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Apostila do SUS

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Apostila – Sistema único de Saúde(SUS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
- Evolução Histórica da Organização Do SUS no Brasil pg. 03 
- A construção do Sistema único de Saúde pg. 05 
- Princípios, Diretrizes e Arcabouços Legais pg. 06 
- Controle Social No SUS pg. 09 
- Resolução – Diretrizes dos Conselhos pg. 10 
- Componentes da Política de Gestão Estratégica e participativa no SUS pg. 13 
- Constituição Federal ( 194 – 200) pg. 17 
- Determinantes Sociais em Saúde pg. 23 
- Sistema de Informação em Saúde pg. 23 
- Questões para estudar pg.25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução histórica da organização do SUS no Brasil 
 
Desde o século passado o sistema de saúde vem sofrendo mudanças que são 
acompanhadas de transformações econômicas, socioculturais e políticas; 
Uma trajetória histórica pode ser apontada por 4 principais tendências: 
1. SANITARISMO CAMPANHISTA - as campanhas sanitárias era sua principal estratégia 
(início do século XX até 1945). 
2. PERÍODO DE 1945-1960 – Período de transição 
3. MODELO MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA - (hegemônico dos anos 1960 até 
meados dos anos 1980). 
4. MODELO PLURAL - (vigente) inclui como sistema público o Sistema Único de Saúde 
SUS. 
I. SANITARISMO CAMPANHISTA- Início do século XX até 1920 (modelo de inspiração 
militar que consistia no estilo repressivo de intervenção médica; tinha um caráter 
coletivo) Tempo da chamada primeira república (economia: agricultura exportadora 
cafeeira) Preocupação: sanear os espaços (portos) e controlar as doenças que 
prejudicassem as exportações (peste, cólera e varíola); Serviços públicos de saúde: 
dirigido pela Diretoria Geral de Saúde Pública (M Justiça e Negócios Interiores); 
corresponde hoje ao MSK Oswaldo Cruz: adotou o modelo das campanhas sanitárias 
destinados a combater endemias urbanas -estudou em Paris (Instituto Pasteur), 
investigou um surto de peste bubônica em Santos-SP - vacinação antivariólica gerou 
protestos - Revolta da Vacina; Área assistência individual: ações de saúde privadas 
 Assistência hospitalar pública: caráter de assistência social (hanseníase e tuberculose) 
II. De 1920 a 1945 - 
sanitarismo campanhista continua como principal característica da política de saúde; 
atividades: campanha contra a tuberculose (1936), combate às endemias; criação em 
1942 do SESP (Serviço Especial de Saúde Pública); surgem os primeiros embriões do 
modelo médico-assistencial; surge a assistência previdenciária (Lei Elói Chaves /1923) 
criava uma caixa de aposentadoria (CAP) para os respectivos empregados estrada de 
ferro; 1926 - amplia para portuários e marítimos características das CAPs: concessão 
de benefícios pecuniários (aposentadorias e pensões) e prestação de serviços 
(assistência médica e farmacêutica); profundas mudanças a partir de 1930: GV no 
poder (ditadura/interventor sobre a sociedade); queda da bolsa de NY; longa crise do 
café (desvalorização do produto); trabalhadores assalariados (transporte e indústria); 
criação do Ministério do Trabalho; 1933: nasce a estrutura de Previdência Social 
IAPs (por categoria de trabalhadores) estrutura da sociedade civil 
p/ interior do aparelho de Estado; implantação do regime de capitalização: da 
contribuição previdenciária, rigidez p/ concessão de benefícios e ¯ dos valores 
concedidos : vultosos recursos sob o controle do Estado; 1930: criação do Min. da 
Educação e Saúde (coordena ações de saúde de caráter coletivo) 
III. De 1945 a 1966 - 
pós-guerra: o desemprego e agram-se as condições sociais do Brasil; Europa: 
desenvolveram-se concepções do Estado do Bem-Estar Social ou Welfare State; dos 
gastos estatais na área da saúde; formulação de um modelo alternativo de seguridade 
social; importância da Previdência Social (instrumento político eleitoral) final dos anos 
50: assistência médica previdenciária: passa a consumir mais recursos 
(industrialização do país) - provoca acelerada urbanização e assalariamento de 
parcelas da população; aumento dos benefícios não foi acompanhado de da receita - 
crise no sistema previdenciário - deficitário a partir de 1960; Lei Orgânica da 
Previdência Social (LOPS): uniformizar os benefícios aos segurados; Assistência 
preventiva à saúde: práticas de campanhas serviços de combate às endemias; 1953: 
Criado o Ministério da Saúde (mesma estrutura do Departamento Nacional de Saúde); 
Persistia a DICOTOMIA entre saúde pública e a atenção médica individual; Modelo 
Médico-Assistencial Privatista [1960 a 1980]. Início da década de 1960: marcado por 
insatisfações populares (sociedade industrializada e urbanizada) - população clamava 
por mudanças estruturais; área da saúde: pediam reformas de base; 1964: impasse: 
necessidades políticas de atendimento das demandas pelos trabalhadores e a 
impossibilidade do modelo de contemplá-las; golpe militar de 1964; Estado intervém 
nos Institutos (racionalidade financeira) unificação: INPS (1967): os trabalhadores são 
excluídos da gestão da previdência; cabendo a estes apenas o papel de financiadores; 
influência na direção da previdência de 3 grupos: indústria farmacêutica , 
equipamentos médico hospitalares e os proprietários de hospitais; Consequências do 
processo de urbanização e industrialização: mudança no quadro nosológico: das 
doenças pestilenciais , doenças de massa assume importância ,avanço da assistência 
médica individual (eficácia no diagnóstico e terapêutica , crescimento do complexo 
médico-industrial e hospitalar (contratação de terceiros); 
 “o sanitarismo campanhista, por não responder às necessidades de uma economia 
industrializada, deveria ser substituído por um outro modelo [...], construído 
concomitantemente ao crescimento e a mudança qualitativa da Previdência social 
Brasileira”. (Mendes, 1993) Principais características desse modelo: privilegiamento da 
prática médica curativa, individual, assistencialista e especializada, em detrimento da 
saúde pública; criação de um complexo médico industrial privado (p/ o lucro); Estado é 
a base do tripé (grande financiador do sistema e prestador de serviços à população. 
Estado: financiador e prestador de serviços à população Setor privado nacional: 
prestador de serviços de assistência médica Setor privado internacional: produtor de 
insumos (equipamentos biomédicos e medicamentos). De 1968 a 1980 Período da 
ditadura militar (atos institucionais e decretos presidenciais) alteram a Constituição e 
os direitos de cidadania, informação, organização social e política; Ampliação da 
seguridade social e assistência médica a novas categorias sociais; crise econômica na 
Previdência; crise no país Medidas políticas e administrativas (1974): 
criação do MPAS (INPS, INAMPS, LBA, FUNABEM, DATAPREV, IAPAS e o CEME; Saúde: 
execução de medidas e atendimento de interesse coletivo (vig sanitária); Previdência: 
voltado ao atendimento médico assistencial individualizado, Reforço da dicotomia nas 
áreas preventiva e curativa do sistema de saúde brasileiro; Final da década de 1970: 
fim do “milagre econômico”; crise generalizada (perda de poder aquisitivo dos salários, 
intenso êxodo rural; Insatisfação de setores da sociedade: (guerrilhas, jornais, greves) 
IDÉIAS QUE MARACARAM O MOVIMENTO SANITÁRIO: 
 Na área da Saúde: busca de reformas nas políticas de saúde: 
 REFORMA SANITÁRIA - 
formulação de um pensamento crítico na política de saúde. 
SURGEM NOS DEPARTAMENTOS DE MEDICINA PREVENTIVA DAS UNIVERSIDADES 
BRASILEIRAS - 
ideias sobre a MEDICINA COMUNITÁRIA e o conceito de ATENÇÃO PRIMÁRIA À 
SAÚDE (APS) Alma Ata/OMS PIASS: Programa de Interiorização das Ações de 
Saneamento do Nordeste: implantar uma estrutura básica de saúde pública com 
pessoal de nível auxiliar com ênfase na detecção de doenças transmissíveis; PREPS: 
Programade Preparação Estratégica de Pessoal de Saúde: visava formar grande 
número de pessoal de nível médio e elementar e apoiar o desenvolvimento de RH nas 
SES; A experiência de introduzir o município como um novo ator no sistema de saúde 
Londrina, Campinas e Niterói foram os primeiros no Brasil a aplicar os princípios da 
Atenção Básica à Saúde e da medicina comunitária. De 1980 a 1990 Enfraquecimento 
e queda da ditadura (transição democrática do país) em 1988 nova e atual 
Constituição Federal nova política para o setor saúde; Nesse tempo o regime militar 
(MS MPAS) ainda apresentava alternativas para a crise da saúde: 
1. PREV-SAÚDE : Prog Nacional Serviços Básicos de Saúde. 
2. PACOTE DA PREVIDÊNCIA: estabelece aumento da contribuição previdenciária; 
3. CONASP: Plano de Reorientação da Assistência à saúde no âmbito da Previdência 
Social desdobramento: Ações Integradas de Saúde. 
4. AIS : Ações Integradas de Saúde buscava a reorganização institucional da assistência 
à saúde princípios: universalidade, integralidade e equidade da atenção; regionalização 
e hierarquização dos serviços. Prática: receber recursos federais Previdência pelos 
serviços prestados: marco indiscutível e de amplitude. 
5. SUDS: Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (1987): contribuir para a 
consolidação e desenvolvimento qualitativo. 
6.AIS: (criação do SUDS nos estados) reformulação do Sistema Nacional de Saúde 
consequência, de poder e desmonte do INAMPS no país: Nova República. 
7. CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: (1986) - discutir uma nova proposta de 
estrutura e de política de saúde nacional foi aprovado o relatório que constituiu o 
Projeto da Reforma Sanitária Brasileira Þ processo para a mobilização do Movimento 
Sanitário Nacional (sensibilizar constituintes a aprovarem os princípios da Reforma 
Sanitária) foi aprovado na Constituição boa parte das conclusões da 8ª CNS: 
“saúde é um direito de todos dever do Estado” e criação do Sistema Único de Saúde. 
 
A Construção do Sistema único de Saúde (SUS) 
*1977 – criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, promove 
pequena abertura para ações de atenção integral na rede pública, incluindo 
planejamento e participação popular na gestão do sistema (tudo muito incipiente) 
*1978 – Conferência Internacional de Saúde de Alma-Ata cuidados na atenção 
primária para todos, aumento do acesso, participação da comunidade. 
*1979 – I Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela Comissão de Saúde da 
Câmara de Deputados. O CEBES ( centro brasileiro de estudos de saúde) apresentou 
uma proposta de reorganização do sistema de saúde (já na época chamava de Sistema 
Único de Saúde). 
* 1980 - Realização da VII Conferência Nacional de Saúde Construção do Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde – SUDS. 
*1986 - Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde. 
*1988 – Constituição da base para o texto da Assembléia Nacional Constituinte. 
*SUS -Constituição 1988 pela primeira vez se contempla explicitamente a saúde. 
*1990 - Luta pela regulamentação dos artigos de nº196 a 200. 
*Lei 8.080 – que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação 
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde (presidente Collor 
sancionou a lei com 24 vetos, vetou especialmente os aspectos da participação 
popular e do financiamento, mas permaneceu a autonomia municipal através da 
descentralização das decisões). 
*Lei 8.142 – que dispõe sobre a participação da comunidade (conselhos e 
conferências) na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros na área da saúde. 
*Conceito abrangente de saúde “A saúde tem como fatores determinantes e 
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e 
serviços essenciais, os níveis de saúde da população expressam a organização social e 
econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, 
por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir as pessoas e à 
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.” 
(Lei 8.080/90, art 3º). 
 
Princípios, diretrizes e Arcabouços Legal. 
A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saúde é seu conceito de saúde. Esse 
“conceito ampliado de saúde”, resultado de um processo de embates teóricos e 
políticos, como visto anteriormente, traz consigo um diagnóstico das dificuldades que 
o setor da saúde enfrentou historicamente e a certeza de que a reversão deste quadro 
extrapolava os limites restritos da noção vigente. 
 Encarar saúde apenas como ausência de doenças evidenciou um quadro repleto não 
só das próprias doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, 
baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. 
Para enfrentar essa situação era necessário transformar a concepção de saúde, de 
serviços de saúde e, até mesmo, de sociedade. Uma coisa era se deparar com a 
necessidade de abrir unidades, contratar profissionais, comprar medicamentos. Outra 
tarefa é conceber a atenção à saúde como um projeto que iguala saúde com condições 
de vida. 
Ao lado do conceito ampliado de saúde, o Sistema Único de Saúde traz dois outros 
conceitos importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema 
significa que não estamos falando de um novo serviço ou órgão público, mas de um 
conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado 
contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. 
Na lógica do sistema público, os serviços contratados e conveniados são seguidos dos 
mesmos princípios e das mesmas normas do serviço público. Os elementos integrantes 
do sistema referem-se, ao mesmo tempo, às atividades de promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
Esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de 
organização em todo país. Mas é preciso compreender bem esta ideia de unicidade. 
Em um país com tamanha diversidade cultural, econômica e social como o Brasil, 
pensar em organizar um sistema sem levar em conta essas diferenças seria uma 
temeridade. 
O que é definido como único na Constituição é um conjunto de elementos doutrinários 
e de organização do Sistema Único de Saúde, os princípios da universalização, da 
equidade, da integralidade, da descentralização e da participação popular. Esses 
elementos se relacionam com as peculiaridades e determinações locais, por meio de 
formas previstas de aproximação de gerência aos cidadãos, seja com descentralização 
político-administrativa, seja por meio do controle social do sistema. 
O Sistema Único de Saúde pode, então, ser entendido a partir da seguinte imagem: um 
núcleo comum (único), que concentra os princípios doutrinários, e uma forma de 
organização e operacionalização, os princípios organizativos. A construção do SUS 
norteia-se, baseado nos seus preceitos constitucionais, pelas seguintes doutrinas: 
 
• Universalidade: É a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e 
qualquer cidadão (“A saúde é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196 da 
Constituição Federal de 1988). 
Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços 
públicos de saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público de saúde, 
independente de sexo, raça, renda, ocupação ou outras características sociais ou 
pessoais. Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: Municipal, Estadual e 
Federal. 
 
• Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Mas isso não significa 
que a equidade seja sinônima de igualdade. Apesar de todos terem direito aos 
serviços, as pessoas não são iguais e por isso têm necessidades diferentes. Então, 
equidade é a garantia a todas as pessoas, em igualdade de condições,ao acesso às 
ações e serviços dos diferentes níveis de complexidade do sistema. 
O que determinará as ações será a prioridade epidemiológica e não o favorecimento, 
investindo mais onde a carência é maior. Sendo assim, todos terão as mesmas 
condições de acesso, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. 
Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o 
limite do que o sistema pode oferecer para todos. 
 
• Integralidade: As ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde não podem 
ser fracionadas, sendo assim, os serviços de saúde devem reconhecer na prática que: 
se cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade, as ações de 
promoção, proteção e reabilitação da saúde também não podem ser 
compartimentalizadas, assim como as unidades prestadoras de serviço, com seus 
diversos graus de complexidade, configuram um sistema capaz de prestar assistência 
integral. 
Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com 
outras políticas públicas, como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as 
diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos 
indivíduos. 
Para organizar o SUS a partir dos princípios doutrinários apresentados e considerando-
se a ideia de seguridade social e relevância pública existem algumas diretrizes que 
orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de concretizar o SUS na prática. 
 
• Regionalização e hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de 
complexidade tecnológica crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e 
com a definição da população a ser atendida. 
Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica na capacidade dos serviços em 
oferecer a uma determinada população todas as modalidades de assistência, bem 
como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando alto grau de 
resolutividade (solução de problemas). 
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um 
conhecimento maior da situação de saúde da população da área delimitada, 
favorecendo ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de 
complexidade. 
Deve o acesso da população à rede se dar por intermédio dos serviços de nível 
primário de atenção, que devem estar qualificados para atender e resolver os 
principais problemas que demandam os serviços de saúde. Os demais deverão ser 
referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. Estes caminhos 
somam a integralidade da atenção com o controle e a racionalidade dos gastos no 
sistema 
 
• Resolubilidade: É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou 
quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço 
correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua 
competência; devendo referenciá-lo a outro nível de complexidade quando não for 
capaz de dar a devida assistência. 
A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, 
permitindo um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma 
área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de 
vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em 
todos os níveis de complexidade. 
O nível primário de atenção corresponde às Unidades Básicas de Saúde e deverá 
resolver 80% dos problemas que absorverem. O nível secundário corresponde aos 
Centros de Especialidades e devem resolver 15% dos problemas, cabendo os 5% 
restantes ao nível terciário de atenção à saúde, onde estão os hospitais de referência. 
 
• Descentralização: É entendida como uma redistribuição de poder e 
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de 
governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, 
maior a possibilidade do acerto. 
Assim, ao município cabe a execução da maioria das ações na promoção das ações de 
saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos, principalmente a responsabilidade 
política pela sua saúde. Isso significa dotar o município de condições gerenciais, 
técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. 
O que abrange um estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade 
estadual e o que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal. A essa 
profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo com um nítido 
reforço do poder municipal sobre a saúde é o que se chama municipalização da saúde. 
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do 
mando único. Cada esfera de governo é autônoma e soberana em suas decisões e 
atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. 
 
• Participação dos cidadãos: É a garantia constitucional de que a população, por meio 
de suas entidades representativas, participará do processo de formulação e avaliação 
das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o 
federal até o local. Essa participação ocorre por meio dos conselhos de saúde que têm 
poder deliberativo, de caráter permanente, compostos com a representatividade de 
toda a sociedade. 
Sua composição deve ser paritária, com metade de seus membros representando os 
usuários, e a outra metade, o conjunto composto por governo, profissionais de saúde e 
prestadores privados de serviços. 
Os conselhos devem ser criados por lei do respectivo âmbito de governo, em que estão 
definidas a composição do colegiado e outras normas de seu funcionamento. Deve ser 
também considerado como elemento do processo participativo o dever das 
instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a 
população se posicione nas questões pertinentes à saúde. 
Outras formas de participação são as Conferências de Saúde, que são fóruns com 
representação de vários segmentos sociais que se reúnem para propor diretrizes, 
avaliar a situação da saúde e ajudar na definição da política de saúde. 
 
Ocorrem nas três esferas de governo periodicamente, constituindo as instâncias 
máximas de deliberação. Cabe às instituições fornecerem informações e 
conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que 
dizem respeito à sua saúde. 
 
• Complementariedade do setor privado: A Constituição definiu que, existindo a 
insuficiência do setor público, torna-se lícita a contratação de serviços privados, no 
entanto, deve-se dar sob três condições: 1- a celebração do contrato, conforme as 
normas do direito público, ou seja, o interesse público prevalecendo sobre o 
particular; 
2- a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas 
técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade etc.; 
como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em 
nome deste; 
3 - a integração dos serviços aprovados deverá se dar na mesma lógica organizativa do 
SUS. Todo serviço privado contratado passa a seguir as determinações do sistema 
público, em termos de regras de funcionamento, organização e articulação com o 
restante da rede. 
Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência, 
complementar a rede assistencial, dando preferência ao setor privado sem fins 
lucrativos (Hospitais Filantrópicos - Santas Casas), conforme determina a Constituição. 
Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a serem 
cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais devem constar, em anexo, dos 
convênios e contratos. 
 
Controle Social no SUS 
 
A lei 8142/90, determina duas formas de participação da população na gestão do 
Sistema Único de Saúde – SUS: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. 
 
 Conferências de Saúde - no artigo 1º da8142/90 parágrafo 1º diz: 
- A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a representação dos 
vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a 
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder 
Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. 
 
Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz: 
- O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo do 
 
Sistema Único de Saúde- SUS. O colegiado do Conselho de Saúde é composto por: 
- 25% de representantes do governo e prestadores de serviços, 25% de profissionais de 
saúde e 50% de usuários, atua na formulação e proposição de estratégias e no controle 
da execução das políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, 
cuja decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada 
esfera de governo. 
A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde aprova diretrizes 
para a Criação , reformulação , estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. 
Direitos dos Usuários do SUS A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz 
informações para que você conheça seus direitos na hora de procurar atendimento de 
saúde. Ela reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o 
ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A Carta é uma 
importante ferramenta para que você conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a 
ter um sistema de saúde ainda mais efetivo. 
 
Os princípios da Carta são: 
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde 
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema 
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de 
qualquer discriminação. 
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e 
seus direitos. 
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da 
forma adequada 
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os 
princípios anteriores sejam cumpridos. 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO CNS Nº 453/2012 - DIRETRIZES PARA OS 
CONSELHOS DE SAÚDE 
 
RESOLUÇÃO No 453, 
DE 10 DE MAIO DE 2012 
 
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Terceira 
Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas 
competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto 
no 5.839, de 11 de julho de 2006, e Considerando os debates ocorridos nos 
Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de 
Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, 
nas 9a, 10a e 11ª Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, 
do Distrito Federal e Municipais de Saúde; Considerando a experiência acumulada do 
Controle Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da 
Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e 
Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento, 
conforme o § 5o inciso II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990; 
Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no 333/03 realizada nos 
espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de 
Saúde; Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o 
processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, 
Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos de 
Saúde; Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva 
participação da sociedade civil organizada, representam polos de qualificação de 
cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e Considerando o que 
disciplina a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, 
de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde. 
Resolve: 
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e 
funcionamento dos Conselhos de Saúde: 
 
DA DEFINIÇÃO DE 
CONSELHO DE SAÚDE 
 
Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e 
permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, 
integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e 
competência fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de 
descentralização da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, 
Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos 
Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera 
correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de 
participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde. 
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua 
na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de 
Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. 
 
 DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO 
 DOS CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei federal, 
estadual, do Distrito Federal e municipal, obedecida a Lei no 8.142/90. 
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Poder 
Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da 
população aprovadas nas Conferências de Saúde, e em consonância com a 
legislação. 
 
A ORGANIZAÇÃO DOS 
CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garantida na legislação, 
torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, 
acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política 
de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação 
estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos 
demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por 
representantes de entidades, instituições e movimentos representativos de usuários, 
de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de 
entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu 
presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios 
onde não existem entidades, instituições e movimentos organizados em número 
suficiente para compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em 
plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e 
democrática. 
I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído 
em lei. 
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e consoante 
com as Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas 
deverão ser distribuídas da seguinte forma: 
a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; 
b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; 
c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, 
ou sem fins lucrativos. 
III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a 
representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, 
no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. 
De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão 
contempladas, dentre outras, as seguintes representações: 
a) associações de pessoas com patologias; 
b) associações de pessoas com deficiências; 
c)entidades indígenas; 
d) movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro, LGBT...); 
e) movimentos organizados de mulheres, em saúde; 
f) entidades de aposentados e pensionistas; 
g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e 
federações de trabalhadores urbanos e rurais; 
h) entidades de defesa do consumidor; 
i) organizações de moradores; 
j) entidades ambientalistas; 
k) organizações religiosas; 
l) trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, conselhos de 
profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obedecendo as instâncias 
federativas; 214 
m) comunidade científica; 
n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de 
pesquisa e desenvolvimento; 
o) entidades patronais; 
p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e 
q) governo. 
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde terão os 
conselheiros indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas 
respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, 
com a recomendação de que ocorra renovação de seus representantes. 
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, 
trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, 
no mínimo, 30% de suas entidades representativas. 
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos 
demais segmentos que compõem o Conselho, por isso, um profissional com cargo de 
direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde 
não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as). 
VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na autonomia 
representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível impedimento da 
representação de Usuário(a) e Trabalhador(a), e, a juízo da entidade, indicativo de 
substituição do Conselheiro(a). 
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do 
Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos 
Conselhos de Saúde. 
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, 
caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a 
convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de 
seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo 
será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual 
de Saúde constituído ou em funcionamento. 
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, 
considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa 
do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, 
entidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá declaração de 
participação de seus membros durante o período das reuniões, representações, 
capacitações e outras atividades específicas. 
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme 
legislação vigente. 
 
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO 
 DOS CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia administrativa para o 
pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia 
financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e 
apoio técnico: 
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura administrativa e o 
quadro de pessoal; 
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por 
pessoa preparada para a função, para o suporte técnico e administrativo, subordinada 
ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão; 
 
 
 
 
Componentes da Política Nacional de Gestão Estratégica e 
Participativa no SUS 
 
Gestão participativa é uma estratégia transversal, presente nos processos cotidianos 
da gestão do SUS, que possibilita a formulação e a deliberação pelo conjunto de atores 
no processo de controle social. Requer a adoção de práticas e mecanismos que 
efetivem a participação dos profissionais de saúde e da comunidade. 
A gestão estratégica pressupõe a ampliação de espaços públicos e 
coletivos para o exercício do diálogo e da pactuação das diferenças, de forma a 
construir um conhecimento compartilhado sobre saúde, preservando a subjetividade e 
a singularidade presentes na relação de cada indivíduo e da coletividade, com a 
dinâmica da vida. 
Esta prática amplia a vocalização das necessidades e dos desejos da população e a 
escuta dos profissionais e dos serviços, para que o acolhimento e o cuidado tenham 
significado para ambos. As práticas participativas implicam, sempre, na construção de 
consensos, a partir da identificação e do reconhecimento dos dissensos, indicando 
alternativas a partir de diferentes opiniões, ensejando resultados mais expressivos e 
duradouros. 
Assim, a gestão estratégica e participativa constitui-se em um conjunto de atividades 
voltadas ao aprimoramento da gestão do SUS, visando a maior eficácia, eficiência e 
efetividade, por meio de ações que incluem o apoio ao controle social, à educação 
popular, à mobilização social, à busca da equidade, ao monitoramento e avaliação, à 
ouvidoria, à auditoria e à gestão da ética nos serviços públicos de saúde. 
Nesse sentido, a Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS 
compreende os componentes a seguir discriminados. 
 
A Gestão Participativa e o Controle Social no SUS 
 
As conquistas populares no Brasil têm apresentado trajetória emblemática 
para a mobilização social em defesa do direito à saúde. A década de 80 representou o 
momento de institucionalização das práticas inovadoras para o setor, fundamentadas 
na concepção da saúde como produção social e direito, que foram consolidadas na 
década de 90, nas conferências e nos conselhos de saúde. 
A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, tornou-se um marco por ter 
discutido o aprofundamento dos grandes temas que subsidiaram a Assembléia 
Nacional Constituinte. As últimas Conferências Nacionais de Saúde, da 9ª à 12ª, 
reafirmam como indispensáveis a implementação e o fortalecimento dos mecanismos 
de controle social existentes. 
A 12ª Conferência Nacional de Saúde afirma a necessidade de “Estimular e fortalecer a 
mobilização social e a participação cidadã nos diversos setores organizados da 
sociedade, com a aplicação dos meios legais disponíveis, visando efetivar e fortalecer o 
Controle Social na formulação, regulação e execução das políticas públicas, de acordo 
com as mudanças desejadas para a construção do SUS que queremos”. 
Nesse processo, algumas propostas emanadas das conferências devem ser destacadas 
e valorizadas como desafi os à consolidação e ao fortalecimento do controle social no 
SUS: 
• Garantia de efetiva implantação dos conselhos de saúde estaduais 
e municipais – assegurando aos mesmos dotação orçamentária própria. 
• Consolidação do caráter deliberativo, fiscalizador e de gestão colegiada 
dos conselhos, com composição paritária entre usuários e demais segmentos, devendo 
o presidente ser eleito entre seus membros. 
• Reafirmação da participação popular e do controle social na construção 
de um novo modelo de atenção à saúde, requerendo o envolvimento 
dos movimentos sociais, considerados atores estratégicos para a gestão participativa. 
• Aperfeiçoamento dos atuais canais de participação social, criação 
e ampliação de novos canais de interlocução entre usuários e sistema 
de saúde, e de mecanismos de escuta do cidadão. 
Uma estratégia em desenvolvimento pela Secretaria está permitindo a construção do 
Participa net SUS, um sistema composto pelo cadastro, perfil e indicadores de 
avaliação dos conselhos de saúde, que visaidentificar as principais questões 
relacionadas ao funcionamento dos conselhos de saúde em todos os municípios 
brasileiros. 
O diagnóstico construído evidencia que, apesar dos significativos avanços em sua ação, 
quanto ao processo de formulação e controle da política pública de saúde, os 
conselhos ainda enfrentam obstáculos importantes, como o não-exercício do seu 
caráter deliberativo na maior parte dos municípios e estados; precárias condições 
operacionais e de infra-estrutura; falta de regularidade de funcionamento; ausência de 
outras formas de participação; falta de transparência nas informações da gestão 
pública; dificuldade e desmobilização para a formulação de estratégias e políticas para 
a construção do novo modelo de atenção à saúde; e baixa representatividade e 
legitimidade de conselheiros nas relações com seus representados. 
Para fi ns de delineamento do campo de conceituação da gestão participativa, 
suas práticas e mecanismos podem ser agrupados de acordo com as instituições, 
atores e segmentos sociais envolvidos, nos seguintes tipos: 
• Mecanismos institucionalizados de controle social, representados pelos conselhos 
de saúde e pelas conferências de saúde, envolvendo o governo, os trabalhadores da 
saúde e a sociedade civil organizada, nas três esferas de governo. Recentemente, vêm 
sendo propostos conselhos regionais, bem como conferências e plenárias regionais. 
• Processos participativos de gestão, integrando a dinâmica de diferentes instituições 
e órgãos do SUS, nas três esferas de governo, tais como conselhos gestores/conselhos 
de gestão participativa, direção colegiada, câmaras setoriais, comitês técnicos, grupos 
de trabalho, pólos de educação permanente em saúde e setoriais de saúde dos 
movimentos sociais, entre outros. A estruturação das mesas de negociação como 
ferramenta para a gestão do trabalho vem-se consolidando como inovadora prática de 
gestão participativa das relações de trabalho, nas três esferas de governo. 
• Instâncias de pactuação entre gestores, como as Comissões Intergestores Bipartites 
(CIB), envolvendo representantes das secretarias estaduais e municipais de saúde, e a 
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que conta com representantes do Ministério 
da Saúde, além dos representantes das secretarias estaduais e municipais 
de saúde, constituindo espaços de ações compartilhadas, estratégicas e operacionais 
da gestão do SUS. 
• Mecanismos de mobilização social que representam dispositivos 
para a articulação de movimentos populares na luta pelo SUS e o direito à saúde, 
ampliando espaços públicos (coletivos) de participação e interlocução entre 
trabalhadores de saúde, gestores e movimentos populares. 
• Processos de educação popular em saúde desenvolvidos no diálogo permanente 
com movimentos populares, entidades formadoras e grupos sociais no sentido de 
fortalecer e ampliar a participação social no SUS. 
• Reconstrução do significado da educação em saúde que se desenvolve nas escolas, 
nas universidades e nos serviços de saúde, fortalecendo o protagonismo na produção 
de saúde e na formação de cidadãos em defesa do SUS. 
• Ações articuladas entre diferentes setores de governo e a sociedade civil 
(intersetorialidade) caracterizando o compartilhamento de decisões entre instituições 
governamentais e da sociedade civil, que atuam na produção social da saúde. 
Este conceito ampliado de gestão participativa está estreitamente relacionado com as 
demais áreas da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa: os mecanismos de 
escuta permanente das opiniões e manifestações da população, valorizadas nas 
decisões e encaminhamentos da gestão cotidiana dos serviços e do sistema, 
representados pelas ouvidorias do SUS; os mecanismos participativos de 
monitoramento e avaliação da gestão, das ações e dos serviços de saúde; e as ações de 
auditoria que desencadeiam medidas para o aprimoramento da gestão do SUS, de 
forma eficaz e efetiva, nas três esferas de governo. Assim, o fortalecimento da 
mobilização e do controle social pode ser efetivado mediante a criação de outros 
canais de comunicação entre o cidadão e o governo, por meio da promoção da 
educação popular, da capacitação de lideranças, conselheiros, entidades de classe e 
movimentos populares articulados, pautando-se sempre no princípio da equidade em 
saúde e garantindo a atenção às especificidades de cada cidadão. Deve-se, assim, 
estimular e fomentar a organização da sociedade para o exercício do efetivo controle 
social na Saúde. 
Todas essas formas que promovem a participação social e caracterizam a gestão 
participativa do SUS têm pela frente a tarefa de se apropriar da construção de novos 
modelos de atenção e gestão da saúde, regido sob a lógica das necessidades, 
demandas e direitos de toda a população. 
O Pacto pela Saúde é a reafirmação da importância da participação e do controle social 
nos processos de negociação e pactuação. 
Além de analisar e aprovar o Termo de Compromisso de Gestão (TCG), correspondente 
a sua esfera, os conselhos de saúde têm um papel relevante na aprovação ou revisão 
do respectivo plano de saúde, que deve ter coerência com o TCG. Anualmente, os 
conselhos de saúde farão, juntamente com os gestores, uma avaliação da execução 
dos planos de saúde, a partir do que foi acordado no Termo de Compromisso. 
 
 Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS 
 
Diante da complexidade do processo de construção de um modelo de atenção à saúde 
voltado à qualidade de vida, modelo reiteradamente reforçado pelas Conferências 
Nacionais de Saúde (especialmente 10a, 11a e 12a), as dimensões de monitoramento e 
avaliação devem, necessariamente, buscar articular, além dos indicadores tradicionais 
das ações e dos serviços de saúde, individuais e coletivos, também os indicadores da 
desigualdade e iniquidade, de determinantes da saúde, de ações intersetoriais, 
culturais, ambientais e de participação social, entre outros, quantitativos e 
qualitativos, abertos às dimensões da ética, do conflito, da subjetividade e da 
micropolítica, que sirvam ao trabalho local e à aferição e mudança permanente das 
práticas. 
A preocupação com as ações de monitoramento e avaliação é crescente desde a 
criação do Sistema Único de Saúde, com diversos movimentos visando ao 
estabelecimento de conceitos, metodologias e práticas. 
Em 2000, em meio às reformas neoliberais em curso, o tema foi objeto de uma 
publicação polêmica da Organização Mundial da Saúde (OMS), que teve o mérito de 
gerar um intenso debate que realçou outros processos em desenvolvimento na 
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), uma das unidades regionais da própria 
OMS, e em países como Reino Unido, Canadá e Austrália, atentos a questões como as 
da equidade, as dimensões sociais do processo saúde-doença e a reorganização 
dos serviços e ao direito à saúde. 
No Brasil, merece destaque o projeto PRO-ADESS1 que reuniu pesquisadores de 
diversas instituições ligadas à Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde 
Coletiva (Abrasco), produzindo importantes contribuições metodológicas e 
conceituais, no sentido de: 
a) compreender, monitorar e avaliar as inter-relações e os fatores que influenciam a 
eficiência, a efetividade e a equidade no desempenho do SUS; 
b) melhorar a formulação das políticas; 
c) monitorar as desigualdades no acesso e na qualidade dos serviços recebidos pelos 
diferentes grupos sociais no Brasil; 
d) criar instrumentos e processos participativos de monitoramento e avaliação 
destinados aos municípios, aos estados e à esfera federal, bem como mecanismos de 
acesso e difusão da informação, e de formação permanente, voltados aos gestores, 
trabalhadores e usuários, em especial aos membros dos conselhos de saúde. 
Para o monitoramento e avaliação de processos e resultados, são fundamentais os 
indicadores de estrutura, em especial no que se refere a recursosalocados, condução 
financeira e seu impacto nas metas e indicadores de saúde. 
O crescente desenvolvimento de ações de cooperação técnica e financeira entre 
União, estados e municípios vem evidenciando a necessidade de novos mecanismos de 
controle, interno e externo, que ampliem o papel exercido pelos mecanismos de 
controle social. Sendo assim, o problema da prestação de contas insere-se numa 
questão maior, envolvendo outros órgãos como a Secretaria Federal de Controle, da 
Controladoria-Geral da União (SFC/CGU), demonstrando a necessidade e a importância 
desse componente nas atividades de monitoramento e avaliação. Monitoramento 
pode ser entendido como um sistema que permite observação, medição e avaliação 
contínua de um processo ou fenômeno. 
Trata-se de um processo sistemático e contínuo de acompanhamento dos indicadores 
de saúde e da execução das políticas, ações e serviços nesta área visando à obtenção 
de informações em tempo oportuno para subsidiar a tomada de decisão, bem como a 
identificação, solução e redução de problemas e a correção de rumos. Fruto de um 
intenso debate promovido pelo Ministério da Saúde, entre 2003 e 2005, envolvendo 
diversos órgãos, evidenciou-se a necessidade de uma estrutura que assumisse as 
tarefas de articulação, apoio e difusão das ações de monitoramento e avaliação que se 
encontram em curso nas diversas secretarias do Ministério da Saúde e demais 
unidades, bem como nas outras esferas do SUS, motivando a criação do 
Departamento de Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS, integrando a 
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 
Uma das primeiras tarefas do novo departamento está sendo a preparação da 
publicação Painel de Indicadores do SUS, editada pela SGEP/MS em parceria com a 
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que tem como objetivo estimular a 
participação social e apoiar a formulação, implementação, monitoramento e avaliação 
das políticas de saúde, rumo à consolidação do SUS. 
O acesso aos resultados do processo de monitoramento e avaliação constitui-se em 
poderoso instrumento de democratização da informação sobre objetivos, metas e 
resultados alcançados pelos órgãos de saúde, ao tornar públicas e transparentes as 
avaliações realizadas, favorecendo o empoderamento e a mobilização social, que se 
refletem em fomento da participação e do controle de ações e serviços prestados pelo 
SUS, na busca da equidade e da qualidade em saúde. 
Outra ação em desenvolvimento, em articulação com as diferentes áreas do MS, é a 
regulamentação do monitoramento do Pacto pela Saúde. 
Este deve ser um processo permanente, orientado pelos indicadores, objetivos, metas 
e responsabilidades que compõem os Termos de Compromisso de Gestão e os 
cronogramas pactuados, tendo como objetivo o desenvolvimento de ações de apoio 
para a qualificação do processo de gestão. Além disso, o Pacto pela Saúde estabelece 
diversas atribuições e responsabilidades das três esferas de gestão, em relação a 
monitoramento e avaliação, indicando a necessidade de articulação entre elas. 
Nesse sentido, mecanismos pactuados de monitoramento e avaliação devem ser 
implantados em todas as unidades federadas, estabelecendo- se a responsabilização 
dos estados e municípios, no âmbito do SUS, com vistas ao fortalecimento da 
capacidade de gestão pública da saúde. 
 
 
Constituição Federal - Artigos de 194 – 200. 
 
 
CAPÍTULO II 
DA SEGURIDADE SOCIAL 
SEÇÃO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da 
lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não 
integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma 
integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e 
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na 
lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus 
recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como 
estabelecido em lei, 
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefício ou 
incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção 
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, 
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 
150, III, "b". 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas 
em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador 
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, 
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota 
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos 
benefícios nos termos da lei. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da 
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
§ 9° As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter 
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade 
econômica ou da utilização intensiva de mão-deobra. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema 
único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, 
observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11. vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais 
de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante 
superior aofixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
cumulativas. § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de 
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do 
inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. 
 
SEÇÃO II 
DA SAÚDE 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo 
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito 
privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado 
de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com 
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes§ 2º A União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em 
ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da 
aplicação de percentuais calculados sobre: 
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar 
prevista no § 3º; 
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação 
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os 
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que 
forem transferidas aos respectivos Municípios; 
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação 
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os 
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, 
estabelecerá: 
I – os percentuais de que trata o § 2º; 
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde 
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos 
Estados destinados a seus respectivos Municípios, 
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com 
saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; 
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes 
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de 
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de 
suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das 
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às 
endemias. § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do 
art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções 
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate 
às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos 
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício." (NR) 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do 
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de 
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as 
sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em 
lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a 
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e 
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as 
de saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos. 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
 
SEÇÃO III 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados 
de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2°. 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de 
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e 
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos 
definidos em lei complementar. 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. 
§ 3° Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de 
benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 4º assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
§ 5° vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade 
de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de 
previdência. 
§ 6° A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o 
valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. 
§ 7° assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos 
termos da lei, obedecidas as seguintes condições: 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, 
se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de 
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime deeconomia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. 
§ 8° Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão 
reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e 
no ensino fundamental e médio. 
§ 9° Para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural 
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se 
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser 
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo 
setor privado. 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão 
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e 
consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. 
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para 
atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se 
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua 
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, 
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais 
segurados do regime geral de previdência social. 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e 
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência 
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante 
de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso 
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições 
contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios 
das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho 
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não 
integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. 
§ 3° vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades 
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese 
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. 
§ 4° Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito 
Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de 
economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto 
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas 
respectivas entidades fechadas de previdência privada. 
§ 5° A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no 
que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de 
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades 
fechadas de previdência privada. 
§ 6° A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os 
requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades 
fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes 
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam 
objeto de discussão e deliberação. 
 
 
 
Determinantes Sociais em Saúde 
 
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS 
são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e 
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores 
de risco na população. 
 A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma 
definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais 
em que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de 
intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as 
condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através 
de ações baseadas em informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição 
bastante sintética, ao entendê- los como as características sociais dentro das quais a 
vida transcorre. 
 
 
Sistema de informação em saúde 
 
Os Sistemas de Informação em Saúde, são sistemas que reúnem, guardam, processam 
e facultam a informação a uma organização de saúde, informação que deve ser útil e 
estar acessível àqueles que dela necessitam. Um sistema de informação é, pois, uma 
combinação de procedimentos, informação, pessoas, tecnologias e vários outros 
recursos. Note-se que um sistema de informação pode envolver, ou não, a utilização 
de tecnologia informática, por isso não se deve confundir sistema de informação com 
um sistema informático. 
Os Sistemas de Informação em Saúde devem incluir todos os dados necessários aos 
profissionais de saúde e utilizadores dos sistemas, com o objetivo de desenvolverem e 
protegerem a saúde das populações. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o 
investimento nestes sistemas de informação possui vários benefícios, como ao nível do 
auxílio aos tomadores de decisão, no controlo e detecção de problemas de saúde 
endémicos, na monitorização de progressos e metas pré-estabelecidos e na promoção 
da equidade e da qualidade dos serviços. 
Os Sistemas de Informação em Saúde podem ser desenvolvidos para uso macro-
economico, utilizados em Ministérios, Secretarias de Estado ou Prefeituras / Câmaras 
Municipais (neste caso condensando informações de outros subsistemas ou redes 
locais), ou para uso micro-economico (clínicas, hospitais, redes empresariais). 
Podem conter informações clínicas e não clínicas, ou administrativas. 
 
 
 
 
 
 
- Questões para Estudar 
 
 
A lei 8080/1990 NÃO incluiu no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-SUS: 
• a) A participação na formulação da política e na execução de ações de combate à fome e 
distribuição de renda. 
 b) A ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde. 
c) A vigilância nutricional e orientação alimentar. 
d) A colaboração na proteção do meio ambiente. 
 
 
 
Epidemiologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo saúde-doença em 
coletividades humanas. Assinale a alternativa que não constitui uma perspectiva de análise 
desta ciência. 
• a) Distribuição e fatores determinantes das enfermidades. 
 b) Fatores de danos à saúde. 
 c) Eventos associados à saúde coletiva. 
 d) Diagnóstico e acompanhamento da situação de saúde das populações. 
 e) Diagnóstico e tratamento individualizado do enfermo. 
 
O Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011, dispõe sobre a organização do Sistema 
Único de Saúde - SUS, particularmente abordando o planejamento da saúde, a assistência à saúde 
e a articulação interfederativa. Sobre estas considerações, assinale a alternativa correta. 
• a) As Regiões de Saúde não podem compor transferências de recursos entre os entes 
federativos, uma vez que são instituídas unicamente pelos municípios. 
 b) O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, entre outros fatores, 
que o medicamento seja prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas 
funções no SUS. 
 c) O planejamento da saúde é facultativo para os entes públicos, sendo realizado somente como 
indutor de políticas para a iniciativa privada. 
 d) O usuário perde o direito assegurado à continuidade do cuidado em saúde, quando não 
procurar os serviços, hospitais ou unidades integrantes da redede atenção da respectiva região 
de seu domicílio. 
 e) O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de garantia de acesso à saúde 
não serão utilizados como parâmetro para avaliação do desempenho da prestação das ações de 
saúde, tendo em vista as especificidades municipais. 
 
Qual é o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social? 
• a) Contribuição Social e Previdenciária. 
 b) Políticas Sociais e Econômicas. 
 c) Legislação Social. 
 d) Seguridade social. 
 e) Lei Orgânica da Saúde 
 
 
 
Em relação aos serviços privados no Sistema Único de Saúde, a participação complementar 
será formalizada mediante 
• a) contrato ou convênio. 
 b) lei específica. 
 c) concessão ou permissão de serviços públicos. 
 d) delegação de competência. 
 e) decreto do chefe do Poder Executivo. 
 
 
 
Sobre a concepção do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como base sua Lei Orgânica e o 
Decreto Presidencial no7.508/2011, assinale a alternativa correta. 
• a) A saúde é colocada como um direito de todos, cuja assistência deve ser assegurada em um 
sistema integral, com vistas às atividades curativas e, em menor escala, às preventivas. 
 b) O sistema de saúde deve estar organizado em uma rede hierarquizada na qual os serviços 
controlados pelas secretarias de Estado da Saúde têm supremacia sobre os serviços 
municipais. 
 c) Os recursos aplicados na saúde são provenientes da União e repassados para estados e 
municípios, os quais têm a responsabilidade de fixar as ações com base apenas no recurso 
transferido. 
 d) As ações de vigilância sanitária e epidemiológica não são atribuições do SUS. 
 e) A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) é um dos instrumentos do SUS 
para atendimento aos usuários, devendo conter apenas medicamentos com registro concedido 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
 
 
 
A norma operacional da assistência à saúde SUS - NOAS - SUS 01/02 define o processo de 
controle, regulação e avaliação da assistência, devendo ser coerente com os processos de 
planejamento, programação e alocação de recursos em saúde tendo em vista sua 
importância para a revisão de prioridades e contribuindo para o alcance de melhores 
resultados em termos de impacto na saúde da população. 
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.O fortalecimento das funções 
de controle e avaliação dos gestores do SUS deve se dar principalmente nas seguintes 
dimensões: 
I. Avaliação da organização do sistema e do modelo de gestão. 
II. Relação com os prestadores de serviços. 
III. Qualidade da assistência e satisfação dos usuários. 
IV. Resultados e impacto sobre a saúde da população. 
V. Redução monetária nos orçamentos. 
São corretas as alternativas: 
• a) II,III e IV apenas. 
 b) II,III,IV e V apenas. 
 c) I,II,III e IV apenas. 
 d) I e II apenas 
 
 
O conceito de Vigilância em Saúde inclui: 
I. A vigilância das doenças e agravos não transmissíveis e o controle das doenças transmissíveis; 
II. A vigilância Sanitária; 
III. A vigilância da situação de saúde: 
IV. A vigilância ambiental em saúde: 
V. A vigilância da saúde do trabalhador: 
Responda corretamente: 
• a) Apenas as alternativas I, II e IV estão corretas; 
 b) Apenas a alternativa III está errada; 
 c) Todas as afirmativas estão corretas. 
 d) Apenas a afirmativa II,está correta. 
 
 
 
 
 
A lei 8080, Capítulo I - Dos Objetivos e Atribuições, em seu Art.5º - Relaciona os objetivos do 
Sistema Único de Saúde. São eles exceto: 
• a) A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; 
 b) A preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
 c) A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a 
observância do disposto no § 1º do Art.2º desta Lei; 
 d) A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da 
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. 
 
 
 
Sobre a direção do Sistema Único de Saúde – SUS está correto afirmar: 
• a) É única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em 
cada esfera de governo; 
 b) É tripla, pois é exercida pelas três esferas de governo, municipal, estadual e Federal, 
conforme o inciso I do art. 198 da Constituição Federal; 
 c) É paritária, pois prevê a participação social através dos conselhos de saúde; 
 d) É equivalente e exercida pelo ministério da saúde, a nível federal, e pelas secretarias de 
saúde no âmbito dos estados e municípios. 
 
 
 
 
A LEI Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, - das disposições Gerais em seu artigo 3º, reza 
que os níveis de saúde da população expressam: 
• a) Que a saúde é um direito fundamental do cidadão; 
 b) A condição de bem-estar físico, mental e social das pessoas e das comunidades; 
c) A organização social e econômica do País. 
d) A qualidade das ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais. 
 
 
 
 
A Lei nº. 8080/90, em seu art. 13, refere sobre a articulação das políticas e programas que, a 
cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: 
I. alimentação e nutrição. 
II. saneamento e meio ambiente. 
III. ecologia. 
IV. vigilância sanitária e farmacoepidemiologia. 
V. recursos humanos. 
Estão corretas apenas as alternativas 
• a) I, II, III 
 b) I, II, IV, V 
c) I, III, IV, V 
d) II, IV, V 
e) I, II, III, IV, V 
 
 
 
Marque a opção correta. Entre as prioridades estabelecidas pelo Pacto pela vida estão: 
• a) Saúde do Idoso, redução da mortalidade infantil e materna; 
 b) Alimentação adequada para todos; 
 c) Promover a adesão a plano de saúde privados; 
 d) Promover a capacitação profissional; 
 e) Diminuição do desemprego. 
 
 
 
 
Marque a opção correta. A Lei 8.142/90 estabelece que as conferências nacionais de saúde 
devem ocorrer a: 
• a) Cada 10 anos; 
 b) Cada 2 anos; 
 c) Cada 4 anos; 
 d) Cada 5 anos; 
 e) Anualmente. 
 
 
Marque a opção correta. A normatização do SUS vem sendo implementada por uma série de 
legislações quem incluem: 
• a) A Lei 8.080 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS; 
 b) A Lei 8.142 que extinguiu o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência 
(INAMPS); 
 c) A Lei 8.689 que definiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e criou a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária; 
 d) Emenda Constitucional no 29 de 13 de setembro de 2000, incluiu artigos para assegurar os 
recurso mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. 
 e) A Lei 8.329 criou o Sistema Nacional de Auditoria. 
 
 
 
Sobre as Conferências de Saúde, assinale a alternativa CORRETA. 
• a) São órgãos colegiados de caráter deliberativo presididas por um representante dos 
trabalhadores em saúde. 
 b) Têm caráter permanente e seus membros se reúnem ordinariamente uma vez ao mês. 
 c) 50% dos participantes são representantes dos trabalhadores em saúde e os outros 50% são 
representantes dos usuários do SUS. 
 d) Têm por objetivos avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de 
políticas de saúde nos níveis municipal, estadual e federal. 
 
 
 
 
Marque a opção CORRETA referente à Política Nacional de Promoção da Saúde. 
• a) O Ministério da Saúde, Estados e Municípios são esferas de gestão do SUS responsáveis 
pela desestruturação da Política Nacional de Promoção da Saúde. 
 b) A elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde provoca mudança no modo de 
organizar, planejar, realizar

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