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DESAFIO PRONTO 3 SEMESTRE

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Universidade Anhangue- Uniderp osasco
Curso de Serviço Social
 Ingrid Luana de Souza Oliveira – RA:9327821744
Jéssica Tamires Pereira de Oliveira – RA:1299133402
 Julia de Oliveira Siqueira – RA:6168681287
 Solange Batista dos Santos – RA:3032881656
 Lenilda Dias de Souza - RA: 6162672371
Desafio Profissional
Disciplinas norteadoras: Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social lI; Psicologia e Serviço Social l; A organização Social do Brasil; Antropologia Aplicada ao Serviço Social; Direito e Legislação.
	
Osasco 28 de maio de 2017
Autores: Ingrid Luana de Souza Oliveira – RA:9327821744
Jéssica Tamires Pereira de Oliveira – RA:1299133402
Julia de Oliveira Siqueira – RA:6168681287
Solange Batista dos Santos – RA:3032881656
Lenilda Dias de Souza - RA: 6162672371
 
 DESAFIO PROFISSIONAL
Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II; Psicologia e Serviço Social l; A organização Social do Brasil; Antropologia Aplicada ao Serviço Social; Direito e Legislação.
Tutora EAD: Celina Atonia da Silva
Osasco 28 de maio de 2017
Sumario
1. Introdução.............................................................................................................4
2. Discursos intolerantes, odiosos, reducionistas e preconceituosos no cenário brasileiro atual..............................................................................................................................5
 2.1 Diferentes expressões dos preconceitos..................................................................................................................6
3. Legislações em discussão e perdas dos direitos da classe trabalhadora................7
 3.1.O projeto da lei trabalhista................................................................................7
 3.2.Reforma da Previdencia....................................................................................9
4. Reconceituação, contextualização histórica e sistematização conceitual do serviço social.............................................................................................................................10
5. Resumo crítico sobre o cenário brasileiro e o serviço social...................................15
6. Considerações Finais...............................................................................................18 
7. Referencias Biblioraficas.........................................................................................19
INTRODUÇÃO
Há mais de um decênio que o universo sócio-político brasileiro passa por mudanças significativas provocadas por varias crises políticas e socais que, em termo de serviço social representam problemáticas e retrocessos. Quanta política, essa se caracteriza por decadências continuas, por lutas para o poder entre partidos servindo das estratégia políticas como conservadorismo para queixar, culpar e se manter no poder pelos interesses egoístas. [1: Cfr. Paulo José Neto, vídeo sobre o conservadorismo político no Cenário brasileiro.]
Nesta linha muitas legislações foram elaboradas, reelaboradas, modificadas ultimamente e a maioria delas com as reduções sem medida de direitos. O exemplo dessas é o caso dos cortes nos setores essenciais como Saúde, Educação, Previdência, atualmente em debate. Trata-se de retrocesso dos direitos, historicamente conquistados pela classe trabalhadora no Brasil, que o congresso nacional e os representantes dos interesses do capital tentam retirar da população juntamente com o governo brasileiro. Atualmente essa perda dos diretos está mascarrada nos jogos e discursos políticos em termos de “ajuste fiscal das contas publicas”, que em realidade são cortes das políticas sociais. Elucidamos o exemplo concreto do corte inconstitucional da CLT, que faz perder aos trabalhadores seus direitos por meio de uma política em retrocesso que se tornou repressora e opressora. 
No entanto, a memória história mostra que em maioria das vezes ou quase sempre, as repercussões causadas pelas decadências sociais afetam diretamente ou de forma mais trágica a classe trabalhadora e/ou os pobres. Consequentemente, no nível social cresce cada vez mais a população carente, aumenta a descriminação, o preconceito e a intolerância social no cenário brasileiro. Fato que gera mais violência e ódio. Tais fatos sendo como afirma Simone Guimarães, a matéria prima do serviço social ,interpelam os assistentes sociais e os que resistem no campo da luta de classe. Por isso, o presente exercício cognitivo consistirá a refletir sobre o quotidiano do cenário brasileiro relativamente às legislações em retrocesso e aos discursos de intolerância na sociedade.
Pelas razões metodológicas, esse trabalho será articulado em quatro partes, além da introdução e da conclusão. A primeira será sobre os discursos intolerantes, de ódio, reducionistas e preconceituosos no cenário Brasileiro contemporâneo. A segunda consistirá num levantamento das legislações que estão em discussão no país retrocessos e perdas da classe trabalhadora. A terceira fará o estudo sobre o Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil e o rompimento do conservadorismo. E a quarta parte fará a análise de conjuntura do profissional do serviço social.
2. DISCURSOS INTOLERANTES, ODIOSOS, REDUCIONISTAS E PRECONCEITUOSOS NO CENÁRIO BRASILEIRO ATUAL
Dando um olhar retrospectivo na Sociologia e na Literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospitaleiro. No entanto, o olhar crítica sobre a realidade social brasileira atualmente mostra o contrario. Basta ver o que acontece nas redes sociais para ter em conta da gravidade da questão. O que a gente tem visto nas redes sociais é o crescimento do discurso de ódio, de intolerância às diferenças.
A democracia racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades virtuais do país. um algoritmo. As plataformas como Facebook, Twitter e Instagram são cheias de mensagens e textos ligadas a esses temas preconceituosos, a saber: intolerância, racismo, posicionamento político e homofobia que traduzem a descriminação. 
Dos discursos de intolerância e preconceito se entende, todos os tipos de falas, discriminatórios contra as pessoas relativos as suas condições sociais, suas raças, seus gêneros. São discursos geralmente injuriosos e ameaçadores com pesos psicológicos. 
Esses discursos existem também na sociedade. A questão é que nem sempre eram visíveis. Por exemplo, o racismo e o discurso contra as minorias. Mas esses adquirem muito mais visibilidade no espaço online. Outra formaquedeixabemclaraa intolerância, o ódio e os preconceitos no cenário contemporâneo brasileiro é o bullyng um tema bastante adotado, nas escolas. 
No entanto, por mais que este tema ficou bem visado pela mídia, com a tentativa de resolver a questão, não ocorreu à diminuição de sua prática. Podemos notar isto através das redes sociais. Nas redes sociais não faltam em cada momento vídeos de violência entre crianças ou adolescentes em escolas brigando. Através disto percebe-se que, apesar das campanhas de conscientização não houve mudanças. 
Nos últimos meses o Brasil passa por diversos períodos de manifestações e paralisação do povo reivindicando os seus direitos em retrocessos e perda. Direitos que, mal reivindicados, se transformam em discursos intolerantes e violentos.
2.1 Diferentes expressões dos preconceitos
No entanto, hoje mais que nunca no mundo, existem muitas vias através das quais os homens canalizam seus preconceitos. Porém as mais comuns dessas são as diferencia étnicas, religiosa, racial, e classe social.
Racismo: 
O racismo é o preconceito exagerado contra pessoas pertencentes a uma raça (etnia) diferente, geralmente considerada inferior (Dicionário etimológico da língua portuguesa).Isto é,o domínio de determinados povos sobre os outros. O racismo foi responsável de muitas atrocidades como genocídios que ocorridas na história da humanidade. Essa realidade ainda é presente na sociedade brasileira, nas instituições publicas como escolas, lugar de trabalho, nas redes sociais, etc. e é responsável de muitas desigualdades sociais, exclusões sociais, rejeição, ódio até mesmo violência física. Um dos exemplos mais eloquentes do racismo é o do Goleiro de Santos, chamado de macaco por uma menina por ser negro.
Transfobia: 
É a aversão para com as pessoas trans (transexuais, transgêneros, travestis) ou discriminação à estes.  A transfobia é geralmente expressa de forma aberta na sociedade contra as pessoas trans, quer sob a forma verbal nas opiniões negativas, quer através das agressões físicas. A transfobia se manifesta também indiretamente na preocupação excessiva em garantir que as pessoas sigam os papéis sociais associados ao seu sexo biológico. Por exemplo, frases como “menino não usa saia”.  A transfobia muitas vezes é combinada com homofobia quando é feita a associação entre homens femininos e homossexualidade, partindo do princípio – equivocado – de que todos os homossexuais são necessariamente femininos e que ser homem efeminado é algo de negativo.
Gordofobia: 
É a forma de opressão, a pessoas com mais tecido adiposo no corpo (mais gordura no corpo). É a desqualificação e inferiorização dessas pessoas, baseada em critério único de que essa maior quantidade de gordura no corpo, incapacita, invalida e enfeia essas pessoas. O uso do peso corporal como pretexto de corte em concursos públicos, em entrevistas para empresas privadas é uma das realidades atuais. 
Ao termo desta reflexão, não se pode não ressaltar a sociedade brasileira vive momento de deus-nos-acuda ou de tumultos sociais generalizados. Os discursos intolerantes e preconceitos sociais presenciam todas as camadas e redes sociais. Facebook, twitter, e tantas outras redes são os espaços referenciais desta realidade. Esses fatos criam cada vez mais clima de rivalidades e repercutem enfim nas violências generalizadas e ódio de uns contra os outros. No ponto de vista do serviço social, essa realidade constitui um verdadeiro problema. Suas conseqüências são rejeição, descriminação, pobreza, etc. Necessita portanto de ação imediata das instancias competentes para tirar o pais deste abismo para o qual se dirige.
3. LEGISLAÇÕES EM DISCUSSÃO E DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA
Atualmente o país passa por diversas mudanças em sua legislação que está passando por retrocessos e perdas dos direitos das classes trabalhadoras. Com isto, o cenário econômico e social do Brasil está em fase de mudança. Essa mudança atinge os direitos trabalhistas com cancelamento da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho, criada em 1943). Nesse passo vamos apresentar duas grandes questões da atualidade, a saber, o projeto da lei e a reforma da previdência.
3.1. O projeto da lei trabalhista
Essa tentativa de mudança da legislação é apresentada no Projeto da Lei abreviado “PL” 4302, que segundo os analistas, nega todo o projeto de sociedade “livre, justa e solidária”, que garante “desenvolvimento nacional”, erradicar a pobreza, reduzir a desigualdades e promover “o bem a todos”.
Pois, o projeto amplia de forma ilimitada as possibilidades de precarização do trabalho no país, permitindo que os empresários façam uso da terceirização sem limites e sem nenhuma proteção para os trabalhadores. Ele amplia o prazo e as possibilidades de utilização do trabalho temporário. 
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4302/98, que permite o uso da terceirização em todas as áreas (atividade-fim e atividade-meio) das empresas. Foi aprovado um substitutivo do Senado para a matéria, que também aumenta de três para seis meses o tempo do trabalho temporário, prazo que pode ser alterado por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. O texto será enviado à sanção presidencial. Texto aprovado nesta também libera o trabalho temporário tanto para as atividades-fim quanto para as atividades-meio das empresas A matéria foi aprovada com parecer do deputado Laercio Oliveira (SD-SE), que excluiu do texto uma anistia para as empresas – tanto contratantes quanto de terceirização – relativa a multas e penalidades impostas com base na legislação modificada e não compatível com a nova lei.(Site da previdência social)
 
Analisando mi nega o direito fundamental à relação de emprego (artigo 7º, I), à irredutibilidade de salário (art. 7º, VI), às férias (art. 7º, XVII),  à redução dos riscos inerentes do trabalhador (art. 7º, XXII), apenas para citar os exemplos mais óbvios. 
E se o argumento da inconstitucionalidade não animar, mantém-se a mesma possibilidade, hoje já existente, de exame do caso concreto, a fim de aferir se a opção administrativa de terceirizar, mesmo sendo lícita, não promove redução ou supressão de direitos fundamentais trabalhistas. Nesse caso, tal opção é nula, por força do que dispõe o artigo nono da CLT. 
Do mesmo modo, se verificada a caracterização da figura do empregador “dividido” de forma fictícia, entre prestador e tomador, basta invocar o artigo segundo da CLT, para justificar o reconhecimento do vínculo de emprego direto. Aliás, o próprio PL 4302 dispõe em seu artigo 22 que “presentes os elementos constitutivos da relação de emprego previstos na CLT” restará configurado o vínculo de emprego entre a tomadora e os trabalhadores.
A aprovação desses projetos de lei deve servir de estímulo à criação e ao desenvolvimento de uma racionalidade trabalhista comprometida com a história e a razão de ser do Direito do Trabalho, e evidentemente com os parâmetros constitucionais que estabelecemos em 1988.Outra emenda que em 2016 foi motivo de discussão foi a PEC 241/2016 proposta por Michel Temer a comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) discutiu, os impactos da redução orçamentária para as áreas de saúde e educação que poderiam ocorrer com a aprovação da proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 a emenda limita o aumento dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior. A maioria dos participantes considerou a proposta inconstitucional e um ataque aos direitos humanos. O único representante do governo  afirmou não ser possível garantir que haverá redução orçamentária, pois as variáveis econômicas para definir os índices a serem aplicados ao orçamento são voláteis.
3.3.Reforma da previdência
Para ter uma idéia clara sobre o reforma da previdência social, convém saber o que é a previdência social. Baseando-nos na definição apresentada no site da Previdência Social, essa se define de maneira seguinte: 
No Brasil, a Previdência Social é um direito social, previsto no art. 6º da Constituição Federal de 1988 entre os Direitos e Garantias Fundamentais, que garante renda não inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua família nas seguintes situações, previstas no art. nº 201 da Carta Magna: Cobertura dos eventos de doença, Invalidez, morte e idade avançada; Proteção à maternidade, especialmente à gestante; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. (Fonte site previdência social)
No dia 06 de dezembro de 2016 foi anunciado a Reforma da Previdência já existente. O projeto define que a idade mínima para a aposentadoria (65 anos) e estabelece que só receberá o teto da previdência quem contribuir por 49 anos completos. 
No seu artigo do dia 06 de dezembro de 2016 sobre o Governo Temer e a Reforma da Previdência, Paulo Lannes pensa que o benefício será limitado a 100% da média de salários de contribuição – o que, na prática, implica que o trabalhador terá de contribuir por 49 anos para ter direito ao benefício integral. O valor também continuará limitado ao teto do Regime Geral da Previdência Social (RGPS),atualmente em R$ 5.189,82. Com a nova regra, tanto o fator previdenciário quanto a fórmula 85/95 deixarão de existir”.[2: http://www.metropoles.com/brasil/politica-br/governo-temer-detalha-reforma-da-previdencia]
Relativa á reforma da previdência, muitas críticas contra surgiram. Muitos consideram que a Reforma da Previdência tem muitas desvantagens em relação ao progresso e direitos sociais. Nesta linha, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil reunidos dia 23 de março de 2017 em Brasília pensa que a proposta de emenda à Constituição (PEC) em debate no Congresso reduz a Previdência a uma questão econômica e “escolhe o caminho da exclusão social”.[3: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-03/cnbb-critica-terceirizacao-e-reforma-da-previdencia-em-nota-publica]
4. MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIA NO BRASIL E O ROMPIMENTO DO CONSERVADORISMO
O movimento de Reconceituação conhecido também como Reconceituação do Serviço Social surgiu paulatinamente em toda a América Latina em 1930 até a segunda metade de 1960, nos países com desigualdades sociais. Foi criado para dar resposta aos questionamentos da sociedade ao serviço social tradicional, e para atendimento das reais necessidades da América latina, em confronto com governos imperialistas e capitalistas:
Nesse sentido, os autores observam que a ruptura não ocorre de imediato, mas tenta efetivar-se por um processo de construção, a partir de questionamentos e reflexões críticas acerca do conteúdo teórico-metodológico da prática profissional, ante as especificidades do contexto social no qual se inscreve. ( NETTO, 2004, P. 20 ).
 Ao fazerem questionamentos sobre a dominação, os profissionais começaram a questionar também sua prática profissional. O movimento na América Latina influenciou o Brasil, mas este movimento em nosso país foi diferente, considerando a organização da categoria que buscou a fundamentação para a sua metodologia, teoria, técnica e operacionalização, também em função da realidade social com produção mais alargada e mais crítica das desigualdades sociais:
O movimento de reconceituação contribuiu fundamentalmente para deslocar o eixo de preocupação do Serviço Social da situação particular para uma relação geral [...] e de uma visão psicologizante e puramente interpessoal para uma visão política da interação e intervenção. (OZANIRA, 2009, P. 132).
Foi a partir dos anos 1960 que o conservadorismo e o tradicionalismo do Serviço Social passaram a ser questionados considerando a ocorrência das mudanças políticas econômicas e culturais configuradas no Brasil. Nos anos de 70 e 80 que este movimento realmente emergiu. Um dos fatores da eclosão desse movimento de Reconceituação foi perda de níveis salariais das camadas médias da qual pertencia o Assistente Social, tendo como reação a sua inserção nos sindicatos.
Ao fazer a articulação com uma das classes iniciou um debate coletivo o que explica a materialização e iniciação política da categoria com viés histórico. O movimento de Reconceituação germinou no interior da categoria, tendo como causa o acirramento das contradições ou aumento das desigualdades sociais, e também a inadequação do Serviço Social para atendimento destas demandas brasileiras, pois toda a sua fundamentação teórica vinha de outros países e não atendiam a situação brasileira. 
Os assistentes sociais além de melhores salários lutavam também contra a carestia e defendiam os moradores das favelas que requisitavam saneamento básico dentre outros. Com a reflexão do movimento também perceberam que não eram considerados profissionais liberais, mas pertencentes à classe trabalhadora o serviço social foi uma das profissões mais impactadas pelos fatos históricos a partir da ditadura, pois sua ação sempre foi colocada sob a tensão da relação capital versus trabalho. De um lado os dominantes, Estado e Instituições, querendo mais poder e lucro e de outro os trabalhadores, lutando contra a exploração a alienação e a mais valia deste antagonismo surgiu a questão social, resultantes das lutas no combate as desigualdades e exploração social.
É neste contexto que é impossível o profissional se manter dentro da neutralidade tão difundida no início da profissão, e assim a categoria pode identificar a ideologia política dos dominantes e dominados. Outro grande impacto foi que os profissionais se tornaram mais progressistas, vendendo a sua força de trabalho, se reconheceram como trabalhadores, e com compromisso de defender os direitos dos trabalhadores:
Esse processo desvela o caráter contraditório da prática profissional, uma vez que remete, sobretudo o espaço institucional, à necessidade de questionamento das normas institucionais que, via de regra, orienta a clientela para um processo de adaptação social, numa perspectiva de controle e dominação, preconizando a ruptura com esta prática, tendo em vista os interesses dos setores populares. (OZANIRA, 2009, P.87)
Temos que relacionar também ao III congresso a reinserção da classe operária na política, portanto a importância deste movimento para a construção do Projeto Ético Político do Serviço Social.Foi fator também da criação de uma nova identidade profissional baseada em uma dinâmica profissional crítica, com análise da realidade, da totalidade, reconhecendo todo cidadão como sujeito de direitos, e não de favores, promovendo ações para o favorecimento de toda a sociedade, principalmente quando passou a trabalhar com comunidades.O movimento de Reconceituação representou um marco decisivo no desencadeamento do processo de revisão crítica do Serviço Social, foi também um saldo qualitativo que foi se estruturando uma profissão interventiva no combate das desigualdades sociais e também um marco no processo de politização e mobilização de profissionais e estudantes com participação nos sindicatos em todo o país:
A profissão assume as inquietações e insatisfações deste momento histórico e direciona seus questionamentos ao Serviço Social tradicional através de um amplo movimento, de um processo de revisão global, em diferentes níveis: teórico metodológico, operativo e político. ( OZANIRA, 2009, P. 87).
O seu significado foi e é principalmente a ruptura com o conservadorismo e o tradicionalismo do serviço social. Este movimento se constituiu dos documentos citados na introdução deste trabalho como o de Araxá e outros e também os congressos principalmente o III, além de transformações socioeconômicas, políticas e culturais ocorridas na sociedade.Seu impacto hoje na profissão representa um marco histórico dividindo o serviço social em “antes e após” a Reconceituação. Concordamos com Netto, na revista serviço social e sociedade, quando afirma que o Reconceituação só pode ser adequadamente situada se se considerar que se inscreve num processo muito mais amplo de caráter mundial (Revista serviço social e sociedade, 2005, P. 6, n 84).
A construção do Projeto ético Político que é uma proposta ideológica construído diariamente, é constituído de três documentos: Diretrizes Curriculares, Código de Ética de 1986 e Lei 8.662/92, só foi possível a partir da Reconceituação, pois teve sua gênese na segunda metade da década de 1970. Atrelado com a teoria social de Marx possibilitou a nova visão da categoria, para Netto:
A existência deste Serviço Social crítico que hoje implementa o chamado Projeto Ético Político é a prova conclusiva da permanente atualidade da Reconceituação como ponto de partida crítica ao tradicionalismo; é a prova de que, 40 anos depois a Reconceituação continua viva. (NETTO, J. 2005, P. 18).
Com a Reconceituação tornou possível a formação de profissionais com novos perfis, criticando as vertentes individualistas, procurando embasamento científico e ético para sua intervenção, além de uma formação continuada, para respaldar o caráter moderno e atuante da profissão, formando uma nova identidade profissional. Representou para o Serviço Social o início de uma nova práxis um novo modo de refletir pensar e agir de maneira a criar vínculos com ações transformadorasque vai muito além do capital, como a “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo”.
Um era o grupo de técnicas assimiladas ao longo dos séculos pela beneficência e assistência social: a entrevista, a visita domiciliar, a ajuda material direta e indireta, o aconselhamento, etc. O outro se constituía das técnicas próprias das três ou quatro disciplinas que mais influenciaram o serviço Social nesses momentos (a sociologia, a medicina e o direito); a pesquisa, a prestação de informações, os trâmites e ainda que hoje nos pareça inaudito, vacinar, banhar bebês [...]. (PIRES, 2005 apud KRUSE, 1976, P. 52).
Na década de 60, os assistentes sociais organizaram vários encontros – nacionais e regionais – para pôr em pauta assuntos de grande interesse para a categoria. Em 1961, no Rio de Janeiro ocorreu o II Congresso Brasileiro, onde o tema central foi “Desenvolvimento nacional para o bem-estar social”. No ano seguinte a Conferência Internacional ocorrida em 1962 em Petrópolis enfocou o tema “Desenvolvimento de comunidades urbanas e rurais”. Estes fatos foram apresentados para mostrar o posicionamento da categoria mediante a iniciativa internacional que neste período apoiava as estratégias desenvolvimentistas do país:
Configura-se então, o que passa a denominar de Movimento de Reconceituação do Serviço Social, determinado por uma conjuntura de crise e de dependência político-econômica em relação ao imperialismo norte-americano. (OZANIRA, 2009, P. 71).
Para a autora Sandra Pires, (2005, P. 54), a mola propulsora que impulsionou a aproximação norte-americana, seria a valorização da profissão desde os meados da década de 30 até a década de 60. Os profissionais baseavam-se no ideário norte-americano que propunha uma maior racionalidade técnica. Os assistentes sociais brasileiros, assim como os europeus, tinham uma aproximação que se justificava pois tinham a necessidade de corrigir a fragilidade em termos operativos, do projeto profissional hegemônico de orientação neotomista-cristã. É importante salientar que o Serviço Social baseou-se na teoria das Ciências Sociais, bem como em outras disciplinas a exemplo a sociologia, medicina e direito:
[...] a interação das preocupações técnicas profissionais com as disciplinas vinculadas com as ciências sociais;é então que a formação recebe de fato o influxo da sociologia ,da psicologia social e da antropologia .e absolutamente inegável o aspecto positivo daí decorrente – principalmente se leva-se em conta o fato, consensualmente reconhecido, da ausência de fortes tradições intelectuais e de investigação na formação profissional” (NETTO, 2010, P. 126)"
Na mesma perspectiva o Ozanira pensa o seguinte: 
[...] o que conduz a um questionamento no âmbito das ciências sociais ,considerando que o movimento de Reconceituação vincula-se historicamente com diferentes correntes ideológicas presentes no campo daquelas disciplinas. ( OZANIRA ,2009, P. .87)
Em meados da década de 70, um grupo de assistentes sociais começa a pensar sua prática a partir da vertente instrumental técnico, na busca de alcançar a eficácia de sua ação. Este período é denominado por Netto de Processo de Renovação do Serviço Social. Podemos citar o encontro de Araxá – ocorrido em 1967 – conhecido por I Seminário de Teorização do Serviço Social, o que culminou em mais Sete encontros para debater os pontos elencados neste seminário citado. 
Segundo Netto, a partir da década de 80, sob a influência crítica da vertente Marxista, a profissão aponta a “Perspectiva de Intenção de Ruptura” de um profissional engendrado em oriundas perspectivas de atuação. É possível encontrar a inspiração do pensamento de Marx, nas pesquisas e na teoria política ideológica, tendo em vista que o assistente social, pertencente à classe assalariada, também vai além, quando percebemos que a categoria se especializou no trabalho coletivo, em vigor na lei 8662/93 e no código de ética atual. 
E a partir de uma perspectiva dialética é possível apanhar a intrínseca relação entre os elementos contrários presentes na continuidade e a ruptura de uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho. No que tange as concepções acerca da Reconceituação, percebe-se o esforço da profissão em caminhar na perspectiva de sua prática, sendo que esta não é meramente executiva, burocrática subalterna e paliativa, mas sim desvela a dimensão política. 
Notamos que a intervenção profissional pode contribuir tanto para uma “nova imagem” quanto para "auto-imagem da profissão, tendo como proposta a defesa dos direitos, proporcionando a transformação de uma nova sociedade, por meio dos projetos societários:
[...]cabe aos profissionais do serviço social a superação das limitações e dos equívocos, num permanente esforço de reconstrução histórica da profissão, sendo esse o verdadeiro significado desse movimento.” (OZANIRA, 2009, P. 96).
A auto-imagem do Serviço Social se inicia a partir do instante em que se reconhece como trabalhador assalariado, apontando a característica de uma profissão com limitações. Porém a condição de depender de sua força de trabalho, não é (e nem pode ser) um entrave ao enfrentamento de suas funções ímpares, tendo como base teórica o reconhecimento do indivíduo enquanto cidadão portador de direitos, dentro da sociedade que sempre perpassa por transformações, a luz de sua luta na defesa de direitos norteia como prioridade de sua ação profissional:
5. RESUMO CRÍTICO 
O presente passo pretende responder uma pergunta fundamental, a saber: como é o estado atual do cenário brasileiro e sua influencia direta ao serviço social? Para responder a essa pergunta tentaremos elaborar um resumo critico da realidade sócio-política e cultural da sociedade brasileira, nos baseando do conteúdo já apresentado nas linhas precedentes.
A sociedade brasileira vive um tempo de decadências e tumultos generalizados no plano social, político, cultural. Essa realidade transparece nos fatos sociais aqui descritos. Tal realidade é paralela á análise que Nogueira faz na seguinte: 
Em condições sociais de grande complexidade, como são as de hoje, não há como se ter mais segurança sem mais liberdade e mais democracia, além, evidentemente, de mais justiça, mais igualdade e mais respeito à lei. Lembrar do Estado sem isso é emancipar a autoridade de seus vínculos sociais, separar o poder público do poder político. É manejar a idéia de que se pode privilegiar o controle estatal em uma condição estrutural na qual os controles são precários e na qual predomina a incerteza e a insegurança. (NOGUEIRA, 2005, P. 03).
A crise da sociedade brasileira atual transparece em primeiro lugar nos conflitos sociais internos cada vez mais crescentes. Isto é sobretudo, através dos discursos intolerantes, de ódio, reducionistas, preconceituosos no cenário brasileiro constituem a expressão da crise social que o país está vivendo. 
Essa questão não deixa de atingir as mulheres, por exemplo, que muitos internautas parecem não entender que lugar de mulher é onde ela quiser, e a misoginia se alastra pelas redes. Assédio, pornografia de vingança, incitação ao estupro e outras violências são, por vezes, travestidos de “piadas” que são curtidas e compartilhadas, reforçando no ambiente virtual o machismo presente na sociedade. 
Nesta mesma perspectiva, os discursos odiosos e preconceituosos se estendem em diferentes aspectos da vida e se expressam através da gordofobia, do sexismo, da transfobia, do etnocentrismo, do racismo etc. No entanto, os conflitos sociais não geram apenas segregações entre as camadas sociais, mas também a exclusão, a marginalização e, portanto, a situação de pobreza. 
 Em relação ao serviço social, os discursos de preconceito e ódio constituem uma serie de volta ao “Estado de Natureza” virtual aonde “o homem é o lobo do próprio homem e a violência é generalizada” como pensa o THOMAS HOBBES 1642 ( no contrato social). 
Nesta ótica Nogueira salienta o seguinte: 
 Paralelamente à reiteração jurídico-formaldos direitos, continuam a se multiplicar as situações de desrespeito, preconceito, exclusão e indiferença, assim como continuam a se prolongar as situações de marginalidade, de desproteção e arbítrio” ( NOGUEIRA, 2004, P. 3).
O cenário político brasileiro atravessa terríveis crises. As lutas contínuas entre diferentes vontades e entidades políticas geraram segregação virtual. Como resultado do panorama político gerado a partir das eleições de 2014, “coxinhas” e “petralhas” realizam intenso debate nas redes, na maioria das vezes com xingamentos e discursos rasos, que incentivam o ódio e a divisão.
No outro lado, a crise política do Brasil se expressa atualmente através das numerosas legislações em declínio, em elaboração, em debates e outras enfim já promulgadas. Que podem levar o país está numa fase de retrocesso social quantos aos direitos já conquistados
Analisando criticamente, esta questão, convém ressaltar que o problema real que esconde a tentativa de reforma das leis brasileiras é a materialização dos direitos sociais, legalmente conquistados. 
Em relação aos grandes avanços alcançados pela sociedade brasileira no domínio do serviço social, essas realidades constituem um verdadeiro problema social sendo recuo a um estilo de vida que pode gerar a pobreza e miséria.
O dito retrocesso constitui em realidade uma serie de negociação dos direitos sociais dependentemente da vontade política do Estado, fato que pode ser entendido como absurdo. Isso porque, os inúmeros direitos sociais presentes na sociedade brasileira não são dádivas ou concessões caritativas dos governos. Mais são frutos dos conquistados pelas lutas sofridas dos movimentos sociais, escreve Nogueira:
Os direitos, porém, não são uma dádiva, nem uma concessão. Foram ‘arrancados’ por lutas e operações políticas complexas. (...) não são uma doação dos poderosos, mas um recurso com o qual os poderosos se adaptam às novas circunstancias histórico-sociais, dobrando-se com isso, contraditoriamente, às exigências e pressões em favor de mais vida civilizada. (NOGUEIRA, 2004, P. 02).
A elaboração das legislações que anula os direitos sociais constitui um tipo de violação dos direitos protecionistas que o próprio governo promoveria para garantir as condições de vida digna das pessoas, sobretudo aquelas que se encontram excluídas do mercado do trabalho ou nas situações de super-exploração. Olhando para o cenário brasileiro atual, essa realidade constituem também a ausência da atitude democrática.
A crise sócio-política e cultural do Brasil que afeta diretamente a classe dos trabalhadores e os pobres constitui um verdadeiro problema ou problemática que interessa o serviço social. Quer dizer que a luta dos trabalhadores e pobres contra os abusos do Estado recebe apoio do serviço. 
O Serviço Social deve ter sua ação orientada pela compreensão de que a luta pela afirmação e efetivação dos direitos sociais não é uma ‘utopia’, mas deve expressar o compromisso na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho constitui uma análise crítica da atualidade sócio-política e cultural brasileiro, na perspectiva do serviço social. Duas questões de atualidade constituem a problemática central desta análise, a saber: Primo, se trata das rivalidades ou conflitos sociais baseadas nas raças, nos gêneros, nas diferenças biológicas como gordos e magros. Essa realidade se materializou na sociedade atual em forma de discursos intolerantes, odiosos, reducionistas e preconceituosos em todos os espaços vitais, principalmente nas redes sociais como Facebook, Twitter, etc. 
Segundo muitos projetos de leis em debates, análises e em processo de aprovação no país, principalmente o que contempla a reforma da legislação trabalhista que, mais de uma pessoa consideram como regresso e aniquilação dos direitos sociais já conquistados ao longo da história.
As duas problemáticas evocadas constituem verdadeiros problemas para a sociedade atual na medida leva o país na situação de recuo a um passado ultrapassado. O primeiro caso evocado representa do ponto de visto social um mecanismo de segregação, exclusão e marginalização sociais e, portanto, gerador de pobreza. No outro lado a crise política atual constitui uma volta às práticas ditatoriais já ultrapassadas na era vagas caracterizadas pela centralização de decisões e aliança com blocos capitalistas. Para terminar, a situação descrita aqui constitui uma problemática urgente, que interessa o serviço social a lutar pela reconquista dos direitos sociais.
7. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS
FALEIROS, Vicente de Paula. Metodologia e Ideologia do Trabalho Social, Editora Cortez, 10ª ed. São Paulo – 2007.
YAZBEK, M. C. Os fundamentos do Serviço Social na Contemporaneidade.(texto escrito para o curso de especialização lato sensu em serviço social: Direitos Sociais e Competências profissionais.) CFESSABEPSS 2009 – Pesquisado em 08/10/2010.
SILVA, M, O.; ZANIRA, S. O Serviço Social e o Popular: resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura. Editora Cortez, 6ª ed São Paulo 2009.
NETTO, J. P. .Ditadura e Serviço Social: uma análise do serviço social no Brasil pós/64 – Editora Cortez, 15 ed São Paulo – 2010.
ARTIGOS
PIRES, Sandra Regina de Abreu. O Instrumental Técnico na Trajetória Histórica do Serviço Social Pós-Movimento de reconceituação. Dispinivel em:  http://www.ssrevista.uel.br/c-v9n2_sandra.htm dia 12/10/2010. 
LONARDONI, Eliana e OLIVEIRA, Juliene Aglio de. Serviço Social e Direitos Sociais: Entre a garantia legal e o acesso. Disponível em: 7 Acesso em: 07 de novembro de 2016. 
NETTO, José Paulo. Análise de conjuntura com o professor José Paulo Netto (PPGPS/SER/UnB, 20 abril de 2016). Disponível em: Acesso em: 11 de novembro de 2016.
NETTO, J. P. ; FALEIROS, Vicente de Paula. Social e Seguridade. Fortaleza, In Revista Serviço Social e Sociedade nº 84 ano XXVI – Novembro/2005. 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTOsAJ/movimento-reconceituacao www.redebrasilatual.com.br › Cidadania 2014 › 09

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