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QUANDO O VÍNCULO É DOENÇA: A INFLUÊNCIA DA DINÂMICA FAMILIAR NA MODALIDADE DE APRENDIZAGEM DO SUJEITO
 O artigo a seguir tem como objetivo discutir e entender até que ponto é possível atribuir à dinâmica familiar a influência na modalidade de aprendizagem do sujeito, causando como sintoma o não aprender.
INTRODUÇÃO
A dinâmica familiar influencia muito na formação da identidade do sujeito. Podemos saber como o conhecimento circula na família através da analise do ambiente familiar, portanto dentro da perspectiva psicopedagógica, o sujeito jamais poderá ser considerado fora de seu campo familiar.
O artigo fará uma reflexão do papel psicossocial da aprendizagem, que começa nas relações com a mãe, com o pai e com a família, tratará também do conceito de vínculos e dos tipos instituídos nesse grupo social, levanta questões do que é normal, do que é patológico, para então refletir sobre a influência desses vínculos na modalidade de aprendizagem e no desempenho escolar do sujeito.
TUDO COMEÇA EM CASA
A primeira referência de qualquer pessoa é a família. Desde o inicio da vida, a criança através da interação com o adulto, terá suas necessidades satisfeitas ou frustradas quando necessário. Essa frustração que permitirá a criança a perceber que o outro existe. As condições psíquicas para o aprendizado estão em intima relação com o desenvolvimento dos primeiros vínculos afetivos, com o próprio desenvolvimento da personalidade. 
As famílias vão criando sua identidade e modo de agir, partindo das ideologias, crenças e histórias anteriores
A FAMÍLIA E SEUS VÍNCULOS
Os campos psicológicos do vínculo que se intercomunicam simultaneamente e são complementares são o interno, que é objeto de estudo mais referenciado na Psicanálise e na Psiquiatria e o externo, analisado sobre o ponto de vista psicossocial. O vínculo interno é fruto de uma percepção subjetiva diretamente ligada aos aspectos externos visíveis do sujeito, já o vínculo externo é visível e estável.
Zimerman classifica a família em diferentes tipos: 
Família suficientemente sadia, em que predomina a harmonia, atmosfera sadia entre as pessoas. Os pais são modelos para os filhos.
Família simbiótica é aparentemente ligada pelo sentimento de amor mútuo, porem nenhum deles consegue emancipação nem conquista de espaço próprio. Privilegia um dos seus membros, um dos pais ou um dos filhos. Conseqüentemente o que não é privilegiado é excluído dificultando o convívio familiar.
Família Narcisista são os que se acham donos da verdade, acreditam possuir melhores qualidades e são onipotentes em relação a outras pessoas. Não toleram qualquer tipo de frustração.
A família com perda de limites não há estrutura sadia entre os membros, faltando hierarquia familiar, havendo assim necessidade de colocação de limites.
Família depressiva, nesse caso prevalece a tristeza, apatia, pessimismo e na maioria das vezes, culto a familiares mortos, impedindo-os de viver o presente.
Família obsessiva prevalece cobrança excessiva entre seus membros, buscando perfeição e tendo controle exagerado. 
Família fóbica evita situações novas que exigem iniciativa.
Família paranoide pessoas desconfiadas, sensíveis ao extremo.
Família sado masoquista alternância de amor e ódio entre os membros.
Família hipocondríaca cultua doenças e abusa de medicamentos e idas ao médico.
Pode-se observar que as características familiares dizem sobre o individuo com dificuldades de aprendizagem. Aquele que se diferencia acaba sendo excluído do grupo e cabe ao psicopedagogo provocar uma reflexão sobre as diferenças e mostrar que a diferença pode complementar e não subtrair.
Percebe-se nesse sentido que não se pode desvincular a aprendizagem da vida familiar.
O NORMAL E O PATOLÓGICO, POR ONDE ANDAM ESSES LIMITES
Em Patologia, a palavra normal é sinônimo de saudável próprio àquele que goza saúde.
A psiquitriação das diferenças e a psicopatogização de comportamentos de minorias tem sido um obstáculo á delimitação da pratica entre saúde e doença servindo como elemento de coerção e repressão social.
Para a Psicopatologia existem critérios para distinguir o normal do patológico. Um desses critérios é o subjetivo; a conseqüência da dor, de estar enfermo, de estar apresentando algum prejuízo pessoal ou impedimento qualquer; outro critério seria o estatístico universalmente utilizado para diagnosticar os casos de deficiências mentais, déficits específicos de aprendizagens, deficiências psicosensoriais, anomalias psicomotoras, enfim todas as dimensões mensuradas, o outro critério seria o normativo que pressupõe a existência de uma norma ideal de funcionamento que sirva como referencia ao caso a identificar. O critério do sofrimento e o anormal seria aquele que em função de seu estado anômalo sofre ou faz sofrer a sociedade. Outro critério é o da adaptabilidade que é a capacidade do indivíduo de se ajustar a novas condições sem perdas ou prejuízos significativos da funcionabilidade. O critério de exercício da liberdade é mais possível de ser generalizado para a conceituação do patológico.
Diante do que foi dito, percebe se a dificuldade encontrada pelos psicopedagogos em diferenciar normal e patológico. 
MODALIDADE DE APRENDIZAGEM: UM MOLDE RELACIONAL
Todo individuo tem uma modalidade particular de aprendizagem que é construída desde o nascimento num processo de conhecer- desconhecer, que é construída em seu grupo familiar de acordo com a experiência de aprendizagem e como foi interpretada pelo sujeito e pelos seus pais.
No estudo sobre a modalidade de aprendizagem do sujeito, a Psicopedagogia jamais poderá dispensar a historia de vida do sujeito.
Grossi & Bordin afirmam que “a aprendizagem só existe na circulação de saberes e conhecimentos, entre ensinante e aprendente, entre o sujeito que tenta compreender o mundo e o outro que se interpõe entre ambos,”
INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESEMPENHO ESCOLAR
A relação familiar não é só o vínculo que leva ao desenvolvimento das
 possibilidades humanas, mas que enquanto vínculo, que socializa é,
Também, um vínculo potencialmente alienante; daí pode concluir que o ensino prolonga e sistematiza esses aspectos polares e realça o que começa a se formar no lar. É preciso, portanto, compreender como se
processa toda essa dinâmica, avaliar se ocorre coerência entre o discurso dos atores com o que é demonstrado pela família. O trabalho psicopedagógico precisa direcionar o seu olhar e o de outrem, neste caso, o da família, para a saúde em detrimento da doença, no sentido de buscar o potencial que existe em cada pessoa e não enfatizar a falta, entendendo que a origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual.
CONCLUSÃO FINAL
O vínculo escolar acaba tendo a mesma natureza do familiar, porque os professores ocupam o papel de autoridade. Existe uma continuidade
entre o ensino e seus vínculos arcaicos, apreendidos no seio da família.
A relação familiar não é só o vínculo que leva ao desenvolvimento das possibilidades humanas, mas que enquanto vínculo, que socializa é,
também, um vínculo potencialmente alienante; daí pode concluir que o ensino prolonga e sistematiza esses aspectos polares e realça o que começa a se formar no lar.
É preciso, portanto, compreender como se processa toda essa dinâmica, avaliar se ocorre coerência entre o discurso dos atores com o que
é demonstrado pela família. O discurso envolve aspectos inconscientes, segredos familiares e, provavelmente, sintomas que fazem parte de
todo um grupo e que se entrecruzam com as histórias individuais desse sujeito eleito como figura central de toda a problemática familiar.
O trabalho psicopedagógico precisa direcionar o seu olhar e o de outrem, neste caso, o da família, para a saúde em detrimento da doença, no sentido de buscar o potencial que existe em cada pessoa e não enfatizar a falta, entendendo que a origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Visca J. Psicopedagogia: novas contribuições.Rio de Janeiro: Nova Fronteira;1991.
2. Pichon-Rivière E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes; 1986.
3. Winnicott DW. Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes; 1989.
4. Freud S. A Dinâmica da Transferência. In: Edição Standard Brasileira das obras completasde Sigmund Freud. vol. 12. Rio de Janeiro: Imago; 1980.
5. Guattari F, Rolnik S. Micropolítica: cartografiasdo desejo. Petrópolis: Vozes; 2005.
6. Bohoslavsky R. A psicopatologia do vínculo.In: Patto MHS, ed. Introdução à Psicologia Escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1997.
7. Fernàndez A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artmed; 1991.
8. Zimerman GL. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed; 2000.
9. Fernàndez A. Os idiomas do aprendente. Porto Alegre: Artmed; 2001.
10. Fernàndez A. O saber em jogo: a Psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed; 2001.
11. Wadsworth JB. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira; 1997.
12. Grossi E, Bordin J. Paixão de aprender. Petrópolis: Vozes; 1999.
13. Cabral A, Nick E. Dicionário técnico de Psicologia. São Paulo: Cultrix; 2001.

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