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CONFLITOS E SENTIMENTOS

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ROGÉRIA APARECIDA R. DOS S. ACADROLI, 
MARIA APARECIDA DA SILVA
CONFLITOS E SENTIMENTOS 
FAMILIARES NO CONVIVER 
COM O PACIENTE PORTADOR 
DE HIV/AIDS*
Resumo: revisão integrativa com abordagem qualitativa de oito estudos 
publicados no período de 2003 a 2013. Teve-se como objetivo descrever as 
percepções da família frente ao paciente portador de HIV/Aids, destacando 
os aspectos positivos da convivência familiar. Tanto o paciente, quanto a fa-
mília passam por mudanças e dificuldades inesperadas, especialmente após o 
diagnóstico da soropositividade, necessitando de maior atenção profissional 
nesta etapa.
Palavras-chave: HIV. AIDS. Família. Preconceito. Percepção.
N os dias atuais, em um mundo globalizado, falar sobre Síndrome da Imunodefi-ciência Adquirida (AIDS) ainda causa impactos negativos nas pessoas, por se tratar de um assunto rodeado de estigmas e preconceitos. Nesse sentido, ob-
serva-se que há diversos aspectos sobre os questionamentos e as curiosidades referentes 
ao assunto, como, por exemplo, saber como é o cotidiano de uma família cujo integrante 
é portador do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV); conhecer suas dificuldades, 
seus medos e anseios e como faz para conviver dia a dia, no contexto familiar. 
Pensando em buscar respostas para nossas próprias dúvidas e questionamentos, e de 
muitas outras pessoas, surgiu o interesse em estudar essa temática, no que concerne ao 
cotidiano das famílias que convivem com o paciente portador de HIV/Aids no contexto 
familiar. Nesse sentido, é importante que se provoque a seguinte reflexão a respeito: 
Como é a rotina de uma família que convive com o paciente portador de HIV/Aids? 
Quais as dificuldades enfrentadas pela família ante a condição do seu ente querido 
com HIV/Aids?
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Assim, considera-se relevante aprofundar essas e outras questões, uma vez que se 
pretende ajudar aos profissionais de enfermagem a conhecer o cotidiano da família que 
convive com o paciente portador do HIV/Aids, já que esta categoria de trabalho está 
envolvida diretamente com o cuidado ao cliente, à família, especialmente no que se 
refere às orientações a serem cumpridas no âmbito domiciliar, envolvendo o autocui-
dado, o acolhimento, o aconselhamento, a prevenção e até mesmo as diferentes fases 
da evolução da doença. 
Sabe-se que a Aids é uma manifestação clínica avançada da infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana (HIV), e se caracteriza pela depleção das células com marca-
dor fenotípico CD4+, principalmente os linfócitos T, o que leva à imunodepressão e ao 
consequente desenvolvimento de doenças oportunistas (LAZZAROTTO et al., 2010).
Carvalho e Galvão (2008) ressaltam que o fato de saber o diagnóstico sobre uma 
doença letal gera vários sentimentos nos pacientes, dentre eles a vergonha, a ansiedade 
e a depressão, pois existe a dificuldade de enfrentamento da doença, o que prejudica o 
referido tratamento. Por isso, é necessário que se destaque a importância do envolvi-
mento da família, no apoio ao paciente, durante seu tratamento.
Alguns estudos mostram que a adesão ao tratamento é um dos problemas mais fre-
quentes enfrentados pelos pacientes. Sendo assim, ressalta-se que é de competência do 
enfermeiro instruir o paciente sobre os possíveis sintomas e sobre as mudanças físicas 
que ocorrerão, esclarecendo as dúvidas e possibilitando a criação de um elo entre o 
profissional e o paciente (FERREIRA; NICHIATA, 2008).
Outros autores afirmam que a família é considerada uma unidade de cuidado e uma 
fonte de ajuda para o indivíduo com Aids. Desta forma, ela contribui para o equilíbrio 
físico e mental do paciente (SOUSA; KANTORSKI; BIELEMANN, 2004).
A família é um complexo sistema de organização, e apresenta crenças, valores e prá-
ticas ligadas às transformações da sociedade, em busca da melhor adaptação possível para 
a sobrevivência de seus membros e da instituição como um todo (MINUCHIN, 1990). 
É comum depararmo-nos com situações nas quais o paciente perde a vontade de 
viver, pois muitas vezes se sente abandonado e sem motivação, tanto para começar, 
quanto para continuar o tratamento. Pode-se afirmar, também, que o preconceito ainda 
é um dos maiores problemas enfrentados tanto pelo portador do vírus HIV como pela 
família, e este acaba se tornando responsável pela não adesão do paciente ao tratamento 
(AYRES et al., 2004). 
Pelo presente estudo pretende-se levar aos profissionais de saúde mais informações, 
para melhor entendimento sobre o cotidiano de uma família que convive com um membro 
portador do vírus HIV/Aids. Desta forma, a equipe de enfermagem poderá identificar como 
e quais são as alterações da rotina do paciente e da própria família, no contexto familiar, 
após a descoberta da soropositividade, as quais servirão como apoio na elaboração de 
medidas e estratégias de atenção, tanto para o paciente, quanto para a sua família. 
OBJETIVOS
Descrever as percepções da família frente ao paciente portador de HIV/Aids, des-
tacando os aspectos positivos da convivência familiar. 
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
Adotou-se, no presente estudo, a revisão integrativa, considerada um método de 
revisão mais amplo, por permitir a inclusão de estudos de abordagem quantitativa 
e qualitativa. Esse método foi desenvolvido em seis fases/etapas: escolha do tema e 
questão da pesquisa; critérios de inclusão e exclusão; busca na literatura; categorização 
dos estudos; análise dos dados; interpretação dos resultados e apresentação da revisão. 
O objetivo é reunir e sintetizar os estudos realizados sobre o assunto, proporcionando 
maior entendimento a partir dos resultados evidenciados em cada referencial teórico 
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Com o suporte desse método, fez-se a delimitação do tema tendo como perspectiva 
conhecer o contexto familiar frente à convivência com o paciente portador do HIV/
Aids, para o qual se formulou a seguinte pergunta norteadora: Quais as percepções da 
família frente à convivência com o paciente portador do HIV/Aids? 
Em seguida, procedeu-se com a busca dos estudos publicados no período de 
2003 a 2013, cujo levantamento foi realizado nas bases de dados virtuais, Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Centro Latino Americano 
e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), Scientifc Eletronic Library 
On Line (SciELO) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), com acesso por meio 
de palavras-chave, previamente estabelecidas para a busca, usadas individualmente e/ou 
associadas, dentre elas: família, HIV, Aids, percepção e convivência, no processo de busca. 
Na fase de coleta dos dados, utilizou-se um roteiro caracterizado em quadros I e II, 
cujo objetivo foi facilitar a extração das informações-chave dos artigos selecionados, 
as quais foram analisadas detalhadamente. Para compor o estudo, foram incluídos os 
artigos originais que fizeram referência ao tema e que apresentavam abordagem quali-
tativa do tipo descritiva, exploratória descritiva. 
Finalmente, a análise e discussão do referencial teórico consistiram na leitura dos 
resumos de cada artigo, o que possibilitou a identificação do conteúdo descrito para 
a inclusão e a composição da pesquisa. Feito isso, realizou-se a leitura, na íntegra, de 
cada texto, e o registro dos pontos principais para análise. Após esta tarefa, fez-se a 
organização, a codificação, a caracterização dos estudos e a categorização do conteúdo, 
por meio de fichamentos,resumos e apontamentos, a fim de facilitar o desenvolvimento 
da presente pesquisa e de sua respectiva síntese.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No decorrer das investigações, foram encontrados 3.861 artigos, cujo número, após o 
refinamento temático, foi reduzido para um total de 74. Desses, 29 foram pré-selecionados 
para a leitura criteriosa dos títulos, resumos, resultados e das conclusões, conforme os 
critérios estabelecidos no método. A partir dessa estratégia, incluíram-se oito artigos 
no estudo, por apresentarem coerência com os critérios de inclusão e com a temática 
proposta. Os oito (100%) artigos foram encontrados nas seguintes bases de dados: 
quatro (50%) no SciELO e quatro (50%) na LILLACS, sendo que dois desses estudos 
apareciam simultaneamente em ambas as bases.
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Os estudos foram codificados de A1 a A8, para melhor visualização dos dados, e em 
seguida ordenados de forma decrescente em relação ao ano de publicação, como mostra o 
quadro I. Ante a leitura dos títulos, identificou-se que os autores apontam o enfrentamento 
à HIV/Aids pelos pacientes soropositivos como um aspecto importante para a família, e este 
foi destacado em três (37,5%) artigos. Esses estudos enfatizam a convivência e as expectativas 
vividas pelos pacientes em três (37,5%) publicações, enquanto em dois (25%) estudos os 
autores salientam que muitos pacientes ainda vivem no anonimato. Observa-se, portanto, 
a preocupação dos autores em mostrar o cotidiano dos pacientes, assim como o cuidado 
e as expectativas despertadas nos soropositivos, juntamente com a família. 
Como a seleção do material correspondeu somente à abordagem qualitativa, como 
descrito no método, ressalta-se que os oito (100%) são pertinentes a esta modalidade, 
e desses, cinco (62,5%) correspondem ao estudo descritivo e três (37,5%) ao tipo ex-
ploratório descritivo, mostrando que os estudiosos pautaram suas pesquisas nesse tipo 
de estudo, que deve ter atendido às suas expectativas. 
Ao analisar a formação dos autores e área em que o estudo foi desenvolvido, observa-se 
que a área de enfermagem sobressaiu com sete (87,5%), das publicações, sendo os autores 
enfermeiros, mestres doutores e docentes, seguida da psicologia, com um (12,5%). Cinco 
(62,5%) artigos têm autores com formação de enfermeiro, mestre e doutor, dois (25%) 
têm enfermeiros graduados e um (12,5%) psicólogo doutor. Desta forma, pode-se afirmar 
que a enfermagem tem participado dos estudos referentes a essa temática, aumentando, 
consequentemente, o interesse em agregar conhecimentos e desenvolver pesquisas. 
Apesar dessa evidência, ainda há carência nessa área em publicações, o que exige maior 
empenho desses profissionais em ampliar as publicações nessa temática.
Em relação às cidades de origem das publicações, Brasília/DF publicou três (37,5%) 
artigos, seguida de São Paulo/SP, com duas (25%); Rio de Janeiro/RJ, com duas (25%) 
e Porto Alegre/RS com uma (12,5%). Assim, observa-se a dedicação dos profissionais 
nessas regiões, ao publicarem artigos referentes ao HIV/Aids e sobre as percepções da 
família no cuidado ao paciente soropositivo. Logo, percebe-se a ausência de materiais 
publicados sobre o referido tema em outras cidades e/ou capitais, uma vez que não foi 
encontrado nenhum estudo em outras localidades.
Quanto aos anos de divulgação do material, nos anos de 2012, 2011, 2009, 2008, 
2007, 2006, 2005 e 2003 foi encontrado apenas um artigo publicado em cada ano. De 
2005 a 2009, observou-se a continuidade de publicações, no entanto, verificou-se a 
necessidade de aumentar esse quantitativo, pois um assunto de tamanha magnitude 
requer um olhar mais atento, já que em 2004, 2010 e 2013 nenhum artigo referente à 
temática foi encontrado. Apesar de o pesquisador encontrar nas bases consultadas oito 
artigos associados ao tema, entende-se que este não é um número satisfatório para um 
assunto tão importante.
Portanto, pode-se afirmar que, neste contexto deve-se levar em conta a necessidade 
de estudos nessa área, não só pela enfermagem, mas também pelas outras áreas, pois 
essa temática merece a atenção dos profissionais de saúde, e não deve se esgotar nunca. 
Embora tenham sido encontrados muitos estudos relacionados a esta temática, o pro-
blema ainda encontra-se muito presente, revelando que, além de pesquisar, é também 
necessário colocar em prática as respostas encontradas neste estudo.
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Quadro 1: Caracterização dos artigos 
Cód. 
artigo Título
Formação
dos autores
Ano de 
publicação
Fonte 
Publicação
Abordagem /
tipo de 
estudo
A1
Enfrentamentos 
experienciados por 
homens que vivem com 
HIV/Aids no ambiente 
de trabalho
- Enfermeira. Mestre. 
Doutoranda em 
Enfermagem
-Enfermeira. Doutora 
em Doenças Tropicais, 
docente
-Enfermeira. Doutora em 
Enfermagem
-Enfermeira. Mestranda 
em Enfermagem
-Enfermeira. Mestranda 
em Enfermagem
 2012
Rev. Esc. 
Enferm. 
USP/SP
LILLACS
Qualitativa/ 
Exploratório 
descritivo
A2
Vivências para o 
enfrentamento do 
HIV entre mulheres 
infectadas pelo vírus
 -Enfermeira 2011
Rev Bras 
Enferm. 
(REBEn) 
Brasília/ DF 
LILLACS
Qualitativa/ 
Descritivo
A3
Convivência e 
percepção do cuidado 
familiar ao
Portador de HIV/Aids
-Enfermeira mestre e 
docente
-Enfermeira mestre e 
docente
-Enfermeira doutora em 
filosofia da enfermagem 
e docente
-Enfermeira mestrando
-Enfermeira, doutora em 
filosofia da enfermagem.
 2009
Rev. Enferm 
UERJ/ RJ 
LILLACS
Qualitativa/ 
Exploratório 
Descritivo 
A4
O impacto da 
descoberta da sorologia 
positiva do portador de 
HIV/Aids e sua família
-Mestre em enfermagem
-Enfermeira, doutora 
em Filosofia da 
enfermagem.
 2008
Rev. Enferm. 
UERJ/ RJ 
SciELO
Qualitativa/ 
Exploratório-
descritivo 
A5
Mulheres com HIV/
AIDS: fragmentos de 
sua face oculta
-Mestre em enfermagem, 
docente e pesquisadora.
-Doutora em Ciências 
da Saúde, Mestre em 
enfermagem, docente e 
pesquisadora.
 2007
Rev. Bras. 
Enferm. 
(REBEn) 
Brasília/DF 
SciELO
Qualitativa/ 
Descritivo
 
A6
Transmissão vertical 
do HIV: expectativas 
e ações da gestante 
soropositiva
-Enfermeira obstetra.
Enfermeira obstetra. 2006
Rev Latino-
am Enferm. 
USP/ SP 
SciELO
Qualitativa/
Descritivo
A7
Aspectos psicossociais 
da vivência da 
soropositividade ao HIV 
nos dias atuais
-Psicóloga.
-Psicóloga, doutora.
-Psicóloga, doutora.
-Psicóloga.
 2005
Psico, Porto 
Alegre. 
PUC RS 
LILLACS
Qualitativa/ 
Descritivo
A8
Mulheres e Aids: 
rompendo o silêncio da 
adesão
Enfermeira. Mestre em 
Enfermagem, docente.
Professora Adjunto, 
doutora em saúde 
publica e pesquisadora.
 2003
Rev. Bras. 
Enferm. 
Brasília/DF 
SciELO
Qualitativa/ 
Descritivo
Fonte: Dados coletados dos estudos divulgados no período de 2003 a 2013. 
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Ao realizar a síntese dos artigos, especialmente quanto aos objetivos dos estudos 
(quadro II), observa-se que em sete (87,5%) deles foi observada convergência no alcance 
dos objetivos. Porém, no artigo A3 não há clareza quanto às necessidades de cuidados 
que as famílias sentem na convivência com os pacientes soropositivos.
No que diz respeito ao interesse em conhecer e compreender os impactos e os conflitos 
causados aos pacientes e à família, após receber o diagnóstico de HIV/Aids, notou-se 
que em quatro (50%)dos estudos os autores buscam respostas para esses aspectos, uma 
vez que os familiares são as pessoas mais próximas que convivem junto com o paciente.
Logo, percebe-se que, em sua maioria, os objetivos são coerentes com os resultados, 
quando, nos artigos A3, A4, A5, A7, os autores descrevem os sentimentos e os conflitos 
vivenciados pelos pacientes e familiares, ao apontarem os sentimentos gerados após o 
diagnóstico, quais sejam: medo da morte, impotência, culpa e até isolamento, porém 
alguns pacientes, mesmo após o diagnóstico, não desistem de continuar lutando para 
melhorar a qualidade de vida (BOTTIL et al., 2009; CARDOSO et al., 2008; CECHIM; 
SELLI, 2007; CASTANHA et al., 2005). 
Nos oito (100%) artigos analisados, aparece o medo do preconceito e da morte como 
os sentimentos mais relatados pelos participantes das pesquisas. Então, observa-se que 
há uma concordância, entre todos os autores, em relatar esses sentimentos despertados. 
O artigo A1, por exemplo, mostra que o medo de perder o emprego e de ser soropo-
sitivo leva o paciente a omitir o seu diagnóstico, e esse medo, muitas vezes, o leva ao 
isolamento. O A2 afirma que a revelação do diagnóstico restringe-se apenas às pessoas 
íntimas, devido ao medo do preconceito e aos conflitos advindos dele. O artigo A3 mostra 
que a família é o porto seguro do soropositivo, e é nela que eles encontram forças para 
continuar a viver, pois quando o paciente recebe o diagnóstico a família, geralmente, 
assume o papel de cuidador durante o tratamento (FREITAS et al., 2012; GALVÃO; 
PAIVA, 2011; BOTTIL et al., 2009).
Nesse caso, identifica-se convergência entre o artigo A3 e o A2, quando os autores 
apontam que, após o diagnóstico de HIV/Aids, os pacientes procuram motivações para 
enfrentarem a doença, na religiosidade, presença dos filhos e no suporte social e fami-
liar, evidenciando, assim, a importância da família, antes e durante a fase da doença 
(GALVÃO; PAIVA, 2011; BOTTIL et al., 2009).
Os artigos A1, A7 e A8 apontam que os pacientes soropositivos se isolam, após o 
diagnóstico do HIV/Aids, correspondendo a um percentual de (37,5%) do material en-
contrado, e esse sentimento aparece como uma característica comum após a descoberta 
da soropositividade (FREITAS et al., 2012; CASTANHA et al, 2005; REIS; XAVIER, 
2003).
O artigo A4 aponta as dificuldades enfrentadas pelos pacientes no ambiente familiar, 
com um artigo (12,5%), tais como medo de revelar o diagnóstico da doença até mesmo 
dentro da própria família, e, por isso, eles sentem necessidade de usar as medicações 
escondidas. Desta forma, a família não consegue apoiar e sustentar o seu ente nos mo-
mentos em que ele mais necessita. Observa-se, aqui, uma semelhança entre os aspectos 
discutidos no artigo A7, no qual os autores mostram que, devido à falta de suporte 
familiar e de apoio o paciente se isola, prejudicando, então, o tratamento (CARDOSO 
et al., 2008; CASTANHA et al., 2005).
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Quanto às percepções das famílias, destacadas no artigo A5 (12,5%), os autores 
mostram o ponto de vista dos pacientes, porque a experiência de receber o diagnóstico 
é única, por ser uma notícia inesperada e que mudará sua vida, pois a confiança é algo 
que eles depositam nos parceiros, e, ao receberem o diagnóstico se deparam com a 
traição e o desrespeito do parceiro (CECHIM; SELLI, 2007). 
Em relação às recomendações e conclusões, os artigos apontam tanto para as con-
sequências do diagnóstico, como para as expectativas apresentadas pelos pacientes, pois 
os conflitos gerados após a descoberta da soropositividade causam dor, medo, angústia 
e impotência. Mesmo assim, com tantas dificuldades os pacientes ainda têm forças para 
continuar a viver, porque, apesar dos conflitos vivenciados e das mudanças no cotidiano, 
eles se adaptam ao novo estilo de vida, porém não excluem dela o medo (CASTANHA 
et al., 2005; MOURA; PRAÇA, 2006; CARDOSO et al., 2008).
Diante dessas constatações, entende-se que é competência do enfermeiro buscar 
informações para melhorar o atendimento ao paciente e à família cujo membro é por-
tador do HIV/Aids, pois esse profissional encontra-se diretamente ligado ao cuidado, 
sendo o elo para a melhoria e qualidade de vida do paciente e de sua família. Por isso, 
é de extrema importância que esses profissionais tomem consciência da necessidade da 
realização de pesquisas e publicação de artigos sobre esse tema, pois, dessa forma, eles 
contribuirão para a melhoria no cuidado prestado aos pacientes e aos familiares. Sabe-se 
que eles necessitam de ajuda para enfrentar os conflitos gerados após o diagnóstico da 
soropositividade e que isto os leva a mudanças inesperadas, tanto na vida do paciente, 
quanto na da família.
Quanto ao conteúdo discutidos pelos autores, foram identificadas, especialmente, 
as dificuldades no cotidiano familiar do paciente portador do HIV/Aids, e essas apre-
cem como um dos pontos mais importantes, discutidos pelos autores. Notou-se que os 
sentimentos são as dificuldades mais destacadas pelos autores, entre eles o medo do 
preconceito e da morte. Entretanto, ao descobrir o diagnóstico de HIV/Aids, toda a 
família é afetada. Alguns familiares ajudam, dando apoio ao paciente, enquanto outros 
mostram indiferença. Ao receber o diagnóstico da soropositividade, o sentimento des-
pertado é considerado único, porque para a Aids não existe cura. Logo, pode-se afirmar 
que as dificuldades são grandes devido ao preconceito da sociedade e, muitas vezes, da 
própria família (FREITAS et al., 2012; GALVÃO; PAIVA, 2011; CASTANHA et al., 
2005; CECHIM; SELLI, 2007).
No que diz respeito ao convívio com a família, tem-se que esta é a base para uma 
vida de qualidade, e para o paciente soropositivo ela se torna importante também para o 
tratamento, pois, ao se deparar com um diagnóstico ruim, o paciente necessita de amparo, 
incentivo e de alguém que mostre que, mesmo a doença não tendo cura, ele pode ter uma 
vida de qualidade, aderindo, primeiramente, ao tratamento correto (BOTTIL et al., 2009). 
Os autores abordam as mudanças no cotidiano da vida do paciente e da sua família, 
após o diagnostico de HIV/Aids, quando se observam alterações significativas de há-
bitos, rotinas e de concepções sobre saúde e sobre a própria vida (GALVÃO; PAIVA, 
2011; CARDOSO et al., 2008; MOURA; PRAÇA,2006).
Após a descoberta da sorologia, as mudanças acontecem tanto positiva, quanto 
negativamente. O fato de o paciente ter um bom relacionamento familiar gera resulta-
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dos significativos para ele, quanto à adesão ao tratamento, influenciando em seu modo 
de viver. Assim, faz-se necessária a convivência harmoniosa entre os familiares, para 
que se possa ter, como resultado, uma vida saudável nesse contexto, pois uma convi-
vência sem harmonia traz sofrimento para o paciente, porque isso gera o abandono e o 
preconceito, dentro da família, afastando, assim, um dos outros (CARDOSO; SILVA; 
WAIDMANI, 2008).
O paciente precisa, então, buscar motivos para enfrentar a doença, pois além de tudo 
pode surgir também o sentimento de impotência, de inutilidade diante do diagnóstico, 
especialmente quando ele é responsável pelo sustento do lar. Nesse caso, a sorologia 
o leva ao sentimento de incapacidade para exercer suas funções diárias, como cuidar 
dos filhos, por exemplo. Por causa desse sentimento de culpa, a depressão pode ser 
inevitável (GALVÃO; PAIVA, 2011). 
Assim, ao fazer a síntese do conteúdo apresentado pelos autores, destaca-se que 
ainda existem diversas dificuldades enfrentadas pelo paciente soropositivo ao HIV, 
sendo necessário, portanto, um olhar mais críticoem busca de soluções para a melhoria 
da qualidade de vida desse pacientes e de seus familiares, uma vez que o enfermeiro 
cuida do paciente e da sua família. Mesmo diante de tantos obstáculos, nota-se que a 
maioria das famílias, e os próprios pacientes, têm esperança de construírem uma vida 
melhor, deixando de lado, muitas vezes, o medo do preconceito, e passando a encarar 
a vida de forma natural, não deixando que a doença acabe com suas expectativas e com 
seus sonhos. 
Quadro 2: Categorização e síntese dos artigos: objetivos, resultados e conclusões
Cód. 
Artigo Título Objetivos Resultados
Recomendações / Con-
clusões
A1
Enfrentamentos 
experienciados 
por homens que 
vivem com HIV/
Aids no ambien-
te de trabalho
- Apreender situ-
ações de enfren-
tamento experien-
ciadas por homens 
que vivem com 
HIV/Aids no am-
biente de trabalho.
O medo da descoberta sobre a 
soropositividade leva muitos tra-
balhadores a se demitirem, se iso-
larem ou até mesmo a omitirem 
sobre sua saúde, com receio do 
preconceito.
As consequências, ao 
revelar o diagnóstico, 
vão desde o constrangi-
mento no ambiente de 
trabalho à demissão.
A2
Vivências para 
o enfrenta-
mento do HIV 
entre mulheres 
infectadas pelo 
vírus
- Descrever relatos 
e situações viven-
ciadas por mu-
lheres infectadas 
pelo HIV para o 
enfrentamento da 
infecção.
Por medo do preconceito, a reve-
lação do diagnóstico restringe-se 
às pessoas intimas. Para que elas 
enfrentem o HIV/Aids, algumas 
motivações foram ressaltadas, 
como religiosidade, presença de 
filhos, suporte social e familiar e 
cumplicidade profissional.
Presença da esperança 
em algo sobrenatural 
como a religiosidade 
revelou-se como alento 
para o enfrentamento 
positivo, aliada à perse-
verança no tratamento 
com vistas a sobreviver, 
para poder cuidar dos 
filhos, mesmo ante a 
impossibilidade de cura. 
As mulheres perseve-
ram em busca de novas 
alternativas e possibili-
dades, para enfrentarem 
a doença e sobreviverem 
dignamente.
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A3
Convivência e 
percepção do 
cuidado fami-
liar para o por-
tador de HIV/ 
Aids
- Conhecer aspec-
tos da convivência 
familiar do porta-
dor do
Hiv/Aids.
- Identificar as ne-
cessidades de cui-
dado que as famí-
lias sentem diante 
desta convivência.
A família, além de constituir 
o porto seguro, para onde seus 
membros sempre retornam, para 
revigorar suas forças, serve ain-
da de confiança e apoio para o 
enfrentamento dos momentos di-
fíceis acarretados pela condição 
crônica. Ela, que assume o cui-
dado no cotidiano até a completa 
recuperação do doente ou a sua 
continuidade por toda a vida, nos 
casos de doenças crônicas.
Observar-se o envolvi-
mento da família com 
a situação vivida e o 
cuidado prestado ao 
portador de HIV/Aids, o 
qual é permeado por vá-
rios sentimentos, entre 
eles os de impotência, 
compaixão, tristeza e 
até mesmo de confor-
mismo.
A4
O impacto da 
descoberta da 
sorologia po-
sitiva pelo por-
tador de HIV/
Aids e pela sua 
família
- Compreender o 
impacto da soro-
logia positiva na 
vida do portador 
de HIV/Aids e seu 
familiar.
Com o diagnostico do HIV, muitos 
pacientes mudaram o cotidiano, 
seja de forma positiva ou negati-
va. Alguns enfrentam dificuldade 
na família, e outros não deixaram 
que o diagnóstico interferisse na 
sua rotina de vida.
Com o passar do tempo, 
as dificuldade enfren-
tadas pelos pacientes 
vão dando lugar a ou-
tros sentimentos, como 
valorização da vida e 
mudanças no cotidiano, 
com vistas à melhora na 
qualidade de vida.
A5
Mulheres com 
H I V / A I D S : 
fragmentos de 
sua face oculta
- Conhecer fato-
res geradores do 
medo que assola 
as mulheres so-
ropositivas e as 
consequências nas 
relações do coti-
diano familiar, do 
trabalho e do con-
vívio social.
Receber o diagnóstico da soropo-
sitividade significa, muitas vezes, 
para a mulher, um indicativo de 
morte. A perspectiva de morte 
iminente é o maior dos medos 
sentido pelo homem. Este senti-
mento foi expresso pelos sujeitos 
da pesquisa, manifestando medo 
diante da perspectiva da morte, 
pois esta é uma experiência única, 
solitária e alienante.
A confiança no parceiro 
constitui uma situação 
que ofusca o
risco da contaminação. 
Ao tomar conhecimento 
do diagnóstico de so-
ropositivo, a mulher se 
defronta com a traição 
e o desrespeito de seu 
parceiro, tido, até então, 
como companheiro fiel 
na vida a dois.
A6
Transmissão 
vertical do 
HIV: expecta-
tivas e ações 
da gestante so-
ropositiva
- Identificar as ex-
pectativas e ações 
da gestante HIV 
positivo quanto à 
gravidez e ao con-
cepto.
Para muitas mulheres, a criança 
seria uma força motivadora para 
as suas vidas. Um filho as aju-
daria a se sentirem mais fortes, 
dando-lhes razão para resistirem 
ao vírus.
Vários sentimentos são 
despertados, assim como 
a expectativa pelo nasci-
mento de um recém-nas-
cido saudável e não in-
fectado, que dava forças 
à gestante HIV positivo, 
entrevistada, para pros-
seguir com a gravidez e 
manter-se viva.
A7
Aspectos psi-
cossociais da 
vivência da 
soropositivida-
de ao HIV nos 
dias atuais
- Compreender os 
aspectos psicosso-
ciais da vivência 
da soropositivida-
de e suas conse-
quências na vida 
diária.
As pessoas com HIV/Aids são, 
muitas vezes, discriminadas, iso-
ladas do convívio com outras 
pessoas. A discriminação ocorre, 
muitas vezes, no próprio núcleo 
familiar, o que é bastante alarman-
te, pois a família e os amigos são 
fundamentais para se configurar 
uma rede de apoio. O abandono 
gera sentimentos de culpa, isola-
mento e até mesmo descuido com 
a aparência, sendo estes necessá-
rios para se continuar a viver.
Através das represen-
tações sociais da Aids, 
apreendidas
neste estudo, pode-se ter 
acesso às crenças, às in-
terpretações, ao conjun-
to de relações sociais. 
Essas representações 
ultrapassaram o aspecto 
biológico e atingiram os 
aspectos psicossociais, 
tais como o preconceito, 
a segregação, o estigma 
e a inserção social, as-
pectos próprios da Aids.
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A8
Mulheres e 
Aids: rompen-
do o silêncio 
da adesão
- Discutir a rele-
vância ao grupo 
de adesão em rela-
ção á qualidade de 
vida das mulheres 
soropositivas.
Todas as mulheres entrevistadas 
relataram mudanças significativas 
após o diagnóstico da soropositi-
vidade. O sentimento mais forte é 
de terem sido traídas pelo homem 
em quem confiavam. Elas relatam 
que se sentem fracas e oprimidas 
pela presença do vírus HIV. O 
medo, a revolta e a insegurança 
passam a preencher o cotidiano 
dessas mulheres. No início, elas 
buscam isolamento e solidão no 
próprio lar. Com o grupo de ade-
são coletivo foi possível permitir a 
troca de experiências, contribuin-
do, assim, para a melhoria da qua-
lidade de vida dessas mulheres.
A incorporação da fa-
mília das mulheres no 
grupo de adesão, sendo 
esta a peça essencial na 
resposta ao tratamen-
to, como a melhoria na 
qualidade de vida das 
pacientes. O grupo de 
adesão ajuda as mu-
lheres a enfrentarem o 
HIV/Aids por meio de 
debates, informações e 
orientações relacionada 
à doença e ao cotidiano 
feminino.
conclusão
Fonte: Dados coletados dos estudos divulgados no período de 2003 a 2013. 
CONSIDERAÇÕES
Para o desenvolvimento deste estudo, teve-se como eixo central o ato de conviver da 
família com o paciente portador de HIV/Aids, destacando-se suas dificuldades, sentimentose conflitos. Nesse sentido, o material analisado mostrou que, historicamente, o preconceito 
ainda é um problema que acompanha a família e o paciente desde a sua descoberta na 
sociedade até os dias atuais. Ligados ao preconceito também emergem vários outros senti-
mentos, tanto na família, quanto no doente e nas pessoas próximas ao paciente. Observa-se 
que, devido ao medo da doença, do preconceito e da exclusão social o paciente se isola, 
muitas vezes, em sua própria casa, prejudicando ainda mais seu tratamento. 
Diante desse contexto, e como forma de amenizar as dificuldades vivenciadas pela 
família, tem-se no enfermeiro, em especial, e na equipe de enfermagem um ponto de 
apoio importante, por ser, reconhecidamente, a equipe mais presente no cotidiano da 
assistência à saúde e com maior possibilidade de aceso à família do paciente, quando o 
objetivo é a obtenção de determinadas informações, sobre a convivência com o paciente, 
que possam ser trabalhadas junto à família e ao paciente. Assim, a enfermagem pode 
agir de forma mais adequada e eficiente, indicando/adotado as melhores estratégias 
para o paciente e a família lidarem com as dificuldades provenientes de tal condição. 
Logo, faz-se necessária a intervenção da enfermagem, com domínio de conhecimento 
técnico e científico e com capacidade para estabelecer elo com a família e o paciente, 
uma vez que o tratamento mais eficaz só poderá ser alcançado se o paciente estiver 
inserido no ambiente familiar com menos conflitos e mais apoio. 
Apesar das limitações na realização deste estudo, principalmente na localização do 
referencial teórico, nota-se que o tema é, ainda, pouco divulgado entre os profissionais 
de saúde, sinalizando a necessidade de um olhar mais crítico dos pesquisadores, em 
especial os da enfermagem, quanto ao interesse de contribuir com a área da saúde e 
da categoria, para que possam registrar, por meio de estudos, suas experiências nesse 
contexto temático. 
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Portanto, espera-se que as impressões contidas neste estudo possam chegar até os 
profissionais de saúde e gerar reflexão crítica e humanística sobre como eles podem 
agir no seu trabalho, para melhorar a assistência aos pacientes e aos seus familiares, 
uma vez que esses necessitam de apoio para enfrentar os conflitos gerados após a des-
coberta da soropositividade ao HIV, porque isto pode levar a mudanças inesperadas no 
cotidiano da família.
CONFLICTS AND EMOTIONAL TOLL IN FAMILIES LIVING WITH HIV PATIENTS
Abstract: integrative review containing a qualitative approach on eight studies published 
in the period 2003-2013 with the objective to describe the perceptions held by family 
members toward patients with HIV/AIDS, mainly highlighting positive aspects of family 
living. Both patient and family undergo through changes and unexpected difficulties 
after HIV seropositivity diagnosis which requires even more professional attention at 
this stage.
Keywords: HIV. Aids. Family. Prejudice. Perception.
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* Recebido em: 10.10.2014 Aprovado em: 17.10.2014
ROGÉRIA APARECIDA R. DOS S. ACADROLI
Acadêmica Graduanda em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
(PUC Goiás). E-mail: rogéria_acadroli@hotmail.com.
MARIA APARECIDA DA SILVA
Enfermeira. Mestre pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da PUC Goiás. 
Orientadora do estudo.

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