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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
- CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO: 
 São atos efetivados no exercício da função administrativa, sob um regime de 
direito público e que manifestam a vontade do Estado ou de quem lhe faça as 
vezes. 
 
 É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si 
própria (Hely Lopes Meirelles). 
 
- CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
• Em geral, todas as pessoas praticam os chamados atos jurídicos, que são 
capazes de produzir efeitos relevantes para o Direito. 
 • Quando esses atos que produzem efeitos jurídicos emanam da administração 
pública teremos os atos da administração. 
• Porém, nem todo ato da administração possui as características e o tratamento 
dos atos administrativos, que são apenas uma das espécies de atos da 
administração. 
 
 
 São atos da administração: 
 • Atos políticos: regidos pelo Direito Constitucional e praticados no exercício 
da função política do Estado. 
• Atos sob regime privado ou sem prerrogativas de Estado: são praticados 
em igualdade de condições com o particular, sem o ius imperii 
• Atos de mera execução ou atos materiais ou fatos administrativos: 
manifestações que não carregam nenhum grau de vontade, de decisão 
administrativa. 
• Atos administrativos: regidos pelo direito administrativo. 
 
 
 
ELEMENTOS (Requisitos de validade) do ATO ADMINISTRATIVO 
 
 Os ELEMENTOS ESSENCIAIS à formação do ato administrativo, constituem 
a sua infra-estrututa, daí serem reconhecidos como REQUISITOS DE 
VALIDADE. As letras iniciais formam a palavra COMFIFOR MOB. 
 
COM PETÊNCIA 
FI NALIDADE 
F0R MA dica : COM FI FOR MOB 
M OTIVO 
OB JETO 
 
 
COMPETÊNCIA 
 É o poder atribuído ao agente (agente é aquele que pratica o ato) para o 
desempenho específico de suas funções. 
 
 Ao estudarmos o gênero abuso de poder vimos que uma de suas espécies, 
o excesso de poder, ocorre quando o agente público excede os limites de sua 
competência. 
 
 
FINALIDADE 
 É o objetivo de interesse público a atingir. A finalidade do ato é aquela que a 
lei indica explícita ou implicitamente. Os atos serão nulos quando satisfizerem 
pretensões descoincidentes do interesse público. Ao estudarmos o gênero 
abuso de poder vimos que a alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, 
conhecido também por desvio de finalidade. 
 
FORMA 
 É o revestimento exteriorizador do ato. Enquanto a vontade dos particulares 
pode manifestar-se livremente, a da Administração exige forma legal. A forma 
normal é a escrita. Excepcionalmente existem : (1) forma verbal : 
instruções momentâneas de um superior hierárquico; (2) sinais convencionais : 
sinalização de trânsito. 
 
 
MOTIVO 
 É a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização 
do ato administrativo. Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério 
do administrador. 
 
 Exemplo : dispensa de um servidor ocupante de cargo em comissão. A CF/88, 
diz que o cargo em comissão é aquele declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração. Portanto, não há necessidade de motivação do ato exoneratório, 
mas, se forem externados os motivos, o ato só será válido se os motivos forem 
verdaadeiros. 
 
 
OBJETO 
 É o conteúdo do ato. Todo ato administrativo produz um efeito jurídico, ou 
seja, tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações 
concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. 
Exemplo : No ato de demissão do servidor o objeto é a quebra da relação 
funcional do servidor com a Administração. 
 
 
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
Atributos são as características, as qualidades dos atos administrativos, que os 
distinguem dos demais atos jurídicos, pois submetidos ao regime jurídico 
administrativo. 
Essas características são prerrogativas concedidas à Administração Pública 
para que atenda de maneira adequada às necessidades do povo. 
Várias são as correntes doutrinárias sobre tais atributos, mas aqui vamos citar 
aqueles mais importantes. 
 
Assim, são os seguintes os atributos dos atos administrativos: 
- Presunção de legitimidade e veracidade; 
- Imperatividade; 
- Auto-executoriedade; 
- Tipicidade. 
 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE: 
Presumir é entender, imaginar, supor, admitir algo como certo ou verdadeiro. 
Diz-se que se presume legítimo determinado ato administrativo baseado no 
princípio de legalidade. Se ao administrador só cabe fazer o que a lei admite, e 
da forma com, nela previsto, então, se produziu algum ato, presume-se que o 
fez respeitando a lei. 
A presunção de veracidade refere-se aos fatos citados pela Administração 
Pública. 
 
No entanto, há duas formas de presunção: 
“Juris et de jure”: de direito e por direito, presunção absoluta, que não admite 
prova em contrário; 
“Juris tantum”: diz de presunção relativa ou condicional que, resultante do próprio 
direito, e, embora por ele estabelecida com verdadeira, admite prova em 
contrário. 
O tipo aqui estudo é juris tantum. Ainda que haja essa presunção, e todos devem 
obediência ao ato enquanto não declarado inválido, cumprindo-o, pode haver 
prova em contrário. Então a presunção é relativa. 
 
Citem-se alguns dos efeitos das presunções de legitimidade e veracidade: 
- Não é necessária prévia manifestação do Judiciário validando o ato; 
- Todos devem cumpri-lo, enquanto não anulado; 
- Não há manifestação judicial de ofício quanto à validade do ato administrativo, 
mas somente como provocação do interessado; 
- Em obediência ao princípio da autotutela, pode/deve a Administração Pública 
rever seus próprios atos, de ofício. 
- A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles praticados pela 
Administração com base no direito privado. Qualquer que seja o ato, se praticado 
pela Administração Pública, será presumidamente legítimo e verdadeiro. 
 
IMPERATIVIDADE 
Os atos administrativos são imperativos, se impõem aos destinatários 
independentemente de concordarem ou não com ele, criando-lhes obrigações. 
É também chamado esse atributo de Poder Extroverso, que garante ao Poder 
Público a capacidade de produzir atos que geram consequências perante 
terceiros, impondo-lhes obrigações. 
O poder coercitivo do Estado é que faz com que esses atos sejam cumpridos, 
ainda que ilegais, enquanto não reconhecido tal vício. 
Esse não é um atributo comum a todos os atos, mas tão somente aos que 
impõem obrigações aos administrados (como normativos, punitivos, de polícia). 
Assim, não têm essa característica os atos que outorgam direitos (como 
autorização, permissão, licença), tampouco aqueles meramente administrativos 
(como certidão, parecer). 
 
AUTO-EXECUTORIEDADE 
Esse atributo garante que Administração Pública possa fazer executar o ato, por 
si mesma e imediatamente, independente de ordem judicial. 
Baseia-se na necessidade, sempre, de atender aos interesses públicos, muitas 
vezes urgentes. Assim, a determinação de requisição de bens por ocasião de 
calamidade pública é auto executável. 
Afirmar que a execução independe de manifestação do Judiciário não significa 
dizer que esse ato escapa ao controle judicial. Ele sim poderá ser levado ao crivo 
desse Poder, mas somente “a posteriori”, depois que já está sendo ou foi 
cumprido, se houver provocação da parte interessada. Não é o caso, repise-se, 
de manifestaçãoprévia para que seja atendido. As vias mais comuns para a 
defesa dos direitos ameaçados são o mandado de segurança e o “habeas 
corpus” (art. 5º, LXIX e LXVIII, CF/88). 
Dois são os requisitos para que este atributo esteja presente no ato 
administrativo: 
1. Previsão legal, como nos casos de Poder de Polícia (interdição de 
estabelecimentos comerciais, apreensão de mercadorias etc.); 
2. Urgência, a fim de preservar o interesse comum, como demolição de um 
prédio que ameaça ruir. 
A título de ilustração, acrescente-se que, na esfera do Direito Privado, raras são 
as situações em que esse atributo está presente. Em geral, para executar um 
direito seu, o particular deve buscar auxílio do Judiciário. Com exemplos de 
exceções temos a legítima defesa e ação para evitar o esbulho ou a turbação 
(arts. 188, I e 1.210, § 1º, CC/2002). 
 
TIPICIDADE 
O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidos pela lei 
para produzir os efeitos desejados. Assim, para cada caso, há a previsão de uso 
de certo tipo de ato em espécie. A esse atributo denomina-se tipicidade. 
A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas consequências, garantindo 
ao particular que a Administração Pública não fará uso de atos inominados, 
impondo obrigações de forma não prevista na lei. Por igual motivo, busca impedir 
a existência de atos totalmente discricionários, pois eles sempre deverão 
obediência aos contornos estipulados em lei. 
 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contém um comando geral do 
Executivo, visando à correta aplicação da lei; o objetivo imediato é explicitar a 
norma legal a ser observada pela Administração e pelos administrados, 
estabelecendo regras gerais e abstratas de conduta. Têm a mesma 
normatividade da lei e a ela se equiparam para fins de controle judicial; quando 
individualizam situações e impõe encargos específicos a administrados, podem 
ser atacados e invalidados direta e imediatamente por via judicial comum, ou por 
mandado de segurança. 
Decretos: são atos administrativos da competência exclusiva dos Chefes do 
Executivo, destinados a prover situações gerais ou individuais, previstas de 
modo expresso, explícito ou implícito, pela legislação. Como ato administrativo, 
está sempre em situação inferior a lei, e por isso, não a pode contrariar. Pode 
conter regras gerais e abstratas que se dirigem a todas as pessoas que se 
encontrem na mesma situação (decreto geral ou normativo) ou pode dirigir-se a 
uma pessoa ou grupo de pessoas determinadas, constituindo-se, assim, num 
decreto de efeito concreto. 
Há duas modalidades de decreto geral: o independente ou autônomo 
(dispõe sobre matéria não regulada especificamente em lei) e o 
regulamentar ou de execução (visa a explicar a lei e facilitar sua 
execução). 
Ressalte-se que, a partir da CF/88, não mais se admite a edição de decretos 
autônomos, salvo nas hipóteses previstas no art. 84, VI, da Carta Magna. 
Regulamentos: são atos administrativos, postos em vigência por decreto, para 
especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas 
por lei; têm a missão de explicá-la (a lei) e de prover sobre minúcias não 
abrangidas pela norma geral; como ato inferior à lei, não pode contrariá-la ou ir 
além do que ela permite. Instruções normativas: são atos administrativos 
expedidos pelos Ministros de Estado para a execução das leis, decretos e 
regulamentos (CF, art.87, § único, II). 
Regimentos: são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que 
se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações 
legislativas; só se dirigem aos que devem executar o serviço ou realizar a 
atividade funcional regimentada. 
 Resoluções: são atos administrativos normativos expedidos pelas altas 
autoridades do Executivo (que não o Chefe. Ex: Secretários de Estado) ou pelos 
presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para 
administrar matéria de sua competência específica. Podem possuir efeitos gerais 
ou individuais 
Deliberações: são atos administrativos normativos ou decisórios emanados de 
órgãos colegiados. Quando normativas, são atos gerais; quando decisórias, atos 
individuais. Devem sempre obediência ao regulamento e ao regimento que 
houver para a organização e funcionamento do colegiado. 
 
2) ATOS ORDINATÓRIOS: são os que visam a disciplinar o funcionamento da 
Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder 
hierárquico; só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os 
servidores hierarquizados à chefia que os expediu. 
Dentre os atos ordinatórios merecem exame: 
Instruções: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de 
execução de determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico 
com o escopo de orientar os subalternos no desempenho das atribuições que 
lhes estão afetas e assegurar a unidade de ação no organismo administrativo. 
Circulares: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados 
funcionários incumbidos de certo serviço, ou de desempenho de certas 
atribuições em circunstâncias especiais. 
Avisos: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos 
afetos aos seus ministérios. 
Portarias: são atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgão, 
repartições ou serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus 
subordinados, ou designam servidores para função e cargos secundários. 
Ordens de Serviço: são determinações especiais dirigidas aos responsáveis 
por obra ou serviços públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de 
caráter administrativo, ou especificações técnicas sobre o modo e forma de sua 
realização. 
Ofícios: são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre 
subalternos e superiores e entre Administração e particulares. 
Despachos: podem ser administrativos ou normativos. 
a) Administrativos são decisões que as autoridades executivas proferem em 
papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação. 
b) Normativo é aquele que, embora proferido individualmente, a autoridade 
competente determina que se aplique aos casos idênticos, passando a vigorar 
como norma interna da Administração para situações análogas subsequentes. 
 
3) ATOS NEGOCIAIS: são todos aqueles que contêm uma declaração de 
vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a 
deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas 
pelo Poder Público; enquadram-se os seguintes atos administrativos: 
Licença: é o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, 
verificando que o interessado atendeu todas as exigências legais, faculta-lhe o 
desempenho de atividades ou a realização de fatos materiais antes vedados ao 
particular. Ex: o exercício de uma profissão, a construção de um edifício em 
terreno próprio. 
Autorização: é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder 
Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou 
utilização de determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou 
predominante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da 
Administração, tais como o uso especial de bem público, o porte de arma, etc. 
Permissão: é ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o 
Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, 
ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas 
condições estabelecidas pela Administração. 
Aprovação: é o ato administrativo pelo qual o Poder Públicoverifica a legalidade 
e o mérito de outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios 
órgãos, de outras entidades ou de particulares, dependentes de seu controle, e 
consente na sua execução ou manutenção. 
Admissão: é o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público, 
verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe 
determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse, como 
ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso de 
habilitação. 
Visto: é o ato pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria 
Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal pra dar-lhe 
exeqüibilidade. 
Homologação: é ato de controle pelo qual a autoridade superior examina a 
legalidade e a conveniência se ato anterior da própria Administração, de outra 
entidade, ou de particular, para dar-lhe eficácia. 
Dispensa: é o ato que exime o particular do cumprimento de determinada 
obrigação até então exigida por lei. Ex: a prestação do serviço militar. 
Renúncia: é o ato pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito 
ou um direito próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a 
Administração. 
Protocolo Administrativo: é o ato pelo qual o Poder Público acerta com o 
particular a realização de determinado empreendimento ou atividade ou a 
abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração e do 
administrado signatário do instrumento protocolar. 
 Os atos que acabamos de ver são normalmente seguidos de atos de 
Direito Privado que completam o negócio jurídico pretendido pelo 
particular e deferido pelo Poder Público. Ex: a administração licencia uma 
construção, autoriza a incorporação de um banco; são atos bifaces. 
 
4) ATOS ENUNCIATIVOS: são todos aqueles em que a Administração se limita 
a certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, 
sem se vincular ao seu enunciado; dentre os mais comuns estão os seguintes: 
Certidões (Administrativas): são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de 
atos ou fatos constantes no processo, livro ou documento que se encontre nas 
repartições públicas; o fornecimento de certidões é obrigação constitucional de 
toda repartição pública, desde que requerida pelo interessado; devem ser 
expedidas no prazo improrrogável de 15 dias, contados do registro do pedido. 
(Lei 9051/95) 
Atestados: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma 
situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes. 
Pareceres: são manifestações de órgão técnicos sobre assuntos submetidos à 
sua consideração; tem caráter meramente opinativo. 
Normativo: é aquele que, ao ser aprovado pela autoridade competente, é 
convertido em norma de procedimento interno; 
Técnico: é o que provém de órgão ou agente especializado na matéria, não 
podendo ser contrariado por leigo ou por superior hierárquico. 
Apostilas: são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior 
criada por lei. 
 
5) ATOS PUNITIVOS: são os que contêm uma sanção imposta pela 
Administração àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou 
ordinatórias dos bens e serviços públicos; visam a punir e reprimir as infrações 
administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante 
a Administração. 
Multa: é toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado a título de 
compensação do dano presumido da infração; é de natureza objetiva e se torna 
devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator. 
Interdição de Atividade: é o ato pelo qual a Administração veda a alguém a 
prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens; deve 
ser precedida de processo regular e do respectivo auto, que possibilite defesa 
do interessado. 
Destruição de coisas: é o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam 
alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao 
consumo ou de uso proibido por lei. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 A classificação dos atos administrativos sofre variação em virtude da 
diversidade dos critérios adotados. Serão apresentados abaixo os critérios mais 
adotados pela doutrina. 
 
 
Quanto ao Conteúdo 
 Concretos: são atos produzidos visando a um único caso, específico, e 
nele se encerram, como a nomeação ou concessão de férias a um 
servidor. 
 Abstratos: chamados também de normativos, são os que atingem um 
número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo aplicados 
inúmeras vezes, como os regulamentos. São adstritos aos comandos 
legais e constitucionais. 
 
Quanto à Formação de Vontade 
 Ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas um órgão, 
seja ele unipessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado (composto 
de várias pessoas). É simples o ato que altera o horário de atendimento 
da repartição pública, emitido por uma única pessoa, bem assim a decisão 
administrativa do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, 
órgão colegiado, que expressa uma vontade única. 
 Ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação de 
vontade de dois ou mais órgãos diferentes, de tal forma que cada um 
desses órgãos não pode, de forma independente, produzir validamente 
tal ato: enquanto todos os órgãos competentes não se manifestarem, o 
ato não estará perfeito, não podendo criar direitos ou atribuir deveres. 
Nesse tipo de ato, tem-se a união de várias vontades que se juntam para 
formar apenas. 
 Ato composto: é aquele que nasce da vontade de apenas um órgão. 
Porém para que produza efeitos, depende da aprovação de outro ato, que 
o homologa. Assim sendo, afirma-se que um é instrumental em relação 
ao outro, pois há, aqui, dois atos, um principal e outro acessório. 
 
Quanto aos Destinatários 
 Individuais: são aqueles que têm destinatários certos, nominados, como 
no caso da nomeação de servidores, ou delegação de atribuições a um 
subordinado. Pode ser para apenas uma pessoa (singular), como na 
desapropriação, ou para várias (plural), como na nomeação de vários 
servidores no mesmo ato. O importante é que se sabe exatamente a quem 
se dirige o ato. 
 Gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos por 
características em comum, que os faz destinatários do mesmo ato 
abstrato. Para produzirem seus efeitos, já que externos, devem ser 
publicados. É desse tipo o ato que fixa novo horário de atendimento ao 
público pela repartição, que afeta a todos os usuários daquele órgão, bem 
assim os decretos regulamentares, instruções normativas etc. 
 
Quanto aos efeitos 
 Constitutivo: gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser 
outorgando um novo direito, como permissão de uso de bem público, ou 
impondo uma obrigação, como cumprir um período de suspensão. 
 Declaratório: simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, 
seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue a situação 
existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É o caso da 
expedição de uma certidão de tempo de serviço. 
 Modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta, não 
retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de atendimento 
da repartição é o exemplo desse tipo de ato. 
 Extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato que 
põe termo a um direito ou dever existentes. 
 
Quanto à Abrangência dos Efeitos 
 Internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da 
Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circulares e 
pareceres. 
 Externo: temcomo destinatárias pessoas além da Administração Pública, 
e, portanto, necessitam de publicidade para que produzam 
adequadamente seus efeitos. São exemplos a fixação do horário de 
atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração Pública. 
 
 
Quanto ao Grau de Liberdade para Produzir 
 Vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deve ser 
feito, quando, por quem etc., não deixando ao agente qualquer grau de 
liberdade. Cumpridos todos os requisitos legais, a Administração Pública 
não pode deixar de conceder a aposentadoria a quem de direito, ou a 
licença para construir. 
 Discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a 
prática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, que 
poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos. Há uma 
avaliação subjetiva prévia à edição do ato, como os que permitem o uso 
de bem público, como a instalação de uma banca de revista na calçada. 
 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS INEXISTENTES, NULOS E ANULÁVEIS 
 
- Atos Inexistentes: segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, “consistem em 
comportamentos que correspondem a condutas criminosas, portanto fora do 
possível jurídico e radicalmente vedadas pelo Direito.” ; 
- Atos nulos: são os carregados de nulidades absolutas, ou seja, vícios 
insanáveis, não passíveis de convalidação; 
- Atos anuláveis: a contrário senso, são os atos eivados de nulidades relativas, 
as quais não obstam sua convalidação. 
 
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES 
Pela motivação, o administrador público justifica sua ação administrativa, 
indicando os fatos (pressupostos de fato) que ensejam o ato e os preceitos 
jurídicos (pressupostos de direito) que autorizam sua prática. Portanto, deve 
apontar a causa e os elementos determinantes da prática do ato administrativo, 
bem como o dispositivo legal em que se funda. 
A Teoria dos Motivos Determinantes funda-se na consideração de que os atos 
administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos 
motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos; tais motivos é que determinam 
e justificam a realização do ato. Por aí se conclui que, nos atos vinculados, a 
motivação é obrigatória; nos discricionários, quando facultativa, se for feita, atua 
como elemento vinculante da Administração aos motivos declarados, como 
determinantes do ato. Se tais motivos são falsos ou inexistentes, nulo é o ato 
praticado. 
 
REVOGAÇÃO, ANULAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DOS ATOS 
ADMINISTRATIVOS 
 
- REVOGAÇÃO 
É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela 
Administração (somente por ela), por não mais lhe convir sua existência. 
Pressupõe, portanto, um ato legal e perfeito, mas inconveniente ao interesse 
público. Funda-se no poder discricionário de que dispõe a Administração para 
rever sua atividade interna e encaminhá-la adequadamente à realização de seus 
fins específicos. 
A revogação opera da data em diante (ex nunc); os efeitos que a precederam, 
esses permanecem de pé. Desde que o administrador possa revogar a ato 
inconveniente, sua invalidação não obrigará o Poder Público a indenizar 
quaisquer prejuízos presentes ou futuros que a revogação eventualmente 
ocasione, porque a obrigação da Administração é apenas a de manter os efeitos 
passados do ato revogado. 
 
- ANULAÇÃO 
É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita 
pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Desde que reconheça que 
praticou um ato contrário ao direito vigente, cumpre-lhe anulá-lo, e quanto antes, 
para restabelecer a legalidade administrativa; se não o fizer, poderá o 
interessado pedir ao Judiciário que verifique a ilegalidade do ato e declare sua 
invalidade. 
Os efeitos da anulação dos atos administrativos retroagem às suas origens (ex 
tunc), invalidando as conseqüências passadas, presentes e futuras do ato 
anulado. E assim é porque o ato nulo não gera direitos ou obrigações para as 
partes. Essa regra, porém, deve ser atenuada e excepcionada para com os 
terceiros de boa-fé alcançados pelos efeitos do ato anulado, uma vez que estão 
amparados pela presunção de legitimidade inerente a toda atividade da 
Administração Pública. 
Importante salientar que, de acordo com o art. 54 da Lei 9784/99, “o direito da 
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé” 
 
IMPORTANTE! 
- A administração controla seus próprios atos em toda plenitude, isto é, sob 
aspectos de legalidade, e de mérito (oportunidade e conveniência), ou seja, 
exerce a autotutela. 
- O controle judicial sobre o ato administrativos se restringe ao exame dos 
aspectos de legalidade. 
 EFEITOS: A revogação gera efeitos - EX NUNC - ou 
seja, a partir da sua declaração. Não retroage. 
A anulação gera efeitos EX TUNC (retroage à data de início dos efeitos 
do ato). 
 
- CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 “A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do 
que fora produzido de modo inválido”(Celso Antônio Bandeira de Mello, 11ª 
edição, editora Melhoramentos, 336). 
 
A lei 9.784, de 29.01.1999, dispõe que : 
"Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela 
própria Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão 
ao interesse público nem prejuízo a terceiros " (art. 55). 
 
Assim: 
 
- Só é admissível o instituto da convalidação para a doutrina dualista, que aceita 
possam os atos administrativos ser nulos ou anuláveis. 
 
- Os vícios sanáveis possibilitam a convalidação, ao passo que os vícios 
insanáveis impedem o aproveitamento do ato,” 
 
- Os efeitos da convalidação são ex-tunc (retroativos).

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