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Bronquiectasias Profª Iradir Conceito É uma dilatação irreversível de porções brônquicas, geralmente associada à obstrução e a infecção que acomete mais frequentemente os lobos inferiores, língula e lobo médio, embora 50% dos casos seja bilateral. Agentes Adenovírus Bactérias: Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae Fungos: Aspergillus Histoplasma Causas Para a bronquiectasia surgir, há necessidade da presença de dois elementos: a agressão por uma infecção e a deficiência na resolução (“limpeza”) das secreções brônquicas. Infecções bacterianas broncopulmonares recorrentes Retenção de secreção ocasionada por infecções mal curadas - Defeitos anatômicos ou imunológicos. Decorrente de outras patologias - Tuberculose - Bronquite crônica - Asma brônquica - Mucoviscidose - Pneumonia - Síndrome de discinesia ciliar (cílios imóveis) Etc Condições Associadas a Bronquiectasias Fibrose Cística Também chamada mucoviscidose, é uma doença sistêmica, hereditária, de evolução crônica e progressiva, caracterizada por uma disfunção generalizada das glândulas exócrinas: sudoríparas, sebáceas, salivares, biliares, pâncreas, ma-márias, etc. - Síndrome da discinesia Ciliar Anteriormente conhecida como síndrome dos cílios imóveis decorre de defeito congênito dos cílios que ficam com seus movimentos desordenados, lentos e ineficientes. Síndrome de Young É uma variante da discinesia ciliar primária, caracterizada pela ocorrência de infecções respiratórias de repetição que determina anomalias ultra-estruturais dos cílios presentes na mucosa do aparelho respiratório e dos espermatozóides. - Síndrome de Williams-Campbell Desordem primária rara caracterizada por deficiência de cartilagem brônquica levando a colapso expiratório e bronquiectasia. Prevalência Mantém correlação direta com o número e a gravidade das infecções respiratórias Antibioticoterapia e vacinas diminuíram o número de casos FISIOPATOLOGIA Obstrução brônquica no pulmão colaba causa força de tração sobre vias aéreas proximais distorcem e dilatam acúmulo maior de secreção infecções e inflamação da parede brônquica destruição do tecido elástico e muscular recorrências da infecção dilatação irreversível Conforme a evolução da doença formam bolsas que contém pus Mecanismo inicial da bronquiectasia A - Expiração normal, os ramos são permeáveis B - Inspiração normal, as forças de tração são distribuídas por todo o volume pulmonar C - Vias ocluídas D – Forças radiais tracionando as paredes das vias brônquicas E - Dilatação Clínica Tosse persistente, secreção purulenta e odor fétido Dispnéia Cianose Hemoptise, geralmente associada com infecção aguda Pneumonia recorrente afetando o mesmo local Halitose - Febre e prostração, durante os processos infecciosos Musculatura acessória hipertrofiada Sinusite crônica, em 70% dos pacientes Saúde geral ruim, sudorese noturna, anorexia, mal estar, perda de peso Baqueteamento, em 50% dos casos - Cor pulmonale: aumento do ventrículo direito secundário à pneumopatia (fase mais avançada da doença). Complicações das bronquiectasias Pneumonias Empiema: acúmulo de pus na pleura Abscesso pulmonar Pneumotórax: acúmulo de ar na pleura Hemoptise volumosa - Cor pulmonale: doença crônica dos pulmões desencadeia dano ao coração. Classificação 1. Quanto a apresentação patológico-radiológica Cilíndricas, císticas e varicosas a)Bronquiectasias Cilíndricas Brônquio dilatado de maneira uniforme, terminando de forma abrupta b) Bronquiectasias Císticas (saculares) As dilatações brônquicas aumentam progressivamente em direção a periferia do pulmão c) Bronquiectasias Varicosas Os brônquios dilatados não têm tamanhos e formas regulares, são deformados por constricções em vários locais e apresentam dilatação terminal 2. Quanto a situação do parênquima pulmonar adjacente Bronquiectasias broncopneumônicas e bronquiectasias atelectásicas a) Bronquiectasias Broncopneumônicas Originam-se de broncopneumonias na infância Apresentam-se antes dos 7 anos, na maioria dos casos com história prévia de infecção aguda (sarampo, coqueluche) São do tipo cilíndrico (dilatação brônquica uniforme), podendo ser císticas (dilatações progressivas para a periferia do pulmão) numa idade mais tardia. b) Bronquiectasias Atelectásicas As dilatações brônquicas são encontradas nas áreas de colapso pulmonar, o qual decorre de obstrução da via brônquica axial (bronquiectasias “distais”) ou da via brônquica lateral (bronquiectasias “proximais”) Causas: exsudato inflamatório, corpo estranho, neoplasia De acordo com a duração e gravidade da causa, as dilatações brônquicas podem ser agudas e desaparecerem quando retirar o fator casual ou crônicas e persistentes. 3. Quanto a Apresentação Clínica Bronquiectasias com supuração crônica (broncorréicas) e bronquiectasias com sangramentos recorrentes (broncorrágicas) a) Bronquiectasias Broncorréicas Predominantemente nos lobos inferiores Muitas vezes associadas com atelectasias e fibroses Acumulam secreções – infecções crônicas Frequentes pequenas hemoptises de repetição Hipocratismo digital: estas doenças causam vasodilatação na circulação distal que leva a hipertrofia do tecido do leito ungueal (da unha), . Episódios de broncopneumonia b) Bronquiectasias Broncorrágicas - Localizações: lobos superiores, lobo médio, língula, representando sequela de tuberculose pulmonar - Não se acompanha de infecção crônica – bronquiectasias “secas” - A hemoptise é episódica provocada por infecção aguda 4. Quanto a natureza Congênitas e adquiridas Diagnóstico Fundamenta-se na radiologia, dados clínicos e funcionais Tratamento Conservador e cirúrgico Tratamento Conservador Controlar sintomas e prevenir complicações Antibioticoterapia Fisioterapia Tratamento Cirúrgico Lobectomia/transplante pulmonar A cirurgia deve ser realizada nos casos em que a doença é localizada e não há melhora com o tratamento conservador. - Também é uma opção nos casos de pacientes com hemoptises. Tratamento Fisioterapêutico Limpeza brônquica Reexpansão pulmonar
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