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Trabalho Poder Judiciário

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Direito 
Ítalo Sérgio Alcântara dos Santos 
Trabalhos de Constitucional II
Vitória da Conquista
2018
INTRODUÇÃO
A atividade jurisdicional, no Estado moderno, é monopólio da Administração Pública, não mais se admitindo a vingança privada, a justiça eclesiástica e a justiça dos Senhores Feudais.
Dentro do sistema de separação de Poderes compete ao Poder Judiciário a função jurisdicional do Estado, ou seja, de distribuição de justiça, de aplicação da lei em caso de conflito de interesses.
O presente trabalho tem por escopo, apresentar a estrutura do Poder Judiciário, bem como sua composição, competência e principais características.
I. Estrutura do Poder Judiciário
1. Conceito
Dentre os poderes do Estado destaca-se, segundo J. E. Carreira Alvim, pela sua importância de preservar a ordem jurídica e social, o Poder Judiciário:
"Ao Poder Judiciário corresponde à função jurisdicional, através da qual se obtém a composição da lide, mediante a aplicação da lei. No exercício dessa função, manifesta-se o Judiciário, através de órgãos, integrados por pessoas físicas, chamados órgãos jurisdicionais, judiciais ou judicantes".
2. Organização Judiciária
A Jurisdição é a função do Estado destinada a prestar a tutela jurisdicional a todo cidadão que tenha uma pretensão resistida por outrem, inclusive por parte de algum agente do próprio Poder Público. Sendo função estatal, e mesmo uma das características da soberania do Estado, é exercida sobre todo o território nacional.
Exercendo-se sobre todo o território nacional, deverá a jurisdição ser repartida entre os muitos órgãos que a exercem, mesmo por elementar respeito ao princípio da divisão do trabalho, a distribuição das causas pelos vários órgãos jurisdicionais, conforme suas atribuições, que são previamente estabelecidas.
Prefixando as atribuições dos órgãos jurisdicionais, nos limites das quais podem eles exercer a jurisdição, a lei está a definir-lhes a competência.
A lei, portanto, estabelece a competência dos órgãos jurisdicionais, prefixando os limites dentro dos quais cada um deles pode exercer a função jurisdicional.
Como função estatal, a jurisdição é, naturalmente, una. Mas seu exercício, na prática, exige o concurso de vários órgãos do Poder Público, como mostrado no fluxograma, a seguir:
Os juízes de 1º grau ou de 1ª Instância possuem função orgânica e funcional; e estão subordinados pelos juízes de 2ª instância, que exercem o poder de reexame e disciplina.
As justiças estaduais organizam-se segundo suas leis locais e regimentos internos, mas devem acomoda-los às normas gerais traçadas pela Carta Magna.
2.1 O Supremo Tribunal Federal (arts. 101 a 103, CF)
Trata-se do órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro, com a função principal de "guarda da Constituição". Compete-lhe a relevante atribuição de julgar as questões constitucionais, assegurando a supremacia da Constituição Federal em todo o território nacional. Todavia, o Supremo Tribunal Federal não é uma Corte exclusivamente constitucional, pois diversas outras atribuições foram-lhe conferidas pela Constituição (CF, arts. 102 e 103). Observa-se, ainda, que a defesa da Carta Política não é tarefa exclusiva sua. Compete a todos os poderes constituídos assegurar a supremacia da Constituição, e o Poder Judiciário pode exercer o controle da constitucionalidade de forma centrada e em abstrato ou difuso e em concreto.
O Supremo Tribunal Federal é composto de onze Ministros nomeados pelo Presidente da República, após prévia aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. São cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (CF, art. 101 e parágrafo único). Só brasileiros natos podem integrar a Suprema Corte do Brasil (CF, art. 12, § 3º, IV).
São inúmeras as competências do Supremo Tribunal Federal, fazendo com que um grande número de causas sejam decididas por essa Corte, em razão de competência originária ou recursal. A essa alta Corte, denominada, pela relevância, Suprema Corte ou Excelso Pretório, compete, principalmente, apreciar as questões constitucionais.
2.2 Superior Tribunal de Justiça (arts. 104 e 105, CF)
O Superior Tribunal de Justiça é órgão do Judiciário criado pela Constituição de 1988 com a finalidade de julgar as questões federais da Justiça Comum no Brasil, assegurando a supremacia da legislação federal em todo o País, bem como a uniformidade de interpretação entre os tribunais das normas emanadas da União. Exerce essas atribuições ao julgar, em sede de recurso especial, as questões federais de competência da Justiça Estadual e da Justiça Federal Comum, anteriormente concedidas ao extinto Tribunal Federal de Recursos e ao Supremo Tribunal Federal. A prevalência e a uniformidade de interpretação das leis federais, que antes eram de competência do Supremo Tribunal Federal, foram transferidas para esse novo órgão, com a clara finalidade de diminuir o volume de causas que chegam ao órgão de cúpula do Poder Judiciário no Brasil.
O Superior Tribunal de Justiça é composto de, no mínimo, trinta e três Ministros nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e ilibada reputação, após a aprovação da escolha pelo Senado Federal.
Ao Superior Tribunal de Justiça compete principalmente apreciar "questões federais", julgando os recursos especiais interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais Federais e de Tribunais Estaduais, quando a decisão recorrida:
a) contrariar ou negar a vigência de lei federal;
b) julgar válido ato do governo local contestado em face lei federal; ou
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (CF, art. 105, III).
2.3. Justiça Federal (arts. 106 a 110)
A Justiça Federal Comum é composta pelos Tribunais Regionais Federais e pelos juízes federais (CF, art. 106). O art. 27, § 6º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, regulamentado pela Lei n. 7.277/89, estabeleceu que seriam instalados cinco Tribunais Regionais Federais após a promulgação da Constituição. Cada Estado e o Distrito Federal constituem uma seção judiciária, com sede na respectiva Capital e varas localizadas de acordo com as leis de organização judiciária (CF, art. 1 10). Os juízes federais são os membros da Justiça Federal de primeira instância, da qual fazem parte ainda:
a) o Tribunal do Júri, para julgar os crimes dolosos contra a vida cometidos em detrimento de funcionários dos órgãos da Administração direta e indireta da União no exercício de suas funções; e
b) os Juizados Especiais Federais (CF, art. 98, parágrafo único, acrescentado pela EC n. 22/99).
Compete à Justiça Federal julgar as causas em que houver interesse da União ou de suas entidades descentralizadas, como autoras, assistentes ou oponentes, com exceção das de falência, acidentes do trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Essa e outras atribuições constam do art. 109 da Constituição Federal.
2.4. Justiça do Trabalho (arts. 111 a 117, CF).
A Justiça do Trabalho é composta pelo Tribunal Superior do Trabalho, por Tribunais Regionais do Trabalho e por juízes do trabalho (CF, art. 111). Deve haver pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal. Nas comarcas onde não for instituída Vara do Trabalho, a jurisdição do trabalho em primeira instância poderá ser atribuída aos juízes de direito (CF, art. 112). No Estado de São Paulo, por exemplo, existem dois Tribunais Regionais do Trabalho, um com sede na Capital e outro em Campinas, para julgar as causas do interior paulista.
Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos, bem como outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho entre patrões e empregados. Dissídios individuais são as denominadas "reclamações trabalhistas", as ações individuais em que os trabalhadores apresentamas suas pretensões específicas. São julgados pelas Varas do Trabalho, com a possibilidade de recurso para as instâncias superiores. Dissídios coletivos são os destinados a solucionar os conflitos coletivos decorrentes das relações de trabalho, envolvendo interesses de toda uma categoria de trabalhadores. Pelos dissídios coletivos são estabelecidas regras gerais, denominadas sentenças normativas, que podem estabelecer novos direitos não previstos ainda pela legislação trabalhista. São julgados originariamente pelos órgãos da Justiça do Trabalho de segunda instância.
2.5 Justiça Eleitoral (arts. 118 a 121, CF)
A Justiça Eleitoral é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral, por Tribunais Regionais Eleitorais, juízes eleitorais e Juntas Eleitorais (CF, art. 118). Existe um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal (CF, art. 120). Os juízes estaduais acumulam as funções de juízes eleitorais.
A competência e a organização da Justiça Eleitoral será estabelecida por lei complementar (CF, art. 121). A finalidade é cuidar da lisura de todo o processo eleitoral.
2.6 Justiça Militar
A Justiça Militar foi instituída em decorrência da vida do militar, sujeito a estrita hierarquia e disciplina. É composta pelo Superior Tribunal Militar e por tribunais e juízes militares (CF, art. 122). A organização e o funcionamento da Justiça Militar da União são regulamentados pela Lei n. 8.457/92. Em primeira instância atuam os Conselhos de Justiça, integrados por um juiz auditor e por oficiais das Forças Armadas.
A Justiça Militar tem competência para julgar os crimes militares definidos em lei (CF, art. 124, parágrafo único). Crimes militares são os tipificados no Código Penal Militar. Militares e civis podem ser julgados pela prática de infrações previstas na legislação penal de competência da Justiça Militar da União, pois esta não estabelece qualquer restrição, ao contrário do que ocorre em relação à Justiça Militar dos Estados, que se aplica somente a policiais e bombeiros militares (CF, art. 125, § 4º). Observa-se que com a redemocratização do País, na nova ordem constitucional, os crimes políticos foram retirados da competência da Justiça Militar e transferidos para a Justiça Federal (CF, art. 109, IV).
2.7 Justiça Estadual
Os Estados, dentro da autonomia política própria das entidades federativas, dispõem de seu próprio Poder Judiciário. Compete-lhes a organização da estrutura de seu organismo judiciário estadual, observados os princípios estabelecidos pela Constituição Federal.
A Justiça Estadual é composta do Tribunal de Justiça e de juízes de direito. Em segunda instância, além do Tribunal de Justiça, poderão ser instituídos Tribunais de Alçada. O Estado de São Paulo, por exemplo, dispõe de três Tribunais de Alçada, dois de Alçada Civil e um de Alçada Criminal. Em primeira instância atuam ainda o Tribunal do Júri, com competência constitucional para julgar de forma soberana os crimes dolosos contra a vida (CF, art. 5º, XXXVIII), e os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (CF, art. 98, I, e Lei n. 9.099/95).
A Constituição Federal estabelece a possibilidade de ser criada em cada unidade da Federação, por lei estadual, uma Justiça Militar Estadual, para julgar os crimes militares cometidos por policiais militares e bombeiros militares. Crimes militares são os expressamente definidos como tal na legislação penal militar. Nos Estados em que o efetivo da polícia militar for superior a vinte mil integrantes, é possível a criação, ainda, de um Tribunal de Justiça Militar Estadual. Em primeira instância a Justiça Militar será constituída por Conselhos de Justiça compostos de juízes auditores e oficiais da polícia militar e em segunda instância, pelo próprio Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal de Justiça Militar. A Justiça Militar Estadual não possui competência para julgar civis, mas somente policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares. Compete à Justiça Comum processar e julgar civis acusados da prática de crimes contra as instituições militares estaduais (Súmula 53 do STJ).
3. Jurisdição e Competência
Houve época em que se confundiam os conceitos de jurisdição e competência. Atualmente, os processualistas distinguem claramente esses conceitos.
Então vejamos, "Jurisdição", é a atividade do juiz de direito ou tribunal quando aplica o direito, mediante a provocação de alguém que exerce o direito de ação. A jurisdição, ou seja, a justiça, é uma só, e ela é nacional.
Chama-se "Competência", essa restrição ao poder de julgar, ou seja, é o critério de distribuir entre os vários órgãos judiciários os limites dentro dos quais cada um desses órgãos pode exercer o desempenho da jurisdição.
Essas regras delimitativas do exercício da jurisdição firmam a competência de cada juiz para conhecer e julgar determinado litígio.
Face ao exposto, podemos afirmar que cada juiz tem o seu poder jurisdicional limitado pela competência, não esquecendo que todos os juízes têm jurisdição, porém, nem todos "se apresentam com competência para conhecer e julgar determinado litígio".
4. Distribuição da Competência
A definição da competência se faz por meio de normas constitucionais, de leis processuais e de organização judiciária.
Os critérios legais levam em conta a soberania nacional, o espaço territorial, a hierarquia de órgãos jurisdicionais, a natureza ou o valor das causas, as pessoas envolvidas no litígio.Na Constituição Federal encontra-se o arcabouço de toda a estrutura do Poder Judiciário nacional. Ali se definem as atribuições do Supremo Tribunal Federal (art. 102), do Superior Tribunal de Justiça (art. 105) e da Justiça Federal (arts. 108 e 109), bem como das justiças especiais (Eleitoral, Militar e Trabalhista) (arts. 114, 121 e 124).
A competência da justiça local, ou estadual, assume feição residual, ou seja, tudo o que não toca à Justiça Federal ou às Especiais é da competência dos órgãos judiciários dos Estados.
A distribuição da competência é, dentro dos limites gerais traçados pela Constituição, matéria de legislação ordinária: da União, no tocante à Justiça Federal e às Justiças Especiais; e dos Estados, no referente às justiças locais (Constituição Federal, arts. 107, parágrafo único e 125, § 1º).
Conclusão
Vimos que o Poder Judiciário é o encarregado de aplicar lei, mediante provocação sob a forma de ação em juízo, para a resolução de casos concretos que expressam conflitos dos particulares entre si, conflitos entre os órgãos do governo e os membros da federação ou ainda entre os particulares e o governo.
Distinguimos os conceitos de competência e jurisdição, sendo este último a função do juiz ou tribunal de exercer o poder jurisdicional para resolver conflitos de interesses opostos. A competência é o instituto que indica o órgão legítimo para a prática da atividade jurisdicional, ou seja, estabelece os limites em que o juiz pode exercer seu poder jurisdicional. Devido à extensão territorial, e a grande quantidade de lides, a jurisdição é repartida em vários órgãos do Poder Público.
Referências
ALVIM, José Eduardo Carreira. Elementos de teoria geral do processo.7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Saraiva, 1999.
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Curso Básico de Direito Processual Civil – Teoria Geral – 1. 3ª ed. São Paulo: L. Dower Edições Jurídicas Ltda., 1999
FILHO, Vicente Grecco. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol.1, 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Vol. 1, 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999

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