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Caderno de Civil 1

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CADERNO DE DIREITO PRIVADO GERAL - GLADSTONE LEONEL 
 
AULA I 
 
Introdução ao Dir. Privado 
 
- Direito Romano → Corpus iuris civilis ​(influencia a construção 
 do dir.priv.) 
- 1° Identidade civil → 1804​ (CC Francês)* (perspectiva 
 moderna)** 
 → ideias liberais 
 → Propriedade privada ​(proteção)*** 
 → patrimonialista e individualista ​**** 
 
*contrato passa a apresentar função de lei 
**revolução burguesa, combate a monarquia estatal 
***sem intromissão do Estado nos contratos, na prop. e na família 
****defesa do patrimônio dos indivíduos/ defesa dos indivíduos 
 
- 1896 → Código Alemão ​(2° grande código da era moderna, sem grandes distinções) 
 → patrimonialista e individualista, rompe com o controle 
estatal monarquista 
 
- Direito Privado X Direito Público 
 ​→ autonomia → Estado 
 de vontade 
 
- Brasil (1824) ​→ 1° constituição (outorgada) 
 → 1855 - Teixeira de Freitas → 1862 
 (esboço, +5000 artigo = civil+comercial) 
 → 1899 - Clóvis Beviláqua → 1916 (CC) 
 ​(entra em vigor em 1917) → patrimonialistas e individualista 
 → Década de 50 →​ Leis esparsas (microssistemas) 
 
 
Críticas do Direito Privado 
 
- Engels 
- Pasukanis →​ Forma jurídica = forma mercadoria 
 ​ → direito → direito com a 
 eminentemente perspectiva burguesa 
 burguês 
 ex.: 
- Orlando Gomes →​ conteúdo classista 
 
 
Direito Civil - CF/88 - Limites Direito Privado 
 ​→ ​nova tábua axiológica 
 
- Valores constitucionais: → ​dignidade da pessoa humana 
 → solidariedade social (e a erradicação da pobreza) 
 → liberdade (foco na liberdade material) 
 → igualdade substancial 
● também no direito privado 
 
- Incorpora institutos do direito privado 
- Deslocamento do eixo​ → Constitucionalização do Direito Civil 
 (reconhece o deslocamento) 
 → Publicização do Direito Civil 
 (intervenção do poder público em um relação privada) 
 
 ​OBS.​: ​Paradigmas 
 
CC/02 →​ Socialidade 
 → ​Eticidade 
 → ​Operabilidade 
 
 
AULA II 
 
LICC/LINDB - LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL/ LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS 
DO DIREITO BRASILEIRO 
 
- Histórico 
 → influência francesa ​(código napoleônico) 
 → DL 4657/42 ​(compatibilização) 
 
- Objeto e Aplicação 
 → ​normas em geral/formatar a estrutura das normas 
 ​→ Código geral sobre normas 
 → Exceções: ​Penal e Tributário​ nem sempre se utiliza a LINDB 
 ​→ em regra são exceção 
 
OBS.:​ ​12.376/10​ → correção histórica: LICC → LINDB 
 
- Estrutura da LINDB 
 → ​Art. 1° e 2°​: vigência normativas 
 → ​Art. 3°​: obrigatoriedade 
 → ​Art. 4°​: integração das normas 
 →​ Art. 5°​: Interpretação 
 → ​Art. 6°​: aplicação da lei no tempo 
 → ​Art. 7° ao 19​: aplicação da lei no espaço 
 
 
Vigência das Normas​ ​(Art. 1° e 2°) 
 → 
 → Vigência vem no corpo da lei ou em 45 dias (exterior → 3 meses) 
 
Existe → promulgação // vacatio legis → período de adaptação e conhecimento 
 
Art. 1° : - no texto 
 - 45 dias 
 - 3 meses 
 
Art. 8° LC 95/98 ​→ não é de escolha do legislador 
 → “entra em vigor na data de sua publicação” → Lei de pequena repercussão 
Ex.: ​12.004/09 (reconhecimento de paternidade); 12.010/09 (lei de adoção) 
 → pequena repercussão → grande 
 
OBS¹.: 
OBS².:​ Vacatio legis → indicado em n° de dias 
 
Art. 132, CC 
 ​→ Prazo em dia:​ dia a dia (exclui o dia inicial e inclui o dia final → Art. 132) 
 ​→ Prazo em mês e ano:​ dia de igual n° ou no imediato (data a data) 
 ​→ Meado do mês:​ dia 15 
 
 
AULA III 
 
Vigência das Normas 
 
 ​**Promulgação ≠ Vigência 
 → Promulgação: A oficialização da lei. (Sua paorvação em todos os trammits 
necessários) 
 → Vigência: Quando a lei irá fazer-se valer. 
 ​A vigência vem no texto (vacatio legis -> tempo até vigência) 
 
OBS.:​ para existir formalmente, deve existir a promulgação mas a promulgação não 
determina a vigência. 
 
Vacatio legis -> período para conhecimento da norma. 
 
 Artigo 1º -> Determina o tempo para que as leis entrem em vigor. 
Caput: Salvo em disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País 45 
dias depois de oficialmente publicada. 
Se escrito no texto -> Vale a partir da data determinada. (Lei Complementar ​nº 95/98, art. 
8º §2º​ -> As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula “esta lei 
entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial) 
 
Se não estiver escrito -> 45 dias. 
 
Em estados estrangeiros -> 3 meses. (​Artigo 1º, §1​ -> Nos Estados estrangeiros, a 
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de 
oficialmente publicada) 
 
Lei Complementar nº 95/98, Art 8º, caput: A vigência da lei será indicada de forma 
expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo 
conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as 
leis de pequena repercussão. 
 O legislador que decide se é pequeno ou grande. 
 
OBS¹.:​ O Legislador não é punido na distinção da vacatio. 
OBS².:​ Período de vacatio é indicado em dias. 
 
 
Vacatio legis 
Art 8º LC 95/98 §1°​ -> Inclui o 1º e o último dia, mas só começa a vigorar no dia subsequente (A 
fórmula é diferente, no entanto o prazo é o mesmo) -> ( § 1º A contagem do prazo para a 
entrada em vigor de leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data 
da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à consumação 
integral.) 
Obs:​ A vacatio legis não se aplica para atos administrativos, apenas para atos normativos 
legislativos. 
Uma lei que ainda não entrou em vigor, ou seja, ainda está em período de vacatio legis, não 
pode ser alterada. (apenas uma nova lei pode) 
Quando ocorrem inexatidões, ou seja, erros de português, a lei deve ser republicada com as 
correções, de forma que se reinicia o período de Vacatio. 
A vigência de uma lei se inicia após seu período de vacatio. 
A vigência da lei se dá até que se esgote sua vigência (em caso de determinado no texto) ou até 
que uma nova lei a revogue.-> Princípio da continuidade. 
 
Revogação ​(Art. 2º) 
A revogação de uma lei pode ser de forma expressa ou tácita (implícita). (Art 2º, LINDB, § 1º - A 
lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que trata a lei anterior) 
Dessueto (revogação da lei por costume) é proibido no Brasil. 
A revogação pode se dar de forma total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) 
A repristinação não é admitidana legislação brasileira. 
Art 2º, LINDB, § 3º​ - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. 
Repristinação se dá pela revalidação da lei revogada através da revogação de uma lei 
revogadora da primeira. 
Por ex: A é revogada por B. Em outro momento, B é Revogada por C. Como não se admite 
efeitos repristinatórios na lei brasileira, C não revalida os efeitos de A. 
Somente é permitida a repristinação caso a lei revogadora (C) determine expressamente em seu 
texto tais efeitos. 
Há caso de repristinação em caso de controle de constitucionalidade concentrado, ou seja, se o 
STF determinar que a lei revogadora (B) é inconstitucional. (Modulação da eficácia da 
inconstitucionalidade -> pode não implicarem efeito retroativo) 
 
 
AULA IV 
 
Obrigatoriedade das Normas​ ​(Art.3°) 
 
 Art.3° ​→ Proibição da alegação de erro de direito 
 ​→ Presunção relativa → ​conhecimento geral das leis 
 
Ex.: Direito Penal ​maior incidência da presunção 
 
 ​ → Direito Civil → Art. 1561 ​→ casamento putatível (boa fé, porém com erro) 
 ​→ Art. 139, III, CC/02 (erro de direito) 
 
Integração das Normas​ ​(Art.4°) 
 
 → Proibição ao (princípio) Non Liquet ​→ o juiz não pode deixar de julgar um caso 
alegando inexistência, lacuna ou desconhecimento da lei. 
 → Presunção Relativa ​→ juiz é conhecedor de todas as leis 
 → ​Art. 376, CPC/16 
 
 → Integração normativa: ​em caso de lei omissa 
 1° Analogia 
 2° Costume 
 3° Princípios Gerais de Direito 
 → Rol taxativo e preferencial 
 
a. Analogia 
- integração da lei pautada na comparação com caso que possui um tratamento legal 
Ex.:​ Art. 499, CC/02 
 a.1 ​A. legis​: ​comparação da situação fática não prevista em lei com uma lei existente 
 a.2 ​A. juris​: ​comparação com o sistema jurídico como um todo 
 
OBS.:​ Direito Penal e Direito Tributário → Bonna partem 
 
b. Costumes 
- usos reiterados de um lugar 
 b.1 ​Costume Secundum Legem​ : ​a própria lei manda que se aplique os costumes / 
própria aplicação da lei. 
 ​ b.2 ​Costume Contra Legem​: ​costume que vai contra a lei 
 Ex.:​ Abuso de direito → proibido por lei 
 ​b.3 ​Costume Praeter Legem:​ ​costume que preenche lacuna da lei ou matéria que não 
disciplina situação fática 
 Ex.: cheque pré datado são contra a lei, porém, é um direito costumeiro, que não 
prejudica o credor nem o devedor → “No caso de cheque pré-datado, é estipulado o dia para o 
qual o cheque valerá, apesar de ser uma ordem de pagamento à vista. Se o cheque for 
depositado antes da data estipulada (o que não está, em regra, errado, pois pressupõe 
pagamento à vista), e o signatário não tiver fundos, esse pode entrar com ação de danos morais. 
Reconhece-se em determinados julgados o dano moral por meio dos costumes, já que isso não 
está previsto em lei. Além disso, a caderneta de fiado pode ser utilizada em julgamento.” 
 
OBS.:​ ​Prova dos costumes é feita pela parte interessada por quem invocou o direito 
 
 
c. PGD 
- recomendações genéricas/ fórmulas genéricas 
- meramente informativos → doutrina civilista tradicional 
- método integrativo sem força normativa 
 
OBS.:​ ​Upiano → não lesar ninguém; dar à cada um o que é seu; viver honestamente → 
influencia a utilização dos PGD → aumento da subjetividade 
 
Princípio da equidade (Aristóteles) → justiça por equidade 
 
Art. 4°, LINDB ​→ apelo à justiça social 
 
OBS¹.:​ PGD ​≠ ​Princ. Fundamentais de Direito 
 ​→ centralidade no ordenamento → fundante → princípio com força normativa 
 
OBS².:​ a) ​Art 413, CC ​(redução da cláusula penal - equitativamente) 
 ​b) ​Art. 944, § único ​(redução da indenização - equitativamente) 
 ​ → excessiva desproporção 
 
 
Interpretação das Normas​ ​(Art 5°)​ ​≠ Art 4° 
 
 → buscar o sentido e o alcance da norma existente 
 ​ → toda aplicação tem que ser precedida de interpretação 
 → por mais literal que seja vai valer 
 
 ​→ nega (“in claris interpretatio cessat”) ​→ “quando a lei for clara não precisa ser 
interpretada” → negado pelo Art. 5° 
 
 ​ → Interpretação teleológica ​→ toda interpretação tem esse caráter, deve ter uma 
finalidade social, busca-se o bem social (Estado democrático de direito → impacto social) 
 → impacto social → abertura de precedentes 
 → observação dos bens sociais, os fins comuns 
 
OBS.:​ ​Interpretação deve ser feita conforme a CF (a partir dos dispositivos constitucionais) 
 → deve-e buscar os fins sociais também 
 ​ → Ex.: Art 1337, CC​ → Interpretação leva em conta outras questões e a constituição 
amparado com o bem comum (teleológica) 
 
 ​ - Resultado da Interpretação da norma 
 1°) Ampliativa → ampliando garantias, direitos sociais 
 2°) Declarativa → normas que declaram 
 3°) Restritiva → estabelece sanção, aval, previlégio 
 → Ex.: ​Art. 819, súmula 214 
 
 
AULA V 
 
Aplicação da Lei no Tempo ​(Art. 6°) 
 ​→ ​Lei nova → fatos futuros 
 
→ ​Regra → Princípio ​da Irretroatividade das normas (dos efeitos das normas) 
 → retroatividade deve ser dita expressamente 
 
→ Exceção: 
 
 
 
 
 
- Direito adquirido (§2°) → ​conteúdo patrimonial // incorporação patrominial 
 ​ Ex.:​ aposentadoria 
 
OBS.:​ STF → ​não existe Direito Adquirido em face de ​emenda​ constitucional 
 ​→ mudança da CF 
 → direito adquirido pode mudar com alteração da CF 
 → Doutrina tem um entendimento ​≠ → ​mesmo com emenda cabe-se de falar em direito 
adiquirido 
 
- Coisa Julgada (§3°) → ​qualidade que reveste efeitos decorrentes de uma decisão judicial 
que não cabe mais impugnação/recurso 
 ​Ex.:​ Casos envolvendo filiação → reconhecimento de paternidade 
 
OBS.:​ Jurisprudência vem relativizando os efeitos da coisa julgada. 
 → STF → flexibilização dos efeitos em casos de identificação de paternidade 
 + STJ → dignidade do suposto filho 
 
- Ato Jurídico Perfeito (§1°) → ​ato que já exauriu todos os seus efeitos → não pode ser 
atingido por lei nova 
 → estabilidade jurídica 
 → não se modifica por lei ou por emenda à CF 
Ex.: ​Aposentadoria com 35 anos de serviço → Lei Nova: aposentadoria com 40 anos de 
serviço → não atinge o indivíduo já aposentado 
 
 
OBS¹.:​ Inexiste essa situação em caso de negócio jurídico inválido 
 
OBS².:​ Ato jurídico Perfeito ​≠​ ​Relação Jurídica Continuativa 
 → os efeitos ainda se produzem 
 ​Ex.:​ Casamento: ​1)​ existência e validade - lei do momento que o 
negócio foi estabelecido (anterior). 
 ​2)​ eficácia - lei do momento (posterior) 
 
→ Ultratividade da Norma ​→ possibilidade de invocar uma norma que já foi revogada (após ela 
ter sido revogada) 
 → esfera penal é mais comum → beneficiar réu 
 
Aplicação da Lei no Espaço​ ​(Art. 7°) 
 
→ Princípio ​→ territorialidade mitigada ou moderno - território brasileiro 
 
→ Estatuto pessoal ​→ regra de conexão de leis estrangeiras em territórionacional 
 → aplicação de lei estrangeira quando permitido→ lei de domicílio do interessado 
 
OBS.:​ ​7 exceções de admissão da lei estrangeira em território brasileiro 
1) nome 
2) personalidade 
3) capacidade 
4) direito de família 
5) bens móveis que traz consigo 
6) penhor 
7) capacidade p/ suceder 
 
Casos:​ - querer casar com um peruano que já é casado em Lima (não pode o estado civil dele 
continua valendo no Brasil) 
 - querer casar com um árabe (poligamia) → a ordem jurídica interna não admite bigamia 
(incompatibilidade constitucional) 
 → não pode ser incompatível com CF ou a ordem jurídica interna 
 
Exceções das exceções:​ ​a)​ bens imóveis ( lei do local que o imóvel estiver situado) 
 ​b)​ lugar da obrigação (domicílio do proponente) 
 ​c)​ regra sucessória mais benéfica 
 → se aplica a lei estrangeira mesmo sem a LINDB prever 
→ 10 hipóteses de aplicação da lei estrangeira no Brasil 
 
OBS¹.: ​Requisitos para homologação STJ 
 ​→ súmula 420 do STF → necessidade de compatibilidade 
 - cumprimento de sentença estrangeira 
 - carta rogatória, carta de citação, intimação etc. 
 - laudo arbitral 
 
OBS².:​ as autoridades consulares brasileiras têm poder de celebrar separação consensual/ 
divórcio fora do país, em território estrangeiro, quando não houver filho menor ou uma das 
partes for incapaz. 
 
AULA VI 
 
Direito Subjetivo 
 
→ possibilidade de exigir de alguém um comportamento específico. Uma vez violado, o titular 
desse direito subjetivo tem uma pretensão diante de outrem. 
 
- História do conceito: (Alexandre da Maia) 
 → Racionalidade moderna ideia de passado e futuro 
 a. pré → relacionado com o modelo judaíco-cristão 
 ​(controle social, forma de controle do futuro, sanção 
apocalítica) 
 ​b. moderna →​ ​textos escritos pré determinados ​→ textos 
jurídicos (controle social) + materializar modelos liberais de 
justificação de poder 
 
- No absolutismo: subordinação da moral à política 
 ​→ sujeição a relação de poder (súdito → monarca - obediência) 
 
- Revolução Burguesa: subordinação da política à moral ​(modernidade) 
 ​→ mínimo de segurança jurídica → legitimação do direito 
 → direitos controlados e ampliados ao mesmo tempo 
 → direito como ciência 
 ​→ Direito ​→​ ​controle e manutenção do status quo (legitimação) controle do futuro 
 → Sujeito ​→ s/ sujeição → ator do conhecimento → produz regras jurídicas 
 → Controle do futuro ​→ por meio de textos previamente escritos 
 → pretensamente discutidos, racionalmente. 
- Direito Subjetivo 
 ​→ se desenvolve enquanto categoria científica do direito 
 → se baseia numa subjetividade plena → expressão da autonomia da vontade (dir. subj. 
é o garantidor) → marca a individualização das relações jurídicas 
 → forma idealizada (abstrata) de conceber o direito 
 
- Horizonte de expectativas 
 → Paradoxo do direito moderno ​→ abre a noção de direito subjetivo a modernidade 
amplia a perspectiva e a noção de desenvolver ou trabalhar o direito subjetivo 
 → paradoxo, também, pois é necessário fixar estruturas formais para controlar o 
futuro e expectativas de direito subjetivo 
 → Desde século XIX​ → controle do futuro pela lei 
 → século XX​→ múltiplas formas de criar e conceber o direito subjetivo, mudança 
na forma de interpretar 
 → possibilidade de interpretar de uma forma alternativa 
 → Paradoxo atual ​→ se a moralidade é um campo aberto de possibilidade como um juiz 
pode decidir o que é mais ou menos radical nas decisões jurídicas 
 
 ​ → Indivíduo​ → unidade indivisível e pretensamente racional 
 
- Conceitos e classificações 
 
 Direito subjetivo Direito objetivo 
 ​relação jurídica 
 
 → alguém manifesta uma vontade (enquadrada na lei, amparada no direito obj.) 
sobre outra vontade 
 
 ​→ Conceito -​ “direito subjetivo é a faculdade, assegurada por norma jurídica de exigir 
determinada conduta de alguém, que por lei, por ato ou contrato, está obrigado a observá-la” 
 ​- Kelsen:​ observará duas impurezas que tornavam incompatível a noção de direito 
subjetivo quanto a TPD 
 
- origem jusnaturalista do seu conceito ( e anterior a existência do Estado) 
- se trata de uma camuflagem do direito de propriedade vinculado a um 
ideologia (trata-se de uma ideologia, não de direito) 
 
 
 
 - Duguit ​ - Direito Subj. Primário (anterior a sociedade) 
 o indivíduo só existe como ser social; o indivíduo 
 isolado não vale nada 
 - Direito Subj. Secundário (determinado pelas regras) 
 para Duguit é inadmissível uma vontade se sobrepor 
 a outra 
 
 
 ​- Teoria do Direito Subjetivo 
 → Pandectistas - ​noção de dir. subjetivo baseado na vontade, poder, dominío de 
vontade fundamentado no ordenamento jurídico 
 ​ crítica: sujeitos de direito subjetivo sem estarem aptos a manifestar sua própria 
vontade (ex.: menores de idade) 
 → Ihering - ​direitos subjetivos para garantias, se baseia em determinados interesses 
para atingir determinados fins 
 
 
 → Classificações 
 - Direito Subjetivo Público - ​possibilidade de usufruir das leis 
 - Direito Subjetivo Privado - ​estabelecido em contratos 
 - Direito Subjetivo Relativo - ​acordo entre as partes para alterar os direitos 
subjetivos 
 - Direito Subjetivo Real - ​vinculado a bens materiais 
 - Direito Subjetivo Personalístico - ​inerentes à pessoa humana 
 
AULA VII 
 
PRINCÍPIOS 
 
- Francisco Amaral ​→ o pensamento jurídico deve ser prático (objeto) 
 → é necessário usar o direito privado visando alcançar algo concreto 
 → relação entre as pessoas, pessoas e bens, terceiros etc 
 
- Direito Civil 
 - Boa -fé - ​“agir correto/lela/confiável” 
 → segue padrões de época/local/culturais 
 → subjetiva - parte do indivíduo 
 → objetiva - conjunto de deveres, exige das partes um comportamento, uma 
conduta 
 - Autonomia da vontade 
 ​ → engloba a liberdade de contratual e liberdade de contratar 
 → realizar ou se abster de determinados atos 
 → celebrar ou não o contrato (lib. contratual) → determinar conteúdo do contrato 
 → escolher com quem celebrar (lib. de contratar) 
 → fundamento por uma base principiológica 
 
 - Função Social 
 ​ → busca promover equilíbrio entre a função 
 → individual da propriedade e a impacto que ela tem 
 → respalda a livre iniciativa porém se preocupando com o impacto social 
 
 - Operabilidade com relevância 
 ​→ possibilidade que um magistrado tem de contemplar as relações jurídicas 
fazendo uma ponderação para promover justiça no caso concreto 
 → operar para conseguir trazer a justiça 
 
 
Sujeito de Direitos 
 
- Pessoa Natural e Direito de Personalidade​→ sujeito o qual vai ser → teoria natalista - o direito de 
 destinado direitos e obrigações personalidade se adquire com o 
 (humano) - ente de existência nascimento com vida 
 visível 
 
- Nascituro​ ​(Art.2°, CC) 
 → ente que já foi concebido, mas ainda não nasceu 
 
a) Teoria Natalista​ (clássica do direito brasileiro) 
 → o nascituro goza de mera expectativa de direito 
 → não é considerado pessoa 
 → adquire personalidade jurídica só quando fizer a primeira troca oxicarbônica 
 
b) Teoria Concepcionista​ (conservadora) 
 → nascituro é considerado pessoa 
 → personalidade jurídica desde a concepção 
 
c) Teoria da Personalidade Condicionada 
 → considera a concepção condicionada com o nascimento com vida 
 
 
 → Quais direitos? ​proteção pré natal, à vida (patrimonial → expectativa do direito) 
 
 → Obrigações ? ​Não, mas é possível existir situações que recaem sobre o nascituro 
 Ex.: ​bem que for doado e tiver alguma oneração tributária. O curador paga em nome do 
nascituro 
 ​ → Lei 11804/08​ - garantir alimentos gravídicos ao nascituro após o nascimento, esses 
alimentos são convertidos em pensão alimentícia 
 
 ​→ Indenização por dano moral?​ Sim. 
 ​ Ex.:​ Rafinha BAstos x Wanessa Camargo 
 ​Ex.:​ Mãe do nascituro que sofreu tortura psicológica e isso interferiu na gravidez por via 
oblíqua 
 
 
Capacidade​ (de fato + de direito) 
 
- Incapacidade absoluta ​(Art.3°, CC) 
 ​→ alterado pela Lei 13.146/15 
 → menores de 16 anos - representação 
 
- Incapacidade relativa ​(Art.4°, CC) 
 ​→ 16 aos 18 anos 
 → ébrios e viciados em tóxicos 
 → pródigos 
 → os que não não puderem exprimir sua vontade 
 
- Índios ​→ capacidade regulada por lei especial 
 
Emancipação​ ​(Art.5°) 
 
- Voluntária - ​concedida a partir dos 16 anos, concedida pelos pais ou por um deles 
 
- Judicial - ​a partir dos 16 anos, solicitado à um juiz (a pedido de um tutor) 
 
- Legal -​ menor de 16 anos pode se emancipar, nos seguintes casos, casamento, curso 
público, ter economia própria, colar grau de ensino superior 
 
 
AULA VIII 
 
Extinção da Pessoa Natural 
 
 → Critério: ​morte encefálica (+ Lei dos transplantes) 
 
- Morte real: ​morte encefálica, aferida à luz do corpo (identificação do cadáver) 
- Morte presumida 
 1. Sem decretação de ausência: a) ​morte provável de quem estava em risco de 
 ​Art.7°,CC​ vida 
 b) ​desaparecido ou prisioneiro de guerra não 
 encontrado até 2 anos do final do conflito 
 2. Com decretação de ausência → ​Art.6°, CC 
 I 
 I 
 sucessão do ​ausente​ (Art. 744 e 745, CPC) 
 ​→ ​aquele que deixou o lar sem deixar notícias do seu paradeiro 
 
 → ​fases: 1°- curadoria do Agente: ​qualquer interessado ou o MP pode 
 fazer o pedido em juízo 
 2°- sucessão provisória: ​sentença concessiva → validade de 
 10 anos// bens resolúveis// direito aos 
 frutos do bem 
 3°- sucessão definitiva: ​adquire os frutos do bem → proprietá- 
 rios // o ausente recebe o que sobrou, 
 caso volte. 
 
 
 
 
Pessoa Jurídica 
 
 →​ “Pessoa jurídica é considerada como conjunto de pessoas ou bens, dotado de 
personalidade jurídica própria constituído na forma da lei, com o intuito de atingir objetivos lícitos 
e comuns” 
 
- Conceito 
 
 ​→ Fato associativo → Ato constitutivo - a)​ Sociedades Empresariais → Registro 
 I público de empresas mercantis 
 I ​b)​ Fundações e Associações → Cartório de 
 I registro civil de PJ 
 ​ I 
 constitui a personalidade 
 
- Autorização especial ​→ órgãos especiais (específicos), existem registros especiais 
 EX.: ​universidades, hospitais, bancos etc. 
 
- Capacidade Jurídica​ → Nasce independente do registro do Ato constitutivo 
 ​ → sociedades irregulares​ - (soc. de fato) sociedades em funcionamento sem registro do 
ato constitutivo → apresenta capacidade 
 
 ​ → PJ​ ​≠ ​sócios ​- apresentam direitos e obrigações distintas dos sócios → “outra pessoa” 
 ​→ ​Art. 50, CC​ e ​Art. 52, CC 
 
 ​ → Disregard Doctrine ​- desconsideração da personalidade da PJ 
 ​→ fraude dos sócios, confusão de patrimônio, desvio de finalidade 
 ​→ objetivo: atingir a personalidade dos sócios 
 
 
AULA IX 
 
Pessoa Jurídica 
 
- Espécies 
 → ​Fundação de direito privado 
→ decorre de um determinado patrimônio que vai ser afetado e se atinge uma finalidade 
específica​ ​(Art 62 CC) 
→ Patrimônio se personifica​: diferente de outras pessoas jurídicas, não se trata de uma 
união de indivíduos 
Ex: ​transformação de uma coleção de livros em uma biblioteca, cria-se uma pessoa 
jurídica 
→ Constituição:​ fundação é constituída somente por escritura pública ou via testamento 
→ Finalidade: de assistência social, educacional, proteção de meio ambiente, etc. Pode 
gerar receita, mas não necessariamente lucro. 
→ Requisitos Fundação do Direito Privado: 
a) fundação se dá por afetação de bens livres (a pessoa que está instituindo uma 
fundação destacará bens que estão indo para fundação, ou seja, deixa de estar 
no nome da pessoa e passa para fundação) 
 b) constituição por escritura pública ou via testamentária 
 c) elaboração do estatuto da fundação 
OBS.: ​estatuto pode ser elaborado por seu instituidor em vida (testamento) ou pode ser 
elaborado por um terceiro (não vai ser necessariamente o instituidor que vai elaborar seu 
estatuto, essa tarefa pode ser delegada). Caso o terceiro perca o prazo, o Ministério Público 
pode inferir. ​(Art 65) 
 d) aprovação do estatuto pelo MP ou pelo juiz ​(Art 67) 
 e) registro da fundação no cartório de registro da pessoa jurídica 
 
Fim do patrimônio fundação privada: 
Art 69 CC:​ ​Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou 
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer 
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo 
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, 
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
 → ​Sociedade 
→ Conceito: ​“A sociedade, espécie de corporação, dotada de personalidadejurídica 
própria e instituída por meio de contrato social, visa proveito econômico e partilha de 
lucro.” 
→ CC/02: ​principais características que destacam a formação da sociedade são a 
finalidade lucrativa dessa sociedade e constituição a partir do contrato social 
Art 981 CC: 
OBS.:​Espécies de sociedade​ ​(Art 982 CC) 
→ Sociedade empresária: ​(Art 966) 
- Material: desempenhar atividade econômica organizada e ser regida pela 
impessoalidade. 
- Formal:​ registro via junta comercial, registro público de empresas. 
OBS.:​sociedade empresária é diferente de sociedade empresarial, pois empresarial 
é a atividade em si. 
→ Sociedade simples: ​sociedade que não é uma sociedade empresária. O 
próprio sócio que administra e supervisiona, podendo até mesmo executar a 
atividade. Regida pela pessoalidade, necessita da pessoa que forma a sociedade. 
EX: ​conjunto de médicos que formam um consultório conjunto, associação de 
advogados, etc. 
​→ Toda S.A. por força de lei é uma sociedade empresária e uma cooperativa é 
uma sociedade simples​. 
 
 → ​Associação 
→ Conceito: ​“As associações são entidades de direito privado formadas pela união de 
indivíduos, nos termos do​ Art 53 CC​, visando a finalidade não econômica.” 
​→ Ato constitutivo: ​união de indivíduos e finalidade não econômica. Constituída também 
por um estatuto, registrado no cartório de registro de pessoa jurídica. 
→ ​Art 54 CC​: ​Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I – a denominação, os fins e a sede da associação; 
II – os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III – os direitos e deveres dos associados; 
IV – as fontes de recursos para sua manutenção​; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas. 
 → Assembleia Geral: ​órgão mais importante de uma associação 
 ​→ ​Art 59​: ​Compete privativamente à assembleia geral: 
I – destituir os administradores 
II – alterar o estatuto 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II 
deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente 
convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no 
estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
​→ ​Art 55​: ​Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
​→ ​Art 57: ​A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos 
no estatuto. 
 ​→ Condomínios: penhora de imóvel no caso de condômino inadimplente. 
 
 
AULA X - 27/04 
 
Direitos de Personalidade 
 
- Personalidade ​(externo) ​e direitos da personalidade ​(interno) 
 
- Direitos humanos, direitos fundamentais e direitos da personalidade 
 → Construção histórica, proteção de abusos estatais, de particulares ou de outros 
indivíduos. 
 → Direitos humanos → direitos garantidos por tratados internacionais (âmbito externo, 
entre Estados, entre países). 
 → Direito fundamentais → direitos humanos garantidos pela constituição, no corpo da 
constituição (âmbito interno, dentro do país). 
 → Direitos da personalidade → atributo da pessoa humana, mais um instrumento, 
mais um nome que tutela os direitos individuais, principalmente nas relações privadas. → 
Tutela, no âmbito das relações privadas, a dignidade da pessoa humana. 
 → Os conteúdos desses direitos estão muito próximos, porém se encontram em plano 
diferentes. 
 
 
- Direito subjetivo – crítica 
 → Os direitos subjetivos podem ser divididos em intrínsecos às pessoas (existenciais) e 
os adquiridos (patrimoniais). → Os direitos da personalidade são existenciais, mas o código civil 
dá uma visão/um trato patrimonial. 
 ​ Ex.:​ tratos indenizatórios 
 
- Personalidade enquanto círculo mínimo do indivíduo 
 → Aberto! 
 → O rol de direitos não se limita, pode se encaixar tudo que possa ser considerado de 
direitos existenciais da pessoa humana. 
 
- Art. 11, CC: ​ irrenunciabilidade, inalienabilidade e as limitações voluntárias 
 → Irrenunciáveis à a pessoa não pode abrir mão desses direitos p/ outrem// pode ter um 
direito e não exercer dele 
 → Inalienabilidade à não se pode vender 
 → imagem retrato (ex.: imagem publicitária) ≠ imagem direito (como você se vê e é 
visto). 
 
- Art. 12, CC, e Art. 5°, X, CF​: violação dos direitos da personalidade 
 → Dano moral à quando ocorre uma violação de direitos da personalidade 
 → dano moral não é uma punição (punitive damages – doutrina americana) à prática da 
jurisprudência, porém não encontra amparo na lei brasileira . 
 → ​Art. 944, CC​ ​A indenização mede-se pela extensão do dano​. 
 
- Corpo ​Art. 13 a 15, CC 
 → ​Art. 13​ Parágrafo Único à Lei 9.434/ 97 (Lei dos Transplantes) 
 
- Nome ​Art. 16 a 19, CC 
 → Nome = prenome + sobrenome 
 → Nomes considerados vexatórios → passível de alteração 
 → direito ao esquecimento 
 → Nome = pseudônimo 
 
- Honra ​Art. 20, CC 
 → Honra ≠ imagem 
 ​Ex.:​ divulgação de fatos falsos 
 
- Imagem ​Art. 20, CC 
 → Liberdade de expressão x direitos de imagem. 
- Privacidade ​Art. 21, CC 
 → Liberdade de expressão x direitos de imagem. 
 
- Como ficam os direitos da personalidade da pessoa falecida? E da pessoa jurídica? 
 → PJ - ​súmula 227 do STJ​ + ​Art. 52, CC​ ​X​ ​Enunciado 286​ IV Jornada de Direito Civil 
 → Falecido e ausentes - a família pode entrar com ações caso os direitos de 
personalidade dessas pessoas sejam violados 
 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- P1 
 
AULA XI 
 
Domicílio 
 → domos - local onde se vive, localidade, também, religioso, ambiente doméstico 
 
Art. 70 CC 
 ​→​ ​ Ânimo Definitivo - ​intenção ​definitiva​ de estar/viver naquele lugar, fixar a residência, 
intenção de permanecer por um período maior de tempo. 
≠ 
 → Morada à​ lugar que a pessoa física se estabelece ​temporariamente​, perspectiva 
temporária, não terá deslocamento de domicílio. 
 → Residência à ​a pessoa se estabelece com uma ​habitualidade​ (significado mais amplo que a 
morada), caráter maior de fixidez. 
 Ex.: casa de praia 
 
Art.71, CC 
 ​→​ ​ ​é permitida uma pluralidade de domicílio (residência, negócios, família em duas cidades). 
 Ex.: médico que trabalha em mais de uma cidade e fica nas duas ao longo da semana (​Art. 
72, CC ​- “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o 
lugar onde esta é exercida” + ​Art. 72, § único, CC ​– “Se a pessoa exercitar profissão em lugares 
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem”). 
 
- Domicílio 
 → voluntário - ​fixado pela simples manifestação de vontade da parte (Ex.: mudança). 
 
 → por eleição - ​estipulado pelas partes em um contrato (​Art. 78, CC ​– “Nos contratos 
escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos 
e obrigações deles resultantes”). 
 
 → legal/ necessário - ​ex.: incapaz (domicílio do responsável, tutor ou curador), servidor 
público, militares (onde estiver servindo), preso. (​Art. 76, CC ​– “Têm domicílio necessário o 
incapaz, o servidor público, omilitar, o marítimo e o preso” + ​Art. 76, § único, CC ​+ ​Art. 77, CC ​– 
“O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem 
designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no 
último ponto do território brasileiro onde o teve”) 
 
Bem de Família 
 
- Histórico 
 → ​decorre do que ficou conhecido como homestead act (lei de propriedade rural dos 
EUA) à primeira propriedade agrária era impenhorável. 
 
 
- Bem de família voluntário 
 (​art. 1711 CC​ ​– “Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública 
ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não 
ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras 
sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial”) 
→ Conceito: ​instituído por ato de vontade das partes, registrado no cartório de móveis. 
(manifestação de vontade + registro no cartório) 
 
 → Efeitos à ​Art. 1717, CC ​à ​impenhorabilidade e alienabilidade 
 
OBS¹.:​ ​Para que seja vendido, é necessário o recolhimento a manifestação de todos os 
interessados e se houver incapaz haverá intervenção do Ministério Público, para assim 
possibilitar a venda do bem de família. 
OBS².:​ ​A impenhorabilidade, que deriva do bem de família voluntário, não é absoluta (​Art. 1715, 
CC​ - “O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as 
que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio”) 
 
- Características: 1) ​Não pode ultrapassar o teto de 1/3 do patrimônio líquido dos 
instituidores do bem de família. 
 ​ 2) ​Pode abranger valores mobiliários (​Art. 1712, CC ​– “O bem de 
família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, 
destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, 
cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família”). 
 
- Caso 
 ​→​ ​Por alguma necessidade econômica, um casal estipula determinado bem de família, 
ele pode ser compelido a alugar seu único imóvel residencial. A renda proveniente desse aluguel 
é impenhorável. → Renda produzida pelo único imóvel é impenhorável - STJ 
 
 
- Bem de família legal (8009/90) 
 ​→​ ​Independente de registro cartorial, a lei protege todos os tipos de bem de família. 
 
Art. 1º ​O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não 
responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra 
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele 
residam, ​salvo nas hipóteses previstas nesta lei​. ​Parágrafo único​. A impenhorabilidade 
compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de 
qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que 
guarnecem a casa, desde que quitados. 
 
STJ → ​Admitiu, reconheceu a possibilidade de desmembramento do bem de família, do imóvel, 
para fins de penhora. 
 
EX.: ​Uma casa com um Porshe na garagem e um Picasso de decoração​. 
EX.: ​Caso a vaga da garagem tenha registro próprio e matrícula ela pode ser objeto de penhora. 
→ ​Art. 2º ​Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e 
adornos suntuosos. ​Parágrafo único​. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se 
aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, 
observado o disposto neste artigo. 
 
 
- Exceções ​(Art.3°) 
 
II​ ​- ​pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do 
imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato​; 
III ​- pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu 
coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses 
em que ambos responderão pela dívida; 
IV​ - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do 
imóvel familiar​; 
V​ - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela 
entidade familiar; 
 . ​à Casa como garantia de pagando de empréstimo, por exemplo 
VI​ - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal 
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
VII​ - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação 
 . à O fiador pode perder o bem de família 
 
OBS.: ​decisão do STJ sobre o fiador perder o bem de família 
 
 
 
AULA XII 
 
Bens Jurídicos 
 
→ ​Bem jurídico vai ser toda utilidade física ou ideal que for objeto de um direito subjetivo 
 
Bem x Coisa 
→ Maria Helene Diniz à ​noção de coisa é mais abrangente do que bem 
→ Orlando Gomes à ​bem é gênero, onde coisa é espécie. (+ aceita na doutrina) 
→ W. B. Monteiro à ​bem e coisa têm o mesmo sentido 
 
Gênero → ​o conceito de​ ​bem jurídico abarca utilidades materiais e utilidades ideais 
 
- Classificações 
 1. Imóveis 
 ​→ Imóvel por força de lei → a lei caracteriza 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre 
imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. 
 ​→ Incide sobre imóvel →​ ​direito real incide sobre o imóvel 
 Ex.: hipoteca, sucessão aberta (herança ainda não foi dividida) 
 
OBS.: ​Art.81​ → ​separados do solo mas conservados e removidos para outro local (permanecem 
sendo imóveis) 
 Ex.: ​tirar o chafariz de um lugar e colocar em outro local 
 
 ​ 2. Móveis 
 → Móvel por força de lei ​(Art. 83) 
 ​→ ​ ​energia, direito de crédito... 
 
OBS.:​ ​Navios e aeronaves à bens móveis especiais, pois admitem hipoteca sob eles, e têm 
registro peculiar. 
Art. 84, CC​ → ​materiais resultado de demolição são bens móveis. 
 Cuidado!! -​ materiais que são resultado de demolição, mas serão reutilizados, serão 
considerados bens imóveis. Mesmo caso do ​Art. 81, II, CC​. 
 
 - ​Bem principal e acessório – ​(Art. 92) 
 → Principal - ​Existe por si mesmo, se basta quanto bem. 
 → Acessório - ​Não existe por si mesmo, pressupõe a existência do principal, acompanha 
o principal pelo princípio da GRAVITAÇÃO JURÍDICA. 
 Ex.: ​Bens acessórios: produto/fruto/benfeitorias 
 ​ - Bem corpóreo e incorpóreo 
 → Corpóreo - ​Tem existência material, são perceptíveis pelos sentidos. 
 Ex.: ​livros, joias, imóvel. 
 ​→ Incorpóreo​ -​ ​Bens abstratos, existência jurídica com proteção jurídica, visualização 
ideal, não tem materialidade. 
 ​Ex.: ​direito autoral sob uma música, honra. 
 
 - Bem fungível ​(Art.85)​ e infungível ​(SEMPRE MÓVEIS) 
 → Fungível - ​Substituíveis por outros, da mesma espécie, da mesma qualidade e 
quantidade 
 Ex.: ​garrafa “normal” de água, sem especificações. 
 → Infungível - ​Natureza de insubstituível 
 Ex.: ​garrafa d’água benzida pelo Papa, com especificidade. 
 
 - Bem consumível ​(Art.86)​ e inconsumível ​(SEMPRE MÓVEIS) 
 → Consumível - ​Destruição imediata da própria substância 
 Ex.: ​gênero alimentício 
 → Inconsumível - ​Suportam um uso continuado, não vai ser destruído imediatamente 
 Ex.: ​carro 
 
 
 
- Bem divisível ​(Art. 87)​ e Indivisível 
 → Divisível - ​Podem ser repartidosem porções reais e essas porções serão um todo 
perfeito 
 → Indivisível - ​não formam um todo perfeito na sua divisão 
 1. ​por natureza à ex.: animal 
 2. ​por determinação legal à ex.: módulo rural (menor que isso é minifúndio, que é 
proibido) 
 3. ​por convenção à combinado entre as partes à ex.: dívida 
 
- Bem singular e coletivo – ​(Art.89 a 91) 
 → Singular - ​Considerados na sua individualidade → representa uma unidade autônoma → 
pode ser simples, as partes componentes desse bem se encontram-se ligados naturalmente, 
(ex.: flor) e pode ser composto, as partes componentes não se ligam// a coesão decorre da 
atividade humana// não ocorre ligação natural, (ex.: avião (peças), relógio) 
 → Coletivo - ​Compostos de vários bens singulares 
 Ex.: ​floresta (árvores), biblioteca (livro), rebanho de gado (gado). 
 
- Bem particular e Público ​(Art. 98) 
 → Particular - ​Se define por exclusão, não pertencem ao domínio público 
 → Público - ​Bens pertencentes à união, municípios, aos estados. 
 1.​Bem de uso comum do povo à praias, ruas, estradas, praças → ​São inalienáveis 
 2.​Bens de uso especial à motivo especial na forma de lei à atribuído a alguém durante 
um período → Ex.: prédio de escolas públicas 
 3.​Dominiais/dominicais → (ex.: terra devoluta, não foram discriminadas, pertence o 
estado, mas não tem uma utilização direta ou indireta do povo ou da administração pública) 
→ não foram afetados por utilização direta ou indireta do povo, mas mesmo assim são 
patrimônio do poder público

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