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DISCURSIVA PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL Professores: Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 07 Queridos alunos, Muita atenção a esta pequena e lúcida aula. Ela encurtará o caminho entre sua produção textual e a aprovação. O que quero dizer com isso? A prova do Mdic, recém corrigida pela Esaf, mostrou exatamente aquilo que sempre frisamos neste curso: a simplicidade da resposta, a objetividade para se começar um texto e abordar cada tópico e a comprovação de ideias. Não foi à toa que nossos ex-alunos classificados auferiram em suas redações as maiores notas de um concurso cujas discursivas continham exigências até mais rígidas do que as da área fiscal. E, hoje, trago um exemplo de desenvoltura textual simples. Comentarei outros, mas, como vocês estão correndo contra o tempo, eu trouxe um exemplo de redação que obteve o total de pontos, tanto na composição da estrutura textual, quanto no uso do idioma. Eu vou mostrá-la e quero que vocês acompanhem linha a linha os comentários e descubram que é muito fácil ser feliz após as discursivas da Esaf Vamos lá... Meu exemplo é de uma questão (texto a ser respondido em até 30 linhas). Depois, noutro momento, comento um tema, ok. Esta foi a questão do Mdic: PROVA DISCURSIVA - QUESTÃO “A partir da crise econômica internacional de 2008, o G-20 financeiro ganhou mais destaque nos meios de comunicação e atualmente constitui um espaço fundamental de discussão dos rumos da nova ordem econômica global. Neste ano a presidência rotativa do G-20 é ocupada pelo México.” Considerando o texto acima, responda: a) Qual a origem, composição e objetivos principais do G-20 financeiro? b) Quais as principais propostas do G-20 em relação à governança financeira, tendo em conta, particularmente, aquelas direcionadas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial? c) Quais os principais compromissos e perspectivas do G-20 em relação ao comércio internacional, tendo em conta os impactos da crise econômica iniciada em 2008? Viram que há três tópicos? Então, já dá para vocês compreenderem que cada tópico deverá constar em pelo menos um parágrafo. Pode ser que um ou outro ocupe dois ou mais parágrafos. Mas é certo que menos de três parágrafos já constitui falha estrutural. DISCURSIVA PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL Professores: Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 2 Resumindo: o número de tópicos já revela ao examinador o número mínimo de parágrafos que o texto deve ter. Agora, vou dividir a redação nº 1 do concurso do Mdic em três partes, de acordo com os parágrafos contidos nela. Também vou reiterar para cada parte o tópico abordado, ok. Tópico A – a ESAF pergunta o seguinte: a) Qual a origem, composição e objetivos principais do G-20 financeiro? A aluna abre seu texto com o seguinte: Primeiramente, confiram a nota: Nota de conteúdo – valor 10 pontos – nota: 10 pontos Nota de uso do idioma – valor 5 pontos – nota 5 pontos Fonte: edital Mdic – Esaf/2012 Reparem que eu mesma destaquei as palavras-chave do tópico 01. No texto, eu grifei os momentos em que o tópico 01 teve seus termos regastados e respondidos. Pessoal, durante o curso, ao contrário do que muitos colegas de redação defendiam, orientei demais meus alunos para comporem textos mais objetivos. DISCURSIVA PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL Professores: Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 3 Pedi que deixassem de lado aquelas introduções escolares, sem finalidade nos concursos públicos. É lógico que uma orientação dessas deixa dúvidas quanto ao que se deve fazer num texto. É um briga de Davi e Golias tentar reverter essa ideia anacrônica de se fazer uma introdução para depois se começar a responder que pede o texto. Está aí a prova: a aluna não perdeu tempo. Foi ditamente para a resposta, sem mudar nem sequer os termos do questionamento. Por que o caminho é esse, pessoal? A resposta é simples: porque examinador nenhum quer ler um texto, tentando descobrir em que passagem o candidato respondeu objetivamente o proposto nos tópicos. Assim, se já começamos o texto, respondendo o propósito do tópico inicial e mantendo os termos dos tópicos, qualquer examinador nos agradece, porque ele conseguirá cumprir sua cota de correção do dia, com mais agilidade. Agora, por outro lado, se dificultamos para o examinador a visualização das respostas, porque trocamos termos ou porque queremos fazer um discurso mais bem acabado, tenhamos certeza disto, ele não irá nos conceder boa pontuação. Estamos, na verdade, dificultando a tarefa do examinador, pois uma redação de 30 linhas, por exemplo, com resposta objetiva, consome o tempo padrão para a correção: até 2 minutos. Mas, uma redação com resposta evasiva, com estrutura peculiar ao desejo do redator, poderá consumir até 10 vezes o tempo dedicado à leitura para a extração dos pontos. Vejam que eu tenho demorado bastante para corrigir os textos, isso é sinal de que a maior parte da turma perdeu o compromisso com a objetividade. Assim, pessoal, façam como essa candidata aprovada, sigam diretamente para a resposta. Não inventem moda, porque não dá certo. Vocês se perdem, o período se alonga, e, afora a falta de objetividade, aparecem os infelizes erros de português. Sem contar que, fazendo uma estrutura pouco objetiva, vocês gastarão também mais tempo para elaborar o texto. Vamos a mais um parágrafo? Novamente a Esaf pergunta e eu grifo as palavras–chave: b) Quais as principais propostas do G-20 em relação à governança financeira, tendo em conta, particularmente, aquelas direcionadas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial? Minha gente!!! Muita atenção para o momento em que o termo “principais” aparecer. Se vocês respondem apenas sobre as “propostas”, sem citar que elas são as principais, erram a resposta do mesmo jeito. E a Esaf adora pedir “principais”, porque é mais fácil eliminar os desavisados. DISCURSIVA PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL Professores: Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 4 Novamente, a aluna não perde tempo, retoma palavra-chave, sem alterações e dá início à resposta. Nem há o que comentar, porque ela usa exatamente um processo similar com o qual abriu seu texto. Agora vou para a parte final da redação. Pergunta da Esaf, seguida dos meus grifos: c) Quais os principais compromissos e perspectivas do G-20 em relação ao comércio internacional, tendo em conta os impactos da crise econômica iniciada em 2008? DISCURSIVA PARA AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL Professores: Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 5 Aqui, ela novamente retomou os termos do tema. Fez uma pequena inversão nessa retomada, mas não se perdeu, ao fazê-la, porque estava exatamente abordando todos os termos do tópico, como se verifica no texto que ela o fará em seguida. Pessoal, é difícil fazer isso? Questionem a si mesmos. Precisamos acertar o passo quanto a essa objetividade e a essa precisão temática. Depois disso, caprichem na argumentação. Há quem explique tudo, mas não coloque nenhuma fonte de comprovação. Já havia dito a vocês que poderiam empregar leis, citar o nome de professores especialistas, inserir doutrina etc. Hoje, a vaga é de quem investe em comprovação. Pode ser que o concurso traga redações com alto nível estrutural e aí a vaga será de quem investe pesado na profundidade argumentativa, e isso deve ser feito em todos ostópicos, de preferência. No mais, não deixem que as frases se estendam para mais de três linhas. Trabalhem mais com o ponto final, pois isso evitará erros gramaticais graves. Também recomendo que evitem usar gerúndio. Essa forma verbal sempre induz vocês a erros. Por fim, não coloquem ponto final antes de conjunção causal ou explicativa (POIS, VISTO QUE, PORQUE etc.). Outra questão importante: a gente não começa frase com pronome relativo (O qual, A qual, Onde, Que etc.). Este vem, no máximo, precedido de vírgula. Então, o recado de hoje é este: trabalhar com mais objetividade, com fundamentação tópico a tópico e com clareza de informações. Grande abraço a todos! Júnia
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