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Projeto de um plantio de seringueira em Aquidauana/MS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
AURIELLY LOPES CARDOSO DA SILVA 
GIOVANA TETSUYA LOPES 
MARINA FERREIRA SOARES PINHEIRO 
RODRIGO FIGUEIREDO DA COSTA 
 
 
IMPLANTAÇÃO DE UM POVOAMENTO DE 
SERINGUEIRA EM AQUIDAUANA-MS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUIDAUANA - MS 
2017 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
AURIELLY LOPES CARDOSO DA SILVA 
GIOVANA TETSUYA LOPES 
MARINA FERREIRA SOARES PINHEIRO 
RODRIGO FIGUEIREDO DA COSTA 
 
 
IMPLANTAÇÃO DE UM POVOAMENTO DE 
SERINGUEIRA EM AQUIDAUANA-MS 
Trabalho escrito para a disciplina de 
Análises de Projetos Florestais ministrada 
durante o oitavo semestre do curso de 
Engenharia Florestal. 
Prof. Msc. Ericksson Martins Leite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUIDAUANA - MS 
2017 
 
i 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 
2. LOCALIZAÇÃO ESPECÍFICA DO PROJETO ....................................................... 2 
3. ESTABELECIMENTO DA INFRAESTRUTURA ..................................................... 4 
4. ASPECTOS SILVICULTURAIS .............................................................................. 5 
5. MANUTENÇÕES ANUAIS ...................................................................................... 8 
6. SISTEMA DE SANGRIA ......................................................................................... 9 
7. ESTIMATIVA DE RECEITAS E CUSTOS ............................................................ 15 
8. ANÁLISE ECONÔMICA ....................................................................................... 19 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 
ANEXOS ................................................................................................................... 26 
 
 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
A espécie vegetal seringueira (Hevea brasiliensis (Wild. ex Adr. de Juss)), é 
considerada a principal fonte da matéria-prima, o látex, utilizado para fabricação da 
borracha, conforme Nogueira et al. (2015). Essa espécie é nativa da região 
Amazônica, pode ser encontrada naturalmente nas regiões do norte do Brasil, como 
Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, como também, no Peru e Bolívia, e nos países 
ingleses e asiáticos, que introduziram a espécie, no qual, o látex extraído da 
seringueira é a principal fonte econômica de alguns países asiáticos, como relatado 
por Benesi et al. (2000). 
A borracha natural, é derivada do látex, e por ser um produto altamente 
dinâmico, pode ser empregado em diversas áreas, como na fabricação de botas, 
capas, bolas, remédios, preservativos, entre outros, segundo Nogueira et al. (2015). 
A borracha passou, então, a ser largamente utilizada na fabricação dos mais 
diferentes artefatos em todo mundo, sendo hoje empregada em mais de 40.000 
produtos (BENESI et al, 2000). 
Entretanto, Nogueira et al. (2015) relatou que a maior demanda de mercado é 
das indústrias pneumáticas, que consome cerca de quase três quartos da borracha 
natural produzida no mundo, devido ser altamente resistente a exposição de elevadas 
temperaturas. O mesmo autor ainda relatou que as empresas estrangeiras, do setor 
pneumático, tornaram o Brasil a principal plataforma exportados dos produtos, desta 
forma, está ocorrendo um crescimento da indústria consumidora nacional. 
Conforme Nogueira et al. (2015) e Takahashi (2015), o Brasil passou da 
condição de maior exportador de borracha natural, no período entre final do século 
XIX e início do século XX, para a condição de importador, isto, devido a ocorrência de 
algumas pragas e patógenos, causadores da doença mal-das-folhas, ocasionada pelo 
fungo Microcyclus ulei (P. Henn.). 
Porém, conforme Takahashi (2015) e Pizetta (2017) houveram avanços 
científicos que possibilitaram o desenvolvimento e o estabelecimento do mercado de 
Borracha natural no país, como a criação de clones resistente ao ataque de patógenos 
e pragas e adaptados às condições edafoclimáticas, como a região do Cerrado. 
 
2 
 
2. LOCALIZAÇÃO ESPECÍFICA DO PROJETO 
O presente plantio será implantado na Fazenda Experimental da Universidade 
Estadual de Mato Grosso do Sul (figura 1), situada no munícipio de Aquidauana, Mato 
Grosso do Sul, situado entre as coordenadas 639106 m E e 7738422m N (SIRGAS 
2000/ UTM - 21S). 
De acordo com a classificação de Köppen, o clima é “Aw”, descrito como clima 
tropical, com inverno seco. Apresenta estação chuvosa no período do verão entre os 
meses de novembro a abril, e nítida estação seca no inverno de maio a outubro, sendo 
o julho, o mês mais seco. A temperatura média do ar do mês mais frio é superior a 
18ºC. As precipitações pluviométricas são superiores a 750 mm anuais, atingindo 
1.800 mm. A estação seca varia de 3 a 4 meses entre os meses de maio a setembro, 
onde os totais pluviométricos médios são inferiores a 50 mm. A temperatura média 
anual é de 23.3ºC e a precipitação pluviométrica de 1.323 mm (ZARONI et al., 2011). 
 O acesso à área de plantio pode ser feito via terrestre pela Rodovia Graziela 
Maciel Barroso que liga o município de Aquidauana à Unidade Universitária 
UEMS/Aquidauana, conforme ilustrado na figura 2. 
Figura 1 - Limites da Fazenda Experimental da UEMS em Aquidauana - MS 
 
3 
 
 
 
Figura 2 – Croqui de acesso 
N 
 
4 
 
3. ESTABELECIMENTO DA INFRAESTRUTURA 
O plantio será implantado em uma área de aproximadamente 16.74 ha, dividida 
em 4 talhões através de aceiros com 6 m de largura, conforme ilustrado na figura 3. 
Cada talhão tem as suas medidas descritas na tabela 1: 
Tabela 1 - Medidas dos talhões 
Nº L1 (m) L2 (m) L3 (m) L4 (m) L5 (m) L6 (m) L7 (m) Área (ha) 
1 184.64 203.53 191 212.94 - - - 3.94 
2 191.17 206.86 200.17 227.41 - - - 4.23 
3 211.02 185.30 212.51 206.25 - - - 4.14 
4 101.94 49.18 47.43 124.82 130.19 211.07 203.25 4.43 
 
Para o plantio serão utilizadas as instalações existentes no setor da Engenharia 
Florestal, que conta com 1 viveiro florestal com sistema irrigação por aspersor 
invertido, casa de alvenaria com banheiro e uma área para ser utilizada como pátio 
de rustificação das mudas de seringueira. 
Figura 3 - Localização dos talhões, estradas primárias e aceiros 
 
5 
 
4. ASPECTOS SILVICULTURAIS 
4.1 Descrição da espécie 
Segundo Lorenzi (1992), a seringueira (Hevea brasiliensis), também conhecida 
como seringa, seringa-verdadeira, cau-chu, árvore de borracha. É uma planta 
lactescente, pertencente à família Euphorbiaceae, podendo chegar à 30m de altura e 
seu tronco até 60cm de diâmetro (figura 4). Sendo característico da espécie folhas 
compostas trifolioladas, com folíolos membranáceos e glabos. 
Figura 4 - Seringueira (LORENZI, 1992) 
A planta é semidecídua, heliófita ou esciófita (podendo desenvolver-se em 
lugares sombreados); sua floração ocorre a partir agosto e prolonga-se até novembro, 
e os frutos amadurecem de abril a maio. 
A área de ocorrência dessa espécie é a região Amazônica, em lugares 
inundáveis, preferencialmente em solos argilosos e férteis. Sendo mais de 11 
espécies de seringueira existentes na floresta amazônica 
A madeira da seringueira é de baixa densidade (0,45 g/cm³), usada para 
caixotaria e forros, porém o maior valor dessa espécie reside no látex, obtido do 
tronco,que é transformado em borracha. As suas sementes (figura 5), são utilizadas 
na indústria tintas e vernizes como óleo secativo. Devido a esses fatores constituiu-se 
plantios dessa espécie no Brasil tropical (LORENZI, 1992). 
 
 
6 
 
4.2 Práticas culturais 
 As mudas que serão utilizadas neste projeto, são produzidas por meio da 
enxertia, que garante uma maior produção de látex no momento de exploração do que 
plântulas provenientes de plantios de sementes (BOTELHO, 2016), estas estarão 
adequadas para o plantio após dois lançamentos foliares maduros da muda e o cavalo 
do enxerto vigoroso. Sendo escolhidas as mais vigorosas e livres de pragas e doenças 
(GONÇALVES, 2017). 
 A época do plantio mais favorável é no início da estação chuvosa, para tanto 
deverá se ater a permanência de vegetação para o controle de erosão. O plantio será 
realizado em nível, onde as covas serão abertas com o uso de cavadeiras, sendo a 
dimensão da cova de 0,4 x 0,4 x 0,5m. O espaçamento que deve ser utilizado é o de 
7 x 2,5m (IAC, 2004). Deverá ser realizado a adubação em todas as fases de 
desenvolvimento, pois o desequilíbrio nutricional pode afetar a produção de látex. 
 Para garantir o desenvolvimento uniforme do seringal, serão aplicadas as 
seguintes práticas culturais, recomendadas por Pereira et al., 1985, sendo elas: 
a) Indução de copas 
Para esta cultura é necessário que seja feito a indução de copas, para obtenção 
de um maior incremento radial do tronco. Para a indução, poderá ser realizada um 
desses quatro processos ou a combinação destes numa operação, sendo elas: a 
decepagem; anelamento; eliminação do broto terminal e cobertura do broto apical. 
Essas operações serão utilizadas se as plantas não apresentarem esgalhamento 
natural, na altura de 2,2 a 2,5m. 
 
Figura 5 - Semente de seringueira (HEVEABRASIL, 2017). 
 
7 
 
b) Decepagem 
A decepagem é um processo mais drástico, onde será podado a haste principal 
em torno de 2,5 m de altura. Tendo sempre o cuidado de que na execução a 
decepagem deve ser feita próxima e imediatamente abaixo de uma roseta de 
lançamentos. 
c) Anelamento 
 O anelamento deverá ser feito com canivete de enxertia, que removerá dois 
pequenos aneis da casca, forçando assim a brotação de ramos laterais na região 
anelada. A eliminação do broto apical é feita no início do seu desenvolvimento, por 
volta de 12 meses após o plantio, sendo assim menos drástico do que a decepagem. 
É provocado a brotação das gemas axilares. 
 No processo de cobertura do broto apical, as folhas do lançamento subapical 
são dobradas, de forma que cubram o broto apical. Esse processo pode ser realizado 
a partir de 12 meses após o plantio, quando a planta não apresentar esgalhamento 
natural, na altura aproximada de 2,5 m. 
d) Desbrota de ramos 
Será realizado durante o manejo do plantio a desbrota de ramos do porta-
enxerto e nas hastes laterais, a poda dessas ramificações, até a altura que se deseja 
a formação de copa, sendo esta altura de 2,0 a 2,5 m livre de brotações. O período 
de realização dessa operação ocorre a partir do plantio da muda, até o término do 
terceiro ano; tempo em que a planta já possua o porto em altura livre de ramificações. 
e) Controle de plantas daninhas 
As plantas infestantes podem causar sérios danos no rendimento do seringal, 
para tanto, deverá ser realizado o controle preventivo, para tais espécies indesejáveis. 
Será feita a aplicação de herbicidas pré emergentes até 10 dias após o plantio das 
mudas, segundo GONÇALVES (2017) os herbicidas cadastrados para a seringueira 
são: atrazine, imazapyr; simazine e trifluralina. Uma vez que, será optado por um 
desses herbicidas para a execução do controle. 
 
8 
 
Serão feitas três aplicações de herbicidas pré e pós emergentes no primeiro 
ano, e no segundo e terceiro ano serão realizadas quatro aplicações de três em três 
meses. Após esse período não se faz mais necessária a aplicação do herbicida, pois 
o sombreamento da própria planta impede o desenvolvimento das espécies invasoras 
(BOTELHO, 2016). 
f) Controle de doenças 
O controle de doenças será realizado a partir de observações dos sintomas nas 
plantas, além da tomada de medidas fitossanitárias necessárias para o bom 
desenvolvimento da cultura. 
5. MANUTENÇÕES ANUAIS 
5.1 Manutenções de estradas e aceiros 
Segundo Pruski (2006), um dos principais fatores de degradação de estradas 
e aceiros é a erosão provocada pela água no leito e nas margens. Isso se dá, devido 
ao fato da infiltração da água ser muito baixa, seja por causa da impermeabilização 
causada pela compactação do solo. Para minimizar esse problema, é essencial que 
haja um sistema de drenagem eficiente, capaz de evitar o acúmulo de água sobre o 
leito. 
5.2 Combate a formiga 
Segundo Botelho (2016), o combate a formigas (Figura 6) é necessário 
podendo comprometer o desenvolvimento das plantas. Será realizado nos três 
primeiros anos do plantio, a cada 3 meses, sendo 12 aplicações no total; onde para 
cada hectare serão utilizados 2 kg de isca granulada. 
Figura 6 – Formigueiros em um talhão de seringueira (BOTELHO, 2016). 
 
9 
 
5.3 Vigilância contra incêndios 
Para vigilância contra incêndios no plantio, será feito rondas periódicas para 
detecção de possíveis focos de incêndio, como exemplo após chuvas com ocorrência 
de descargas elétricas que podem iniciar focos de incêndio no plantio. Essas medidas 
preventivas reduzem os riscos de propagação do fogo, sendo uma das etapas mais 
importantes no plano de proteção contra incêndios (RIBEIRO, 2004). 
6. SISTEMA DE SANGRIA 
 As atividades de exploração do seringal visam obter o látex, garantir a 
conservação, maior produtividade e vida útil do seringal. A borracha natural é derivada 
do Látex, que é obtido a partir da sangria das seringueiras, sendo que está é 
considerada a operação mais importante, devido está relacionada diretamente ao 
produto final, assim como relatado por Silva et al. (2007). Para produzir a borracha é 
necessário realizar as seguintes operações: 
6.1. Avaliação do seringal 
Dentre as etapas de explotação, a primeira operação a ser realizada é a 
avaliação da floresta de seringueira, no qual, será identificado as árvores aptas a 
extração do látex, de acordo com os padrões técnicos, essa avaliação de aptidão 
relaciona- se com exigências para realizar a sangria, cujo a árvore deverá possuir no 
mínimo uma circunferência 45 cm de tronco, espessura de casca de 6 mm e 1,30 m 
de altura, conforme Benesi et al. (2000). 
As atividades realizadas nesta etapa serão: medição dos indivíduos do 
povoamento, com auxilio fita métrica, hipsômetro e régua graduada, marcação das 
árvores, que pode ser com cal hidratada, tinta óleo e pincel comum e após realizar a 
marcação deve indicar no croqui do povoamento as árvores aptas a realização da 
sangria, segundo a recomendação de Benesi et al. (2000). 
6.2. Sangria 
 Essa atividade baseia-se em uma raspagem fina na casca da árvore para 
extração do látex (figura 7), conforme definido por Benesi et al. (2000). Através de um 
estudo realizado por Silva et al. (2007), que analisou o desempenho produtivo e os 
 
10 
 
aspectos econômicos de três tipos clones de seringueira, sob nove sistemas de 
sangria, na região do Cerrado. As variáveis observadas durante o desenvolvimento 
da pesquisa foi: perímetro do caule, produtividade de borracha seca, secagem do 
painel e viabilidade econômica dos sistemas de sangria. Analisando os resultados 
obtidos no estudo, foi que o sistema que se demonstrou maior potencial é o método 
½S, conhecido também como meia espiral (figura 8), pois este apresentou maior 
produtividade,maior viabilidade econômica e otimização quanto aos aspectos 
fisiológicos da planta. 
Por isso, dentre todos os sistemas utilizados para realizar a sangria, o que 
demonstrou-se ser o mais adequado para retida do látex na região é o método meia 
espiral. A sangria será realizada com intuito de garantir maior produtividade, menor 
consumo de casca e custo de produção, e aumentar a vida útil do seringal. A sangria 
será realizada a cada 4 dias, de acordo com Benesi et al. (2000), este é a frequência 
Figura 7 - Ilustração da sangria e escoamento do látex. 
Figura 8 - Representação do corte meia espiral ou ½S. 
 
11 
 
que ocorre melhor eficiência, já que pequenos intervalos aumentam o consumo de 
casca e a intensificam a mão-de-obra e grandes intervalos reduz a produção. 
6.3. Abertura do painel 
 Nos meses de fevereiro e setembro, época indicada por ser a de menor 
incidência de doenças, é necessário realiza a abertura do painel, atividade que é 
definida como etapa de preparação da árvore para sangria. Os instrumentos e 
materiais necessários para abertura do painel são: riscador (figura 9b), faca "Jebong", 
paquímetro, marcador de consumo de casca e a bandeira. 
Essa atividade é dividida em uma série de operações, conforme Benesi et al. 
(2000) e Pereira et al. (2001): 
 Primeira realizar a mensuração e marcar a circunferência do tronco a 1,20 m 
do solo. 
 Dividir longitudinalmente o tronco da árvore em duas partes iguais, no qual, 
cada uma irá constituir um painel, e com auxílio riscador realizar a marcação 
de duas linhas de geratrizes, sendo que estas devem permanecer no sentido 
oposto a linha de plantio, essas geratrizes irão delimitar a extensão do corte, 
assim como demonstrado na figura 8a. 
 Próximo etapa é marca o ângulo de corte, que deve ser de 35º do sentido da 
esquerda para direita, em relação ao plano horizontal, para isso será 
necessário utiliza a bandeira (figura 9c), que é usada como gabarito para 
marcar a linha de corte no ângulo desejado e com a inclinação correta, o 
riscador deve seguir a inclinação da bandeira e deve ser posicionado entre as 
geratrizes (figura 9d), isso irá constituir um painel. 
 Com a ¨Jebong”, uma faca própria para abertura, realizar o aprofundamento da 
faca no tronco até restar no mínimo 2 mm de casca perto do tronco, no sentido 
de cima para baixo, deve ser retirado a casca de 2 a 2,5 cm, com isso será 
formado uma rampa uniforme, que deverá se conectar com uma canaleta, local 
onde haverá escoamento do látex, como pode ser observado na figura 9e. 
 O aprofundamento do corte será realizado conforme demostrado da na figura 
9g, raspa-se as laterais até que tocar na superfície da faca. Na figurar 9h, está 
sendo ilustrado como o operário deve realizar a raspagem de abertura do painel 
 
12 
 
e na figura 10i, estar sendo demostrado uma árvore pronta para próxima etapa, 
no qual, recebe a bica e a caneca coletora de látex. 
Figura 9 - Processos de abertura do painel. 
 
13 
 
6.4. Disposição do equipamento de sangria 
 Benesi et al. (2000) e Pereira et al. (2001), relataram que depois que os painéis 
estiverem abertos, deve-se colocar na árvore os equipamentos que coletarão o látex, 
sendo eles: bica, caneca e arame. Os procedimentos de disposição dos equipamentos 
são: a 1 cm abaixo da canaleta, da segunda geratriz coloque a bica, em seguida fixe 
a caneca plástica no suporte da bica amarrando-a na árvore com arames, assim como 
demonstrado na figura 10. 
6.5. Aplicação de fungicida 
 Conforme Benesi et al. (2000), a necessidade de proteger o povoamento contra 
ataques de doenças fungicas, devido a maior suscetibilidade pela exposição do caule 
da árvore, que podem promover uma redução na produtividade, por isso medidas 
preventivas devem ser tomadas. Assim deverá ser feito aplicação de uma calda a 
cada 10 dias. Os materiais necessários são: produto químicos com pincel ou bomba 
costal, balde, fungicidas e pá de madeira. 
6.6. Execução da sangria 
 Benesi et al. (2000), faz referência a abertura dos vasos laticíferos, que 
resultam no escoamento do látex, porém caso o corte seja muito profundo o câmbio 
pode ser atingido, e isso impossibilita a regeneração da casca e isto inviabiliza as 
Figura 10- Representação da disposição da bica e da caneca coletora. 
 
14 
 
próximas sangrias, a profundidade ideal de corte é de 1,5 mm de casca. Os materiais 
utilizados são: faca “Jebong”, canivete, recipiente, plástico de ½ litro, uma esponja, 
pedra de amolar, solução desinfetante, vasilha, plástica e paquímetro. O período de 
12 às 14 horas deve-se evitar a sangria, devido à alta temperatura. 
6.7. Coagulação do látex 
 De acordo com Benesi et al. (2000), nesta etapa ocorre a transformação do 
látex, que passa do estado líquido para sólido (figura 11), está mudança acontece 
naturalmente e em um período de 48 horas, para evitar perdas utiliza-se o produto 
químico, o ácido acético glacial. Os procedimentos realizados nesta devem ser: em 
um recipiente contendo água, dilua a quantidade indicada de ácido acético, após 
armazene a substancia em um recipiente para aplica-lo. 
6.8. Coleta e armazenagem 
Etapa de retirada da produção de látex coagulado das árvores em sangria, no 
qual, deve-se retirar o coágulo das canecas, e armazena-los em recipientes e leva-los 
para local de armazenagem, sendo que este deve ser bem acondicionado, apresentar 
boas condições, fluxo de ar livre, temperatura ambiente, sem contato direto com 
radiação solar e chuvas, assim como descrito por Benesi et al. (2000). 
 
Figura 11- Ilustração da mudança de estado do látex. 
 
 
15 
 
7. ESTIMATIVA DE RECEITAS E CUSTOS 
7.1 Receitas 
Apesar da seringueira começar a produzir no sexto ano de plantio, a sua 
produtividade ainda varia, sendo 600kg/ha no primeiro ano de produção, 1000kg/ha 
no segundo ano, 1300kg/ha no quarto e quinto ano e 1650kg/ha, a partir do sexto ano 
(SANCHES et al., 2008). Adotando um espaçamento de 2,5m x 7m, a estimativa de 
produção anual de látex das seringueiras, em quilogramas, está ilustrada na tabela 1. 
O preço considerado para venda do látex foi de R$ 2,80 o quilograma, conforme 
relatado por (ABAPOR, 2017; HEVEABRASIL,2017). 
Tabela 1 - Estimativas de produção anual (kg) 
Talhão Área (ha) Nº de plantas Anos 6 Anos 7 Ano 8 ao 9 Ano 10 ao 21 
1 3.94 2246 2592.52 4318.24 5614.5 7127 
2 4.23 2411 2783.34 4636.08 6027.75 7652 
3 4.14 2360 2724.12 4537.44 5899.5 7489 
4 4.43 2525 2914.94 4855.28 6312.75 8014 
Total 16.74 9542 11014.92 18347.04 23854.5 30282.66 
Fonte: (SANCHES et al., 2008) 
7.2 Custos 
a) Custos de implantação 
Para estimativa dos custos, foram considerados os valores propostos por 
Sanches et al. (2008) para a implantação de 38.32 hectares de seringueira, conforme 
ilustrado na tabela 2. 
Tabela 2 – Custos de implantação (R$) da seringueira, sendo V.U – valor unitário; 
Rend. – rendimento e Qtd – quantidade. 
Descrição Especificação V.U 
Ano 0 
Rend. Qtd. Total 
A – OPERAÇÕES MECANIZADAS 
Preparo de Solo 
Aplicação Herbicida HM Tp 75cv + Pulverizador 40,55 0,70 26,8 1.087.71 
Gradagem Pesada HM Tp 125cv 4x4 gr ar. 24x26” 79,50 1,00 38,3 3.046.44 
Gradagem niveladora (2x) HM Tp 125cv 4x4 gr ar. 52x20 76,15 0,75 57,5 4.377.10 
 
16 
 
Construção de Niveladas HM Tp 125cv 4x4 + Implemento 79,20 0,75 28,7 2.276.21 
Implantação 
Sulc. da Linha de Plantio HM Tp 110cv + sulcador 1 linha 71,81 0,50 19,2 1.375,88 
Instalação equip. irrigação HM Tp 85cv + implemento 42,30 0,50 19,2 810,47 
Distribuição de mudas HM Tp 85 cv + carreta 42,30 2,00 76,6 3.241,87 
Tratos culturais 
Calagem HM Tp 85cv + implemento 44,27 1,00 38,3 1.696,43Pulverizador adubo foliar HM Tp 75cv 4x2 + pulverizador 40,55 0,25 28,7 1.165,41 
Adubação em cobertura HM Tp 75cv + implemento 44,55 0,10 11,5 512,15 
Aplicação Herbicida HMTp 75cv 4x2 + pulverizador 44,55 0,70 26,8 1.195,01 
Subtotal A Custo Hora Máquina 20.784,67 
B – OPERAÇÕES MANUAIS 
Preparo de Solo 
Calagem Homem-dia 34,22 0,10 3,8 131,12 
Implantação 
Prep. Estaca/Demarc. Cova Homem-dia 34,22 1E-04 2,5 85,37 
Abertura de Cova Homem-dia 34,22 0,004 87,9 3.008,70 
Adubação de Cobertura Homem-dia 34,22 0,001 10,0 341,49 
Plantio Homem-dia 34,22 0,01 199,6 6.829,74 
Replantio Homem-dia 34,22 0,01 10,0 341,49 
Tratos culturais 
Irrigação Homem-dia 34,22 1E-04 598,8 20.489,23 
Capinagem manual Homem-dia 34,22 0,02 443,5 15.177,20 
Controle de Formigas (12x) Homem-dia 34,22 0,50 19,2 655,66 
Subtotal B Custo Mão de obra 47.060,00 
C – INSUMOS (CIF) 
Fertilizantes 
Calcário dolomítico R$/tonelada 75,00 2,00 76,6 5.748,00 
Adubo fertirrigação R$/Kg 698,5 2.794,17 
Sulfato de Zinco R$/tonelada 0,1996 239,50 
Adubo NPK R$/tonelada 2,0 1.676,50 
Fitossanitários 
Fungicidas R$/Kg 34,22 1E-04 2,5 85,37 
Formicida R$/Kg 34,22 0,004 87,9 3.008,70 
Pós-emergente R$/litro 34,22 0,001 10,0 341,49 
Subtotal C Custo Insumos 47.060,00 
D – MUDAS (FOB) 
Mudas 
Mudas R$/tonelada 2,80 2,00 20.956,30 58.677,50 
 
17 
 
Subtotal D Custo Mudas 58.677,50 
 
E – EQUIPAMENTOS (CIF) 
Equipamentos 
Equipamento irrigação R$/ha 2.000,00 1,00 38,3 76.640,00 
Energia elétrica R$/ha 5,12 5,33 204,4 1.046,39 
Subtotal E Custo Equipamentos 77.686,39 
F – OUTROS SERVIÇOS 
Depreciação da Cultura % Subtotal (A+B+C+D+E) 2,20% 4.737,47 
Assessoramento técnico Custo anual ASTEC 5,00% 10.766,97 
Frete e transporte interno Sub total(A+B+C) 18% 26.195,59 
Impostos % Receitas 0,00% 0 
Custos diversos Percentagem 0% 0 
Subtotal F 41.700,03 
CUSTO OPERACIONAL – (R$/38,32HA) 257.039,47 
CUSTO (R$/HA/ANO) 6.707,71 
Fonte: (CRUZ, 2007 apud SANCHES et al., 2008) 
 Considerando o custo para implantação de 1 hectare de seringueira é estimado 
em R$ 6,707.71, podendo esse valor mudar, caso ocorra alterações na metodologia 
aplicada. Vale ressaltar que não foi considerado nesse cálculo, os custos de 
construção de viveiros, uma vez que a fazenda experimental da UEMS já possui essas 
instalações. 
b) Custos de condução 
Para estimativa dos custos, foram considerados os valores propostos por 
Sanches et al. (2008) para ano 1 ao ano 5 do plantio, cujos os valores estão ilustrados 
na tabela 3. 
Tabela 3 - Custos de manutenção (R$) do seringal do ano 1 ao ano 5. 
Descrição Especificação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 
A – OPERAÇÕES MECANIZADAS 
Subtotal A Custo Hora Máquina 11042,00 8709,77 4350,72 6302,59 5117,04 
B – OPERAÇÕES MANUAIS 
Subtotal B Custo Mão de obra 11042,00 8709,77 4350,72 6302,59 5117,04 
C – INSUMOS (CIF) 
 
18 
 
Subtotal C Custo Insumos 11042,00 8709,77 4350,72 6302,59 5117,04 
D – EQUIPAMENTOS (CIF) 
Subtotal D Custo Equipamentos 11042,00 8709,77 4350,72 6302,59 5117,04 
E – OUTROS SERVIÇOS 
Subtotal E 11042,00 8709,77 4350,72 6302,59 5117,04 
CUSTO OPERACIONAL 24721,00 16023,00 8449,40 11221,50 9768,28 
CUSTO (R$/HA/ANO) 645,12 418,14 220,50 292,84 254,91 
Fonte: (CRUZ, 2007 apud SANCHES et al., 2008) 
 
 Baseando-se nesses valores, estima-se que os seguintes custos de condução 
para a área de plantio de 16,74 hectares: 
 Ano 1 – R$ 10.799,31 
 Ano 2 – R$ 6.999,66 
 Ano 3 – R$ 3.691,17 
 Ano 4 – R$ 4.902,14 
 Ano 5 – R$ 4.267,19 
c) Custos de produção 
A partir do 6º ano, os custos de exploração têm início com a atividade de 
sangria dos painéis para a retirada do látex. Para estimativa dos custos, foram 
considerados os valores propostos pelo Sanches et al. (2008), ilustrados na tabela 4. 
Tabela 4 - Custos de produção do seringal (R$) a partir do ano 6. 
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 
A – OPERAÇÕES MECANIZADAS 
Subtotal A Custo Hora Máquina 8640,24 8680,71 9534,28 8680,71 9534,28 
B – OPERAÇÕES MANUAIS 
Subtotal B Custo Mão de obra 36605,90 47296,60 55480,60 55480,60 55480,60 
C – INSUMOS (CIF) 
Subtotal C Custo Insumos 872,16 872,16 872,16 872,16 872,16 
D – EQUIPAMENTOS (CIF) 
Subtotal D Custo Equipamentos 24621,20 1046,39 1046,39 1046,39 1046,39 
E – OUTROS SERVIÇOS 
 
19 
 
Subtotal E 17669,40 14432,80 16710,20 16495,10 16710,20 
CUSTO OPERACIONAL 88408,80 72328,60 83643,70 82575,00 83643,70 
CUSTO (R$/HA/ANO) 2307,12 1887,49 2182,77 2154,88 2182,77 
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO 
Ano 
11 
Ano 
12 
Ano 
13 
Ano 
14 
Ano 
15 - 21 
A – OPERAÇÕES MECANIZADAS 
Subtotal A Custo Hora Máquina 8680,71 9534,28 8680,71 9534,28 9534,28 
B – OPERAÇÕES MANUAIS 
Subtotal B Custo Mão de obra 55702,00 55480,60 55480,60 55480,60 55252,59 
C – INSUMOS (CIF) 
Subtotal C Custo Insumos 872,16 872,16 872,16 872,16 872,16 
D – EQUIPAMENTOS (CIF) 
Subtotal D Custo Equipamentos 1046,39 1046,39 1046,39 1046,39 1046,39 
E – OUTROS SERVIÇOS 
Subtotal E 16550,90 16710,20 16495,10 16710,20 16652,78 
CUSTO OPERACIONAL 82852,20 83643,70 82575,00 83643,70 83358,21 
CUSTO (R$/HA/ANO) 2162,11 2182,77 2154,88 2182,77 2175,32 
Fonte: (CRUZ, 2007 apud SANCHES et al., 2008) 
8. ANÁLISE ECONÔMICA 
Para a análise econômica do projeto foram realizadas simulações 
considerando um planejamento de 21 anos para o projeto, conforme feito por Sanches 
et al. (2008) em sua pesquisa. 
8.1 Tempo de retorno do capital investido (Pay Back) 
Trata-se do tempo necessário para que o investimento reponha os recursos 
nele aplicados (REZENDE et al., 2013). Na tabela 5 demonstra que no ano 11 do 
plantio, a diferença entre as somas das receitas e do custo será positiva, o que 
significa que a UEMS, terá o retorno do investimento feito no projeto, em 
aproximadamente 11,01 anos, ou seja, 6 anos após o início da produção de látex, o 
plantio de seringueira já terá pago o investimento. 
Tabela 5 - Valores das somatórias das receitas e dos custos ao decorrer dos anos 
Ano Soma dos custos (R$) Soma das receitas (R$) Saldo (R$) 
0 112,287.07 - - 112,287.07 
 
20 
 
1 123,0866.37 - - 123,086.37 
2 130,086.04 - - 130,086.04 
3 133,777.21 - - 133,777.21 
4 138,679.35 - - 138,679.35 
5 142,946.54 - - 142,946.54 
6 181,567.73 30,841.78 - 150,725.96 
7 213,164.31 82,213.49 -130,950.83 
8 249,703.88 149,006.09 - 100,697.80 
9 285,776.58 233,797.54 - 51,979.04 
10 322,316.15 318,588.98 - 3,727.16 
11 358,509.87 403,380.43 44,870.57 
12 395,049.44 488,171.88 93,122.44 
13 431,122.13 572,963.33 141,841.20 
 
8.2 Valor Presente Líquido (VPL) 
De acordo com Rezende et al. (2013), o VPL de um projeto florestal pode ser 
definido como a soma algébrica dos valores descontados do fluxo de caixa a ele 
associado. 
𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑅𝑗 (1 + 𝑖)−𝑗
𝑛
𝑗=0
− ∑ 𝐶𝑗 (1 + 𝑖)−𝑗
𝑛
𝑗=0
 
 Onde: 
 Cj = custo no final do ano j ou período de tempo considerado; 
 Rj = receita no final do ano j ou do período de tempo considerado 
 C0 = custo inicial do investimento; 
 i = taxa de desconto; 
 n = duração do projeto, em anos, ou em número de períodos de tempo. 
 
21 
 
 Na tabela 6, está descrito as estimativas de custo, receita e produção dos 16,74 
hectares do plantio de seringueira ao longo de 21 anos. 
Tabela 6 - Custo, receita e produção anual do plantio de seringueira 
Ano Atividades Custo Produção (kg) Receita 
0 Implantação Seringueira R$112,287.07 - - 
1 Manutenção R$10,799.31 - - 
2 Manutenção R$6,999.66 - - 
3 Manutenção R$3,691.17 - - 
4 Manutenção R$4,902.14 - - 
5 ManutençãoR$4,267.19 - - 
6 Manutenção/Produção R$38,621.19 11014.9 R$30,841.78 
7 Manutenção/Produção R$31,596.58 18347.0 R$51,371.71 
8 Manutenção/Produção R$36,539.57 23854.5 R$66,792.60 
9 Manutenção/Produção R$36,072.69 30282.7 R$84,791.45 
10 Manutenção/Produção R$36,539.57 30282.7 R$84,791.45 
11 Manutenção/Produção R$36,193.72 30282.7 R$84,791.45 
12 Manutenção/Produção R$36,539.57 30282.7 R$84,791.45 
13 Manutenção/Produção R$36,072.69 30282.7 R$84,791.45 
14 Manutenção/Produção R$36,539.57 30282.7 R$84,791.45 
15 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
16 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
17 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
18 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
19 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
20 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
21 Manutenção/Produção R$36,414.86 30282.7 R$84,791.45 
 R$722,565.69 446891.04 R$1,251,294.91 
 
 Considerando para o projeto, uma taxa de desconto de 10%, o valor de VPL 
obtido foi de R$ 43,719.11, ou seja, uma média de R$ 2,611.66/ha. Esse valor é menor 
 
22 
 
que o VPL obtido por Sanches et al. (2008), R$10,051.63 por hectare, porém, na 
época do estudo, ocorreu período intenso de chuvas na região da Malásia, principal 
produtora de látex, o que fez com que o preço disparasse para mais de R$ 4,00 
diferente do preço atual, em torno de R$ 2,80 (ABAPOR, 2017; HEVEABRASIL, 2017). 
8.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) 
A taxa interna de retorno é a taxa anual de retorno do capital investido, 
conforme relatado por Rezende et al. (2013). Segundo o autor, ela é importante pois 
permite analisar se a rentabilidade de um determinado projeto é capaz de ser superior, 
inferior ou igual ao custo do capital quer será utilizada para bancar o projeto. 
O projeto apresentou uma taxa interna de retorno (TIR) de 9,0%, apesar de ser 
um valor razoável, deve-se levar em consideração as altas taxas de juros no Brasil e 
a propensão aos riscos que os projetos possuem, que juntos podem diminuir a 
atratividades desses projetos, mesmo que se apresentem viáveis (COTTA et al., 
2006). 
8.4 Custo (ou Benefício) Periódico Equivalente (BPE) 
O benefício periódico equivalente transforma o VPL em lucros anuais 
(SANCHES et al., 2008; REZENDE et al., 2013). Para um projeto ser considerado 
economicamente viável, é interessante que o valor de BPE seja positivo e o maior 
possível (REZENDE et al., 2013). O valor de BPE pode ser obtido através da seguinte 
fórmula: 
𝐵𝑃𝐸 = 
𝑉𝑃𝐿[(1 + 𝑖)𝑡 − 1](1 + 𝑖)𝑛𝑡
(1 + 𝑖)𝑛𝑡 − 1
 
 Onde: 
 VPL – valor presente líquido; 
 n – duração do projeto (anos) 
 t – número de períodos de tempo (anos) 
 i – taxa de juros ou de desconto 
 O projeto apresentou um valor de BPE de R$ 5.055,00, dando em média R$ 
301,97 por hectare. 
 
23 
 
8.5 Custo Médio de Produção 
O Custo Médio de Produção (CMP) é o custo total do projeto por unidade de 
produção, conforme relatado por Rezende et al. (2013). Pode-se calcular o CMP, pela 
seguinte fórmula: 
𝐶𝑀𝑃 = 
∑ 𝐶𝑇𝑗𝑛𝑗=0
∑ 𝑄𝑇𝑗𝑛𝑗=0
 
 Onde: 
 CTj – Custo Total Atualizado 
 QTj – Produção Total Equivalente 
O custo médio de produção do coágulo (R$/kg) obtido no seringal foi de R$2,50. 
8.6 Razão Custo/Benefício 
Trata-se de uma relação entre o valor presente dos benefícios e o valor 
presente dos custos, para dada taxa de desconto (REZENDE et al., 2013). Para que 
um projeto seja viável economicamente, o valor de R(i) maior que a unidade. Para o 
seu cálculo, utiliza-se a seguinte fórmula: 
𝑅(𝑖) = 
𝑉𝐵(𝑖)
𝑉𝐶(𝑖)
 
Onde: 
R(i) – razão benefício-custo à taxa de desconto i; 
VB(i) – valor presente à taxa i da sequência de benefícios 
VC(i) – valor presente à taxa i da sucessão de custos 
Para o presente projeto estima-se que a razão custo/benefício seja de 1,12, ou 
seja, para cada R$ 1,00 investido, ocorrerá R$ 0,12 de retorno. 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O presente projeto demonstra que a implantação de um seringal em uma área 
de 16,74 hectares dentro da Fazenda experimental da Universidade Estadual de Mato 
Grosso do Sul é viável dentro do aspecto econômico, como foi demonstrado pela 
 
24 
 
análise econômica. Vale ressaltar o impacto que este plantio vai ter dentro da 
instituição devido ao fato de possibilitar uma série de pesquisas científicas 
relacionados a produção de látex, contribuindo ainda mais para fortalecer essa 
atividade, principalmente em Aquidauana e região. 
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ANEXOS 
 
 
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