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Prova Substitutiva de "O Público e o Privado na Gestão Pública"

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Prova Substitutiva de "O Público e o Privado na Gestão Pública" 
Com base na teoria estudada na disciplina “O Público e o Privado na Gestão 
Pública”, faça uma análise da Lei nº 12.663, de 05 de julho de 2012 (Lei Geral da 
Copa) e identifique pontos em que os interesses do setor privado são contemplados 
de modo inverter a lógica da primazia do público sobre o privado. Além disso, 
apresente sua visão a respeito da Lei Geral da Copa. 
Link para a Lei nº 12.663, de 05 de julho de 2012: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12663.htm 
 
 
O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado constitui um dos 
preceitos norteadores da Administração Pública, sendo que a própria existência do 
Estado somente tem sentido se o interesse a ser por ele atingido e protegido for o 
interesse público, o interesse da coletividade. 
Porém a realidade muitas vezes não condiz com esse ideal, o que vemos são 
normas ou leis que prevalecem o particular apenas, aquele que tem mais acesso às 
informações, ou até melhores condições financeiras. 
Um exemplo bastante claro de uma situação em que o interesse privado 
prevaleceu sobre o público foi a da Lei nº 12.663, de 05 de julho de 2012 (Lei Geral 
da Copa). 
Uma análise não muito aprofundada é possível perceber de forma muito explicita 
que a lei contemplou os desejos e interesses de uma organização privada, mais 
notavelmente no assunto que trata da Responsabilidade Civil. 
Sendo esta uma matéria regulamentada pela Constituição Federal de 1988 e de 
suma importância para a segurança jurídica e administrativa no país, torna-se um 
exemplo perfeito de como a lei pode ser instrumento de um grupo em detrimento 
dos demais. 
Na referida lei temos a definição no art 2º: 
I - Fédération Internationale de Football Association (FIFA): associação suíça de 
direito privado, entidade mundial que regula o esporte de futebol de associação, e 
suas subsidiárias não domiciliadas no Brasil; 
Estamos portanto diante de uma associação de direito privado que por um 
período de tempo determinado em lei terá uma regulamentação própria, para fins de 
realização de atividades esportivas. 
È possível observar algumas prerrogativas garantidas a essa associação, como: 
● exclusividade na transmissão dos eventos, podendo escolher quais 
emissoras podem participar da retransmissão; 
● entrada e permanência no país garantida aos seus funcionários e 
colaboradores de forma diferenciada dos demais cidadãos; 
● exclusividade na comercialização de ingressos além de ter total controle na 
determinação dos valores de ingressos. 
Porém a maior discrepância acontece nas determinações abaixo: 
 
CAPÍTULO IV 
DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
Art. 22. A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à 
FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores, na forma do ​§ 6​o do 
art. 37 da Constituição Federal​. 
Art. 23. A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, 
seus representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano 
resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de 
segurança relacionado aos Eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a 
vítima houver concorrido para a ocorrência do dano. 
​Uma associação de direito privado cuja atividade em território nacional não 
representa uma prestação de serviço público recebeu uma ‘regalia’ absolutamente 
contrária do que vem expresso no texto constitucional. Invertendo completamente a 
lógica do interesse público ser superior ao privado, um exemplo de que nem sempre 
o que é realmente importante para a sociedade como um todo é o fim perseguido 
pelo Governo.

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