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Ação de Retificação de Registro Civil

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CAMPUS SULACAP
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE FAMILIA DO FORUM REGIONAL DE ________ DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PAULO ROBERTO, brasileiro, solteiro, profissão, RG -----------, CPF -------------, com endereço na Rua -----------, n° ---, Bairro, Rio de Janeiro, CEP:------ - --, por intermédio de sua advogada, constituída nos termos da anexa procuração judicial, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, promover a presente
AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL
com fundamento nas Leis Federais 6.015/73, 9.708/98, 12.100/09, artigo 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, artigo 126 do Código de Processo Civil, inciso XXXV, artigo 5º, da Constituição Federal, além das Normas da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, bem como a ampla Jurisprudência pertinente, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, declara que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas processuais, os emolumentos devidos a notários ou registradores, e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio sustento ou de sua família, razão pela qual faz jus à gratuidade da justiça, de forma integral, nos termos do Art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal; c/c Art.98, caput e §1º; e Art.99, §3º, do Código de Processo Civil de 2015.
II – DOS FATOS 
 O Autor da petição por nunca ter se sentido nascido no sexo correto biologicamente fez diversos procedimentos médicos e intervenções cirúrgicas visando se adequar ao seu gênero psicológico. 
 Ao completar a maioridade civil, inclusive, realizou a cirurgia de transgenitalização, fato este colaborado e apoiado por seus familiares.
 O Autor alega que se sente constrangido toda vez que tem que apresentar sua documentação, pois o nome que consta em sua documentação não condiz com sua aparência física, motivo este, pelo qual procurou o cartório de registro civil de pessoas naturais para sua mudança de nome, fato este que foi negado injustificadamente.
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A - DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
 O Autor por se sentir reprimido psicologicamente ao ter que se apresentar com o nome masculino, quando todas suas características físicas, psicológicas e emocionais, dizem totalmente ao contrario, ou seja, mulher, pretende que tal discrepância seja observada e reparada, a fim de que seja atendida a necessidade autoral. Com fundamentos na dignidade da pessoa humana, conforme artigo 1°, inciso III, da Constituição Federal de 1988.
B - DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
 O Conselho Federal de Medicina, na hoje revogada Resolução nº 1.482 de 1997- no mesmo sentido o artigo 3º da Resolução nº 1.652 de 2002, permitiu, a título experimental, a realização de cirurgia de transgenitalização do tipo neocolpovulvoplastia, neofaloplastia e procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários, desde que observados os seguintes requisitos: a) a existência de desconforto com sexo anatômico natural; b) desejo compulsivo expresso de eliminar a genitália externa, perder os caracteres primários e secundários do próprio sexo e ganhar os do sexo oposto; c) permanência do distúrbio de identidade sexual de forma contínua e consistente por, no mínimo, dois anos; d) ausência de outros transtornos mentais; d) avaliação de equipe médica composta por cirurgião plástico, geneticista, neuropsiquiatra, endocrinologista, urologista, psicanalista, psicólogo e assistente social, que, depois de dois anos de acompanhamento conjunto e atendimento psicoterápico, deverá dar o diagnóstico de transexualismo de maior de dezoito anos e atestar a ausência de características físicas inapropriadas para a cirurgia, Tal operação deverá ser feita em hospitais universitários ou públicos adequados à pesquisa, desde que preenchidos os critérios acima mencionados e desde que haja consentimento livre e esclarecido do próprio paciente (Res. CNS nº 196 de 1996) e um relatório de psiquiatria, comprovando a necessidade terapêutica e declarando ser caso de transexualismo, e de um psicólogo, acompanhado de testes variados indicativos de equilíbrio emocional e do maior ou menor grau de feminilidade etc. Será necessária a pesquisa dos cromossomos sexuais, de cromatina sexual e de dosagens hormonais.
C - DA LEI DE RESGISTROS PÚBLICOS
 Conforme dispõe a Lei de Registros Públicos, em seu artigo 57, é permitida a alteração de registro civil, desde que haja motivação, desde que o Ministério Público tome conhecimento e que um juiz competente reconheça essa mudança de nome por decisão judicial, com seu devido deferimento. Fato este que se verifica claramente no caso concreto, pois todas as evidências físicas e psicológicas denotam que o autor não mais se reconhece como sendo do sexo masculino, mas sim, feminino.
D - DA JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência é pacífica e caminha no seguinte entendimento:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO. MUDANÇA DE SEXO. TRANSGÊNERO. Quando está comprovado que a retificação do registro de nascimento não trará qualquer prejuízo à sociedade e, sobretudo, garante a dignidade da pessoa humana daquele que a pleiteia, cumpre a procedência do pedido. A identificação de gênero não está vinculada aos órgãos genitais, mas, sim, à identificação psíquica do ser humano. Precedentes desta Câmara. PEDIDO DO MP PARA INDICAÇÃO DE INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PEDIDO INDEFERIDO. DERAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70065099772, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 16/07/2015).
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO.  MUDANÇA DE SEXO. TRANSEXUALIDADE. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Quando está comprovado que a retificação do registro de nascimento não trará qualquer prejuízo à sociedade e, sobretudo, garante a dignidade da pessoa humana daquele que a pleiteia, cumpre a procedência do pedido. Sentença mantida. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70052872868, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 04/04/2013).
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO QUANTO AO NOME E SEXO  DO AUTOR. TRANSEXUALISMO. AUSÊNCIA DE CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL. INVIABILIDADE DA ALTERAÇÃO DO REGISTRO, UMA VEZ NÃO PREVISTA CIRURGIA PARA MUDANÇA DE SEXO, NEM MESMO PROVA ROBUSTA ACERCA DA ABRANGÊNCIA DO TRANSTORNO SEXUAL. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70056132376, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 13/11/2013).
IV – DOS PEDIDOS
 a concessão da Gratuidade de Justiça, de forma integral, diante de sua insuficiência de recursos, conforme exposto acima (item I);
 requer que seja reconhecida a pretensão autoral de retificação de registro civil de PAULO ROBERTO para FULANA;
que seja respeitado o entendimento do Conselho Federal de Medicina, a fim de terminar constrangimentos ao Autor, visto que ele já fez a operação, e que agora é uma mulher e não um homem;
que seja cumprida a Lei de Registros Públicos, a fim de exterminar constrangimentos ao Autor, que é uma mulher e não um homem;
que se observe o entendimento jurisprudencial a respeito de tal ação.
V – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2017.
IARA JESUINO DE SOUZA E SILVA RODRIGUES
ADVOGADA – OAB
201201268753
Parte superior do formulário
Av. Marechal Fontenelle, nº 3.555, Jardim Sulacap, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 21.740-001
Tel.: 3463-9811

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