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Contestação em ação de danos morais 11.05

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Contestação em ação de danos morais 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO/RJ
Processo n.º (...)
Casa e vídeo já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado (...), OAB/MG (...), procuração anexa, com escritório estabelecido na Rua dos Juristas, nº. 7, Bairro dos Causídicos, Rio de Janeiro/RJ (local onde receberá as intimações), vem, respeitosamente, perante V. Exa., apresentar
CONTESTAÇÃO
Ao pedido inicial ajuizado por Jorge da Conceição, também já qualificado nos autos, nos seguintes termos:
1) DOS FATOS ALEGADOS NA INICIAL
Das alegações do autor
Os Autores alegam na inicial 
Argumenta o autor, em síntese, que, após efetuar pagamento e sair com as sacolas o alarme da loja disparou e o segurança abordou de forma agressiva, tomando as sacolas e a bolsa da senhora Margarida, não sendo possível o autor se explicar e mostrar as notas fiscais. Retirou tudo das sacolas, colocou sobre o balcão e abriu a bolsa procurando por algo que ambos poderiam estar furtando, e se não bastasse todo o constrangimento que já havia passado o segurança também revistou o senhor Jorge na presença de todos como se estivesse escondendo algo, somente após constatar que não havia retirado o sensor do alarme dos produtos veio pedir desculpas para casal. Narra o autor, por fim, que duas senhoras indignas com a situação absurda que presenciaram, se ofereceram para serem testemunhas da ação.
Ante o exposto, o autor requer a reparação pelos danos sofridos, alegando que a integralidade destes é consequência, na cifra de R$30.000,00 (trinta mil reais), a título de lucros cessantes, e, ainda, 50 (cinquenta) salários mínimos a título de danos morais, pela suposta violação de sua integridade física.
2) DA VERDADE DOS FATOS
A Ré 
Infelizmente Excelência, alguns cidadãos utilizam-se da própria torpeza para obterem vantagens indevidas, mas felizmente, neste caso específico, a má-fé dos Autores não prosperará vez que, as provas estão aqui, claras, evidentes! São fatos! Contra teses até arvorar-se-iam antíteses, mas, MM. Juiz, contra fatos, no entanto, não há argumentos!
Dessa forma, diante das provas carreadas aos autos, resta evidente que os argumentos narrados na inicial não guardam qualquer relação com a realidade, não passam de teses infundadas e descabidas, com o objetivo imoral de obter vantagem indevida sobre a Ré.
3) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA REJEIÇÃO DOS PEDIDOS AUTORAIS
s Autores requerem indenização por dano moral
Nesse cenário, sem maiores esforços, é possível concluir pela inexistência da lesividade moral no caso em análise, o que afasta a pretensão dos Autores.
Meros aborrecimentos ou contratempos são inerentes à vida cotidiana em sociedade e por essa razão, não caracterizam dano moral. Por isso, é de suma importância distinguir dano moral de meros aborrecimentos, pois somente assim é possível evitar abusos na propositura de ações de indenização.
Sarmento (2009) assevera que a falta de rigor na avaliação do dano tem sido um dos fatores de enriquecimento sem causa de pessoas inescrupulosas, que querem fazer dessa importante garantia constitucional uma forma de obterem vantagens financeiras indevidas. Muitas detentoras de sensibilidade extremada e irritadiça, ao menor sinal de discordância já se sentem vilipendiadas em sua honra, decoro ou imagem e recorrem ao judiciário em busca de indenizações elevadíssimas que colocam em risco o patrimônio alheio. Combater essa indústria de indenizações é medida que se impõe, utilizando-se de critérios rigorosos para a identificação de danos morais, descartando as condutas que não se enquadrem nesse modelo [4].
Não há dúvidas que o caso descrito na inicial se trata de mero aborrecimento, tanto é que os próprios Autores reconhecem às fls. 05, que sofreram apenas “constrangimentos e aborrecimentos”, o que é, portanto diferente de dano moral, sendo assim incabível de indenização. Nesse sentido:
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. MERO ABORRECIMENTO. Meros dissabores e aborrecimentos advindos da celebração de uma relação insatisfatória, por si só, não ensejam dano moral [5].
(...) DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA. HIPÓTESE QUE NÃO ULTRAPASSA A ESFERA DO MERO ABORRECIMENTO. SÚMULA 7/STJ. 1. É tranquila a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que mero aborrecimento, mágoa ou excesso de sensibilidade por parte de quem afirma dano moral, por serem inerentes à vida em sociedade, são insuficientes à caracterização do abalo, visto que tal depende da constatação, por meio de exame objetivo e prudente arbítrio, da real lesão à personalidade daquele que se diz ofendido (...) [6].
Em casos idênticos ao descrito na inicial, a jurisprudência é pacífica em decidir que--------, trata-se de mero transtorno ou aborrecimento não se revelando suficiente à configuração de dano moral, veja:
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É importante ressaltar, que a indenização pleiteada – R$ 20.216,00 – é exorbitante, de modo a ensejar inevitavelmente o enriquecimento sem causa dos Autores, situação que é absolutamente contrária ao ordenamento pátrio brasileiro. Daí que, resta impreterível, na remota hipótese de condenação, que tal importância, seja reduzida; para valor não superior a R$100,00 (cem reais); valor este, condizente aos supostos transtornos sofrido pelos Autores.
4) CONCLUSÃO
Pelo exposto e tudo o mais que dos autos consta, requer a Vossa Excelência, julgue totalmente improcedente a presente ação, pelos motivos fáticos e jurídicos expostos anteriormente, impondo-se assim a condenação dos Autores nas custas e despesas processuais.
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial, pelo depoimento pessoal dos Autores, sob pena de confesso, bem como pela juntada de novos documentos e oitiva de testemunhas.
Nestes termos, pede deferimento.
Rio de Janeiro, 11 de Maio de 2018.
Advogado
OAB/MG 125.162

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