo as organizações a se 
apropriarem mais rapidamente de uma fatia maior do “bolo”, prevalecendo, portanto a lei do 
mais forte, e não da ética. 
 Mas se tivéssemos um controle pela sociedade e mercado, isto irá despertar nas 
organizações a idéia de que serem éticos faz parte do sucesso, onde a adoção deste novo perfil 
acaba facilitando a aceitação dos produtos e serviços oferecidos pelas organizações e também 
fortalecendo a sua imagem perante toda a sociedade. 
 Ao estabelecer padrões éticos dentro das organizações é necessário o desenvolvimento 
de um código escrito, para que todos tenham acesso e conhecimento do que foi estabelecido 
como comportamento ético dentro das organizações, mas que não deverá ser realizado como 
forma dos “dez mandamentos” e que sejam cobrados apenas dos empregados, esta nova 
postura deverá ser seguida por todos os envolvidos na organização, sem qualquer distinção de 
grupos, pois neste caso já estaria ferindo um procedimento ético, que seria a igualdade. 
 Mesmo conhecendo as dificuldades que serão encontradas na implantação, as 
organizações necessitam adotar este perfil ético, pois estamos passando por um momento de 
crise moral, onde deparamos constantemente com notícias de organizações que na busca 
incessante de se manterem no mercado, acabam abandonando diversos valores e lesando toda 
a sociedade com práticas desonestas e escândalos envolvendo grandes empresas, como as 
indústrias de alimentos, medicamentos, entre outros. 
 Alguns administradores indagam se é importante discutir a conduta ética dentro das 
organizações, já que ninguém esta se queixando de uma postura contrária e que esta adoção 
custaria dinheiro e perda nas vendas para seus concorrentes menos escrupulosos. Mas esta 
forma de raciocínio tem ignorado uma questão muito importante que é em relação ao risco 
dos investimentos em organizações que não adotam uma conduta ética. 
 Muitas empresas têm sido autuadas, suas atividades paralisadas, raramente alguns 
empresários sendo presos, por adotarem uma filosofia de trabalho contrária aos padrões 
morais que a sociedade exige, sendo decorrentes da prática de fornecimento de produtos e 
serviços que não atendem a especificações técnicas e legais deixando de satisfazer aos que 
dela dependem e trazendo conseqüências gravíssimas até mesmo na saúde de seus clientes. 
 Em virtude da abertura de mercado, com a formação de diversos blocos econômicos, 
as empresas estão forçadas a adotar uma conduta ética em suas operações, se quiserem se 
manter vivas. A livre circulação de mercadorias, principalmente oferecidas por países 
desenvolvidos, onde existe uma preocupação em detalhar seus princípios éticos com toda a 
sociedade, respondendo ao que esta contribuiu para o desenvolvimento da economia, fará com 
que os consumidores brasileiros busquem o consumo destes produtos já conhecendo toda a 
tradição e respeito que estes fornecedores têm com seus clientes, e este comportamento por 
parte das empresas acaba atendendo todos os anseios da sociedade. 
 Embora para muitos empresários brasileiros a abertura do mercado seja um péssimo 
negócio para o país, isto é justificado em parte pela consciência que estes possuem com 
relação à falta de uma conduta ética em grande parte das organizações brasileiras em relação a 
seus stakeholders, pois cada vez mais a imagem das empresas estão vinculadas ao seu 
comportamento ético. 
 
 
 
 
A ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL: 
 
Arruda (2003) nos ensina que os primeiros indícios de Ética Empresarial de que se 
tem conhecimento foram através dos debates ocorridos nos países de origem Alemã na década 
de 60, onde se pretendeu elevar o trabalhador à condição de participação nos conselhos de 
administração das organizações. 
No início da década de 60 e 70 iniciou o ensino da Ética nas Faculdades, 
principalmente nos Estados Unidos, onde os filósofos puderam contribuir para a educação dos 
discentes. Ao conciliar todo conteúdo que fora desenvolvido durante a graduação e 
posteriormente aplicando a vivência empresarial, surgiu a Ética Empresarial. 
No Brasil a ensino das questões éticas iniciou em 1941, na primeira faculdade de 
administração do país a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN), em São 
Paulo. A Ética nas organizações teve início na década de 90 através da ação de uma entidade 
não governamental denominada de Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – 
IBASE, por meio de seu presidente, o sociólogo Herbet de Souza, que promoveu o trabalho 
da divulgação do Balanço Social das organizações, que é uma forma de demonstrar a toda 
sociedade as relações que as organizações possuem no meio desta, valorizando o ser humano 
a sociedade e o meio ambiente, ou seja, são atuações ou atitudes baseadas em princípios éticos 
elevados. 
 Simultaneamente foi realizado pela Fundação Instituto de Desenvolvimento 
Empresarial e Social – FIDES, o I Simpósio Internacional sobre A Ética no Mundo da 
Empresa, que contribuiu de maneira fundamental para com a Sociedade Brasileira, onde 
foram apresentadas diversas experiências, pontos de vistas, sugestões e demais contribuições 
para o desenvolvimento da ética no meio empresarial. 
 Atualmente no Brasil têm-se realizadas diversas campanhas de divulgação do assunto 
responsabilidade social, que para muitos empresários ainda é um tema desconhecido, sendo 
limitado à informação de que ser eticamente responsável é toda a empresa que paga seus 
tributos e salários em dia e fazem algum tipo de doação. Mas sabe-se que a idéia não é esta, a 
questão responsabilidade social vai muito além do papel de doar algo e honrar todas as 
obrigações impostas pela legislação. 
 Conhecendo estes problemas, entidades como Sesi, empresas que já vem 
desenvolvendoprojetos de responsabilidade social como a Milenia S/A, tem desenvolvido 
diversas campanhas de conscientização e demonstrando a importância deste assunto para toda 
a sociedade e evidenciando os resultados que estas organizações obtiveram após terem 
adotado este perfil dentro das organizações. 
 Temos o instituto Ethos, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1.998, da 
qual possui diversas empresas associadas em operação no Brasil e que tem desenvolvido um 
grande trabalho de divulgação e esclarecimento deste assunto a toda sociedade empresarial 
proporcionando todo o apoio ao desenvolvimento de projetos sobre a responsabilidade social 
e implantação dos mesmos nas organizações. Segundo o próprio instituto, a entidade tem 
como missão mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma 
socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade mais próspera 
e justa. 
 A Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, tem realizado um importante trabalho de 
divulgação e aplicação de novos comportamentos por parte das empresas que operam neste 
mercado em relação aos seus investidores. Foi desenvolvido o programa denominado de Novo 
Mercado implantado em dezembro de 2.000, onde participam empresas que possuem um 
perfil diferenciado, que para se enquadrarem neste programa é necessário aderir a um 
conjunto de regras societárias, que segundo a Bovespa passou a ser denominada de “boas 
práticas de governança corporativa”. 
 O Novo Mercado está dividido em Nível 1 e Nível 2 de Governança Corporativa, onde 
possuem diversas empresas que aderiram a este programa. Para a Bovespa a valorização e a 
liquidez das ações de um mercado são influenciadas positivamente pelo grau de segurança 
que os direitos concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações 
prestadas pelas empresas. Um dos pontos importantes do Novo Mercado é que as ações 
comercializadas dá direito a votos junto a companhia, privilegiando os acionistas minoritários. 
Todas as informações sobre o Novo Mercado podem ser consultadas no site 
www.bovespa.com.br. 
 Observa-se por parte destas organizações uma grande preocupação com o 
desenvolvimento de práticas que atendam as questões éticas e percebemos também um 
avanço surpreendente de discussões em relação a este tema. 
 
A RENTABILIDADE DAS CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS DAS 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS COM DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS 
SOCIAIS. 
 
 Aos poucos começam a surgir no mercado uma nova geração de fundos que 
privilegiam os investimentos em projetos éticos e socialmente responsáveis, proporcionando 
aos investidores rentabilidade superior ao de mercado. E estes resultados são justificados, pois 
organizações que desenvolvem projetos éticos possuem uma maior credibilidade no mercado, 
conseguindo atrair mais investidores que procuram além da rentabilidade, segurança e 
liquidez nos seus investimentos. 
 O HSBC lançou um fundo denominado de HSBC DI Ação Social, cuja aplicação 
mínima é de R$.300.000,00 com uma taxa de administração de 1% e o produto destina 50% 
desta taxa a cerca de 30 entidades carentes apoiadas por programas sociais desenvolvidas 
pelo banco, como escolas, creches e asilos em todo o Brasil. 
 Este fundo proporcionou uma rentabilidade superior aos similares, em 2002, o fundo 
ganhou 15,91%, enquanto, no período, a média dos fundos DI renderam 15,61%. Em 
novembro de 2002, a aplicação valorizou-se em 1,88%, contra 1,53% do CDI. Para Jorge 
Misumi, diretor de Produtos do HSBC Brain Asset Management, citado por Patricia Eloy, "Os 
números comprovam que essa é uma aplicação como qualquer outra e que investimento social 
não significa deixar de lado o retorno financeiro". 
 
M édia dos demais fundos DI
HSBC DI AÇÃO SOCIAL
15,91%
15,61%
15,40%
15,60%
15,80%
16,00%
Rentabilidade no ano de 2002
 
 
 O ABN Amro Real criou em novembro de 2.001 um produto de renda variável 
denominado ABN Ethical, que segundo o Banco sua política de investimento deste produto é 
realizado em empresas que além de possuírem bons fundamentos financeiros, devem 
privilegiar as ações sociais e de proteção ambiental. 
 Desde o lançamento o fundo rendeu 16,02%, enquanto no mesmo período o índice 
Ibovespa perdeu 6,4%. Segundo Luís Ribeiro, gestor de renda variável para a América Latina 
do ABN Amro Asset Management, citado por Patricia Eloy "Não é difícil entender o sucesso 
da aplicação. Empresas éticas possuem marcas fortes. Além disso, por preservarem o meio 
ambiente, estão livres de multas ambientais que, em algumas empresas, acabam corroendo 
parte dos lucros. Pelo respeito ao minoritário, atraem novos investidores, o que gera 
valorização dos papéis e um maior retorno para o acionista". 
 
Performance: ABN AMRO ETHICAL FIA. 
 
Fonte: Banco Real: http://www.aaam.com.br/geral/index/index_simula.htm. Acesso em 19 de 
Abril de 2.004. 
 
 Outra instituição bancária que tem desenvolvido fundos que privilegiam projetos 
éticos é o Bank Boston, que lançou o fundo Boston Educação DI, que possui como parceiro a 
organização não governamental (ONG) Missão Criança de Brasília – DF. 
 A idéia surgiu após perceberem que a ajuda mensal de R$ 15,00 disponibilizada pelo 
Governo Federal, proporcionada pelo Bolsa Escola, era insuficiente para que as crianças 
continuassem nos estudos, que para Maurício D'Amico, diretor de Produtos do Bank Boston, 
citado por Patricia Eloy, “Nessa idade, elas começam a trabalhar para engordar a renda 
familiar e a escola fica em segundo plano". 
 Para cumprir seus objetivos o banco necessita de 200 clientes que apliquem cada um 
R$ 20.000,00 no fundo e pague uma taxa de administrativa de 2%. Desse percentual 75% é 
destinado a ONG, com isto as crianças teriam uma ajuda anual de R$ 200,00 para estimular 
sua permanência na escola. 
 Inicialmente só poderão investir neste fundo os clientes de Goiás, o Banco pretende 
criar este fundo para cada região, assim o aplicador contribuiu com sua região e 
desenvolvimento de seu estado. 
 Pode-se citar algumas empresas de outros segmentos que tem desenvolvido programas 
éticos e que vem possuindo resultados satisfatórios, como a General Eletric, Johnson & 
Johnson, HP do Brasil, Laboratório Meck Sharp & Dohme Nutrimental, dentre outros. 
 
CONCLUSÃO: 
 
 Ser capaz de proporcionar rentabilidade presente e futura e apresentar excelentes 
índices econômicos e financeiros são os desafios encontrados por todas as empresas, que 
estão se tornando cada dia mais difíceis de serem alcançados. Com isto as organizações 
buscam alternativas para se fortalecerem no mercado, alternativas estas que muitas vezes vão 
em desencontro com os padrões éticos geralmente aceitos pela sociedade. 
 O mercado esta sofrendo constantes transformações e para as empresas manterem sua 
credibilidade não basta apenas oferecerem um produto de qualidade, embora seja primordial. 
Os consumidores estão cada vez mais exigentes, ou seja, estão se direcionando para as 
empresas que procuram devolver para sociedade uma parcela que a mesma contribuiu para 
seu desenvolvimento. 
 Neste sentido o desenvolvimento e aplicação de conduta ética pelas organizações têm 
atendido satisfatoriamente a todo grupo de stakeholders, não só no aspecto social como 
também no econômico, pois empresas com este perfil transmitem maior confiança para o 
investidor. 
 Estamos vivendo a era da ética, que para alguns estudiosos como Joaquim Manhães 
Moreira, sócio da Manhães Moreira Advogados Associados, citado por Cristina Ramalho, 
acredita “que em aproximadamente três anos, iremos vivenciar um ambiente empresarial bem 
mais limpo", em virtude deste novo comportamento por parte das empresas. 
 Tendo em vista o acima exposto, conclui-se que o caminho a ser seguido pelas 
organizações para atender todos os seus anseios é através da ética, da qual podemos observar 
que estaconduta proporciona uma parcela grandiosa de vantagens para todos os envolvidos na 
organização. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: 
 
ABN AMRO Ethical FIA. Disponível na internet. http://www.aaam.com.br/geral/index/ 
index_simula.htm. Acesso em 19 de Abril de 2.004. 
 
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2.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
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Pesquisa: Propostas Metodologicas. 10.ed. Petrópolis: Vozes, 1990. 
 
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http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2003/07/28/eco045.html. Acesso em 04 outubro 
2003. 
 
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http://www.eticaempresarial.com.br/index1.htm. Acesso em 02 abril 2004. 
HSM MANAGEMENT. São Paulo: HSM do Brasil, 2003. 
 
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internet.http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/responsabilidade/etica.as
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LAKATOS, Eva Maria.; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa. 3ª edição. 
São Paulo: Atlas, 1996. 
 
MATOS, Francisco Gomes de. Ética Empresarial e Responsabilidade Social. Disponível 
na internet. http://www.ceris.org.br/rse/_eticaempr.asp. Acesso em 02 abril 2004. 
 
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internet. http://www.eticaempresarial.com.br/index1.htm. Acesso em 02 abril 2004. 
 
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internet. http://arquivoglobo.globo.com/. Acesso em 04 outubro 2003. 
 
TEIXEIRA, Nelson Gomes (Org.). A Ética no mundo da empresa. São Paulo: Pioneira, 
1991.

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