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Curso de f´ısica ba´sica 1: Mecaˆnica H. Moyse´s Nussenzveig nibblediego@gmail.com Compilado dia 13/11/2016 Neste documento se encontra as soluc¸o˜es do 1◦ e 2◦ cap´ıtulo do volume 1 do livro de f´ısica ba´sica do Moyse´s Nussenzveig. Existe outra versa˜o deste mesmo documento mais voltada para alunos de ca´lculo avanc¸ado ao passo que esta e´ mais voltada para alunos de f´ısica ba´sica e voceˆ pode baixa-la em: www.google.com Caso algum erro de resoluc¸a˜o seja detectado escreva para nibblediego@gmail.com para que o mesmo seja cor- rigido. E para acompanhar as reviso˜es e ampliac¸o˜es desse documento, bem como ter acesso a resoluc¸a˜o de outros livros, acesse: www.number.890m.com Suma´rio 1 Movimento Unidimensional 2 2 Movimento Bidimensional 28 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Cursa de f´ısica ba´sica 1: Mecaˆnica H. Moyse´s Nussenzveig nibblediego@gmail.com 1 Movimento Unidimensional 1. Na ce´lebre corrida entre a lebre e a tartaruga, a velocidade da lebre e´ de 30 km/h e a da tartaruga e´ de 1,5m/min. A distaˆncia a percorrer e´ de 600m, e a lebre corre durante 0,5min antes de parar para uma soneca. Qual e´ a durac¸a˜o ma´xima da soneca para que a lebre na˜o perca a corrida? Resolva analiticamente e graficamente. Soluc¸a˜o: Os dados que o enunciado nos fornece sa˜o os seguintes: vl = 30 km/h (Velocidade da lebre) vt = 1,5 m/min (Velocidade da tartaruga) xf = 600 m (Distaˆncia a ser percorrida) tl = 0,5 min (Tempo de soneca) E a estrate´gia consistira´ nos seguintes passos: 1◦ Calcular o tempo que levaria a lebre se a mesma na˜o dormisse; 2◦ Calcular o tempo que leva a tartaruga para terminar o percusso; 3◦ Com base nas duas respostas acima encontraremos o tempo ma´ximo de todas as sonecas. (Passo um.) Supondo que a velocidade da lebre se mantenha sempre constante enta˜o podemos determinar o tempo que a lebre levaria pela equac¸a˜o x = x◦ + vm · t. Veja: xf = x◦ + vl · t ⇒ t = xf − x◦ vl = 600m 30km/h Considerando que 30 km/h = 25 3 m/s enta˜o t sera´ igual a 72s. 2 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA t = 600m 25 3 · ms = 72s Ou seja, supondo que a lebre na˜o tire nenhuma soneca ela terminaria o percusso em 72 segundos. (Passo dois.) Analogamente calcula-se o tempo que seria gasto pela tartaruga. t = 600m 1, 5m/min = 600m 0.025ms = 2.4× 104s Isto e´, a tartaruga levaria 2400s (Passo treˆs.) Para que a lebre na˜o perca a corrida, seu tempo de percurso (que chamaremos de tp) somado com o tempo da soneca (chamado aqui de ts) deve ser menor ou igual ao tempo de percurso da tartaruga (que chamarei apenas de t). Matematicamente: tp + ts ≤ t ⇒ 72s+ ts ≤ 2.4× 104s ⇒ ts ≤ 2.4× 104s− 72s ⇒ ts ≤ 2.3928× 104s Ou seja, a soneca deve ter uma durac¸a˜o de no ma´ximo 2.3928× 104s segundos. Ou de forma mais trivial 6h 38min e 48s. 2. Um carro de corridas pode ser acelerado de 0 a 100km/h em 4s. Compare a acelerac¸a˜o me´dia com a acelerac¸a˜o da gravidade. Se a acelerac¸a˜o e´ constante, que distaˆncia o carro percorre ate´ atingir 100km/h? Soluc¸a˜o: Esse e´ um problema que se resume a aplicac¸a˜o direta de fo´rmulas na˜o sendo necessa´rio nenhuma estrate´gia apurada. Por definic¸a˜o sabemos que: am = ∆v ∆t Como ∆v = vf − v◦ enta˜o: 3 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA am = vf − v◦ ∆t Como o enunciado nos diz que o carro “pode ser acelerado de 0 a 100km/h em 4s” enta˜o: am = 100km/h− 0 4s = 100km/h 4s Como 100 km/h = 100 3.6 m/s enta˜o am = 100 3.6 · 4 = 125 18 m/s2 Tomando a acelerac¸a˜o gravitacional g igual a 9.81 m/s2 enta˜o: a g = 125 18 m/s2 9.81m/s2 a g = 12500 17658 ≈ 0.7079 a ≈ 0.7079 · g Para determinar a distaˆncia percorrida pelo ve´ıculo nessa acelerac¸a˜o precisamos de uma equac¸a˜o que relacione a “distaˆncia percorrida” com a “acelerac¸a˜o” que determinamos e o “tempo” que o enunciado nos da´. Essa equac¸a˜o e´ a seguinte: xf = x◦ + v◦t+ 1 2 amt 2 Veja como ela pode ser utilizada. xf = x◦ + v◦t+ 1 2 amt 2 ⇒ xf − x◦ = v◦t+ 1 2 amt 2 Supondo que o carro tenha partido do repouso (v◦ = 0) enta˜o: ∆x = 0 · t+ 1 2 amt 2 ⇒ ∆x = 1 2 amt 2 Substituindo a acelerac¸a˜o encontrada e o tempo dado no enunciado ∆x = 1 2 · (125/18) · 42 ⇒ x = 55.5 4 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Portanto, a distaˆncia percorrida foi de aproximadamente 55.6 m. 3. Um motorista percorre 10km a 40km/h, os 10km seguintes a 80km/h mais 10km a 30km/h. Qual e´ a velocidade me´dia do seu percurso? Compare-a com a me´dia aritme´tica das velocidades. Soluc¸a˜o: Se um ve´ıculo esta´ a 40km/h enta˜o ele deve percorrer 10km em 1 4 h (um quarto de hora). Se estiver a 80km/h ira´ percorre 10km em 1 8 h. E estando a 30km/h fara´ 10km em 1 3 h. Sendo assim a velocidade me´dia sera´: vm = ∆x1 + ∆x2 + ∆x3 ∆t1 + ∆t2 + ∆t3 vm = 10km+ 10km+ 10km 1 4 h+ 1 8 h+ 1 3 h = 30km 17 24 h = 720 17 km/h que e´ aproximadamente 42.353 km/h. Ja´ a me´dia aritme´tica das velocidades e´ igual a: Ma = 40kmh + 80 km h + 30 km h 3 = 50 km/h Finalmente comparando a velocidade me´dia (vm) com a me´dia aritme´tica (Ma) chegamos ao resultado vm Ma = 720 17 km h 50 km/h ≈ 0.8471 ⇒ vm = 0.8471 ·Ma 4. Um avia˜o a jato de grande porte precisa atingir a velocidade de 500 km/h para decolar, e tem uma acelerac¸a˜o de 4 m/s2. Quanto tempo ele leva para decolar e que distaˆncia percorre na pista ate´ a decolagem? Soluc¸a˜o: O problema em questa˜o e´ aplicac¸a˜o direta da fo´rmula 5 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA vf = v◦ + am · t veja: vf = v◦ + am · t ⇒ t = vf − v◦ am = 500 km/h− 0 4 m/s2 Como 500 km/h = 5× 103 36 m/s, v◦ = 0 e am = 4 m/s2 enta˜o t = 5× 103 36 − 0 4 m/s2 ⇒ t = 34.72s Ou seja, o tempo que sera´ levado e´ aproximadamente 34.7 segundos. De posse desse valor determinamos o deslocamento. x = x◦ + v◦t+ 1 2 at2 ⇒ ∆x = v◦t+ 1 2 at2 ⇒ ∆x = 0 + 1 2 4 · 34.722 ⇒ ∆x ≈ 2408, 18m ou 2.41km. 5. O gra´fico da figura representa a marcac¸a˜o do veloc´ımetro de um automo´vel em func¸a˜o do tempo. Trace os gra´ficos correspondentes da acelerac¸a˜o e do espac¸o percorrido pelo automo´vel em func¸a˜o do tempo. Qual e´ a acelerac¸a˜o me´dia do automo´vel entre t = 0 e t = 1min? E entre t = 2min e t = 3min? 0 1 2 3 4 5 0 15 30 45 60 75 v(km/h) t(min) 6 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Soluc¸a˜o: Expressando o gra´fico em questa˜o sob a forma de uma func¸a˜o de va´rias sentenc¸as teremos: v(t) = 90t se t ∈ [0, 0.5) 45 se t ∈ [0.5, 2) 225− 90t se t ∈ [2, 2.5) 0 se t ∈ [2.5, 3) 150t− 450 se t ∈ [3, 3.5) 75 se t ∈ [3.5, 4.5) 750− 150t se t ∈ [4.5, 5] Por definic¸a˜o a(t) = d dt v(t) enta˜o a func¸a˜o de va´rias sentenc¸as que fornecera´ o gra´fico da acelerac¸a˜o sera´: a(t) = 90 se t ∈ [0, 0.5) 0 se t ∈ [0.5, 2) −90 se t ∈ [2, 2.5) 0 se t ∈ [2.5, 3) 150 se t ∈ [3, 3.5) 0 se t ∈ [3.5, 4.5) −150 se t ∈ [4.5, 5] E como s(t) = ∫ v(t)dt a func¸a˜o de va´rias sentenc¸as que fornecera´ o gra´fico da posic¸a˜o em func¸a˜o do tempo sera´: s(t) = 45t2 se t ∈ [0, 0.5) 45t se t ∈ [0.5, 2) 225t− 45t2 se t ∈ [2, 2.5) 0 se t ∈ [2.5, 3) 75t2 − 450t se t ∈ [3, 3.5) 75t se t ∈ [3.5, 4.5) 750t− 75t2 se t ∈ [4.5, 5] Determinando as acelerac¸o˜es me´dias. A acelerac¸a˜ome´dia e´ determinada pela equac¸a˜o am = vf − v0 tf − t0 . Enta˜o com base no gra´fico do enunciado 7 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA 0 1 2 3 4 5 0 15 30 45 60 75 v(km/h) t(min) no intervalo de 0 a 1 minuto teremos: am[0,1] = 45km/h− 0 1min ⇒ am[0,1] = 12.5m/s 60s ⇒ am[0,1] = 0.2083m/s2 E no intervalo de 2 a 3 am[2,3] = 0− 45km/h 60s am[2,3] = −12.5m/s 60s am[2,3] = −0.2083m/s2 Onde o sinal de negativo indica uma desacelerac¸a˜o. 6. Uma part´ıcula, inicialmente em repouso na origem, move-se durante 10s em linha reta, com acelerac¸a˜o crescente segundo a lei a = b · t, onde t e´ o tempo e b = 0.5m/s3. Trace os gra´ficos da velocidade v e da posic¸a˜o x da part´ıcula em func¸a˜o do tempo. Qual e´ a expressa˜o anal´ıtica de v(t)? Soluc¸a˜o: Nesse caso podemos ficar tentado a usar a equac¸a˜o v = v◦ + at. Entretanto, a acelerac¸a˜o presente nela (representada pela letra “a”) e´ a acelerac¸a˜o escalar. E como o enunciado nos diz que “a” e´ uma func¸a˜o que varia no tempo conclu´ımos que essa acelerac¸a˜o e´ a instantaˆnea, e na˜o a escalar. Por esse motivo temos de recorrer diretamente a definic¸a˜o de acelerac¸a˜o instantaˆnea. a(t) = d dt v(t) 8 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA ⇒ v(t) = ∫ a(t)dt ⇒ v(t) = ∫ bt dt ⇒ v(t) = ∫ 1 2 t dt ⇒ v(t) = 1 4 t2 + c Como a part´ıcula esta´ inicialmente em repouso enta˜o v(0) = 0 o que implica em c = 0. Sendo assim a expressa˜o anal´ıtica de da velocidade e´ v(t) = 1 4 t2. 7. O tempo me´dio de reac¸a˜o de um motorista (tempo que decorre entre perceber um perigo su´bito e aplicar os freios) e´ da ordem de 0,7s. Um carro com bons freios, numa estrada seca pode ser freado a 6m/s2. Calcule a distaˆncia mı´nima que um carro percorre depois que o motorista avista o perigo, quando ele trafega a 30km/h, a 60km/h e a 90km/h. Estime a quantos comprimento do carro corresponde cada uma das distaˆncias encontradas. Soluc¸a˜o: A estrate´gia usada para resolver o problema e´ descrita nos seguintes passos: 1◦ Calculamos a distaˆncia percorrida durante o tempo de reac¸a˜o; 2◦ Calculamos a distaˆncia percorrida apo´s o tempo de reac¸a˜o. 3◦ O resultado sera´ a soma das duas distaˆncias encontradas. (Passo um.) Como o carro esta´ com velocidade constante podemos determinar a distaˆncia percorrida, durante o tempo de reac¸a˜o do motorista, pela equac¸a˜o: x = x◦ + v◦ · t Substituindo os valores fornecidos no enunciado e considerando que o motorista parta da origem, ou seja x◦ = 0, enta˜o: x = 0 + 3× 102 36 · 0, 7 ( 30km/h = 3× 102 36 m/s ) ⇒ x = 105 18 m 9 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA (Passo dois). Seja ∆x a distaˆncia percorrida apo´s o tempo de frenagem, isto e´, quando o freio ja´ foi acionado, podemos usando a equac¸a˜o v2 = v2◦ + 2a(x − x◦) para determinar a distaˆncia percorrida pelo motorista. Como o carro esta´ sendo freado enta˜o a velocidade final e´ nula (v = 0) e a acelerac¸a˜o (ou desacelerac¸a˜o) e´ negativa. v2 = v2◦ + 2a(x− x◦) ⇒ 0 = ( 3× 102 36 m s )2 + 2 (−6ms2 )∆x ⇒ (12ms2 )∆x = ( 3× 102 36 m s )2 ⇒ ∆x = 9× 10 4 12 · 362 m2 · s2 m · s2 = 625 108 m (Passo treˆs). Finalmente realizamos a soma de x com ∆x e determinamos o valor total do deslocamento. 105 18 m+ 625 108 m = 11295 972 m ≈ 11.62m Analogamente se calcula para as velocidades de 60 km/h e 90 km/h, obtendo respectivamente os valores de 34.8 m e 69.6 m. 8. O sinal amarelo num cruzamento fica ligado durante 3s. A largura do cruzamento e´ de 15m. A acelerac¸a˜o ma´xima de um carro que se encontra a 30m do cruzamento quando o sinal muda para amarelo e´ de 3m/s2 e ele pode ser freado a 5m/s2. Que velocidade mı´nima o carro precisa ter na mudanc¸a do sinal para amarelo a fim de que possa atravessar no amarelo? Qual e´ a velocidade ma´xima que ainda lhe permite parar antes de atingir o cruzamento? Soluc¸a˜o: O desenho a seguir tenta ilustrar o problema. 10 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA 30m 15m Embora no desenho acima esteja sendo usado um retaˆngulo para representar o carro em geral se pensa em um corpo como uma part´ıcula sem dimenso˜es o que quer dizer que o tamanho do carro (sua dimensa˜o) na˜o vai ser levada em conta aqui. Pelo enunciado os seguintes dados nos e´ fornecido. O tempo (t = 3s) em que o carro deve realizar o percusso (x = 30m + 45m) e a acelerac¸a˜o (a = 3m/s2) do carro. E a equac¸a˜o que relaciona todos esses dados e´: xf = x◦ + v◦t+ 1 2 at2 ⇒ xf − x◦ = v◦t+ 1 2 at2 Substituindo os valores (30 + 45)m = 1 2 (3 m/s2)(3s)2 + v◦(3s) ⇒ v◦ = 10.5 m/s A velocidade inicial, caso o motorista deseje parar antes do cruzamento, pode ser determinada pela mesma equac¸a˜o. Entretanto, nesse caso, o motorista podera´ percorrer no ma´ximo 30m nos treˆs segundos em que o sinal amarelo permanece ligado. ∆x = v◦t+ 1 2 at2 ⇒ 30m = v◦(3s) + 1 2 (−5m/s2)(3s)2 ⇒ 30m = v◦(3s)− 45 2 m ⇒ v◦(3s) = 30m+ 45 2 m ⇒ v◦(3s) = 105 2 m 11 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA ⇒ v◦ = 105 2 · 3m/s = 17.5m/s Ou seja, sua velocidade ma´xima deve ser igual 17.5 m/s ou 63 km/h. USANDO O TEMPO DE REAC¸A˜O Consultando o final do livro percebe-se que a intenc¸a˜o do autor tambe´m era a de calcular a velocidade ma´xima e mı´nima considerando o tempo de reac¸a˜o do motorista. Entretanto, da forma como o enunciado foi escrito as duas soluc¸o˜es acima formam por si so´ uma resposta aceita´vel e completa ao problema de modo que o professor que desejar incluir essa questa˜o em sua prova deve modificar o enunciado a fim de deixar claro que o resultado com tempo de reac¸a˜o esta´ sendo requerido. Caso contra´rio, na˜o deve cobrar do aluno essa “segunda” parte. Para determinar a velocidade mı´nima (apo´s o tempo de reac¸a˜o) usamos a equac¸a˜o (1) a seguir. ∆x = 1 2 at2 + v◦t+ x◦ (2) Onde t e´ o tempo que o sinal leva para mudar subtra´ıdo do tempo de reac¸a˜o do motorista. A velocidade mı´nima que desejamos encontrar e´ a velocidade necessa´ria para ser empregada apo´s o tempo de reac¸a˜o. Ou seja, agora na˜o podemos considerar x◦ = 0. Supondo que antes de perceber a mudanc¸a do sinal a velocidade do carro era constante, enta˜o: x◦ = v◦tr (2) onde tr e´ o tempo de reac¸a˜o do motorista. Substituindo (2) em (1) chegamos a`: ∆x = a 2 t2 + v◦t+ v◦tr Substituindo enta˜o os valores: 45m = 3m/s2 2 (3s− 0.7s)2 + v◦(3s− 0.7s) + v◦0.7s ⇒ v◦ = 7413 600 m/s = 12.355 m/s Ou seja, a velocidade mı´nima com tempo de reac¸a˜o e´ de 12.355 m/s ou 44.478 km/h. Determinar a velocidade ma´xima que o carro teˆm de estar para conseguir parar antes de passar pelo cruzamento, tambe´m considerando o tempo de reac¸a˜o, e´ ana´logo. A diferenc¸a e´ que desta vez o percusso que o carro deve percorrer e´ de no ma´ximo 30m e ao inve´s da acelerac¸a˜o de 3m/s2 usamos a desacelerac¸a˜o de 5m/s2. Matematicamente escrevemos: 12 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA xf = x◦ + v◦t+ 1 2 at2 ⇒ ∆x = v◦t+ 1 2 at2 ⇒ 30m = (0, 7s)v◦ + v◦(3s− 0.7s)− 5m/s 2 2 (3s− 0.7s)2 ⇒ v◦ = 14.4083m/s Ou seja, a velocidade ma´xima para frear antes do cruzamento e´ de 14.4083 m/s ou 51.87 km/h. 9. Numa rodovia de ma˜o dupla, um carro encontra-se 15 m atra´s de um caminha˜o (distaˆncia entre pontos me´dios), ambos trafegando a 80 km/h. O carro tem uma acelerac¸a˜o ma´xima de 3 m/s2. O motorista deseja ultrapassar o caminha˜o e voltar para sua ma˜o 15 m adiante do caminha˜o. No momentoem que comec¸a a ultrapassagem, avista um carro que vem vindo em sentido oposto, tambe´m a 80 km/h. A que distaˆncia mı´nima precisa estar do outro carro para que a ultrapassagem seja segura? Soluc¸a˜o: A estrate´gia que sera´ usada e´ descrita nos seguintes passos: 1◦ Determinamos uma expressa˜o (em func¸a˜o do tempo) para o ca´lculo da distaˆncia percorrida pelo caminha˜o; 2◦ Calculamos o tempo levado pelo carro para realizar a ultrapassagem descrita; 3◦ Determinamos a distaˆncia percorrida pelo caminha˜o e pelo carro. 4◦ Determinamos a distaˆncia percorrida pelo segundo carro e a somamos com a distaˆncia obtida no passo anterior para obtermos a resposta. (Passo um). Supondo que o caminha˜o esteja com velocidade constate enta˜o a distaˆncia que ele ira´ percorrer (∆x) sera´ dado pela expressa˜o: vm = ∆x ∆t ⇒ 80 3.6 = ∆x ∆t ( Lembre-se que: 80km/h = 80 3.6 m/s ) ⇒ ∆x = 80 3.6 ∆t (1) 13 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA (Passo dois). O deslocamento do carro sera´ igual ao deslocamento do oˆnibus ∆x mais 30 metros (15 m antes do caminha˜o mais 15 m depois). Sendo assim: 30m+ ∆x = 80km/h 3.6 t+ 1 2 (3m/s2) · t2 Substituindo ∆x, encontramos: t = √ 20 (tempo da ultrapassagem), veja: 30m+ 80∆t 3.6 = 80km/h 3.6 (t− t◦) + 3m/s 2 2 (t− t◦)2 ⇒ 30m+ 80km/h 3.6 ∆t = 80km/h 3.6 t+ 3m/s2 2 t2 ⇒ 30m = 3m/s 2 2 t2 ⇒ t = √20 (Passo treˆs). Substituindo agora t em (1) a distaˆncia percorrida pelo caminha˜o e´ enta˜o ∆x = 400 √ 5 9 m ≈ 99, 38m. Assim a distaˆncia percorrido pelo carro foi de 99,38 m + 30 m = 129,38 m. (Passo quatro). O outro carro, por sua vez, tambe´m estando a 80 km/h (e com velocidade constante) percor- reria tambe´m 99,38 m. Com base nos dados anteriores a distaˆncia mı´nima entre o oˆnibus e o carro antes da ultra- passagem e´ 129,38 m + 99,38 m = 228,76 m. 10. Um trem com acelerac¸a˜o ma´xima a e desacelerac¸a˜o ma´xima f (magnitude da acelerac¸a˜o de freamento) tem de percorrer uma distaˆncia d entre duas estac¸o˜es. O maquinista pode escolher entre (a) seguir com a acelerac¸a˜o ma´xima ate´ certo ponto e a partir da´ı frear com a desacelerac¸a˜o ma´xima, ate´ chegar; (b) acelerar ate´ uma certa velocidade, manteˆ-la constante durante algum tempo e depois frear ate´ a chegada. Mostre que a primeira opc¸a˜o e´ a que minimiza o tempo do percurso (sugesta˜o: utilize gra´ficos v × t) e calcule o tempo mı´nimo de percurso em func¸a˜o de a, f e d. 14 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Soluc¸a˜o: Calculando o tempo mı´nimo de percusso. O motorista acelera a partir da estac¸a˜o A ate´ o instante t1 com acelerac¸a˜o ma´xima a e depois desacelera (com f) ate´ parar na estac¸a˜o B no instante t2 (ver figura a seguir). 0 t1 t2 A B t ~v a f Nesse caso o tempo total (T ) e´: T = t1 + t2 onde t1 e´ o tempo que ele acelera e t2 o tempo em que se freia. Seja ∆x o espac¸o percorrido durante o trajeto em que e´ acelerado e admitindo que a velocidade inicial e´ nula enta˜o: v2f = v 2 ◦ + 2a∆x ⇒ v2f = 2a∆x ⇒ ∆x = v 2 f 2a Assim, durante o per´ıodo em que freia, o trem devera´ percorrer d − ∆x. Como ao fim do percusso a velocidade final do trem e´ zero (trem parado) enta˜o: 0 = v2◦ − 2f(d−∆x) ⇒ v2◦ − 2fd+ 2f∆x = 0 ⇒ v2◦ − 2fd+ f a v2f = 0 Como v◦ da equac¸a˜o acima e´ igual a vf enta˜o chamaremos ambas simplesmente de v sendo assim: v2◦ − 2fd+ f a v2f = 0 ⇒ v2 ( 1 + f a ) = 2fd 15 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA ⇒ v2 = 2fda a+ f Mas, temos que v = at1, de forma que: (at1) 2 = 2fda a+ f ⇒ t1 = √ 2fd a(a+ f) Temos ainda: 0 = v − ft2 ⇒ t2 = v f ⇒ t2 = 2da f(a+ f) Assim, T 2 = t21 + 2t1t2 + t 2 2 = 2fd a(a+ f) + 2ad f(a+ f) + 2 √ 2fd a(a+ f) √ 2da f(a+ f) T 2 = 2d a+ f [ a f + f a ] + 4 d a+ f = 2d a+ f [ a2 + f2 af + 2 ] T 2 = 2d (a+ f)af [a2 + 2af + f2] = 2d af (a+ f) enta˜o: T = √ 2 d a ( a f + 1 ) 11. Voceˆ quer treinar para malabarista, mantendo duas bolas no ar, e suspendendo-as ate´ uma altura ma´xima de 2m. De quanto em quanto tempo e com que velocidade tem de mandar as bolas para cima? Soluc¸a˜o: A velocidade (v◦) que deve ser usada para a bola alcanc¸ar a altura de 2 m pode ser determi- nada pela equac¸a˜o de Torriceli: vf = v 2 ◦ + 2gh (Torriceli) 16 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Como no a´pice da trajeto´ria a velocidade final (vf ) e´ nula enta˜o: 0 = v2◦ + 2gh ⇒ v◦ = √ 2gh ⇒ v◦ = √ 2 · 9.81 · 2 ⇒ v◦ = √ 39.24 m/s ≈ 6.26 m/s. Ja´ o tempo pode ser calculado fazendo y(t) = 0. y(t) = 0 ⇒ y(t) = v◦(t− t◦)− g 2 (t− t◦)2 = 0 ⇒ v◦(t− t◦)− 1 2 g(t− t◦)2 = 0 substituindo os valores (6.26)(t− 0)− 1 2 (9.81) · (t− 0)2 = 0 ⇒ (6.26)t− 1 2 (9.81) · t2 = 0 ⇒ 6.26t− 4.905t2 = 0 ⇒ t(6.26− 4.905t) = 0 ⇒ t = 0 ou t ≈ 1, 28s. Como t so´ faz sentido sendo maior que zero, enta˜o chega-se a soluc¸a˜o que t ≈ 1, 28s. Como esse tempo e´ o tempo total, e considerando que o tempo de subida e´ igual ao de descida, enta˜o a resposta e´ de aproximadamente 0.64 s (1.28 dividido por 2). 12. Um me´todo poss´ıvel para medir a acelerac¸a˜o da gravidade g consiste em lanc¸ar uma bolinha para cima num tubo onde se fez va´cuo e medir com precisa˜o os instantes t1 e t2 de passagem (na subida e na descida, respectivamente) por uma altura z conhecida, a partir do instante do lanc¸amento. Mostre que g = 2z t1t2 Soluc¸a˜o: 17 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA t2t1 Neste caso teremos d2x dt21 = d2x dt22 z(t1) = z(t2) z◦ + v◦t1 + 1 2 gt21 = z◦ + v◦t2 + 1 2 gt22 v◦t1 + 1 2 gt21 − v◦t2 − 1 2 gt22 = 0 v◦ = g 2(t1 − t2) (t 2 1 − t22) v◦ = g(t1 − t2)(t1 + t2) 2(t1 − t2) v◦ = g(t1 + t2) 2 (1) Assim, substituindo (1) em z(t) = v◦t1 − 1 2 gt21 chegamos a`: z = ( g(t1 + t2) 2 ) t1 − g 2 t21 que apo´s certo algebrismo chegamos ao resultado final. g = 2z(t) t1t2 13. Uma bola de voˆlei impelida verticalmente para cima, a partir de um ponto pro´ximo do cha˜o, passa pela altura da rede 0,3s depois, subindo, e volta a passar por ela, descendo, 1,7s depois do arremesso. (a) Qual e´ a velocidade inicial da bola? (b) Ate´ que altura ma´xima ela sobe? (c) Qual e´ a altura da rede? 18 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Soluc¸a˜o de A: O enunciado nos diz que a bola leva 1.7s para realizar o movimento descrito na imagem a seguir. Bola Rede e 0.3s para realizar o movimento a abaixo. Bola Rede Logo para realizar o movimento da pro´xima imagem a bola ira´ levar 1.7 + 0.3 segundos. 19 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Bola Rede Como o tempo de subida e´ sempre igual ao tempo de decida enta˜o o total que a bola deve permanecer subindo e´ de: (1.7 + 0.3)s 2 = 1s Usando a equac¸a˜o v = v◦ − g(t− t◦) e o fato de que no auge de sua trajeto´ria v = 0 enta˜o: 0 = v◦ − g(t− t◦) v◦ = g(t− t◦) v◦ = 9.81m/s2 · (1− 0)s v◦ = 9.81m/s2 Ou seja, a velocidade inicial e´ de 9.81 m/s2. Soluc¸a˜o de B: Uma vez que sabemos o tempo em que a bola permanece no ar e´ fa´cil determinar a altura ma´xima. y = y◦ + v◦(t− t◦)− 1 2 g(t− t◦)2 ⇒ ∆y = v◦(t− t◦)− 1 2 g(t− t◦)2 e como v◦ = 0 20 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria daConquista - BA ∆y = −1 2 g(t− t◦)2 Substituindo os valores ∆y = −1 2 (9.81m/s2)(1s− 0s)2 ⇒ ∆y = 4.905m Soluc¸a˜o de C: Usando a fo´rmula determinada no exemplo anterior. y(t) = gt1 · t2 2 ⇒ y = 9.81m/s 2 · 0.3s · 0.7s 2 ⇒ y ≈ 2.5m 14. Deixa-se cair uma pedra num poc¸o profundo. O barulho da queda e´ ouvido 2s depois. Sabendo que a velocidade do som no ar e´ de 330m/s, calcule a profundidade do poc¸o. Soluc¸a˜o: O tempo t = 2s sera´ a soma do tempo de queda da pedra (tp) com o tempo que o som leva para ser ouvido (ts), ou seja t = tp + ts = 2s Para determinar o tempo de queda usamos a seguinte equac¸a˜o. yf = y◦ + v◦t2p + 1 2 gt2p Como a pedra deve partir do repouso enta˜o: ∆y = 1 2 gt2p ⇒ ∆y = 4.905 · t2p (1) Como a velocidade do som e´ constante enta˜o: y = y◦ + vts ⇒ ∆y = (330 m/s)ts (2) igualando (1) e (2) 21 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA 4.905 · t2p = 330 · ts ⇒ 4.905 · t2p − 330 · ts = 0 (3) mas como tp + ts = 2, o que implica em ts = 2− tp, podemos escrever (3) como: 4.905 · t2p − 330(2− tp) = 0 ⇒ 4.905t2p − 660 + 330tp = 0 ⇒ tp ≈ 1.94s Finalmente, de posse de tp, podemos determinar a profundidade do poc¸o. y = y◦ + v◦t+ 1 2 gt2 ∆y = v◦t+ 1 2 gt2 Como v◦ = 0 enta˜o ∆y = 1 2 gt2 Substituindo os valores ∆y = 1 2 (9.81)(1.94)2 ∆y ≈ 18.46m . Assim, a profundidade do poc¸o e´ de aproximadamente 18.46m. 15. Um vaso com plantas cai do alto de um edif´ıcio e passa pelo 3◦ andar, situado 20m acima do cha˜o, 0,5s antes de se espatifar no cha˜o. (a) Qual e´ a altura do edif´ıcio? (b) Com que velocidade (em m/s e em km/h) o vaso atinge o cha˜o? Soluc¸a˜o: Primeiro descobrimos a velocidade da pedra 20 m antes de atingir o solo y = y◦ + v◦t+ 1 2 at2 22 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA ⇒ 20m = v◦(0.5) + 9.81 · 0.5 2 2 ⇒ v◦ = 37.5475 m/s Agora calculamos a velocidade com que a pedra se choca com o cha˜o. vf = v◦ + gt ⇒ vf = 37.5475 + 9.81(0.5) ⇒ vf = 42.4525m/s Com esse ultimo dado podemos agora determinar o tempo total de queda do jarro. vf = v◦ + gt ⇒ t = 42.4525 9.81 ⇒ t ≈ 4.33s Finalmente, de posse desse u´ltimo dado, calculamos a altura do pre´dio. ∆y = v◦t+ 1 2 gt2 ⇒ ∆y = 9.81(4.33) 2 2 ⇒ ∆y = 91.85m Assim, a altura do pre´dio e´ de aproximadamente 91.85m. 16. Um foguete para pesquisas meteorolo´gicas e´ lanc¸ado verticalmente para cima. O com- bust´ıvel, que lhe imprime uma acelerac¸a˜o 1,5g (g = acelerac¸a˜o da gravidade) durante o per´ıodo de queima, esgota-se apo´s 0,5min. (a) Qual seria a altitude ma´xima atingida pelo foguete se pude´ssemos desprezar a resisteˆncia do ar? (b) Com que velocidade (em m/s e km/h), e depois de quanto tempo ele voltaria a atingir o solo? Soluc¸a˜o: Seja h1 a regia˜o percorrida com o auxilio do combust´ıvel e h2 a regia˜o sem seu auxilio enta˜o h = h1 + h2. 23 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA h1 h2 Calculando h1 h1(t) = h◦ + v◦t+ 1 2 at2 Como o bala˜o deve partir do repouso (h◦ = 0) e (v◦ = 0) enta˜o h1(t) = 1 2 at2 sob a ac¸a˜o do combust´ıvel a acelerac¸a˜o e´ de a = 1.5g, portanto h1(t) = 1 2 1.5gt2 substituindo os valores e levando em conta que 0.5min = 30s: h1(t) = 1 2 1.5(9.81m/s2)(30s)2 ⇒ h1(t) = 6621.75m Calculando h2 h2 = h◦ + v◦t− 1 2 gt2 Como h◦ = h1 enta˜o: h2 = (6621.75m) + v◦t− 1 2 gt2 (1) Para determinar v◦ usamos a equac¸a˜o v = v◦ + at ⇒ v = 0 + 1.5g · t Substituindo os valores v = 1.5(9.81m/s2)(30s) 24 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA v = 441.45m/s (2). Substituindo agora (2) em (1) h2 = (6621.75m) + (441.45m/s)t− 1 2 gt2 (3) Para determinar o tempo t usamos a mesma equac¸a˜o e o fato de que no topo da trajeto´ria v = 0. v◦ + gt = 0 ⇒ v◦ = −9.81t ⇒ 441.45m/s = −9.81t ⇒ t = 441.45m/s−9.81m/s2 ⇒ t = −45s (4) Finalmente, substituindo (4) em (3) encontramos o valor de h2. h2 = (6621.75m) + (441.45m/s)(45s)− 1 2 (9.81m/s2)(45s)2 ⇒ h2 = (6621.75m) + (441.45m/s)(45s)− 1 2 (9.81m/s2)(45s)2 ⇒ h2 = 26487m Portanto, o valor da altitude ma´xima atingida pelo bala˜o (h), que e´ a soma de h1 com h2, e´ de 16554.375m. Soluc¸a˜o de B: A velocidade de colisa˜o com o solo sera´ v = √ 2gh v = √ 2(9.81m/s2)16554.375m v ≈ 569, 909m/s ou v ≈ 2051.67km/h Com essa u´ltima informac¸a˜o calculamos tambe´m o tempo de queda. v = v◦ + gt 569, 909m/s = 0gt t = 569, 909m/s 9.81m/s2 ≈ 58.09s 25 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Como o bala˜o leva 45 + 30 segundos para subir do solo a sua altura ma´xima enta˜o seu tempo total de voo e´ de 58.09s+ 45s+ 30s = 133.09s. 26 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Quer saber quando saira´ a pro´xima atualizac¸a˜o desse documento? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog (www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook (www.facebook.com/diegoguntz). E se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. www.number.890m.com Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 27 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Curso de f´ısica ba´sica 1: Mecaˆnica H. Moyse´s Nussenzveig nibblediego@gmail.com 2 Movimento Bidimensional 1. No problema do cac¸ador e do macaco (Sec. 3.1), mostre analiticamente que a bala atinge o alvo, e calcule em que instante isso ocorre, para uma dada distaˆncia d entre eles e a altura h do galho, sendo v0 a velocidade inicial da bala. Interprete o resultado. Soluc¸a˜o1 O macaco despenca de modo que sua velocidade inicial e´ v0y = 0, e ele se move so´ na direc¸a˜o vertical. O proje´til tem componentes de velocidade nas duas direc¸o˜es. v0y = v0 · sen(θ) e v0x = v0 · cos(θ) (1) Da figura acima, sendo D a distaˆncia em linha reta do proje´til a` posic¸a˜o inicial do macaco, temos que sen(θ) = h D e cos(θ) = d D (2) que juntamente com as equac¸o˜es (1) nos levam a: v0y v0x = h d , logo v0y = v0x ( h d ) (3) 1Soluc¸a˜o retirada da prova de transfereˆncia do 2◦ semestre da UFF realizada em 2008. 28 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Tomando o sentido para cima para velocidades positivas, temos, para o macaco: ym = h− g 2 t2 para o proje´til temos movimentos nas duas direc¸o˜es: xp = v0xt e yp = v0yt− g 2 t (4) usando o resultado da equac¸a˜o (3) yp = v0x ( h d ) t− g 2 t2 O instante em que o proje´til atinge a coordenada horizontal d e´ dado por td = d v0x , logo, yp = v0x ( h d ) · ( d v0x ) − g 2 ( d v0x )2 , logo, yp = h− g 2 ( d v0x )2 (5) No instante td a coordenada vertical do macaco e´: ym = h− g 2 ( d v0x )2 (6) ideˆntico a` coordenada vertical do proje´til, equac¸a˜o (5), provando que o proje´til atinge o macaco. 2. Um avia˜o a jato voa para o norte, de Bras´ılia ate´ Bele´m, a 1630 km de distaˆncia, levando 2h 10 min nesse percurso. De la´, segue para oeste, chegando a Manaus, distante 1290 km de Bele´m, apo´s 1h 50 min de voo. (a) Qual o vetor deslocamento total do avia˜o? (b) Qual e´ o vetor velocidade me´dia no trajeto Bras´ılia - Bele´m? (c) Qual e´ o vetor velocidade me´dia no trajeto Bras´ılia - Manaus? Soluc¸a˜o de A: O esquema a seguir ilustra o trajeto do avia˜o.29 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA 1290 km 1630 km√ 12902 + 16302 BR BEMA Pelo esquema percebe-se que o vetor deslocamento total (~dt) sera´ ~dt = √ 16302 + 12902 = 2079km E atrave´s da lei dos senos determina-se sua direc¸a˜o que e´ de aproximadamente 38.4◦. Soluc¸a˜o de B: O vetor velocidade me´dia no trajeto Bras´ılia - Bele´m sera´: ~vbb = 1630 km 2h+ 10min = 1630 km 2h+ (1/6)h ≈ 752.3̂i km/h com direc¸a˜o e sentido Norte. Soluc¸a˜o de C: E o vetor velocidade me´dia no trajeto Bras´ılia - Manaus: ~vbm = 1630ĵ − 1290̂i (2h+ (1/6)h) + (1h+ (5/6)h) = 407.5ĵ − 322.5̂i | ~vbm| = 519.75 km/h 3. Mostre que a magnitude da soma de dois vetores a e b esta´ sempre compreendida entre os limites ||a| − |b|| ≤ |a+ b| ≤ |a|+ |b| Em que situac¸o˜es sa˜o atingidos os valores extremos? Soluc¸a˜o: Pela regra do paralelogramo escreve-se: 30 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA |a+ b|2 = |a|2 + |b|2 + 2 · a · b · cos(θ) Se cos(θ) = −1 enta˜o: |a+ b|2 = |a|2 + |b|2 − 2|a||b| = (|a| − |b|)2 ⇒ |a+ b| = |a| − |b| Se cos(θ) = 1 enta˜o: |a+ b|2 = |a|2 + |b|2 + 2|a||b| = (|a|+ |b|)2 ⇒ |a+ b| = |a|+ |b| Como cos(θ) e´ uma func¸a˜o trigonome´trica enta˜o no intervalo (−1, 1) verifica-se que |a+ b| e´ menor que a soma dos mo´dulos de a e b. E maior que a diferenc¸a entre eles. Completando a demonstrac¸a˜o. O limite inferior e´ atingido quando os dois vetores (a e b) tem mesma direc¸a˜o e sentidos opostos, como na figura a seguir. θ isto e´, formando um aˆngulo de 180◦. Ja´ o limite superior e´ atingido quando os vetores tem mesma direc¸a˜o e mesmo sentido. for- mando um aˆngulo de 0◦ Ja´ os dois limites (inferior e superior) sa˜o atingidos apenas quando os vetores “a” e “b” sa˜o nulos. 4. As magnitudes de a e b sa˜o iguais. Qual e´ o aˆngulo entre a+ b e a− b? Soluc¸a˜o: Se as magnitudes de a e b forem iguais enta˜o: |a+ b| = |a|+ |b| = 0 Como vimos, pela regra do paralelogramo |a+ b|2 = |a|2 + |b|2 + 2 · a · b · cos(θ) que implica em |a+ b|2 = |a|2 + |b|2 apenas quando 31 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA 2 · a · b · cos(θ) = 0 Resolvendo essa ultima equac¸a˜o chegamos a θ = 90◦. 5. As latitudes de longitudes de Sa˜o Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente, sa˜o as seguintes: Sa˜o Paulo: 23◦ 33’ S, 46◦ 39’ O; Rio de Janeiro: 22◦ 53’ S, 43◦ 17’ O; Belo Horizonte: 19◦ 55’ S, 43◦ 56’ O. A partir destes dados, (a) Calcule as distaˆncias entre as treˆs cidades; (b) Em relac¸a˜o a um sistema de coordenadas com origem em Sa˜o Paulo e eixo das abscissas na direc¸a˜o Sa˜o Paulo - Rio de Janeiro obtenha o valor de posic¸a˜o de belo Horizonte. Soluc¸a˜o de A: O raio me´dio da Terra e´: R ≈ 6.371 km, assim o per´ımetro de um c´ırculo com esse raio e´ de aproximadamente 40.000 km. C = 2pir ⇒ C = 2pi6.371 km ⇒ C ≈ 40.030 km Assim 1◦ (um grau) de per´ımetro equivalem a 111,19 km 360◦ → 40.030 km 1◦ → x ⇒ x = 111, 19km Como Sa˜o Paulo esta´ a : 23◦ 33’ S, 46◦ 39’ O (o equivalente a 23,55◦S e 46,65◦O); e o Rio de Janeiro a`: 22◦ 53’ S, 43◦ 17’ O (o equivalente a 22, 0883◦ = 0, 6◦S e 43, 283◦ = 3, 36◦O); enta˜o a distaˆncia entre eles sera´: 23, 55◦ − 22, 0883◦ = 0, 6◦ na direc¸a˜o Sul. 46, 65◦ − 43, 283◦ = 3, 36◦ na direc¸a˜o Oeste. De posse desses dados basta agora calcular a distaˆncia. d = √ (0, 6 ◦ )2 − (3, 36◦)2 ≈ 3, 43◦ Como ja´ determinamos que 1◦ = 111, 19 km enta˜o 3, 43◦ ≈ 381, 4 km. Ou seja, a distaˆncia entre Sa˜o Paulo e Rio de Janeiro e´ de 381,4 km. Analogamente se chega a distaˆncia entre Rio e Belo Horizonte (aproximadamente 337 km) e S. Paulo e Belo Horizonte (aproximadamente 504 km). Soluc¸a˜o de B: 32 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Independente do ponto de origem que escolhemos para o sistema a distaˆncia entre S. Paulo e B. Horizonte e´ de aproximadamente 504 km, de modo que essa sera´ a magnitude do vetor. Ja´ a direc¸a˜o e o sentido sera´ de 42◦ acima da direc¸a˜o S. Paulo → Rio. 6. Um helico´ptero, sa´ıdo de seu hangar, percorre 100 m numa pista em direc¸a˜o ao sul dobrando depois para entra em noutra pista rumo ao leste, de onde apo´s percorrer mais 100 m, levanta voo verticalmente, elevando-se a 100 m de altitude. Calcule: (a) A magnitude do deslocamento total; (b) O aˆngulo de elevac¸a˜o em relac¸a˜o ao solo, a partir do hangar; (c) A direc¸a˜o da projec¸a˜o sobre o solo do vetor deslocamento total. Soluc¸a˜o de A: A magnitude e´ o mo´dulo do vetor formado pela diagonal interna de um cubo de lado igual a 100 m. d = √ 1002 + √ 1002 + 1002 ≈ 173.21 m Soluc¸a˜o de B: O movimento realizado pelo helico´ptero desenha o seguinte triangulo. 100 √ 1002 + 1002 d θ Sendo assim, tg(θ) = 100√ 1002 + 1002 ⇒ θ ≈ 35, 3◦ Soluc¸a˜o de C: senθ = 100√ 1002 + 1002 ≈ 45◦ Ou seja, a direc¸a˜o e´ de aproximadamente 45◦ SE. 7. Uma pedra que se encontra numa elevac¸a˜o de 60 m, sobre uma plataforma horizontal, e´ arrastada por uma enxurrada com a velocidade de 3 m/s. A que distaˆncia horizontal do ponto de projec¸a˜o e com que velocidade (em km/h) ela atinge o solo? 33 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Soluc¸a˜o: Primeiro vamos calcular o tempo de queda da pedra. y − yo = vot+ 1 2 gt2 ⇒ ∆y = voyt+ 1 2 gt2 Como a enxurrada deve ser aplicada horizontalmente enta˜o a projec¸a˜o de vo no eixo y e´ zero. Assim: ∆y = 1 2 gt2 ⇒ 60 m = 1 2 (9.81 m/s2)t2 ⇒ t ≈ 3.5s. Assim, a distaˆncia horizontal (∆x) percorrida pela bola sera´ de: x = xo + voxt⇒ ∆x = 3 · 3.5 = 10.5 m Ja´ a velocidade pode ser determinada pela equac¸a˜o v = voy + gt. v = voy + gt ⇒ v = 0 + gt ⇒ v = 9.81 · 3.5 = 34.225 m/s2 que equivale a 123.606 km/h. 8. Uma mangueira, com o bico a 1,5 m acima do solo, e´ apontada para cima segundo um aˆngulo de 30◦ com o cha˜o. O jato de a´gua atinge um canteiro a 15 m de distaˆncia. (a) Com que velocidade o jato sai da mangueira? (b) Que altura ele atinge? Soluc¸a˜o: Na horizontal temos: x = xo + voxt ⇒ t = ∆x vox [1] Ja´ na vertical y = yo + voyt− 1 2 gt2 No final da trajeto´ria da a´gua seu deslocamento vertical e´ nulo. ⇒ 0 = yo + voyt− 1 2 gt2 34 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Usando o resultado em [1] 0 = yo + voyt− 1 2 gt2 ⇒ yo + voy ( ∆x vox ) − 1 2 g ( ∆x vox )2 = 0 e substituindo os valores 1.5 + (vosen(30 ◦)) ( 15 vocos(30◦) ) − 1 2 (9.81) ( 15 vocos(30◦) )2 = 0 ⇒ 1.5 + ( 15 · sen(30◦) vocos(30◦) ) − 1 2 (9.81) ( 15 cos(30◦) )2 = 0 ⇒ vo ≈ 12.035 m/s Para determinar a altura podemos usar Torriceli. v2 = v0y − 2gd 0 = (12.035 · sen(30◦))2 − 2(9.81)d ⇒ d ≈ 1.85 m Mas, como a a´gua ja´ parte de uma altura inicial igual 1.5 m enta˜o a altura ma´xima atingida e´ de aproximadamente 3.35 m 9. Num jogo de voˆlei, desde uma distaˆncia de 14,5 m da rede, e´ dado um saque do tipo “jornada nas estrelas”. A bola sobe a 20 m da altura do lanc¸amento, e desce ate´ a altura do lanc¸amento num ponto do campo adversa´rio situado a 1 m da rede e 8 m a` esquerda do lanc¸amento. (a) Em que aˆngulo a bola foi lanc¸ada? (b) Com que velocidade (em km/h) volta a atingir a altura do lanc¸amento? (c) Quanto tempo decorre neste percurso? Soluc¸a˜o de A: Na vertical temos: v2y = v 2 oy − 2gd Quando a altura for ma´xima vy = 0 enta˜o: 0 = (vo · sen(θ))2 − 2gd ⇒ d = v 2 o · sen2(θ) 2g Ja´ na horizontal 35 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BAA = v2osen(2θ) g Pelo enunciado sabemos que d = 20 m. Para determinar o valor de “A” usamos o teorema de de Pita´goras. Rede 14.5 m 1m 8m A Assim, A = √ (14.5 + 1)2 + 82 ≈ 17.44m Fazendo a divisa˜o de “d” por “A” chegamos ao resultado, veja: d A = v2osen 2(θ) 2g v2o · sen(2θ) g = 20 17.44 ⇒ sen 2(θ) 2 · sen(2θ) ≈ 1.15 Como sen(2a) = 2 · sen(a) · cos(a) enta˜o: sen2(θ) sen(2θ) ≈ 1.15 ⇒ sen 2(θ) 4 · sen(θ) · cos(θ) ≈ 1.15 ⇒ sen(θ) 4 · cos(θ) ≈ 1.15 ⇒ sen(θ) cos(θ) ≈ 4.6 ⇒ tg(θ) ≈ 4.6 ⇒ θ ≈ 77.74◦ Soluc¸a˜o de B: 36 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA v2o · sen2(θ) 2g = 20 ⇒ vo = √ 20 · 2g sen2(θ) Substituindo os valores vo = √ 20 · 2(9.81) sen2(77.74◦) ⇒ vo ≈ 20.3 m/s ou 72.98 km/h Soluc¸a˜o de C: t = 2 · vo · sen(θ) g = 2 · 20.3 · sen(77.7◦) 9.81 ≈ 4.04 s 10. Um jogador de basquete quer encestar a bola levantando-a desde uma altura de 2 m do cha˜o, com velocidade inicial de sete m/s. A distaˆncia da bola a` vertical que passa pelo centro do cesto e´ de 3 m, e o aro do cesto esta´ a 3,05 m do cha˜o. Em que aˆngulo a bola deve ser lanc¸ada? Soluc¸a˜o: O desenho a seguir ilustra a situac¸a˜o. θ Bola Cesta Vertical 2m 3m 3.05mI yf = yo + voyt− 1 2 gt2 yf − yo = voyt− 1 2 gt2 3.5− 2 = 7 · sen(θ)t− 1 2 (9.81)t2 1.5 = 7 · sen(θ)t− 1 2 (9.81)t2 (1) Horizontalmente temos: 37 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA x = xo + voyt x− xo = vo · cos(θ)t ⇒ t = 3 m 7 · cos(θ) Aproveitando essa u´ltima equac¸a˜o em (1) ⇒ 1.5 = 7 · sen(θ) ( 3 m 7 · cos(θ) ) − 1 2 (9.81) ( 3 m 7 · cos(θ) )2 ⇒ 1.5 = 3 · tg(θ)− 0.9 cos2(θ) ⇒ 1.5 = 3 · tg(θ)− 0.9sec2(θ) ⇒ 1.5 = 3 · tg(θ)− 0.9(1 + tg2(θ)) ⇒ 1.5 = 3 · tg(θ)− 0.9− 0.9tg2(θ)) Note que chamando tg(θ) de y temos uma equac¸a˜o do segundo grau. ⇒ 3 · y − 0.9t2 − 1.95 = 0 Que resulta em: y ≈ 0.88 e y ≈ 2.45. Como chamamos tg(θ) = y enta˜o: tg(θ) ≈ 0.88⇒ θ ≈ 41.3◦ tg(θ) ≈ 2.45⇒ θ ≈ 67.8◦ Testando esses dois aˆngulos na fo´rmula do alcance (que e´ de 3 m) percebemos que a resposta correta e´ 67.8◦. 11. Demonstre o resultado de Galileu, enunciado a` pg. 53, mostrando que, para uma dada velocidade inicial v0, um proje´til pode atingir o mesmo alcance A para dois aˆngulos de elevac¸a˜o diferentes, θ = 45◦+δ e θ = 45◦−δ, contanto que A na˜o ultrapasse o alcance ma´ximo Am = v2o/g. Calcule δ em func¸a˜o de v0 e A. Soluc¸a˜o: Se o alcance e´ o mesmo para os dois aˆngulos enta˜o: A45◦+δ = A45◦−δ ⇒ v 2 o · sen(2(45◦ + δ) g = v2o · sen(2(45◦ − δ) g ⇒ sen(90◦ + 2δ) = sen(90◦ − 2δ) 38 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Como a igualdade acima e´ verdadeira fica provado a afirmac¸a˜o. A soluc¸a˜o da segunda parte do problema e´ deduzida diretamente do alcance. A = v2o · sen(2(45◦ + δ)) g ⇒ A = v 2 o · sen(90◦ + 2δ) g como sen(90− 2δ) = cos(2δ) enta˜o: gA v2o = cos(2δ) ⇒ δ = 1 2 · cos−1(gA/v2o) 12. Generalize o resultado do problema anterior, mostrando que um proje´til lanc¸ado do cha˜o com velocidade inicial v0 pode atingir um ponto situado a` distaˆncia x e a altura y para dois aˆngulos de elevac¸a˜o diferentes, contanto que o ponto (x, y) esteja abaixo da “para´bola de seguranc¸a”. y = 1 2 ( Am − x 2 Am ) onde Am e´ o alcance ma´ximo. Soluc¸a˜o: ??? 13. Um jogador de futebol inexperiente chuta um peˆnalti a 9 m do gol, levantando a bola com velocidade inicial de 15 m/s. A altura da trave e´ de 2,4 m. Calcule: (a) a que distaˆncia ma´xima da trave, atra´s do gol, um apanhador de bola pode ficar agachado, e (b) a que distaˆncia mı´nima devem ficar os espectadores, para que na˜o corram risco nenhum de levar bolada. Soluc¸a˜o: Sabe-se que: v2f = v 2 oy − 2gd (Torricelli) No a´pice da trajeto´ria da bola a velocidade final e´ nula, assim 0 = v2oy − 2gd ⇒ d = v 2 oy 2g 39 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Como voy = vo · sen(θ) enta˜o: d = v2o · sen2(θ) 2g Supondo que o a´pice da trajeto´ria da bola seja altura da trave enta˜o d = 2, 4 o que implicaria em θ = 27.2◦. 2.4 = 152 · sen2(θ) 2(9.81) ⇒ θ ≈ 27.2◦ Usando agora a fo´rmula do alcance e o angulo encontrado chegamos a resposta da letra “B”. A = v2o · sen(2θ) g = 152 · sen(2 · 27.2◦) 9.81 = 18.65 Ou seja, a plateia deve ficar a pelo menos 18.65 m do ponto em que o jogador chuta a bola. Ja´ a soluc¸a˜o de “A” pode ser determinada simplesmente subtraindo do resultado anterior (18.65 m) a distaˆncia do jogador ate´ a trave (9 m). Assim, a resposta da letra “A” seria 9.65 m. 14. Um jogador de futebol, a 20,5 m do gol adversa´rio, levanta a bola com um chute a uma velocidade inicial de 15 m/s, passando-a ao centroavante do time, que esta´ alinhado com ele e com o gol, a 5,5 m do gol. O centroavante, que tem 1,80 m de altura, acerta uma cabec¸ada na bola, imprimindo-lhe um incremento de velocidade na direc¸a˜o horizontal, e marca o gol. (a) De que aˆngulo a bola havia sido levantada? (b) Qual foi o incremento de velocidade impresso a` bola pela cabec¸ada. Soluc¸a˜o de A: Primeiro vamos considerar apenas o trajeto que a bola faz do jogador que a chuta ate´ a cabec¸a do centro avante. yf = yo + voy · t− 1 2 gt2 ⇒ yf − yo = vo · sen(θ) · t− 1 2 gt2 Substituindo os valores 1.8− 0 = 15 · sen(θ) · t− 4.905t2 ⇒ 1.8 = 15 · sen(θ) · t− 4.905t2 (1) Horizontalmente temos que 40 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA x = xo + voxt ⇒ x− xo = vo · cos(θ)t ⇒ t = ∆x vo · cos(θ) (2) Substituindo (2) em (1) 1.8 = 15 · sen(θ) ( ∆x vo · cos(θ) ) − 4.905 ( ∆x vo · cos(θ) )2 (3) Se o jogador esta´ a 20.5 m do gol e o centro avante, alinhado com ele, esta´ a 5.5 m enta˜o a distancia entre o jogador e o centro avante (∆x) e´ de 15 m (20.5 m - 5.5 m). Sendo assim: 1.8 = 15 · sen(θ) ( ∆x vo · cos(θ) ) − 4.905 ( ∆x vo · cos(θ) )2 ⇒ 1.8 = 15 · sen(θ) ( 15 15 · cos(θ) ) − 4.905 ( 15 15 · cos(θ) )2 ⇒ 1.8 = 15 · ( sen(θ) cos(θ) ) − 4.905 ( 1 cos(θ) )2 ⇒ 1.8 = 15 · tg(θ)− 4.905 · sec2(θ) Como sec2(θ) = 1 + tg2(θ) enta˜o: 1.8 = 15 · tg(θ)− 4.905 · sec2(θ) ⇒ 1.8 = 15 · tg(θ)− 4.905(1 + tg2(θ)) ⇒ 1.8 = 15 · tg(θ)− 4.905 + 4.905 · tg2(θ) Cuja soluc¸a˜o nos leva a θ ≈ 28.49◦. Soluc¸a˜o de B: Usando a equac¸a˜o (1) e o valor de θ que acabamos de determinar obtemos a seguinte equac¸a˜o do segundo grau. 1.8 = 15 · sen(28.49)t− 4.905t2 ⇒ 7.16t− 4.905t2 − 1.8 ≈ 0 Cuja soluc¸a˜o ocorre para t = 0.322 Usando agora a equac¸a˜o do espac¸o hora´rio, e o tempo que acabamos de determinar, chegamos a velocidade inicial que a bola adquiriu com a cabec¸ada. 41 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA xf = xo + voxt xf − xo = vox · t 5.5 = vox · 0.322 ⇒ vox ≈ 17.1 m/s Subtraindo esse resultado do valor inicial. vox − Vo · cos(28.49)⇒ 17.1− 15 · cos(28.49) ≈ 3.82 Assim, o incremento da velocidade inicial e´ de 3.82 m/s 42 Curso de f´ısica ba´sica: Mecaˆnica Diego Oliveira / Vito´ria da Conquista - BA Quer saber quando saira´ a pro´xima atualizac¸a˜o desse documento? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog (www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook (www.facebook.com/diegoguntz). 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