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Dr. Edison Yague Salgado Advogado e Professor de Direito ______________________________________________________________________________________________ 1 TEMA 5 - DOS DIREITOS POLITICOS - (Art. 14) A. SOBERANIA POPULAR Como o Brasil é um país democrático, é governado pelo povo, conforme o artigo 1º da Constituição de 1988 e ao povo pertence o poder, que é soberano e ao povo todos devem obediência. O voto pode ser: 1.- UNIVERSAL (todos tem direito, desde que preencham os requisitos legais), 2.- SECRETO (não pode ser violado),assegura liberdade do eleitor, reduz a corrupção. 3.- DIRETO (escolhe diretamente o seu representante) 4.- COM VALOR IGUAL PARA TODOS (todo cidadão vota por um voto) B. O VOTO COMO DIREITO E DEVER Para que uma pessoa exercite os seus direitos políticos, votando e sendo votado é obrigatório que faça o alistamento eleitoral, como eleitor. O estrangeiro não pode votar. Só podem votar os brasileiros natos e os naturalizados. Não podem votar os que estiverem prestando o serviço militar obrigatório (os que fazem o Tiro de Guerra podem votar e os que fazem Quartel não podem) (Art.14, § 2º). (só para lembrar) Conscritos = são os recrutados ou alistados. C. VOTO FACULTATIVO (Art.14, II) O voto é facultativo para os analfabetos, para os maiores de 70 anos e para os maiores de 16 a menores de 18 anos. Dr. Edison Yague Salgado Advogado e Professor de Direito ______________________________________________________________________________________________ 2 D. ELEGIBILIDADE (Art.14, § 3º) Segundo as normas da Constituição brasileira de 1988 (art. 14, § 3º) para que um cidadão tenha condições de ser eleito é preciso que tenha: 1- nacionalidade brasileira, 2- estar em pleno exercício dos seus direitos políticos, 3- ter alistamento eleitoral, 4- ter filiação partidária, 5- domicilio eleitoral na circunscrição 6- ter idade mínima de acordo com o cargo pretendido sendo: - 35 anos para Presidente e Vice Presidente - 30 anos para Governador e Vice Governador - 21 anos para Deputado Federal, Estadual, Prefeito, Vice Prefeito e Juiz de Paz (Art. 98, II) - 18 anos para vereador. E. HIPOTESES DE INELIGIBILIDADE (Art.14, § 4º) São inelegíveis os que não puderem se alistar e os analfabetos, pois só podem votar. (Art.14, § 4º) REELEIÇÃO: A proibição para se candidatar ao mesmo cargo os que exercem o poder executivo como: Presidente, Governadores, Prefeitos ou os seus substitutos nos últimos 6 meses antes das eleições (Art. 14, § 5º) deixou de existir a inelegibilidade a partir da Emenda Constitucional nº 16 de 04/06/97. Atualmente é possível a reeleição para: Presidente da República, Governadores de Estado, Prefeitos e quem os houver substituído no curso dos mandatos. INELEGIBILIDADE RELATIVA Para poder concorrer a outros cargos eles deverão RENUNCIAR a seus cargos, 6 meses antes das eleições. (Art. 14, § 6º) São INELEGÍVEIS: os cônjuges, parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção. (evitar eleger "Testa de Ferro" ou a mulher como no caso do Vicente Matheus que colocou a mulher no poder para ele presidir)Art. 14, § 7º O militar alistável é elegível (Art. 14, § 8º) - tendo menos de 10 ano de serviço e deverá ser afastado de sua atividade; - tendo mais de 10 anos de serviço, será anexado (agregado) e se eleito ficará inativo. Todas estas medidas visam o impedimento da utilização das vantagens políticas dos exercentes de cargo público, pessoalmente ou através de terceiros. Os casos de Inelegibilidade estão na Lei Complementar n- 64 de 18/05/90) Dr. Edison Yague Salgado Advogado e Professor de Direito ______________________________________________________________________________________________ 3 F. COMPETENCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL Cabe a Justiça Eleitoral, organizar, regular e controlar as eleições, contra o abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. (Art. 14, §10) Compete ainda julgar impugnação de mandato eletivo se oferecida denúncia até 15 dias antes da diplomação e tramitará a Ação em "segredo de Justiça" (Art.14, §11) G. PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLITICOS (Art.15) A Constituição de 1988, proíbe a cassação dos direitos políticos e só é possível a PERDA ou SUSPENÇÃO nos seguintes casos: I. Cancelamento da naturalização (processo transitado em julgado) (Art. 15, I) II. Incapacidade civil absoluta (surdos-mudos, os loucos, os ausentes e os menores de 16 anos) (Art. 15, II) III. Condenação criminal (transitada em julgado) (Art.15, III) IV. Recusa de cumprir obrigações ou prestação alternativa Art. 5, VIII (ver Art. 15, IV) V. Improbidade administrativa nos casos do art. 37, § 4º (improbidade = desonradez, canalhice) (Art.15, V) H. LIMITE TEMPORAL À MUDANÇA DAS LEIS ELEITORAIS (Art.16) Para evitar CASUISMO a Constituição de 1988 (Art. 16) é taxativa explicando que a lei que alterar o processo eleitoral, somente poderá entrar em vigor, um ano após a publicação da lei. Isto é muito bom para evitar alterações de leis eleitoreiras de ultima hora, para o favorecimento de terceiros. PROF. EDISON YAGUE SALGADO EYS/ Tema 5 – Dos Direitos Políticos Dr. Edison Yague Salgado Advogado e Professor de Direito ______________________________________________________________________________________________ 4 INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO DIRETA DO POVO 1. PLEBISCITO: é uma consulta popular, visa decidir previamente uma questão política ou institucional, antes de sua formação legislativa, autoriza a formulação de um projeto de lei. Está previsto no Art. 14, I, podendo ser utilizado pelo Congresso Nacional nos casos em que decidir seja conveniente, sendo também indicado para a formação de novos Estados e de novos Municípios (Art. 18, § 3º e 4º) 2. REFERENDO: é também uma consulta popular, visando a aprovação de textos ou projeto de lei ou de emendas Constitucionais já aprovados previamente e o referendo ratifica ou rejeita o projeto já elaborado. Estes textos devem ser submetidos à vontade popular sobre determinado projeto e caso não seja aprovado será considerado como rejeitado e deverá ser reformulado ou revisto. Está previsto no Art. 14, II, sendo atribuição exclusiva do Congresso Nacional, que poderá utiliza-lo conforme Art. 49, XV. 3. INICIATIVA POPULAR: A Constituição de 1988 admite que o povo possa apresentar projetos de lei ao legislativo, desde que subscritos por um número razoável de eleitores. O projeto precisa ser subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Deve ser apresentado à Câmara dos Deputados, (Art. 14, III e Art. 61, § 2º) PROF. EDISON YAGUE SALGADO EYS/ Tema 5 – Dos Direitos Politicos.doc
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