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MELHORAMENTO GENÉTICO DO ALFACE

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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS ARINOS
CURSO: BACHAREL EM AGRONOMIA
DISCIPLINA: MELHORAMENTO GENÉTICO
DISCENTES: JULIANA MONIQUE ALVES BARBOSA E SARAH RAISSA DAYRELL MARTINS CALDEIRA
MELHORAMENTO GENÉTICO DA ALFACE
ARINOS-MG
Junho/2017
MELHORAMENTO GENÉTICO DA ALFACE
Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial da matéria Melhoramento Genético, ministrada pelo professor, Francisco Bezerra, no curso de Bacharel em Agronomia, do IFNMG.
Arinos – MG
Junho/2017
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa) é originária de espécies silvestres, ainda atualmente encontradas em regiões de clima temperado, no sul da Europa e na Ásia Ocidental, sendo considerado como a hortaliça folhosa mais importante na alimentação do consumidor brasileiro, o que lhe detêm grande importância econômica. Apresenta uma boa fonte de vitaminas e sais minerais, destacando-se seu elevado teor de vitamina A, além de conter vitaminas B1 e B2, vitaminas C, cálcio e ferro (FERNANDES et al., 2002).
A alface (Lactuca sativa) é, entre as hortaliças folhosas, a mais importante, economicamente, para o Brasil, além de ser de grande importância social na agricultura familiar e para a alimentação humana. Possui ciclo curto, sendo comercializado em torno de 60 a 90 dias após a semeadura, o que torna possível obter-se elevada produção por hectare, tornando em uma atividade bastante adequada ao pequeno produtor. É uma hortaliça de alta perecibilidade, sendo, normalmente, plantada próximo aos centros consumidores e podendo ser cultivada o ano inteiro(ARAUJO, 2010). 
A utilização de ambiente protegido possibilita o cultivo em todas as épocas do ano, ampliando a oferta no mercado em épocas de escassez e possibilidade de obtenção de melhor preço (HOFFMANN et al., 1992; RODRIGUES et al., 1997). 
Dentro do cultivo protegido, a hidroponia é um sistema de produção intensificada e muito adotada para a produção de alface, devido ao curto ciclo de produção (45-60 dias) e à fácil aceitação no mercado (LOPES et al., 2003).
A hidroponia, termo derivado de duas palavras de origem grega, hidro = água e ponia = trabalho, técnica que, segundo Furlani (2001), está se desenvolvendo rapidamente como meio de produção vegetal, especialmente de hortaliças, pois é uma técnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução aquosa, contendo apenas os elementos minerais necessários aos vegetais (COSTA & LEAL, 2009).
MORFOLOGIA DA CULTURA
A alface cultivada (Lactuca sativa L.), pertencente à família Asteraceae, é uma planta herbácea com caule diminuto e não ramificado, ao qual se prendem as folhas. As folhas, de várias formas, podem também se encurvar e formar uma "cabeça", que é característica das variedades ditas repolhudas. Sua coloração pode apresentar diversos tons de verde e roxo, a consistência pode ser coriácea ou tenra e as bordas dos limbos foliares podem ser lisos, ondulados ou crespos. As raízes são do tipo pivotante com ramificações, sendo que a maior porcentagem da rizosfera se encontra nos primeiros 30 cm de profundidade do solo (Filgueira, 2000). 
A inflorescência é uma panícula constituída por diversos botões florais denominados de capítulos. Cada capítulo possui de 10 a 25 flores e cada flor apresenta uma única pétala amarela, envolvida por brácteas imbricadas que formam um invólucro. O ovário contém um único óvulo. A antese ocorre pela manhã e cada flor se abre apenas uma vez, garantindo a autofecundação e conferindo à planta a autogamia por cleistogamia (Ryder, 1986). 
A cultura da alface é anual. Dias curtos aliados a temperaturas amenas, nunca superiores a 28°C no período diurno e inferiores a 7°C no noturno, favorecem a etapa vegetativa do ciclo da maioria das cultivares, sendo capazes de resistir a baixas temperaturas e, até mesmo, a geadas de curta duração (FELTRIM et al, 2009). 
Temperaturas médias acima de 20°C podem induzir o pendoamento precoce da planta de alface, tornando-a imprópria ao consumo. Isso acontece devido à acentuada produção de látex que ocorre nesta fase, tornando seu sabor amargo e desagradável (Filgueira, 2000). 
Assim, o início do alongamento floral assinala o início do estádio reprodutivo e o fim o estádio vegetativo e comercial da planta (Maluf et al,1982). 
HIBRIDAÇÃO 
Híbrido é o resultado do cruzamento entre dois genitores (pais) de linhagens puras diferentes, possuindo características homogêneas entre si, mas diferentes dos pais (Lopes, 2013).
Na alface, é comum a utilização de métodos de melhoramento que envolvam hibridação e seleção, principalmente o método genealógico (Vecchia et al., 1999), e uma das dificuldades encontradas no processo seletivo é a falta de informações sobre a herança de características quantitativas de interesse. A obtenção dessas informações pode possibilitar maiores ganhos genéticos, aumentando a eficácia do programa de melhoramento com alface (Lédo et al, 2000).
BANCO GERMOPLASMA
Os Bancos de Germoplasma são infraestruturas científicas destinados a conservar o património genético das plantas, sob a forma de sementes, DNA, tecidos, etc. A conservação de germoplasma é um complemento da conservação in situ, proporcionando um “seguro” contra a extinção das espécies no seu habitat(BARBOSA, 2014).
Os bancos de germoplasma são repositores de materiais genéticos e representa a variabilidade genética, parcial ou total, de determinada espécie, sendo fonte para melhoristas (BORÉM 1998). 
Para a cultura da alface, existe disponibilidade de nos bancos de germoplasma no mundo. No Brasil, a EMBRAPA, o BGH (Banco de Germoplasma de Hortaliça-Viçosa), e outras instituições.
INSTITUIÇÕES TRABALHAM NO MELHORAMENTO DESTA ESPÉCIE E QUAIS SÃO AS METAS
Os principais objetivos do melhoramento genético na cultura da alface.
Resistências a doenças
Resistência a pragas
Tolerância ao calor.
Tolerância ao pendoamento precoce.
Desenvolvimento de cultivares biofortificadas.
Existem diversas empresas que trabalham com o melhoramento da espécie, sendo elas: Feltrim, Top Seeds, Tecnoseed e outras. 
OS MÉTODOS DE MELHORAMENTO 
HIBRIDAÇÃO
A hibridação é um dos métodos de melhoramento genético mais importante para o desenvolvimento de novas variedades, uma vez que de cruzamentos de parentais geneticamente distintos são desenvolvidas populações com variabilidade genética, para aplicação de métodos apropriados de avaliação e seleção de características superiores (BORÉM, et al., 1999). 
MÉTODO DE CONDUÇÃO DA POPULAÇÃO SEGREGANTE
MÉTODO GENEALÓGICO
Os métodos de melhoramento mais utilizados no avanço de gerações das populações segregantes são: genealógico (pedigree), população (bulk), genealógicomodificado (SSD - single seeddescent) e retrocruzamento simples (ALMEIDA et al,1999).
MÉTODO MASSAL
Ele fundamenta-se na seleção natural, já que todas as plantas na geração F2, conduzidas em densidade comercial ou próxima delaecompetem entre si por água, nutrientes e luz. As plantas de melhor adaptaçãoas condições de ambientes e resistentes a estresses bióticos e abióticos darão origem ao maior número de descendentes, fazendo com que a frequência desses alelos sejam aumentadas a cada geração. Neste método, as parcelas são semeadas e colhidas, geração após geração, até F6 ou F7, dando origem à um conjunto de plantas homozigotas, que em F7 ou F8 são semeadas individualmente para dar origem a novas linhagens.
CONCLUSÃO
Sendo assim, percebe-se que o melhoramento genético e a principal causa do aumento da produção, resistência e adaptação das cultivares de alface.
REFERÊNCIA
Almeida, L. A., Kiihl, R. A. S., Miranda, M. A. C., Campelo, G. J. A. Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste Brasileiro, Melhoramento da soja para regiões de baixas latitudes. Embrapa Soja, 1999.
ARAUJO, J. C. Resistência de genótipos de alface ao míldio, 2010.Disponível em: <repositorio.ufla.br>.Acesso em: 22jun. 2017.
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