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APOSTILA DE DIREITO ADMINISTRATIVO ORGANIZAÇÃO DO ESTADO O Brasil é um país federado, ou seja, dividido em entes federativos que são os estados, tendo seu próprio governo, estando o poder de seus chefes de governo limitados aos seus respectivos territórios. A nossa federação PE formada unicamente pelas seguintes entidades estatais: UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS DISTRITO FEDERAL. O Brasil vive um modelo federativo vertical, pois é uma federação indissolúvel, com ordem legislativa material no sentido da proibição de indivisibilidade do ESTADO. É uma unidade federativa, há previsão constitucional acerca do assunto indivisibilidade, conforme preceitua o artigo 1º “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. As demais pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituírem por lei são: ENTIDADES PARAESTATAIS: São empresas “particulares”, que prestam serviços, como forma de apoio às iniciativas governamentais, p. ex.: SESI, SENAI, SENAC, que são conhecidos por sistema “S”. AUTARQUIAS: São empresas que prestam serviços ao Estado na medida em que este não mais se “interessa” em estar no comando da execução destes serviços, p. ex.: telefonia, energia elétrica, abastecimento de água e captação de esgoto. Entretanto, o Estado exerce poder de controle sobre estas atividades/ serviços, por se tratarem de serviços essenciais. É o modelo gerencial, que começou a ser implantado no início dos anos 90 do século passado. Órgãos do governo são diferentes de autarquias, pois o primeiro está dentro da administração pública e os demais estão fora, contudo prestam serviços públicos ao Estado auxiliando-o para a promoção social. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA- EM SENTIDO INSTRUMENTAL AMPLO Este sentido instrumental se divide em CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA, atualmente denominadas: 1 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA = (CENTRALIZADA); 2 – ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA = (DESCENTRALIZADA). A administração direta é a administração mediante a ação dos próprios órgãos do Estado aos quais se confiam tarefas administrativas – são funções de governo, p. ex.: secretaria de saúde, secretaria de educação. Não é uma atividade personalíssima, pois é uma atividade de representação, conforme parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal de 1988 “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente [...]”. A administração indireta é a transferência de atividades administrativas à pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado, p. ex.: no município de Criciúma existe a ASTC- Autarquia de Segurança e Trânsito de Criciúma. Com isso, o estado transferiu a responsabilidade do trânsito àquele órgão, logo, além desta transferência de responsabilidade, o Estado se desonera da folha de pagamento, visto que poderia incorrer em crime de improbidade administrativa, ao ultrapassar o limite de custo com a folha do funcionalismo Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). Uma das diferenças é a extensão dos “braços”, na administração direta é realizada diretamente pelo Estado, na administração indireta por meio da prestação de um serviço ao Estado, dirigido aos seus governados. Para entender citamos o exemplo da máquina de foto, quando tirada uma foto com a máquina nas mãos = direta, quando a mesma máquina é acoplada a um extensor = indireta, logo, até na mão da pessoa administração direta, a partir da mão administração indireta. Pertencem à administração direta os poderes: Legislativo e executivo e seus respectivos órgãos, o tribunal de contas e o ministério público são entes do executivo, sim, apesar do tribunal ter este pré- nome “tribunal” nada tem haver com o judiciário e o ministério público, apesar de instalado nos fóruns não faz parte também do judiciário. ÓRGÃOS PÚBLICOS São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa jurídica a que pertencem. No sentido formal. Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica, nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes, p. ex.: a secretaria tem autonomia por seus atos, mas se submetem, no sentido de pessoa jurídica, ao executivo. O corpo aqui tratado é o Estado, logo, as partes são as secretarias, é o corpo, portanto, que tem a personalidade jurídica. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS Por José dos Santos Carvalho Filho: “São os mais diversos os critérios adotados para definir-se a classificação dos órgãos públicos. Veremos os mais importantes: “a)-quanto à pessoa federativa; b)-quando à situação estrutural; c)-quanto à composição; d)-quanto aos órgãos de representação unitária; e)-quanto aos órgãos de representação plúrima.” Em Maria Sylvia Zanella di Pietro, a classificação dos órgãos públicos “vários são os critérios para classificar os órgãos públicos: 1.quanto à esfera de ação [...] 2.quanto à posição estatal [...] 3.quanto à estrutura [...] 4.quanto à composição”. Já para Hely Lopes Meirelles a classificação dos órgãos é a seguinte: Quanto à hierarquia = Órgão independente, Órgão autônimo, Órgão superior e Órgão subalterno; Quanto à composição = Órgão simples, Órgão composto; Quanto ao poder de decisão = Órgão singular e Órgão colegiado. 1 - Órgãos independentes: São órgãos originários, estão no ápice da pirâmide. São órgãos primários do Estado. Eles detêm e exercem as funções políticas, judiciais e quase judiciais outorgados pela CF/88. 2 – Órgãos autônomos = São os órgãos de cúpula da administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes, p. ex.: ministérios, secretarias estaduais, municipais – advocacia geral da União, procuradorias dos estados e municípios. Tem autonomia administrativa, financeira e técnica, são órgãos diretivos, com função de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem suas finalidades. 3 – Órgãos superiores = Não têm autonomia administrativa, tampouco financeira. A liberdade funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas dentro de sua área de competência, p. ex.: gabinetes, inspetorias gerais, procuradorias administrativas e judiciais, coordenadorias, departamentos e divisões. 4 – Órgãos subalternos = Destinados à realização de serviços de rotina, formalização de atos, com reduzido poder decisório, p. ex.: portarias, seções de expediente, protocolos, etc. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Pertencem à administração pública indireta: 1 – Autarquia = é um alongamento do Estado, com personalidade jurídica própria, organização peculiar, destinada à natureza técnica, revestida de personalidade de direito público. É entidade administrativa ou econômica, com recursos patrimoniais próprios e vida autônoma. O presidente é escolhido pelo chefe do executivo (Presidente da República, governador de estados ou prefeito) e os membros desta entidade “escolhidos” pelo respectivo presidente do órgão. 2 – Fundação = Entidade jurídica, sem fins lucrativos, destinada à prestação de serviços, tipo educação, ensino, pesquisa, assistência social. É criada por meio da constituição de um patrimônio – por doação ou testamento, p. ex.: Instituto Airton Senna, Instituto Xuxa Meneguel, Instituto Roberto Marinho. 3 – Empresas públicas = São organizações que se destinam a garantir a promoção de bens e serviços fundamentais á coletividade. Constituem-se por meio de lei específica, com capital exclusivamente público, com personalidade jurídica de direito privado, esta característica se dá por conta destas empresas produzirem bens e serviços.A título de exemplo a Caixa Econômica Federal para com seus clientes/ consumidores figura como de direito privado, ou seja, nas relações comerciais com os clientes é direito privado, contudo em relação aos seus funcionários figura como de direito público, pois estes se submetem à concursos públicos, tem quadro de carreira para ascensão profissional. Não admite capital privado. 4 – Sociedade de Economia Mista = Pessoa jurídica de direito privado, com participação do poder público e de particular no seu capital e na sua administração. Destinadas à realização de atividades de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado, p. ex.: a Petrobrás, o Banco do Brasil. Autarquias Fundação Pública Empresa Pública Soc. De Econ. Mista Criação por lei Criação por lei Criação autorizada por lei Criação autorizada por lei Pessoa jurídica de Dir. Público Pessoa jurídica de Dir. Público Pessoa jurídica de Dir. Privado Pessoa jurídica de Dir. Privado Executa serviços do Estado Executa serviços do Estado Exerce atividade econômica Exerce atividade econômica Bens impenhoráveis Bens impenhoráveis Bens penhoráveis Bens penhoráveis Contratos por licitação Contratos por licitação Contratos por licitação Contratos por licitação Autonomia administrativa e financeira Autonomia administrativa e financeira Autonomia administrativa e financeira Autonomia administrativa e financeira Privilégios em juízo Privilégios em juízo Sem privilégio em juízo Sem privilégio em juízo Estatutários Estatutários CLT CLT Capital público descentralizado Capital público descentralizado Capital exclusivo da União Sempre é sociedade mista QUADRO SINÓTICO. Fonte: Slides professor Nilzo Felisberto ENTES DE COOPERAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Entes paraestatais = São os já mencionados Serviços Sociais, p. ex.: SESI, SESC. As ONGs- Organização Não Governamental e as entidades de apoio sem fins lucrativos, p. ex.: as fundações, cooperativas, as ONGs com previsão na lei 9.637/98 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9637.htm). Em Criciúma a AFASC, Nossa Casa. Desenvolvem atividades de cooperação, visto que a administração pública direta não tem competência (funcional) para absorver tais serviços prestados. DESCONCENTRAÇÃO É a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, supõe a existência de duas ou mais pessoas. Nos dizeres do professor Celso Antonio Bandeira de Mello: A desconcentração está sempre referida a uma só pessoa, pois cogita-se da distribuição de competências na intimidade dela, mantendo-se, pois, o liame unificador da hierarquia. Pela descentralização rompe-se uma unidade personalizada e não há vínculo hierárquico entre a Administração Central e a pessoa estatal descentralizada. Assim a segunda não é subordinada à primeira. O que passa a existir, na relação entre ambas, é um poder chamado controle.” DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA Repartição das funções administrativas dentro do mesmo órgão, existindo poderes que são transferidos para níveis inferiores, mas dentro do mesmo governo. Por exemplo: nomeação de governadores provinciais e nomeação de administradores municipais. DESCONCENTRAR DESCONCENTRAR. Fonte: Slides professor Nilzo Felisberto. Logo temos: UNIÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Mantém-se o vínculo com o centro. DESCENTRALIZAÇÃO É esse o ensinamento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro sobre o tema: “Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Difere da desconcentração pelo fato de ser esta uma distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica; sabe-se que a Administração Pública é organizada hierarquicamente, como se fosse uma pirâmide em cujo ápice se situa o Chefe do Poder Executivo. As atribuições administrativas são outorgadas aos vários órgãos que compõem a hierarquia, criando-se uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros. Isso é feito para descongestionar, desconcentrar, tirar do centro um volume grande de atribuições, para permitir seu mais adequado e racional desempenho. A desconcentração liga-se à hierarquia. A descentralização supõe a existência de, pelo menos, duas pessoas, entre as quais se repartem as competências”. DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Repartição de competências com entidades coletivas autônomas de nível territorial local, p. ex.: Autarquias locais. DESCENTRALIZAR DESCENTRALIZAR. Fonte: Slides professor Nilzo Felisberto. AGÊNCIAS EXECUTIVAS Qualificação dada às autarquias ou fundações públicas que exercem atividades exclusivas do Estado, mas com maior autonomia gerencial e financeira. O objetivo é revitalizar essas entidades da administração pública federal com o propósito de aprimorar a gestão. Esta qualificação visa programar um modelo de administração gerencial, caracterizado por decisões e ações voltadas aos resultados a partir das demandas da população com base no planejamento permanente e executado de forma descentralizada e transparente. AGÊNCIAS REGULADORAS Existem serviços de interesse coletivo que são, ou ao menos deveriam ser, de responsabilidade do Estado, pois se traduzem em serviços essenciais ao bem comum. Criadas para a segurança e controle destes serviços e cuja função é ditar suas normas de condução. Ela é autônoma e independente financeiramente. REFERÊNCIAS Constituição federal do Brasil. www.planalto.gov.br. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Master Juris. Caderno de apoio máster. Disponível em: <http://masterjurisonline.com/wp-content/uploads/2014/02/CAM-Flex-A-Administrativo-Aula-03.pdf>. Acesso em 30 de setembro de 2014. Código Civil. www.planalto.gov.br. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9637.htm>. Pergunte Direto. www.perguntedireto.com.br. Disponível em: <http://www.perguntedireito.com.br/693/diferenca-descentralizacao-desconcentracao-administrativa>. Acesso em 06 de outubro de 2014. FELISBERTO, Nilzo. Aulas de Direito Administrativo. ESUCRI 2014/2. ADMINISTRAÇÃO DIRETA LEGISLATIVO – EXECUTIVO - JUDICIÁRIO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SEC. DE TRANS. E INFRA-ESTRUTURA SECRETARIA DE SAÚDE SEGURANÇA PÚBLICA SEC. DE CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA ADMINSTRAÇÃO INDIRETA AUTARQUIA - ASTC SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA- COHAB EMPRESA PÚBLICA- HOSPITAL MUNICIPAL FUNDAÇÃO- CHICCO MENDES
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