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Direito Penal II

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01.02.13
Elyana Martins
Bibliografia
Cesar Roberto Bitencourt – Tratado de Direito Penal, vol. 03, 3ª Edição, Ed. Saraiva.
Pedro Franco Campos e outros – Direito Penal Aplicado, 1ª Edição - Ed. Saraiva. 
Ney Moura Teles – Direito Penal – vol. 02, 2ª Edição, 2006, Ed. Atlas.
Bibliografia complementar
Alberto Silva Franco – Código Penal Comentado – RT/2003.
Edgar Magalhães Noronha – Direito Penal vol. 03 – Saraiva.
06.02.13
Dos crimes contra o respeito aos mortos – cap II – Titulo V CP.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver (artigo 211).
Vilipendio de cadáveres (artigo 212)
Crimes contra dignidade sexual
Estupro – 213
Assédio Sexual 216-A
Estupro Vulnerável – 217-A
Corrupção de Menores – 218
Lascívia na presença de criança e adolescente – 218-A
Favorecimento prostituição de vulnerável – 218-B
Disposições gerais:
Ação penal + casos de aumento de pena – 225/226
Crimes de lenocínio e trafico de pessoas – capitulo V titulo VI
Trafico internacional – 231
Trafico interno – 231-A
Dos crimes contra a saúde publica – capitulo III, título VIII 
ou contra incolumidade publica
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais – 237
Dos crimes contra a paz publica – capitulo III, título IX
Artigo 288 – quadrilha ou bando
Crimes contra a fé publica – capitulo I, título X
Moeda falsa – 289
Crimes assimilados a moeda falsa – 290
Petrechos para falsificação da moeda – 291
Da falsidade de documentos – capitulo III, titulo X
Falsificação de documento publico – 297
Falsificação de documento particular – 298
Falsidade ideológica – 299
Uso de documento falso – 304
Crimes contra a administração publica – capitulo I, título XI
Crimes praticados por funcionário publico
Peculato – 312
Peculato mediante erro de outrem – 313
Concussão – 316
Corrupção passiva – 317
Facilitação de contrabando e descaminho – 318
Prevaricação – 319
Crimes contra a administração publica
Crimes praticados por particular
Resistência – 329
Desobediência – 330
Desacato – 331
Corrupção ativa – 333
Contrabando ou descaminho – 334
Dos crimes contra a administração justiça – capitulo III, título XI
Denunciação caluniosa, comunicação falsa de crime e autoacusação – 339, 340, 341.
Falso testemunho ou falsa perícia (tradutor, contador, etc) – 342 e 343
Favorecimento processual, favorecimento pessoal, favorecimento real - 347, 348, 349.
20.02.13
Título V – Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso e Respeito aos Mortos
Artigo 221 CP: Destruição, Subtração e Ocultação de Cadáveres. 
Artigo 212 CP: Vilipêndio a Cadáver. 
Analise Jurídica dos Artigos: 
Artigo 211: crime de ação múltipla 
Artigo 211: Analise Jurídica. 
Objetividade Jurídica: tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos. 
Elemento Objetivo do Tipo ou Tipo Penal: (visamos o verbo nos tipos penal) destruir = destroçar, exemplo atear fogo ao cadáver. 
Subtração = Furtar, exemplo: tirar da vista ou da vigilância da família o cadáver. 
Observação: subtrair um cadáver pode ser antes ou depois do sepultamento. 
Ação Publica Incondicionada: de subtração de cadáver. 
O Cadáver não tem valor patrimonial, já múmia tem valor patrimonial, portanto seria furto. 
Ocultação = Esconder. Exemplo: atropelamento e ocultação da vítima, para o fim de impunidade. (exemplo que mais ocorre).
Caso da Mércia: responde por homicídio em concurso com ocultação de cadáver. 
Ocultação: viável antes do sepultamento. 
Observação: é crime de ação múltipla ou conteúdo variado. (porque temos 3 verbos em um só artigo) 
Observação: partes amputadas não caracterizam cadáver, podendo sim, configurar o delito do artigo 212 do CPC, doutrina majoritária. 
Observação: esqueleto, cinza ou restos em decomposição, não é cadáver, portanto incidirá no artigo 212 do CP. 
Observação: Múmia é objeto material do crime de furto. 
Conceito de Cadáver: cadáver é o corpo sem vida, mas que ainda conserva forma humana, e não os restos em completa decomposição. 
Feto ou Natimorto: 
01ª Corrente: entende que o natimorto é cadáver se teve vida extrauterina, não respirou não é cadáver. 
02ª Corrente: entende que o natimorto é cadáver se expulso do ventre materno no fim na gravidez. (sétimo, oitavo e nono mês) 
03ª Corrente: o veto é cadáver se tiver mais de 6 meses, porque já está totalmente formado. 
Sujeito Ativo do Crime: qualquer pessoa, pode realizar o artigo 211 do CP, é, portanto um crime comum. 
Exemplo: um coveiro subtrai um cadáver porque a família não pagou o enterro, no caso de vingança. 
Sujeito Passivo: três sujeitos passivos, família, amigos e a coletividade. Porque é um desrespeito a dignidade do ser humano e isso interessa a todos. 
Elemento Subjetivo: Dolo, que consiste na vontade livre e consciente de praticar qualquer um dos verbos do tipo penal. Não existe a figura da culpa no crime do artigo 211; é dolo mesmo. 
Consumação: desde que ocorra o resultado ocultação, destruição e o ocultação. 
Tentativa: admissível nos três núcleos do tipo. Tentativa artigo 14, inciso II do CP. 
Ação Penal Publica Incondicionada: porque atinge coletividade e não depende de representação da vítima. 
Lei dos Juizados Especiais Criminais: lei 9.099/95, crimes com penas de 1 a 3 anos, vão para o JECRIM. 
Artigo 212 do CP: Vilipêndio. 
Objetividade Jurídica: tutela o sentimento de respeito aos mortos. 
Elemento Objetivo do Tipo: vilipendiar = ultrajar, aviltar. Exemplos de Ultraje ou Vilipêndio: Cuspir no Cadáver, Despir o Cadáver, Jogar Excrementos no Cadáver. São atitudes que vão humilhar, ultrajar, o cadáver. 
Objeto Material do Crime: Cadáver ou Cinzas. 
O artigo engloba, partes, esqueleto, porque considera as cinzas.
Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, porque é um crime comum. 
Exemplo: no caso de ser ministro religioso, padre, sacerdote, ministra a religião, tem uma agravante no artigo 212, agravante artigo 61, inciso II, letra G do CP. 
Essa agravante vem de encontro para o Coveiro, porque ele estava lá para tutelar. 
Sujeito Passivo: família, amigos e a coletividade. 
Elemento Subjetivo do Tipo: dolo, para que haja e se consuma o tipo penal, não tem a previsão de culpa. 
Consumação: ocorre quando houver um ultraje ao cadáver, porque ser um delito material, que depende do resultado. 
No caso da ofensa verbal, o crime é formal, porque não cabe nem tentativa, ele é unissubsistente. 
Observação: pode ser formal se houver a ofensa verbal, junto ao cadáver ou as cinzas, porque ser um ato unissubsistente. 
Crime de Mera Conduta: nunca temos o resultado. 
Crime Formal: sempre temos o resultado. 
Tentativa: não cabe tentativa porque o ato é unissubsistente, tentativa apenas em atos fracionados. 
Crime Material: cabe a tentativa, porque depende do resultado e a tentativa é uma circunstância alheia que obsta o resulto. 
Crime Formal: não depende de um resultado necessariamente. 
Tentativa: é cabível porque crime material que depende de resultado, porém, se houver vilipêndio verbal por ser um ato unissubsistente que se consuma em um único ato não admite tentativa, sendo uma só conduta. 
Concurso de Crimes: lei prevê Calunia artigo 138 do CP, responde por concurso formal com o crime de vilipêndio não existe difamação e nem injúria. 
Caluniar: é imputar um falso crime a alguém. 
Injúria: tem que atingir o amago subjetivo. 
Difamação: é imputar um ato falso. 
Se houver calúnia (artigo 138, § 02º do CP) ao cadáver e vilipendio em ofensas ao cadáver, artigo 212 do CP, teremos concurso formal de crimes, entre os crimes em espécie. 
Observação: Concurso Material entre os artigos 212 e 210 do CP, entende-se que o agente responderá em concurso material. 
Ação Pública Incondicionada com aplicação da lei 9.099/05;
22.02.13
01ª O feto e o natimorto estão abrangidos pelo conceito legal de cadáver? Relativamente ao delito de destruição, subtração ou ocultação de cadáver. 
Resposta: há 3 correntes: 1ª corrente:o natimorto é cadáver pois teve vida extrauterina. 2ª corrente: o natimorto é cadáver quando expulso no fim da gestação ou da gravidez. 3ª corrente: o feto é cadáver se tiver mais de 6 meses.
02ª No crime de vilipêndio a cadáver, partes do cadáver também são tuteladas?
Resposta: Sim. A vontade da lei é tutelar não só as cinzas e o cadáver, mas também as partes dele, o esqueleto, etc. Abrange portanto o que se situa entre as cinzas e o cadáver que são os extremos entre si.
03ª Admite-se tentativa no crime de vilipêndio a cadáver? Há exceções. 
Resposta: Sim, consuma-se com o ato ultrajante (delito material), exceto se o vilipendio for praticado verbalmente por se tratar de crime unissubsistente que se consuma em um único ato, não podendo ser fracionado, portanto, não admitindo-se a tentativa neste caso. 
04ª Discorra sobre a classificação jurídica do crime de destruição, subtração ocultação de Cadáver.
Resposta: Trata-se de crime doloso, é crime de ação múltipla, pois a norma contem vários verbos. É crime comum, pois pode figurar como sujeito ativo qualquer pessoa. É crime monossubjetivo ou de concurso eventual, pois pode ser praticado por uma só pessoa ou varias em concurso. É crime plurissubsistente, pois o comportamento criminoso pode ser cindido em mais de um ato. É crime instantâneo, salvo na modalidade ocultar, que pode ser permanente. É crime material, pois depende de um resultado.
05ª Qual é classificação jurídica do crime de vilipêndio a cadáver.
Resposta: O crime é doloso, de ação livre, pois permite qualquer meio executório. É comum, pois não requer condição especial do agente. É crime monossubjetivo ou de concurso eventual, podendo ser cometido por uma só pessoa ou pelo concurso de agentes. É crime material, que depende do resultado. É crime instantâneo. É crime plurissubsistente, admitindo-se o fracionamento do “iter criminis”.
Estupro – capitulo I, título VI – Dos crimes contra a dignidade sexual.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Conceito: conduta daquele agente que constrange alguém, seja homem ou mulher, mediante violência ou grave ameaça, a ter com ele conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso.
Conjunção carnal: é o ato sexual com penetração peniana no conduto vaginal. 
Objetividade jurídica: A lei protege a dignidade sexual, o decoro, a decência, a liberdade sexual das pessoas.
Sujeito ativo: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, homem ou mulher, é crime comum.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, a lei fala em constranger alguém.
Elemento objetivo do tipo: verbo constranger, que é igual a obrigar, compelir, forçar ao coito sexual. Portanto deve haver resistência verdadeira da vitima.
Pergunta: beijo na boca em que a pessoa resiste?
O agente poderá responder pelo artigo 146 do CP – constrangimento ilegal ou poderá responder pelo artigo 61 da lei de Contravenções Penais, que seria uma importunação ofensiva ao pudor.
Exemplos de atos libidinosos: coito anal, masturbação, toque nas partes pudendas da pessoa, como seios, vulva, inclusive beijar as partes pudendas.
Observação: assistir ou presenciar as condutas do artigo 213:
1ª corrente: precisa haver contato corpóreo entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. RT 736/687.
2ª corrente: não precisa de contato corpóreo. 29 CP e JCAT 80/608.
27.02.13
Elemento subjetivo: dolo, que é a intenção de constranger alguém a conjunção carnal ou ato libidinoso. Obs. Entende-se também ser dolo específico, para o fim de constranger ao ato libidinoso ou conjunção carnal (corrente seguida por Mirabette). 
Consumação: o estupro consuma-se com a pratica do primeiro ato libidinoso envolvendo a vitima para se praticar com ela a conjunção carnal ou ato libidinoso propriamente dito (coito anal ou sexo oral).
Tentativa: é admissível quando o sujeito ativo iniciar a conduta de constranger com dolo o sujeito passivo e sua ação é interrompida por um terceiro. Exemplo: vítima é conduzida com uma arma na cabeça a um terreno baldio, chegando naquele momento a policia. 
Estupro é crime hediondo – lei 8072/90, artigo 1º, V.
Estupro Qualificado – 213, § 1º e 2º
Se do estupro resulta lesão grave ou gravíssima ou se a vitima é menor de 18 anos ou maior de 14 anos, a pena autônoma é de reclusão de 8 a 12 anos. Se resulta morte, a pena é de 12 a 30 anos. Nesta condição, em ambas as hipóteses o crime é preterdoloso, com dolo na conduta antecedente e culpa na conduta consequente.
Aumento de pena: 226 CP.
Aumenta-se da quarta parte se o crime é cometido em concurso de duas ou mais pessoas.
Aumenta-se pela metade a pena: se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela. 
Ação Penal: é publica condicionada a representação da vitima. A ação penal é publica incondicionada (artigo 225 § único) se a vítima é menor de 18 anos ou se a vitima é vulnerável (menor de 14, demente ou que tenha deficiência física).
Assédio Sexual (216-A)
Conceito: Abordagem com intenções sexuais de alguém em posição privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais do subalterno.
Assédio é uma importunação séria, ofensiva, embaraçosa, chantageosa, insistente e que não se confunde com paquera, flerte e nem gracejo.
Objetividade jurídica: quanto aos bons costumes, liberdade sexual, e trata-se de crime pluriofensivo, porque atinge vários bens como honra, moral, liberdade etc.
Se houve conjunção carnal resultante do assédio:
1ª corrente: há exaurimento do crime apenas, respondendo o agente pelo 216-A.
2ª corrente: responde o agente pelo artigo 215 do CP.
Sujeito Ativo: superior hierárquico ou ascendente em relação de emprego, cargo ou função, portanto é crime próprio. Não cabe neste crime o aumento de pena do 226 do CP.
Sujeito Passivo: exige condição especial da vítima, ou seja, subalterno do autor. Obs. E se não for subalterno? Pode ser artigo 146 – constrangimento ilegal – ou pode ser artigo 61 da LCP – importunação ofensiva ao pudor.
E professor e aluno? – Entende-se conforme Regis Prado: na ascendência não se exige uma relação funcional, mas apenas uma relação de domínio, de influencia, de respeito e até de temor reverencial (professor e aluno).
Nucci: o que liga o sujeito é o vinculo do trabalho.
01.03.13
Elemento objetivo: constranger = obrigar, forçar, compelir.
Emprego = relação trabalhista.
Cargo = emprego público.
Função = conjunto de atribuições inerentes ao serviço publico.
Pode-se constranger: com gestos, fotos, palavras, atos.
Obs. Se houver violência ou grave ameaça, responderá o agente pelo 213 do CP, e mais ainda, se for contra menor de 14 anos a vítima, responderá por estupro de vulnerável.
Elemento subjetivo: dolo direito.
A vantagem ou favorecimento sexual pode ser para o próprio agente ou para outrem. Se o terceiro tem ciência da obtenção desses benefícios sexuais, haverá concurso de pessoas.
Consumação: 
1ª corrente: Mirabette e Capez entendem que o assedio sexual se perfaz com o constrangimento, independente da obtenção da vantagem, portanto, é crime formal.
2ª corrente: é crime habitual, pois necessita de reiterados atos constrangedores.
Tentativa: Admite-se a tentativa na forma escrita quando não chega ao conhecimento da vitima.
Aumento de Pena: § 2º do 216-A: aumenta-se de 1/3 a pena base se a vitima é menor de 18 anos.
Ação penal: é publica condicionada a representação da vitima, exceto se a vitima é menor de 18 anos ou a vitima é pessoa vulnerável, sendo neste casoação publica incondicionada. Se houver crime de assedio sexual, não se aplica o aumento de pena se o agente é preceptor ou empregador da vitima, o que configuraria um “bis in idem”.
06.03.13
Perguntas:
01ª. O consentimento da vítima exclui o crime de estupro? Explique.
R: Sim, exclui-se o crime diante do consentimento da vitima, desde que, esboçado antes da consumação. Deve haver uma oposição da vitima durante todo o desenrolar do crime, que só a violência física ou moral consiga vencer.
02ª. A mulher munida de prótese peniana que obriga outra mulher ao coito vaginal comete qual delito?
R: Comete crime de estupro na pratica de ato libidinoso quando da introdução de objeto na sua vagina, não se configurando a pratica de conjunção carnal, restrita à penetração peniana no conduto vaginal.
03ª. O marido comete estupro contra a esposa?
R: Em tempos remotos a regra era no sentido de não existir o crime, por ser a conjunção carnal um dever conjugal entre os cônjuges, exceto se a mulher tivesse razões sérias para recusar o relacionamento, como por exemplo doença venérea do marido. Em tempos atuais, existe estupro, pois mesmo sendo a conjunção carnal um dever conjugal, se ocorrer o estupro existirá uma coação que ofende a dignidade sexual da pessoa.
04ª. Quais os elementos objetivos do crime de estupro?
R: 1. Conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 2. Dissenso (não consentimento) da vítima. 3. Violência ou grave ameaça.
05ª. É possível estupro com ameaça justa?
R: Ameaça justa também caracteriza estupro, assim, por exemplo, responde por estupro o policial que, para evitar a prisão em flagrante da mulher, exige dela a conjunção carnal. Anote-se que a ameaça em si mesma, prender em flagrante é justa, porem inócua para a inadmissibilidade ou abrandamento do crime.
06ª. O agente que acreditava na adesão da vitima ao ato sexual responde por estupro? Justifique.
R: Se o agente acreditava que a vitima queria a conjunção carnal, na duvida, aplica-se o dolo eventual, respondendo pelo estupro.
07ª. Quando se consuma o estupro?
R: O estupro se consuma com a pratica do primeiro ato libidinoso envolvendo a vitima ou com a introdução peniana no conduto vaginal, ainda que incompleta.
08ª. Quais os delitos absorvidos pelo estupro?
R: As lesões corporais leves e as vias de fato são absorvidas pelo estupro, pois já o integram.
09ª. É possível o concurso de crimes no estupro quando o agente constrange a vitima tanto à conjunção carnal como à pratica de atos libidinosos?
R: Sim, porém, se os atos libidinosos não passam de meros atos preparatórios para a cópula violenta, esta absorve os primeiros, caracterizando-se crime único. Entretanto, se o agente pratica atos libidinosos que não sejam simples preludio da cópula, a exemplo do coito anal, do sexo oral, ou introdução de objetos, respondera o agente por mais de um estupro em concurso material – artigo 69 CP – ou em continuidade delitiva – artigo 71 CP.
10ª. É possível crime continuado de estupro?
R: Sim, em conformidade com o artigo 71, § único do CP.
08.03.13
11ª. Cite dois casos de concurso entre o estupro e outro crime.
R: Primeiro exemplo: se o estuprador tinha doença venérea, responderá em concurso com o artigo 130 do CP (perigo de contagio venéreo). Segundo exemplo: artigo 233 CP – ato obsceno.
12ª. Quais as formas qualificadas do crime de estupro?
R: Se da conduta resulta lesão corporal grave ou em decorrência de morte da vítima, ou mesmo se contra menor de 18 anos e maior de 14.
13ª. Em regra, a ação penal contra o crime de estupro é publica condicionada a representação. Há exceções a essa regra? Explique.
R: Sim, procede-se mediante ação publica incondicionada se a vítima é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável.
14ª. O filho que estupra a mãe sempre tem a pena aumentada de metade?
R: Responderá por estupro sem aumento de pena porem, com circunstancia agravante do artigo 61, “e”, CP. Exasperação com agravante.
15ª. Em havendo mais de uma causa de aumento de pena no crime de estupro, como o juiz deve aplicar a pena?
R: Aplica uma causa de aumento de pena (a que mais aumenta) devendo as outras serem aplicadas como circunstancias judiciais do artigo 59 CP ou então como agravantes genéricas dos artigos 61 e 62 do CP.
16ª. O que é assédio sexual?
R: É constranger alguém com intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico, ou sua ascendência em razão de cargo, emprego ou função.
17ª. Quais os bens jurídicos tutelados no crime de assédio sexual?
R: Dignidade sexual, bons costumes, liberdade sexual, honra, discriminação no trabalho, portanto é crime pluriofensivo, pois ofende a diversos bens.
18ª. O delito de assedio sexual é comum ou próprio? Explique.
R: É crime próprio, pois o agente tem que ser superior hierárquico, ou ascendente em relação de emprego, cargo ou função.
19ª. O professor comete o delito de assédio sexual contra o aluno? Explique.
R: Há duas correntes: 1ª corrente seguida por Nucci sustenta que não, pois o que liga os sujeitos é o vinculo do trabalho, não existindo relação hierárquica entre professor e aluno. 2ª corrente da linha de Regis Prado sustenta que na ascendência não se exige uma carreira funcional, mas apenas uma relação de domínio, de respeito, de temor reverencial, portanto o professor pode cometer esse crime contra o aluno.
20ª. Qual a distinção entre assédio sexual e estupro?
R: A existência ou não de violência ou grave ameaça. Existindo, o agente responderá por estupro.
21ª. É possível o assédio sexual em beneficio de terceiro? Justifique.
R: Sim, pelo favorecimento sexual, por exemplo, um amigo. Porem se o terceiro tem ciência e quer a obtenção desses benefícios, haverá concurso de pessoas.
22ª. Quando se consuma o assédio sexual? Cabe tentativa?
R: Se consuma com o constrangimento, mesmo que sem a obtenção do favorecimento sexual, sendo crime formal. A tentativa é possível na forma escrita, por exemplo, por carta quando interceptada ou extraviada.
23ª. No delito de assédio sexual, cabe aumento de pena se o agente é empregador da vítima?
R: Não se aplica o aumento, pois já configura circunstancia elementar do tipo, o que configuraria um “bis in idem”.
13.03.13
Conceito de estupro de vulnerável: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos, ou por equiparação com pessoas vulneráveis, artigo 217-A - §1º.
Dignidade sexual protege o ingresso precoce na vida sexual e protege o pleno desenvolvimento das pessoas vulneráveis.
Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, qualquer um pode estuprar. É crime comum.
Sujeito Passivo: são as vitimas vulneráveis: menores de 14 anos, os doentes e deficientes mentais e quem não tiver capacidade de resistência por qualquer causa.
Elemento Objetivo: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso contra pessoa vulnerável. Obs. Pouco importa se houve ou não o consentimento da vitima para o ato sexual, respondendo o agente pelo 217-A.
Elemento subjetivo: dolo.
1ª corrente: se houver desconhecimento dessa condição de vulnerabilidade da vítima a conduta será atípica (artigo 20, caput).
Erro sobre elementos do tipo
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
2ª corrente: no caso de desconhecimento da condição de vulnerabilidade da vitima, o agente responderia pelo artigo 213 do CP, com base em erro sobre a pessoa.
Consumação: ocorre com a realização da conjunção carnal ou com o primeiro ato libidinoso.
Tentativa: a tentativa é admissível quando o agente da inicio a execução de atos sexuais, mas é impedido por circunstancias alheias a sua vontade.
Aumento de Pena: § 2º - veto presidencial, referir-se ao 226. Por haver superposição com o dispositivo do artigo 226 do CP.
Qualificadoras: se resulta lesão corporal grave, dolo no estupro e culpa na lesão corporal grave: reclusão de 10 a 20 anos (§ 3º). Se resultara morte reclusão de 12 a 30 (§ 4º).
Tratam-se de crimes preterdolosos com culpa na conduta consequente. Se houver dolo na lesão corporal ou na morte, haverá concurso material de crimes.
Ação Penal: Publica Incondicionada (225 § único, CP).
É crime hediondo (Lei 8072/90, artigo 1º, inciso V).
Questões:
1ª. O consentimento da vítima exclui o crime de estupro de vulnerável? Explique.
R: Não, pois a proteção penal não reside na ausência de consentimento, como no crime de estupro do artigo 213, mas reside na tutela do ingresso precoce na vida sexual ou garantir o pleno desenvolvimento e liberdade sexual dos vulneráveis.
2ª. Se houver por parte do agente o desconhecimento de que a vitima seja menor de 14 anos, responderá pelo 217-A? Explique.
R: Exige-se a consciência e conhecimento da vulnerabilidade da vítima. Eventual desconhecimento de tal condição torna atípica a conduta (artigo 20, caput, CP), segundo melhor entendimento. Porem, se houver duvida sobre a condição de vulnerabilidade da vítima, responderá o agente pelo artigo 217-A através de dolo eventual.
3ª. É possível o concurso de crimes na hipótese de o agente praticar a conjunção carnal e logo em seguida ato libidinoso? Explique e exemplifique.
R: Sim, porque o artigo 217-A é um “tipo misto cumulativo”. Se por exemplo, o agente pratica conjunção carnal e um outro ato libidinoso, como o coito anal, responderá em concurso material (artigo 69 CP). Porem, se os atos libidinosos constituírem prelúdio para a copula normal, devem ser por esta absorvidos, configurando-se crime único.
4ª. Segundo o melhor entendimento, quando ocorre a continuidade delitiva do artigo 71 do CP na pratica de estupro de vulnerável?
R: A continuidade delitiva na pratica de estupro de vulnerável na repetição da conjunção carnal ou na repetição do ato libidinoso com a vitima, num mesmo contexto.
5ª. Qual a diferença entre estupro de vulnerável e corrupção de menores do artigo 218 do CP?
R: Na corrupção de menores o agente não pratica conjunção carnal ou ato libidinoso com o menor de 14 anos, mas induz a vitima a satisfazer a lascívia de outrem.
15.03.13
Corrupção de menores – artigo 218
Conceito: induzir o menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem
Objetividade jurídica: tutela a dignidade sexual da pessoa, protegendo especificamente o menor de 14 anos contra a influencia de terceiros que possam corrompe-lo ou prejudicar o seu desenvolvimento sexual sadio. Se for contra maior de 14 anos, o crime será o do artigo 227 do CP, que é uma espécie de lenocínio.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode ser o agente do crime, portanto é crime comum. Chamado também de “alcoviteiro” que não é o destinatário das praticas sexuais. O destinatário responderá pelo artigo 217-A (estupro de vulnerável), ou mesmo responderá pelo 218-A.
Sujeito Passivo: o menor de 14 anos. Se maior de 14 ou menor de 18, o crime será de lenocínio qualificado, artigo 227, §1º CP. Se for contra maior de 18, lenocínio simples – artigo 227, caput.
Elemento Objetivo: induzir, aconselhar, incutir, persuadir, levar a vitima a satisfazer a lascívia de outrem.
Elemento Subjetivo: dolo específico. Também é possível o dolo eventual na duvida sobre a idade da vítima. Se houver erro ou desconhecimento da idade da vítima responderá o agente pelo 217 do CP.
Lascívia: sexualidade, luxúria, concupiscência. Exemplo: “strep tease”.
Observação importante: quem induz o menor a praticar conjunção carnal com outrem pode responder pelo 217-A, em conformidade com a teoria monista da ação (artigo 29 CP), porem a outra corrente entende que neste caso o sujeito ativo responderá por corrupção de menores, o que é entendido na doutrina como uma “exceção pluralística a teoria monista da ação”.
Consumação: 
1ª corrente: o crime é formal e se consuma com a influência exercida sobre o menor a praticar o ato para satisfazer a lascívia de outrem – Pedro Franco de Campos.
2ª corrente: o crime é material e se consuma com a prática do ato, apenas não precisando satisfazer a lascívia de outrem. – Mirabette.
Tentativa: é admissível mesmo considerado crime formal, pois o agente pode dar inicio a uma conversa para induzir o menor e ser obstado por um terceiro.
2º entendimento: para uma segunda corrente existe a tentativa somente se o menor não pratica o ato para satisfação da lascívia de outrem.
Ação Penal: Publica Incondicionada, conforme o artigo 225, § único.
218-A: satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
Conceito: praticar na presença de menor de 14 anos ou induzi-lo a presenciar a conjunção carnal ou o ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. É um tipo penal novo, inserido pela Lei 12015/09, não podendo retroagir a fatos anteriores a sua vigência.
Objetividade jurídica: proteção da imaturidade sexual dos menores de 14 anos e da moral.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: menor de 14 anos.
Obs.: se maior de 14 e menor de 18, pode responder pelo 227, § 1º ou 232 do ECA.
Elemento Objetivo: praticar, desenvolver ou induzir.
Elemento Subjetivo: dolo específico, para o fim de.
Consumação: a conduta “praticar” ocorre quando o menor presencia o ato sexual e não é necessária a satisfação da lascívia do agente. É crime formal. Na conduta “induzir”, se consuma com o simples ato de incutir na mente do menor que presencie o ato.
Tentativa: é admissível. Na conduta “praticar”: a vítima é levada à casa de prostituição para presenciar ato sexual quando um terceiro obsta que o menor presencie. Na conduta “induzir” pode um terceiro interromper a conduta no inicio de uma conversa.
Causas de aumento de pena: 226 do CP
Ação penal: ação publica incondicionada.
20.03.13
Artigo 218-A
Conceito: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual o menor de 18 anos, o enfermo ou doente mental, sem entendimento necessário para a pratica do ato, impedindo ou dificultando ou mesmo facilitando que a abandone.
Objetividade Jurídica: tutela a moralidade e a imaturidade sexual dos menores de 18 anos.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, trata-se de crime comum.
Sujeito Passivo: menores de 18 anos, enfermos ou doentes mentais sem entendimento do ato. Se essa conduta for contra maior de 18 anos o agente responderá pelo artigo 228 ou 229 do CP.
Elemento objetivo: são os verbos submeter, (igual a sujeitar), induzir (igual a persuadir), atrair (trazer), facilitar (prestar auxilio), impedir (obstar) e dificultar (criar empecilho). 
Elemento subjetivo: dolo específico.
Agravante: paragrafo 1º - é uma modalidade mercenária, que vem a ser a aplicação também da multa no caso de o agente obter vantagem econômica da prostituição. 
Figuras Equiparadas: paragrafo 2º: 
Figura 1. Se o agente pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com a vitima que está na prostituição (menor de 18 e maior de 14) este agente responderá se contra menor de 18 e maior de 14. Se contra menor de 14 anos, responderá por estupro de vulnerável. 
Figura 2. Proprietário ou gerente da casa de prostituição, responde pela mesma pena do sujeito ativo do crime. 
Efeito da Condenação: para a figura equiparada do proprietário ou gerente: cassação de funcionamento com o fechamento do estabelecimento ou lacração ou mesmo licença de funcionamento.
Consumação: consuma-se com a pratica de um dos verbos, não sendo necessária a prostituição da vítima. É um crime formal que não depende do resultado “prostituição”.
Tentativa: 
1ª corrente: por ser crime formal, alguns entendem não ser admissível a tentativa.
2ª corrente: admissível em todas as hipóteses.
Ação Penal: Publica incondicionada.
Questões:
Em que consiste o delito de corrupção de menores previsto no artigo 218 do CP? Exemplifique.
R. Consiste em induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem. Exemplo: strep tease.
Quem pode ser o sujeito passivo no crime de corrupção de menores?
R. O menor de 14 anos.
Se o crime decorrupção de menores for praticado contra maior de 14 anos, responderá o agente de qual forma? 
R. Se contra maior de 14 anos e menor de 18 anos, o crime será de lenocínio qualificado – artigo 227, §1º CP ou então responderá por lenocínio simples, se contra maior de 18 anos – artigo 227 CP, descaracterizando-se a corrupção de menores.
No crime de corrupção de menores, se houver duvida do agente quanto a idade da vitima, é possível redução da pena do agente? Explique.
R. Não, o agente responderá por corrupção de menores sem redução da pena, pois neste caso caracteriza-se o dolo eventual.
Em que consiste o delito do artigo 218-A?
R: Consiste em praticar na presença do menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar conjunção carnal ou ato libidinoso a fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem. Palavras chaves: praticar, induzir, presença e presenciar, conjunção carnal, ato libidinoso, própria.
22.03.13
Quem pode ser o sujeito passivo no crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente do artigo 218-A do CP?
R: Deste artigo é o menor de 14 anos.
Quem pode ser o sujeito passivo do delito do artigo 218-B do CP?
R: É o menor de 18 anos, o enfermo ou deficiente mental sem entendimento para a prática do ato.
No crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável do artigo 218-B, como responde o agente que vem a praticar conjunção carnal com o menor de 18 anos e maior de 14 anos? E se praticar ato libidinoso com menor de 14 anos? Explique.
R: Incorrerá nas mesmas penas do caput do artigo 218-B como figura equiparada, porem se pratica conjunção carnal com menor de 14 anos, responderá por estupro de vulnerável em concurso material com o artigo 218-B, o mesmo se praticar o ato libidinoso.
O que vem a ser a modalidade mercenária no crime do artigo 218-B do CP?
R: Vem a ser a pratica do crime obtendo vantagem econômica, aplicando-se também a multa ao agente.
Entende-se que o delito do artigo 218-B é formal ou material?
R: Formal, pois não exige-se com a pratica de uma das condutas que a vitima exerça a prostituição ou não a deixe de exerce-la. 
Segundo melhor entendimento, no crime do artigo 218-B do CP, cabe tentativa na pratica de todas as condutas? Exemplifique uma delas.
R: Sim, admissível em qualquer das hipóteses ou condutas. Exemplo: mesmo após o induzimento do agente a vitima não se convence ou é impedida de iniciar a prostituição.
Artigo 231 – Tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual (redação lei 12.015/09).
Conceito: promover ou facilitar a entrada no território nacional de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída da pessoa que vá exercê-la no estrangeiro. A pena é de 03 a 08 anos de reclusão.
Objetividade jurídica: é a moralidade e dignidade sexuais.
Sujeito Ativo: traficante sexual.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa. É irrelevante o consentimento da vitima para a configuração do crime.
Elemento Objetivo: os verbos são: facilitar (auxiliar, ajudar) e promover (executar ou dar causa).
Elemento Subjetivo: dolo, que é a vontade livre e consciente de traficar a pessoa ou a vítima. Do contrário, erro de tipo – artigo 20 do CP, excluindo-se o dolo.
Figuras Equiparadas: paragrafo 1º do artigo 231: o agente que agencia (contrata), ou alicia (recrutar), comprar (contraprestação pecuniária), no caso não é receptação de pessoa, pois não é considerada a pessoa um patrimônio. Também são equiparados aqueles que transferem, transportam, ou alojam a vitima (condutas auxiliares as condutas principais). 
Causas de aumento de pena: paragrafo 2º do artigo 231: a pena é aumentada da metade se: 
Se a vitima é menor de 18 anos;
Se a vitima é enferma ou doente mental, sem entendimento para o ato.
Se o agente tem obrigação de cuidado, proteção ou vigilância da vitima, remeter ao artigo 226, inciso II.
Se for empregada violência, grave ameaça ou fraude.
Agravante: § 3º do artigo 231: modalidade mercenária, em que aplica-se também a multa se o agente obtém vantagem econômica do crime. Se ocorrer lesão corporal ou morte, haverá concurso material.
Consumação: é com entrada ou saída da pessoa do território nacional. Não se exige o exercício da prostituição para configuração do crime.
Tentativa: é admissível, exemplo: na hora do embarque a pessoa é detida.
Ação Penal: publica incondicionada.
Competência: Justiça Federal.
27.03.13
Artigo 231-A – tráfico interno de pessoas
Conceito: promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual. Reclusão de 2 a 6 anos. 
Diferença entre artigo 231 e 231-A: reside na forma de deslocamento da vitima e no tocante à pena do artigo 231 que é superior à do artigo 231-A, pois a ação é mais complexa de se retirar a vitima do seu país de origem e a submeter à prostituição no estrangeiro.
Sujeitos do crime: qualquer pessoa.
Elemento objetivo: condutas idênticas às do 231 do CP.
Elemento subjetivo: dolo, com a consciência de que a vitima vai exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, como por exemplo participação em shows eróticos.
Observação: figuras equiparadas do paragrafo 1, causas de aumento de pena do § 2º e agravante do § 3º são idênticas ao artigo 231.
Consumação: com o deslocamento da vitima pelo território nacional.
Tentativa: admissível, quando o agente é surpreendido no inicio do deslocamento da vitima. Responde pela pena do crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3, conforme artigo 14, II, § único do CP.
Ação Penal: publica incondicionada.
Competência: Justiça Estadual.
03.04.13
Questões
No crime do artigo 231 o consentimento por parte da vitima elide (tira) a responsabilidade do agente? Justifique.
R: Não elide em razão da indisponibilidade do bem jurídico tutelado, qual seja, a dignidade sexual.
Além do dolo, no crime do artigo 231 do CP é necessário que o agente tenha consciência de que o sujeito passivo exercerá a prostituição ou outra forma de exploração sexual? Justifique.
R: Sim, pois caso o contrário, haverá erro de tipo (artigo 20 do CP), excluindo-se o dolo.
Na conduta de comprar a pessoa traficada há uma espécie de receptação. Como se difere do crime de receptação do artigo 180 do CP?
R: Pessoa não pode ser objeto de crime de receptação, pois neste, tutela-se o bem jurídico patrimônio e não pessoa.
Nas condutas transferir, alojar, transportar do artigo 231 do CP, consuma-se o crime em qual momento? Explique.
R: a consumação se dá de forma permanente, pois as condutas se protraem no tempo, sendo possível o flagrante a qualquer tempo.
Qual a natureza jurídica das condutas transferir, alojar, transportar do artigo 231, §1º do CP?
R: São condutas auxiliares às condutas principais do caput do artigo 231 em que o agente apenas presta uma forma de auxilio ao executor.
Na causa de aumento de pena, se há emprego de violência, grave ameaça, ou fraude no crime do artigo 231 do CP, o agente vai responder com exasperação da pena pela metade. Nesse caso, a Lei se tornou mais benéfica com a mudança de 2009, pois a antiga redação tratava essa hipótese como qualificadora. Como aplica-se esse dispositivo a fatos pretéritos?
R: Por ser mais benéfico, deverá retroagir para atingir fatos pretéritos, devendo a pena ser adequada nos moldes previstos no caput com o respectivo aumento de pena pela metade.
Antes da reforma de 2009, não havia majorante quanto às pessoas vulneráveis conforme há hoje. No crime do artigo 231-A, § 2º inciso II (enfermos, deficientes mentais, sem entendimento para pratica do ato) essa majorante deve retroagir a fatos pretéritos? 
R: Trata-se de majorante antes não prevista que não pode retroagir à fatos pretéritos por não ser mais benéfico ao réu. Obs. Quanto a pena de multa que foi extinta, deve retroagir a fatos pretéritos por beneficiar o réu.
Qual a diferença entre o crime do artigo 231e do artigo 231-A?
R: Reside na forma de deslocamento da vitima e no tocante à pena do artigo 231 que é maior do que a do crime do artigo 231-A, pois a ação é mais complexa de se retirar a vitima do seu país de origem e submete-la à prostituição no estrangeiro.
Se a vitima do crime do artigo 231-A for menor de 14 anos, haverá aumento de metade da pena ou haverá nesse caso presunção de violência?
R: A pena é aumentada de metade se a vitima é menor de 18 anos, portanto abrangendo adolescentes e crianças, não havendo mais a presunção de violência, pois o artigo 224 do CP está revogado.
05.04.13
Dos crimes contra a saúde pública – Cap III, Título VIII – artigo 273 CP
Falsificação, corrupção, adulteração, alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
Conceito: está no texto legal.
Objetividade jurídica: tutela-se a saúde publica.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: a coletividade, pois pode atingir um numero indeterminado de pessoas.
Elemento Objetivo: falsificar (alterar com fraude), corromper (desnaturar ou estragar), adulterar (mudar para pior o produto), alterar (mudar a qualidade do produto, a especificação do produto).
Elemento Subjetivo: dolo genérico, exceto a modalidade culposa prevista no § 2º do artigo 273, CP.
Consumação: ocorre quando praticadas
Tentativa: admissível, quando o agente inicia a execução da conduta atípica e é interrompido por circunstancias alheias a sua vontade.
Ação Penal: publica incondicionada.
Modalidade culposa: § 2º, artigo 273, CP. É crime de menor potencial ofensivo. Aplicável a lei 9.099/95 com procedimento sumaríssimo e transação penal.
Forma qualificada: está no artigo 285 do CP combinado com o artigo 258 do CP.
Obs. É crime hediondo, constante no rol da lei 8072/90.
Figuras equiparadas: estão no § 1º do 273.
Questões:
Quando se consuma o crime do artigo 273 do CP? Justifique.
R: Consuma-se com a efetiva falsificação, corrupção, adulteração, alteração, venda, exposição a venda, fabricação, importação, deposito para venda, distribuição, entrega ao consumo do produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, independente de qualquer outro resultado.
Tratando-se de crime plurissubsistente, é possível a tentativa na corrupção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais? Explique.
R: Sim, é possível quando não ocorre a corrupção por circunstancias alheias a vontade do agente, tendo este iniciado a execução de desnaturar ou estragar o produto em questão, desde que não haja a mistura dos componentes.
Quais são as formas qualificadas no delito do artigo 273 do CP?
R: Se resulta lesão corporal grave e/ou morte.
Se o empregado adulterar produto para fins terapêuticos ou medicinais a pedido do empregador fabricante, responderá ele pelo artigo 273 do CP? Justifique.
R: Nesse caso pode ocorrer o erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal do crime, excluindo-se o dolo. Porem permite-se a punição na modalidade culposa, por não se tomar as cautelas necessárias para a fabricação do produto (imprudência, imperícia ou negligencia do empregado). Se houver coação, a defesa do empregado poderá alegar o princípio da inexigibilidade de conduta adversa.
12.04.13
Cai daqui pra frente na prova regimental
Título XI – Dos Crimes contra a Paz Pública – 288 – Quadrilha ou Bando.
Conceito: associarem-se quatro ou mais pessoas em quadrilha ou bando para cometer crimes.
Quadrilha: com chefe e organização interna.
Bando: destituída de organização interna e o chefe é eventual.
Objetividade Jurídica: visa a paz publica.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa. Crime plurissubjetivo – concurso necessário.
Sujeito Passivo: a coletividade.
Elemento objetivo: 
Associação estável e permanente;
Quatro ou mais pessoas;
Finalidade de cometer crimes;
Obs. Não cabe este crime com relação a contravenção penal e somente respondem por quadrilha ou bando se praticarem mais de um crime.
Elemento Subjetivo: dolo na associação.
Consumação: é crime de mera conduta. Ocorre com a simples associação, mesmo que não cometam delito algum. Se cometerem delitos, haverá o concurso material entre o crime de quadrilha e o outro praticado.
Tentativa: inadmissível, pois o crime não depende de resultado.
Forma qualificada: a pena aplica-se em dobro se a quadrilha ou bando é armada. (arma própria – de fogo – ou arma imprópria – faca, machado, canivete). Fundamenta-se na maior potencialidade agressiva da quadrilha.
Ação penal: publica incondicionada.
Questões:
Quais os elementos objetivos do crime de quadrilha?
R: Associação estável e permanente. Quatro ou mais pessoas. Com finalidade de cometer crimes.
A associação para cometer crime continuado caracteriza quadrilha?
R: Existem 02 correntes: Celso Delmanto entende que tratando-se de associação para a perpetração de crimes continuados nega a existência do delito de quadrilha, sustentando que o crime continuado é considerado um só. Outra posição sustentada por Heleno Claudio Fragoso posiciona-se pela existência do crime de quadrilha, pois na continuidade delitiva há diversos delitos, considerados um só para o fim somente de aplicação da pena.
Quando se consuma a quadrilha? É possível tentativa?
R: O delito se consuma com a efetiva associação, não sendo necessária a atuação em outro crime. A tentativa é inadmissível, pois o simples induzimento para que a quadrilha seja formada é insuficiente para a configuração da tentativa e por ser crime de mera conduta que, em hipótese alguma necessita de resultado.
Quando o delito praticado pela quadrilha tem como majorante ou qualificadora o concurso de pessoas, o delito de quadrilha é absolvido?
R: Nos delitos em que o concurso de agentes funciona como qualificadora, como por exemplo no furto - artigo 155, § 4º inciso IV - ou como por exemplo causa de aumento de pena no crime de roubo - artigo 157, § 1º, inciso II – Celso Delmanto sustenta a exclusão da qualificadora ou majorante pelo fato de o agente já responder pelo delito de quadrilha em concurso material com o furto ou roubo, invocando a proibição do “bis in idem”. Nelson Hungria entende que não há bis in idem, pois o bem jurídico protegido na quadrilha é a paz publica, figurando como sujeito passivo a coletividade, sendo delito autônomo, ao passo que nas formas qualificadas de furto ou roubo, a razão do aumento da pena é pelo concurso de agentes, portanto, não se configurando a exasperação por um mesmo fato.
Existem tipos especiais de quadrilha na legislação brasileira? Exemplifique.
R: Sim, por exemplo, nas leis dos crimes hediondos – Lei 8027/90 artigo 8º - trata da formação de quadrilha para a pratica de tortura, terrorismo e trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins.
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