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08/05/2018 1 LEUCOPOESE Célula mielóide multipotente • Ela pode se diferenciar para a linhagem dos granulócitos (neutrófilos) e monócitos (CFU- GM), dos eritrócitos (CFU-E), das plaquetas (CFU-Meg), basófilos (CFU-Bas) e eosinófilos (CFU-Eos). • A célula linfóide multipotente também encontra condições de se desenvolver na medula óssea, mas alguns tipos são amadurecidas no timo. I-Granulócitos • Possuem núcleo segmentado e o citoplasma contém grânulos. • São formados, armazenados e liberados da medula óssea. • Permanecem por pouco tempo no sangue circulante. • Passam para os tecidos e não retornam ao sangue. • Com finalidade didática, costuma-se dividir a população de células granulocíticas em alguns compartimentos: 1- Compartimento medular: compreende as células envolvidas na produção da população granulocítica, tanto as indiferenciadas, em divisão e diferenciação quanto as células maduras que ficam retidas durante algum tempo na medula. 08/05/2018 2 2- Compartimento circulante Compreende as células maduras da circulação – a ele pertencem as células circulantes da corrente sanguínea e também certa quantidade de neutrófilos que ficam aderidos ao endotélio vascular em situação marginalizada. Normalmente, não há necessidade de que essas células circulem, porque a medula óssea produz um excesso de neutrófilos. Eles só passam a serem circulantes quando há necessidade. 3- Compartimento tissular Representa todas as células granulocíticas que deixaram a circulação e se dirigiram para os tecidos. Nos tecidos, eles exercem a fagocitose, sofrem várias alterações estruturais e depois morrem, sendo então fagocitados por células maiores – os macrófagos. Granulócitos a) Neutrófilos ou segmentados (50 – 65%) b) Eosinófilos (3 – 5%) c) Basófilos (0 – 1%) 08/05/2018 3 II- Linfócitos • Células pequenas com núcleo redondo, relação N/C grande, cromatina parcialmente condensada e pequenas quantidades de citoplasma que se cora de azul claro (30 – 45%). Variantes: • Linfócitos atípicos: células maiores, núcleo de forma irregular ou denteado e quantidade aumentada de citoplasma que se cora de azul profundo. • Linfócito “Natural Killer” (NK): célula grande, com grânulos no citoplasma (linfócito granular). Correspondem de 5 – 15% dos linfócitos no sangue periférico. III- Monócitos Célula grande com morfologia variável, núcleo irregular, com cromatina delicada, citoplasma levemente basófilo, contendo grânulos muito finos, pouco visualizados (4 – 8%). Linhagem Mielóide I- Granulócitos Neutrófilo a) Mieloblasto b) Pró-mielócito c) Mielócito d) Metamielócito e) Bastão f) Segmentado ou Neutrófilo 08/05/2018 4 • Grânulos primários – grânulo lisossomal. Lisam proteínas, ácidos nucleicos, carboidratos. Aparecem a partir do mieloblasto, diminuem em nº a medida que as células se diferenciam. • Grânulos Secundários – participam da aderência, quimiotaxia e da “explosão respiratória” do granulócito. Contêm lactoferrina, lisozima e outras proteínas. Função dos granulócitos A- Neutrófilos • Aderência • Quimiotaxia • Diapedese • Reconhecimento de partículas através de opsonina • Fagocitose B- Eosinófilos • Acumulam-se em locais de invasão por vermes (helmintos); • Em locais de reação alérgica tissular; • Dermatoses. • Os grânulos eosinofílicos contêm grandes quantidades de proteína básica principal e mieloperoxidase. 08/05/2018 5 C- Basófilos • Leucócito menos numeroso. • Semelhança com os mastócitos tissulares, que são especializados no combate à invasão tissular de parasitas e fungos. Antígenos desses microrganismos frequentemente estimulam a síntese de IgE. • A degranulação dos mastócitos são quimiotáticas para eosinófilos e basófilos que lesam os microrganismos. Têm receptores para IgE. • Em pacientes alérgicos, outros antígenos, como pólens e alimentos também induzem a síntese de IgE que se ligam à basófilos e mastócitos. • Seus grânulos são ricos em mucopolissacarídeos ácidos, histamina e heparina. II- Monócitos • Monoblasto • Pró-monócito • Monócito Após saída da circulação, os monócitos vão para os tecidos, sofrem diferenciação em macrófagos e se dividem formando uma variedade de células fagocíticas mononucleares que sobrevivem meses no tecido. Componentes do Sistema Fagocítico Mononuclear • Macrófagos móveis • Macrófagos fixos • Macrófagos de linfonodos • Macrófagos alveolares • Osteoclastos • Células microgliais do SNC – dão suporte ao funcionamento do SNC • Células de Langerhans – imunovigilância cutânea Função dos monócitos/macrófagos • Fagocitose • Retirada do sangue de hemácias senis, proteínas plasmáticas desnaturadas e de microrganismos invasores • Processamento de antígeno para apresentação a linfócitos • Secreção de substâncias solúveis (monocinas): enzimas, IL-1, FNT, pirogênios, interferons. 08/05/2018 6 Linhagem Linfóide Linfócitos • Linfoblasto • Pró-linfócito • Linfócito • Os linfócitos constituem duas classes funcionais de células: 1- Linfócito T (70%): responsável por processos de imunidade celular e na regulação da síntese de anticorpos. 2- Linfócito B (10-15%): envolvido nos processos de imunidade humoral. Precursor da célula formadora de anticorpos - Plasmócito O Tecido Linfóide A- Tecido Linfóide Central ou Primário • Timo - onde os precursores são processados em célula T imunologicamente competentes. • Medula óssea – onde os precursores são processados em célula B imunologicamente competentes. Nesses órgãos há a produção constante de células linfóides, que irão suprir os órgãos linfóides secundários ou periféricos. 08/05/2018 7 B- Tecidos Linfóides Periféricos ou Secundários, local de distribuição das célula T e B imunologicamente competentes. São eles: • Linfonodos • Baço • Tecidos Tonsilares • Acúmulos no intestino, tratos respiratório e urinário • Medula óssea Células T • Os precursores de célula T da medula migram para o córtex do timo. • Dividem-se repetidamente. • As células produzidas migram para a medula do órgão onde continua a diferenciação mas não a divisão celular. • Essa diferenciação inicia-se já por volta da sétima semana de gestação. • Quando a diferenciação se completa, aparecem, na membrana celular, receptores específicos das células T, denominados TcR. • Esses receptores têm capacidade de reconhecer pontos específicos de numerosos antígenos que invadem o organismo, denominados determinantes antigênicos. Resumindo: a) Respondem seletivamente a determinantes antigênicos. b) Distinguem o “self” do “non-self”. • As células T imunocompetentes são liberadas para os tecidos linfóides periféricos. • Aí, podem sobreviver como células imunocompetentes quiescentes durante longo tempo. Mas expostas ao antígeno, sofrem ativação e se dividem, formando uma população de linfócitos responsíveis àquele antígeno. • Isso dá origem a uma população de linfócitos T de vida longa nos tecidos linfóides periféricos. • Como consequência da grande variação de TcR das células T, ocorre a produção de grande diversidade de anticorpos produzidos pelos linfócitos B. • Os linfócitos T, como primeira resposta à presença do antígeno, são capazes de se multiplicar, gerando Resposta inicial ou primária 08/05/2018 8 • A cada antígeno corresponde um clone linfocitário capaz de distingui-lo, havendo portanto um nº muito grande de especificidades desses clones. • Denomina-se reação secundária aquela que ocorre depois da primeira reação. Um maior nº de linfócitos é estimulado, expandindo-se mais o clone específico. • Muitos desses linfócitos estimulados morrem por apoptose mas outros permanecem vivos após a reação, caracterizando os linfócitosde memória. • A resposta imune se acompanha de alterações morfológicas dos linfócitos T e B as células aumentam de tamanho, o núcleo se torna volumoso exibindo nucléolo e o citoplasma torna-se mais basófilo. Há transformação do aspecto maduro em imaturo, formando-se linfoblastos de tipo T e B. Subgrupos de células T As células T imunocompetentes liberadas pelo timo são programadas para realizar diferentes funções: a) Após exposição a antígenos estranhos nas células, tornam-se células citotóxicas que lisam células-alvo (CD8). b) Após exposição a antígenos, agem como células T imunorreguladoras com funções auxiliadoras (CD4). Grupamento de diferenciação ou cluster of differentiation (CD) é o conjunto de marcadores da superfície celular (glicoproteínas) usado para diferenciar variados tipos de células através da imunofenotipagem. 08/05/2018 9 • As funções auxiliadoras mantém: a) O desenvolvimento de células T citotóxicas b) A aquisição de propriedades microbicidas pelos macrófagos c) A secreção de anticorpos pelas célula B Células B • São processadas na medula óssea e sofrem divisão celular. • Como células imunocompetentes, elas se juntam ao “pool” de células B do tecido linfóide periférico. • A célula B exposta a um antígeno é ativada, e apresenta mudanças no seu aspecto, dando origem ao plasmócito, que secreta anticorpos. • Os plasmócitos têm vida curta e por isso à medida que diminui a estimulação pelo antígeno, a produção de anticorpos declina. • Alguns membros do clone de célula B ativadas, podem voltar a adquirir a morfologia de linfócitos típicos e recircular, constituindo as células B de memória. • Estas são células de vida longa que, como certos linfócitos T, vivem por meses ou anos na circulação. Leucograma • Contagem global e específica dos leucócitos. • Valores de referência para a leucometria global: 5.000 a 10.000/mm3 • Valores abaixo: Leucopenia • Valores acima: Leucocitose • As leucocitoses ocorrem basicamente em três situações: a) Fisiológica – geralmente de grau leve. Comum em gestantes, RN, lactentes, após exercício físico e na febre. b) Reativa – estão geralmente relacionadas com o aumento de neutrófilos. Ex: Infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas. c) Patológica – relacionadas a doenças mieloproliferativas e linfoproliferativas. • Na vigência de leucocitoses é fundamental a cuidadosa análise da morfologia leucocitária para distinguir alterações que devem ser reportadas na hematoscopia. 08/05/2018 10 Hematoscopia É o relato da visualização dos elementos celulares do esfregaço sanguíneo através da observação microscópica. Neste exame é possível avaliar a forma dos eritrócitos e seu conteúdo hemoglobínico, presença ou não de inclusões e parasitos, como também alterações dos leucócitos e das plaquetas. Alteração dos leucócitos • Granulações Tóxicas ou Grosseiras São grânulos azurófilos que se mantêm no citoplasma dos neutrófilos produzidos por um estímulo à granulocitopoese durante processos infecciosos persistentes. • Degeneração vacuolares: sinal degenerativo dos neutrófilos; encontrado em processo supurativo como na septicemia, febre tifóide, meningite. • Corpúsculo de Dohle São inclusões ovais de coloração azul pálido, remanescentes de ribossomas livres que persistiram após um estágio de desenvolvimento mais precoce, localizando-se na periferia do citoplasma, na maioria das vezes isoladas. Encontrados em: escarlatina, infecções graves, queimaduras, após uso de citotóxico, anemia aplástica, trauma, gravidez, câncer e normalmente é acompanhado de granulações tóxicas. 08/05/2018 11 • Hipersegmentação dos neutrófilos: Pode ser adquirida ou hereditária. • Linfócitos Atípicos: Presentes comumente nas infecções virais, apresentam marcada basofilia e morfologia variável. Anormalidades Hereditárias dos Leucócitos • Anomalia de Pelger – Hüet: anomalia hereditária dominante dos leucócitos, caracteriza-se por falência ou desenvolvimento anormais das células da série granulocítica; a maior parte do núcleo é em forma de bastonetes ou tem dois segmentos. • Alder-Reilly: Granulações gigantes, azurófilas, encontradas especialmente nos neutrófilos associados a outros defeitos hereditários. Pode se manifestar em granulócitos, monócitos e linfócitos ou atingir somente um tipo de leucócito. Esta anomalia é vista em pacientes com desordens metabólicas, como as mucopolissacaridoses hereditárias (causadas por erro inato do metabolismo). • Chediak-Higashi: Distúrbio raro que cursa com neutropenia e a presença de grandes corpúsculos de inclusão eosinofílicos (lisossomas gigantes) na maioria dos granulócitos, comprometendo a função dessas células.
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