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Soja: Produtos, Subprodutos e Tecnologias Envolvidas
Resumo
A soja constitui hoje o principal alimento para as rações de animais de produção. Ela pode ser utilizada de várias formas, aproveitando produtos e subprodutos na alimentação animal, contudo, deve-se levar em conta os fatores anti-nutricionais presente nas sementes. Esse problema pode ser resolvido facialmente hoje em dia, devido as tecnologias envolvidas no processamento da soja, uma vez que, submetida ao calor, os seus valores nutricionais são aproveitados de maneira mais eficiente, obtendo uma nutrição animal de qualidade.
Introdução
A soja (Glycine Max) é uma planta pertence à família Fabaceae, sendo uma das mais importantes culturas agrícolas em todo mundo e principalmente no Brasil. Seu grão é rico em proteínas (40%) e óleo (20%) (Sediyama, Tuneo 2009).
Sementes da soja
A planta pode ser utilizada como adubo verde, forragem, silagem, feno e pastagem. O grão pode oferecer o óleo para alimentação humana, produção de biodiesel, desinfetantes, lubrificantes, sabão, entre outros. O farelo é utilizado na alimentação humana e animal (Sediyama, Tuneo 2009).
A planta Soja
	Diante deste contexto, o presente trabalho se propõe a apresentar uma revisão de literatura a cerca dos principais produtos e subprodutos da soja, bem como as tecnologias envolvidas no processamento da mesma.
A soja
A soja "in natura" não é consumida em larga escala, devido a presença de fatores anti-nutricionais em sua composição. Entretanto o processamento pelo calor permite a destruição da maioria das moléculas inibidoras da digestão. Os principais processamentos para beneficiamento são a extração de óleos com solventes, a tostagem, a micronização e a extrusão da soja. No processamento da soja são produzidos vários ingredientes com aplicação em nutrição animal, entre os quais: os farelos de soja 44 ou 48 % de proteína, o óleo, as lecitinas, a borra, a casca e o concentrado protéico de soja. A qualidade dos ingredientes é medida na indústria pelo índice de atividade ureática e solubilidade da proteína. Entre os ingredientes citados a soja integral extrusada é a que apresenta melhores características nutricionais (Bellaver, Cláudio).
Produtos e subprodutos da soja
	De acordo com Andriguetto (2002), a soja pode ser oferecida ao animal de várias formas, onde podemos observas nos tópicos que se seguem:
Soja crua
	As sementes moídas são um excelente suplemento protéico para ruminantes. A soja crua possui fatores antivitamínicos, por isso não se deve utilizar em grandes quantidades nas rações, implicando na diminuição de caroteno e vitamina A necessária na alimentação de ruminantes.
	Em aves e suínos a soja crua não é adequada em virtude da presençade fatores tóxicos.
Semente de soja aquecida
	Após cozimento ou tostagem tem seu valor alimentício consideravelmente aumentado e serão consequentemente aproveitadas pelos suínos e aves, pois destrói substância inibidora da tripsina e da eripsina, necessária para a digestão das proteínas, bem como a soijina que interfere na absorção dos aminoácidos sulfurados e no metabolismo da vitamina A.
Torta de soja tostada
	Apresenta em média 44% de proteína bruta, 1,5% de gordura e 7% de proteína bruta. É pobre em cálcio e rico em fósforo. Após moída é denominada farinha de torta de soja tostada, forma na qual é utilizada nas rações. É o melhor suplemento protéico.Para ruminantes e eqüídeos não há diferença no valor nutricional entre a cozida e a crua.
Farinha de torta de soja descascada
	O processo de extração de óleos, que utiliza os grãos de soja descascado, origina uma farinha de 48 a 50% de proteína bruta, e baixo teor em fibra bruta, 2 a 3%, o que eleva seu valor energético, resultando em um excelente ingrediente para rações de alta energia.
Resíduos da soja
	Nos processos de extração que utiliza os grãos descascados, resta um resíduo que é constituído pela casca e fragmentos de soja. O farelo constituído por estes resíduos apresenta em média 17% de proteína e 29% de fibra bruta, não sendo, portanto, um alimento de alto valor. Apenas utilizado em rações de ruminantes, pois não sofre a ação do calor.
Farinha de soja integral
	Sendo a soja a semente oleaginosa que hoje apresenta maior disponibilidade no mercado mundial, vários estudos se desenvolveram a fim de definir a melhor tecnologia de produção da farinha de soja integral extrusada (FSIE) e sua aplicação na alimentação animal.
	Vários estudos demonstram que a FSIE, adequadamente processada, apresenta eficaz valor nutritivo em relação adigestibilidade, utilização da proteína, aminoácidos, energia metabolisável.
	A FSIE pode ser utilizada com sucesso em várias espécies, especialmente em suínos e aves. O elevado teor de gordura pode ser restritivo para ruminantes e equinos por interferir nos processos microbianos do rúmen e cólon, respectivamente.
	Andriguetto (2002), afirma que existem várias substâncias prejudiciais à nutrição dos animais monogástricos presentes nas sementes da soja: “inibidores de proteases, hemaglutinina, lipoxidases, algumas saponinas e compostos com atividade estrogênica” (ANDRIGUETTO, 2002, p. 322).
	Essas substâncias influenciam no crescimento dos monogástricos, causando diminuição da absorção de proteínas, dessa forma, prejudicando o desenvolvimento dos animais. Além disso podem prejudicar a fertilidade e outros efeitos nocivos.
Casca da soja
	A casca de soja torna-se atraente pelo aspecto quantitativo, entretanto, por ser um ingrediente alternativo, ou seja, tem pouca tradição nas dietas dos animais, pode ser alvo de preconceitos quanto ao seu valor nutritivoe efeito no desempenho e na saúde dos animais. Muitos produtores são resistentes a determinados tipos de alimentos, devido ao pouco conhecimento com relação aos aspectos mencionados anteriormente (SILVA, 2015).
A substituição dos grãos pela casca de soja na alimentação de bovinos, além do aspectoeconômico, pode trazer benefícios na eficiência de utilização dos alimentos pelo animal, uma vez quegrãos de cereais com alto teor de amido, como os grãos de sorgo e de milho, podem provocar efeitoassociativo negativo, reduzindo a digestibilidade da fração fibrosa da dieta. Em razãodas suas características nutricionais, a casca de soja pode ser incorporada às dietas tanto como alimentoconcentrado, como volumoso.
A casca de soja pode chegar a 80% do valor energético do milho, além de proporcionar aos animais um valor de fibra bem acima do milho. Por esses motivos, a casca pode, tranquilamente, substituir volumosos de alta qualidade, sem interferir nas concentrações de acetato ruminal e teor
de gordura do leite.
A alta palatabilidade, unida às características nutritivas deste produto, gera um ingrediente que pode ser adicionado em dietas de vacas em lactação e bovinos de corte, controlando a acidose ruminal em dietas com altos níveis de concentrados (RODRIGUEZ, 2015).
Dentre todos os produtos e subprodutos, o mais utilizados na produção animal é o farelo de soja, resultante da extração do óleo e as cascas.
Tecnologias envolvidas
Extrusão da soja
	A extrusão pode ser definido basicamente como um processo de cozimento sob pressão e alta temperatura em curto tempo, colocando o ingrediente sob fricção no cone de extrusão. A extrusão é considerada como um ótimo meio, pois devido a alta pressão há o rompimento da parede celular do grão, aumentando a digestibilidade (SEDIYAMA, 2009).
Equipamento utilizado para extrusão da soja.
Micronização
Na micronização, primeiramente o grão da soja passa por um processo de limpeza e é colocado em uma esteira onde é submetido ao aquecimento por vapor indireto. Esse processo dura 2 a 3 minutos e uma temperatura de 360 graus Celsius. Durante o processo o grão é aquecido e a água é vaporizada, o grão fica inchado e com fissuras internas. Após ele é resfriado e está pronto para ser moído por rolos (micronização) e atingir uma granulometria final de cerca de 30 microns e então estará pronto para ser utilizadoem rações.
Equipamento utilizado para micronização da soja.
	Os métodos de processamento da soja mais utilizados pelas industrias e produtores tem sido a extrusão e a tostagem pelo vapor ( SILVA, 2009, p. 96)
De acordo com Silva (2009), a soja tostada, quando comparada com a soja extrusada apresenta menor digestibilidade dos aminoácidos, além de possuir maior atividade ureática.
Durante a inativação dos fatores antinutricionais deve-se observar atentamente as variáveis seguintes: a temperatura, o tempo de aquecimento, a presão utilizada, a umidade e o tamanho das partículas, as quais exigem o máximo de cuidado para se obter um produto de elevada qualidade nutricional (SILVA, 2009, p. 99).
Considerações finais
	A soja é o grão mais utilizado na alimentação animal, no entanto, a utilização de seus produtos e subprodutos deve ser feita com cautela, devido as substancias tóxicas presentes na planta. Submeter a soja à ação do calor é uma ótima opção, evitando dessa forma transtornos, principalmente quando se trata de suínos e aves.
Referências
BELLAVER, Claudio. Processamento da soja e suas implicações na alimentação de suínos e aves. Disponível em: <http://file.aviculturaindustrial.com.br/Material/Tecnico/2012/soja_si_ai.pdf>. Acesso em: 24 maio 2015.
SILVA, Bruno Alexander Nunes, A casca de soja e sua utilização na alimentação animal. Disponível em: <http://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/artigos/008V1N1P59_68_JUL2004.pdf>. Acesso em: 26 maio 2015.
RODRIGUEZ, Norberto Mário; SOUSA, Luciano Fernandes; CASTRO, Kélvia Jácome de,Utilização de Subprodutos da Agroindústria na Alimentação de RuminantesExperiência Brasileira. Disponível em <www.abz.org.br/files.php?file=documentos/Norberto___CYTED> . Acesso em 26 maio 2015.
TONISSI, Rafael Henrique de;GOES, Buschinelli de; SILVA, Luiz Henrique Xavier da;SOUZA Kennyson Alves de. Alimentos e alimentação animal. Disponível em: 
<www.ufgd.edu.br/editora/cadernos-academicos/...e...animal/at.../pdflivro>. Acesso em: 26 maio 2015
SEDIYAMA, Tuneo. Tecnologia de produção e usos da soja. Londrina: Mercenas, 2009. 
ANDRIGUETO, José Amilton. Nutrição animal. As bases e os fundamentos da nutrição animal.São Paulo: Nobel, 2002.
SILVA, Sebastião. Matérias-primas para a produção de ração. Viçosa-MG: Aprenda Fácil, 2009.

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