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Direito Processual Penal - 40hs Página 1/35 
 
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ 
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL 
POLICIA MILITAR DO PARÁ 
 
 
 
Curso de Formação de 
Praças 
 
2017 
Direito Processual Penal 
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS 
Direito Processual Penal - 40hs Página 2/35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 3/35 
 
 
Curso de Formação de Praças 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém – PA 
2017 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 4/35 
 
Apresentação 
Este livro didático corresponde à disciplina DIREITO PROCESSUAL 
PENAL 
O Material foi elaborado pelo professor do curso visando contribuir com a 
aprendizagem dos alunos e aborda conteúdos selecionados observando-se as 
competências profissionais a serem adquiridas/desenvolvidas no processo de 
aprendizagem profissional. 
 
O aluno policial que freqüenta o Curso de Formação de Praças, nessa 
disciplina curricular, dentro das competências exigidas terá que apreender os 
conhecimentos conceituais relativos aos aspectos fundamentais sobre o Direito 
Processual Penal. 
 
Logo, esse material deverá, também, dar suporte ao aluno no desempenho de 
suas atividades acadêmicas, bem como ajudar na relação teoria e prática profissional, 
por ser um trabalho com fundamentos científicos que ajudará aplicar na sua atividade 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 5/35 
 
PROF. MBA BRIVALDO SOARES NETO 
 
Direito Processual Penal 
 
Livro Didático 
 
Sumário: 
Palavras do professor conteudista. 
1 Área Temática: Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública 
2 Ementa da Disciplina 
3 Mapa de Competências 
4 Descrição da Disciplina 
Conclusão dos Estudos 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 6/35 
 
Palavra do Professor 
 
A disciplina foi construída de forma sistêmica, ou seja, foca em preparar o 
discente da carreira militar a entender os elementos de Estado, e assim melhor 
construir a sua atividade/atribuição junto aos procedimentos tomados na esfera da 
segurança pública da Polícia militar integrada com os procedimentos da Polícia 
Civil. 
Diante dos conhecimentos inerentes ao Processo Penal com seus Elementos 
Legais, Formas e Procedimentos e os Conceitos que focam na construção do censo 
Ético, de Justiça e Legalidade das Ações do Policial Militar. 
Somado a forma competente de entender o fluxo do Inquérito Policial e o 
Auto de Prisão em Flagrante, bem como, as inovações referente à Audiência de 
Custódia. 
 
 
 
 
Prof. MBA BRIVALDO SOARES NETO 
 
• Servidor Público Estadual/SEAD e Professor de Instituição de Ensino Superior e 
do IESP/PA. 
• Com formação em Delegado de Polícia Civil/ACADEPOL – IESP/PA. 
• Administrador, Especialista em: Comunicação Empresarial e Gestão Pública. 
• Mestre em Administração. 
• Advogado, Especialista em Penal/Processo Penal. E pós-graduando em Gestão e 
Políticas em Segurança Pública. 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 7/35 
 
Área Temática: Conhecimentos Jurídicos 
 
A referida área temática tem por base a Matriz curricular Nacional e estar 
alinhada ao conjunto de competências cognitivas, operativas e atitudinais do aluno do 
Curso de Formação de Soldados. 
 
O Conteúdo foi orientado a partir de eixos articulados buscando capacidades 
gerais e competências específicas, também levou em consideração as dimensões 
organizacionais (institucional, profissional e pessoal) e de habilidades (técnicas, 
administrativas, interpessoais, políticas e cognitivas). Possibilita ainda a compreensão 
das estruturas organizacionais e os seus procedimentos de gestão de forma integrada as 
instituições de segurança pública nos diversos sistemas existentes, por isso a disciplina 
Direito Processual Penal será trabalhada dentro do contexto da Segurança Pública. 
 
Ementa da Disciplina: 
 
 
MAPAS DE COMPETÊNCIAS DISCIPLINAR: 
 
Disciplina: DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Conhecimentos Habilidades Atitudes 
- Conhecer o Direito Processual 
Penal e a relevância desse 
conhecimento para o exercício da 
atividade policial militar; 
- Identificar a ocorrência de um 
crime e os procedimentos a serem 
adotados; 
- E devida Ação Penal e o TCO. 
- Coligar pontos de 
identidade, semelhança e 
disparidade normativas, existentes 
no ordenamento jurídico 
processual penal; 
 
- Posicionar-se perante a 
ocorrência de um delito. 
- Atuar observando os preceitos de 
ética, hierarquia e disciplina; 
- Adotar medida coerente frente a 
infrações penais militares; 
- Atuar com equilíbrio, senso de 
justiça e bom senso no 
direcionamento da aplicação do 
Direito Processual Penal. 
Direito Processual Penal - 40hs Página 8/35 
 
DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Na atualidade devemos capacitar os servidores para não só executar ações – 
Nível Operacional, mas como também entender o seu papel e contribuir para um melhor 
desenvolvimento das atividades e tarefas. 
 
Para isso necessita que os colaboradores estejam aptos a tomar decisões nos 
diversos ambientes, sendo assim, o Direito Processual Penal voltada para o papel 
institucional da PMPA, se apresenta como uma oportunidade ao Aluno-soldado de 
realizar os procedimentos adequados com base nos preceitos da ética, hierarquia e 
disciplina, provocando as modificações necessárias nas pessoas, nos processos, enfim 
nas instituições. 
 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA: 
 
Criar condições para que o ALUNO - SOLDADO possa: 
 
 Ampliar conhecimentos para: 
 
- Conhecer o Direito Processual Penal 
 
 Desenvolver e exercitar habilidades para: 
 
- Saber como atuar em ocorrências e adotar os procedimentos. 
 
 Fortalecer atitudes para: 
 
-Aplicar na sua rotina de trabalho nos órgãos de direção, de apoio e de execução. 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 9/35 
 
Conteúdo programático: 
 
o Módulo 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIR. PROC. PENAL: 
o CONCEITO, AUTONOMIA. FINALIDADE E PRINCÍPIOS. 
o NORMA PROCESSUAL: eficácia no tempo e espaço. 
 
o Módulo 2 – INQUÉRITO POLICIAL: 
o CONCEITO, FINALIDADE E ÓRGÃO ELABORADOR. 
o A SUA NATUREZA PROCEDIMENTAL E AS SUAS CARACTERÍSTICAS. 
o FORMAS DE INSTAURAÇÃO: de Ofício, por Auto de Prisão em Flagrante ou por 
Requisição. 
 
o Módulo 3 – ATIVIDADE PRÉ – PROCESSUAL: 
o ATUAÇÃO DO ADVOGADO – atos de “defesa” no Inquérito. 
o HABEAS CORPUS: formas – preventivo e repressivo. 
o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE E REVOGAÇÃO DA PRISÃO 
PREVENTIVA. 
 
o Módulo 4 – AÇÃO PENAL. 
o CONCEITO, FUNDAMENTO E CONDIÇÕES/PRESSUPOSTOS. 
o SUJEITOS DA AÇÃO, ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS. 
o AÇÃO PENALPÚBLICA / PRIVADA – CONCEITO, COMPETÊNCIA E 
PRINCÍPIOS. 
 
o Módulo 5 – PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA: 
o TIPOS DE PRISÃO: flagrante, temporária, preventiva e domiciliar. 
o MEDIDAS CAUTELARES. 
o LIBERDADE PROVISÓRIA – com ou sem – Fiança. 
 
o Módulo 6 – JUIZADO ESPECIAL: LEI 9.099/95 – TCO: 
o PROCEDIMENTO POLICIAL À LUZ DOS CRIMES DE MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO: competência e rito para julgamento. 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 10/35 
 
ROTEIRO DE ESTRUTURA CURRICULAR PARA DISCIPLINA 
DE DIREITO PROCESSUAL PENAL - 40HS. 
 
CONTEÚDO PROGRMÁTICO: DIREITO PROCESSUAL PENAL. 
 
MÓDULO 01º - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIR. PROC. PENAL: 
 
1.1 Conceito, Finalidade, Autonomia e Princípios. 
 
O Código de Processo Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a 
composição das lides – conflitos – penais, por meio da aplicação do Direito Penal. 
 
 Conceito e finalidade: O Processo Penal é visto como a ferramenta utilizada pelo 
Direito Penal a fim de atingir seu objetivo maior, ou seja, punir aquele que foi contra o 
ordenamento penal. 
 
A autonomia, isso porque o direito processual penal não mantém laços de 
dependência do Direito Penal, tendo o primeiro regramento próprio. Outra característica 
é a instrumentalidade, ou seja, o meio pelo qual o direito processual penal atua, para 
fazer valer o que diz o direito penal e por fim temos a normatividade, dizendo que o 
Direito Processual Penal é uma disciplina normativa. 
 
Princípios Processuais Penais: 
 
1 Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade: Tal princípio 
determina que ninguém será considerado culpado até que se tenha sentença penal 
condenatória transitada em julgada, ainda que pendente de Recurso Especial ou 
Extraordinário. 
Desse princípio derivam duas regras fundamentais: a regra probatória em juízo, na 
qual a parte acusadora tem o ônus de provar o que fala e a regra 
de tratamento, segundo a qual ninguém poderá ser considerado culpado sem a sentença 
penal condenatória transitada em julgada. 
Direito Processual Penal - 40hs Página 11/35 
 
2 Princípio da imparcialidade do juiz: O juiz não poderá manter laço subjetivo 
com o processo que julgará, devendo em caso de impedido ou suspeição, o próprio 
magistrado reconhecer de oficio seu afastamento do processo. 
3 Princípio da igualdade processual: Também chamado de Princípio da 
paridade de armas, tal princípio defende que as partes do processo estejam em pé de 
igualdade, igualdade essa no nível material. 
4 Princípio do contraditório e da ampla defesa: Tal princípio tem como função 
permitir que as partes possam influenciar o juiz em sua decisão, oferecendo provas, etc. 
Graças a isso, o CPP determina que na ausência de defesa ou uma defesa incompetente, 
o juiz deverá decretar outro defensor para a parte. 
O contraditório atinge também alguns atos processuais, como as medidas 
cautelares, é o que se conhece por contraditório postegardo, por fim, o entendimento 
majoritário é que o inquérito policial está livre do contraditório, graças ao fato de ser 
um mero procedimento administrativo informativo, contudo, tal procedimento se faz a 
luz do princípio da publicidade. 
5 Princípio da ampla defesa: O princípio da ampla defesa se divide em duas 
linhas, sendo a primeira a defesa técnica, de caráter obrigatório, enquanto a segunda é a 
chamada autodefesa, que consiste no poder que o réu tem de se defender. 
Em caso de ausência de defesa, o STF já editou súmula no sentido de tornar o 
processo nulo de pleno direito, ademais, a ampla defesa não pode ser confundida com 
a plenitude de defesa defendida no Art. 5º, CF/88, a primeira se resume a contestação 
de provas materiais, ao passo que a segunda pode dispor de provas sentimentais, 
políticas, etc., sempre com o intuito de convencer o júri do contrário. 
6 Princípio da ação, demanda ou iniciativa das partes: Tal princípio determina 
que todos os atos do processo devem correr por iniciativa das partes, assim como a 
instauração do IP agora é de competência do Ministério Público, em alguns casos é de 
iniciativa privada. 
7 Princípio da oficialidade: Todos os órgãos encarregados da persecução penal, 
são órgãos oficiais. 
8 Princípio da oficiosidade: A atuação oficial ocorre sem necessidade de 
autorização, exceto em alguns casos. 
9 Princípio da verdade real: O processo penal não se contenta com a simples 
verdade, a mesma deverá ser a verdade real dos fatos, dando ao juiz certo poder 
investigatório, fato esse que recebeu muitas criticas, principalmente pelo fato do nosso 
sistema ser acusatório e não inquisitivo. 
A verdade ideal é vista como um ideal a ser atingido, devemos nos preocupar em 
buscar uma verdade processual, identificada como verosemelhança, extraída de um 
Dr Jairo
Realce
Direito Processual Penal - 40hs Página 12/35 
 
processo pautado no devido procedimento, respeitando-se o contraditório e a ampla 
defesa, a paridade de armas e conduzido por magistrado imparcial. 
10 Princípio da obrigatoriedade: Os órgãos encarregados da persecução 
penal são obrigados a agir, uma vez que a persecução se trata de questão de ordem 
pública. Em se tratando de Ação Penal de iniciativa privada, a regra é diferente. 
11 Princípio da indisponibilidade: Tal princípio é uma herança do princípio da 
obrigatoriedade, defendendo que uma vez iniciada a persecução penal, as instituições 
não podem dela desistir. Em se tratando de ação penal de iniciativa privada, a regra é 
diferente. 
12 Princípio do impulso oficial: Uma vez iniciada a persecução, deve o 
magistrado zelar para que ele chegue até o final. 
13 Princípio da motivação das decisões: O juiz deve motivar todas as suas 
decisões, sob pena de nulidade insanável do processo. O livre convencimento do 
juiz determina que o mesmo deve tomar decisões com base nos elementos produzidos 
durante o contraditório judicial, exceto nos casos de provas cautelares, realizadas 
antecipadamente e não sujeitas à repetição. 
14 Princípio da publicidade: Em regra, os processos penais devem correr a luz 
do princípio da publicidade, uma vez que essa é uma forma de a sociedade controlar as 
ações do poder judiciário, contudo, pode ocorrer sigilo quando as informações do 
processo gerarem exposição da intimidade ou for questão de interesse social. 
Tal princípio não é absoluto, ele é dividido em publicidade entre as partes e entre o 
publico em geral, a primeira sim corre a luz da publicidade completa, salvo nos casos de 
votação em tribunal do júri, já a segunda não, ela é flexível, ficando o publico de fora do 
processo em alguns casos. Em caso de inquérito policial, o advogado terá acesso as 
provas já produzidas, esse é o entendimento do STF (Súmula nº 14). 
15 Princípio do duplo grau de jurisdição: Tal princípio prevê que todas as 
decisões serão passíveis de uma revisão, contudo, em alguns casos tal princípio não é 
invocado, como nos processos de competência originária do Supremo Tribunal Federal. 
Alguns doutrinadores deliberam sobre a constitucionalidade de tal princípio, sendo 
defendido por alguns que ele não é constitucional e por outros como sendo 
constitucional. 
16 Princípio do juiz natural: Tal princípio consagra que o julgamento deverá 
ser conduzido por juiz competente, anteriormente togado, não sendo permitido tribunal 
de exceção. 
17 Do promotor natural ou promotor legal: Assim como o juiz natural, existe 
o promotor natural, promotor que é investido de forma legal em cargo público. 
Direito Processual Penal - 40hsPágina 13/35 
 
18 Princípio do defensor natural: Assim como o juiz e o promotor natural, é 
evidente que seria justo ao acusado se valer de um defensor natural, aquele investido em 
cargo público de forma concursal, diminuindo assim o poder do juiz de 
nomear defensor dativo. 
19 Princípio do devido processo legal: O princípio do devido processo legal, 
que visa assegurar ao acusado que ele seja condenado por órgão judicial de forma legal, 
seguindo a regra prescrita em norma, se valendo de provas legais. 
 
1.2 A Norma Processual: eficácia no Espaço e Tempo. 
 
A eficácia da Lei Processual Penal no espaço – trata-se do princípio da 
absoluta territorialidade – de ordem constitucional, que impõem a aplicação da Lei. 
Portanto, a lei processual penal aplica-se aos processos e julgamentos 
realizados no limite do território brasileiro. 
Considerando, Lei Processual Penal no tempo – o ato processual será regulado 
pela Lei que estiver em vigor no dia, não havendo retroação para atos pretéritos 
processuais. Ou seja, no dia da sua vigência para frente. 
Contudo, devemos esclarecer: a lei processual não se interessa pela data do fato 
delituoso foi praticado, os novos atos processuais serão praticados ainda que mais 
severos. A retroatividade existe no CPP, assim sendo, aplica-se de imediato aos 
processos em andamento – ainda que o fato tenha sido cometido antes e mesmo 
que a sua aplicação se dê em prejuízo ao agente. 
 
 
 
 
 
 
Dr Jairo
Realce
Direito Processual Penal - 40hs Página 14/35 
 
MÓDULO 2º – INQUÉRITO POLICIAL: 
 
2.1 Conceito, Finalidade e Órgão Elaborador. 
 
O inquérito policial é um procedimento investigatório prévio, constituído por uma 
série de diligências, cuja finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da 
ação possa propô-la contra o autor da infração penal. 
 
Assim, cometido um delito, deve o Estado buscar provas iniciais acerca da autoria e 
da materialidade, para apresentá-las ao titular da Ação Penal – Ministério Público ou a 
Vítima -, a fim de que este, avaliando – as, decida se oferece ou não a Denúncia ou 
Queixa – Crime. 
 
Essa investigação inicial, composta por uma série de diligências, chama-se 
Inquérito Policial. 
 
Tendo como órgão elaborador a polícia judiciária - Polícia Civil - como órgão 
auxiliar da justiça. Tendo como finalidade investigar as ocorrências delituosas e 
servir de base para Ação Penal. 
 
Nesse sentido, o Inquérito Policial é uma peça informativa que compreende um 
conjunto de diligências realizadas pela Autoridade Policial privativamente – Delegado 
de Polícia, a fim de apurar os fatos e a descoberta da autoria. 
 
2.2 A Sua Natureza Procedimental e as suas Características. 
 
A sua natureza é de procedimento administrativo na forma inquisitiva, ou seja, 
sem direito a defesa. Na forma procedimental – unilateral -. Contudo, destaca-se que o 
Presidente do Inquérito – Delegado de Polícia – apresenta poderes limitados pelo 
Direito Processual, portanto, não sendo arbitrários para conduzir a investigação. 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 15/35 
 
As Características são: 
 
 Inquisitivo: pois, no tramitar do inquérito não vigora o princípio do 
contraditório. Só existindo efetivamente no efetivo inicio da Ação Penal. Art. 5º , LV 
CF. 
 É realizado pela Polícia Judiciária – CIVIL OU FEDERAL: a Presidência 
do inquérito fica a cargo da Autoridade Policial – Delegado de Polícia – civil / federal, 
para tanto no comando das diligências, auxiliado por Investigadores, Escrivães e 
Papiloscopistas na PC/PA. Art. 4º do cpp. 
 É sigiloso: Uma vez que, algumas diligências efetuadas durante a investigação 
pressupõem segredo absoluto sob pena de se frustrarem seus objetivos ou ainda, de 
colocar em risco a segurança dos policiais envolvidos. Art. 20 do cpp. 
 Deve ser escrito: Dispõem o CPP que embora a maior parte dos atos 
inquisitórias sejam escritos, art. 09º. Pode–se ainda realizar gravação magnética – 
audiovisual – sem a necessidade posterior de transcrição – art. 405, § 2º cpp. 
 O inquérito é um procedimento que pode ser dispensável: O órgão do 
Ministério Público dispensará o inquérito se no ato da representação forem oferecidos 
elementos que o habilitem para promover Ação Penal. Uma vez que, a finalidade do 
inquérito é colher indícios, portanto, o torna desnecessário quando o titular da ação já 
possui em mãos elementos para sua propositura. 
 
2.3 - Formas de instauração: 
 
 De Ofício: ocorre quando o inquérito é iniciado por ato voluntário da autoridade 
policial, portanto, sem que haja pedido expresso de qualquer pessoa nesse sentido. Pois, 
a autoridade policial é obrigada a instaurar o inquérito sempre que tomar conhecimento 
da ocorrência de crime – notitia criminis ; a citar: 
 Por Qualquer Agente de Segurança Pública ou Privada; 
 Qualquer veículo de comunicação; 
 Disque Denúncia; 
 B.O; e 
 Outras pessoas do povo. 
 
Dr Jairo
Realce
Dr Jairo
Realce
Direito Processual Penal - 40hs Página 16/35 
 
Assim sendo, o Delegado de Polícia Civil ao saber da prática de um delito deve 
baixar a chamada Portaria, que é a peça inicial do procedimento inquisitorial. 
 
 Por Auto de Prisão em Flagrante - APF: 
 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO: resumo 
 
 CONCEITO: possui uma peculiaridade conhecida pelos cidadãos, que é a 
possibilidade de poder ser decretada por “qualquer do povo” que presenciar o 
cometimento de um ato criminoso. As Autoridades Policiais têm o dever de prender 
quem esteja em “flagrante delito”. 
 É o crime cuja prática é surpreendida por alguém no próprio instante em que o 
delinquente executa a ação penal ilícita. 
 
Efetuada a prisão em flagrante é preciso que se proceda a sua documentação, que é 
feita com depoimento do condutor, das testemunhas, com as declarações das vitimas, e 
se possível com o interrogatório do conduzido. Os registros são anexados ao APF, art. 
304 cpp. Caso, a pessoa presa em flagrante seja Militar, será recolhida, após a lavratura 
do auto, a quartel da instituição a que pertencer, ficando á disposição das autoridades 
competentes, (art. 300, parágrafo único, cpp). 
 
SOBRE A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: 
A audiência de custódia consiste na apresentação ao juiz competente, por 
parte da Autoridade Policial, da pessoa presa em flagrante delito, em até 24 horas 
após a prisão, para ser ouvida na presença do Ministério Público, da Defensoria 
Pública ou de Advogado constituído. 
O preso e o auto de prisão em flagrante deverão ser encaminhados ao Juízo 
competente até as 13h de segundas às sextas-feiras, e até às 11h em dias não úteis. 
A Autoridade Policial tomará as medidas necessárias para apresentar ao juiz 
competente a pessoa presa em flagrante, em até 24 horas do momento da prisão, para 
a audiência de custódia, conforme, as tratativas feitas pelo TJPA com os órgãos 
parceiros - Ministério Público, Defensoria, Secretaria de Segurança Pública e 
Direito Processual Penal - 40hs Página 17/35 
 
Superintendência do Sistema Penal. Através, de um Provimento que regulamenta a 
audiência de custódia no âmbito da jurisdição do TJPA em todo o Estado. 
Se a pessoa presase encontrar na ala da carceragem da SUSIPE, o órgão 
será o responsável por sua apresentação. 
 
 
 Por Requisição: Art.5º cpp. 
 
Sendo a requisição na prática uma ordem, assim quando o Juiz / Promotor 
requisitam a instauração do inquérito, o Delegado está obrigado a dar início as 
investigações. 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 18/35 
 
MÓDULO 3º – ATIVIDADE PRÉ – PROCESSUAL: 
 
3.1 - Atuação Do Advogado – Atos de “Defesa” no Inquérito. 
 
Apesar da temática desse MÓDULO tratar da atuação do Advogado de Defesa – 
essa ação propriamente dita não será possível na fase policial. Uma vez que, no 
Inquérito não há figura do Acusado. 
 
O Defensor poderá estár presente no momento do interrogatório do Indiciado, 
contudo, sem interferir, de qualquer modo nas perguntas e nas respostas. Da mesma 
forma poderá assistir á inquirição de Testemunhas e acompanhar Atos Perícias. 
 
Ocorrendo prisão em flagrante ou preventiva, o Indiciado terá direito de postular 
judicialmente tentando anular o cerceamento de sua liberdade. 
 
3.2 - Habeas Corpus: Formas – Preventivo e Repressivo. 
 
Conceito: É denominado de Remédio Judicial, pois tem a finalidade de evitar – 
Preventivo – ou fazer cessar a violência ou coação á liberdade de locação – Repressivo 
– decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. 
 
 HABEAS CORPUS – HC: de ordem preventiva. 
 
Destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção. 
 
 HABEAS CORPUS – HC: de ordem liberatória ou repressiva 
 
Destina-se a afastar constrangimento ilegal já efetivado à liberdade de locomoção. 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 19/35 
 
3.3 - Relaxamento da Prisão em Flagrante e Revogação da Prisão Preventiva. 
 
O Relaxamento da Prisão em Flagrante decorre em sua maioria pela falta de 
formalidade legais exigidas na Prisão em Flagrante – por exemplo, como a Nota de 
Culpa, para tanto, gera nulidade do Auto de Prisão em Flagrante que será Declarado 
Formalmente Imperfeito; já audiência de custodia. 
 
Contudo ainda, podendo ocorre o Relaxamento por: 
 
 Pelo fato ser Atípico – 
 
Primeiramente, tipicidade é a relação de adequação perfeita, exata, total, entre o 
fato da vida e o tipo legal de crime, atipicidade é exatamente a falta, a ausência dessa 
relação de adequação completa, fiel, absoluta entre o fato e o tipo. 
De outra forma, atipicidade: 
É o fato, a toda evidência, não for típico, como, por exemplo: 
Então, o exercício da prostituição não é fato típico e essa atipicidade é absoluta. 
 
 Por excesso de prazo – ocorre quando o Delegado por alguma razão demorar a enviar a 
cópia do auto de prisão em flagrante. 
 
 Conceder liberdade provisória com/sem fiança (MÓDULO 5.3). 
 
A prisão preventiva, decretada pelo juiz competente quando presente os requisitos 
do art. 312 cpp, podendo ocorrer em qualquer fase do Inquérito ou do Processo. 
 
Podendo ocorrer: 
 Quando o Autor da Infração tiver sido preso em Flagrante e o juiz ao receber a 
cópia do Auto no prazo de 24 hs de prisão, convertê-lo em preventiva. 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 20/35 
 
 Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as 
circunstâncias no caso concreto demonstrarem sua necessidade. (Modulo 5.1 trataremos 
do requisito da prisão preventiva). 
 
O juiz pode a todo tempo revogar a prisão preventiva caso desapareçam os 
motivos que ensejam. Pode, também redecretá-la se os mesmo motivos ressurgirem ou 
ainda, com base em novos fundamentos, segundo art. 316 cpp. 
 
BASE LEGAL 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será 
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não 
informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de 
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os 
das testemunhas.” (NR) 
 
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou 
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.” (NR) 
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá 
a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a 
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial.” (NR) 
 
Dr Jairo
Realce
Direito Processual Penal - 40hs Página 21/35 
 
 MÓDULO 4º – AÇÃO PENAL. 
 
4.1 - Conceito, Fundamento e Condições/Pressupostos. 
 
Ação Penal é o Direito de pedir ao Estado – Juiz a aplicação do Direito Penal 
objetivo a um caso concreto. Sendo também um Direito Público subjetivo do Estado- 
Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz 
aplicação do Direito Penal, com conseqüência a satisfação punitiva. Fundamentada no 
art. 24 cpp. 
 
As condições gerais ou Pressupostos são: 
 
 Legitimidade da parte: 
 
 Quando Pública – MP. 
 Quando Privada - Ofendido ou por seu Representante Legal. 
 
 Interesse de agir: 
 
A ação só pode ser admitida quando houver indícios de autoria e de 
materialidade a ensejar sua propositura, e desde que não seja extinta a punibilidade pela 
prescrição. 
 
 Possibilidade jurídica do pedido: 
 
O fato descrito na denúncia ou queixa seja típico (é a relação de adequação 
perfeita, exata, total, entre o fato da vida e o tipo legal de crime, atipicidade é 
exatamente a falta, a ausência dessa relação de adequação completa, fiel, absoluta entre 
o fato e o tipo). Assim, a peça inicial deve descrever fato previsto na lei como infração 
penal, pois, apenas dessa forma, poderá fundamentar um pedido de condenação. 
 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 22/35 
 
4.2 - Sujeitos da Ação, Atos e Prazos Processuais. 
 
Sujeitos processuais principais: Participam da relação em caráter de 
obrigatoriedade, de modo que, sem eles, não se constitui um processo. 
São sujeitos processuais principais: i) o juiz; ii) o acusado; iii) o MP; iv) o 
querelante. Deles, forma-se a relação angular-processual, estando o juiz acima e entre 
as partes (em decorrência de sua imparcialidade). 
Conceituação de Atos Jurídicos: É todo ato voluntário (oriundo da vontade 
humana), que produz efeitos jurídicos. 
Conceituação de Atos Processuais: É todo ato oriundo da vontade humana,praticado pelos sujeitos do processo, gerando efeitos jurídicos, dentro do processo. 
Notificação; citação; intimação: A notificação vem englobar a citação e a 
intimação. Quando ajuizamos uma ação trabalhista, ao ser cientificado dessa ação, o réu 
não é intimado ou citado. Ele é notificado. Recebe uma notificação. O efeito/ o objeto 
da notificação, da citação e da intimação, é o mesmo: cientificar a uma das partes, sobre 
a prática de um ato processual, que por consequências, irá gerar outro ato processual. O 
processo do trabalho chama a cientificação da parte de ato anterior praticado. A 
publicidade dos atos processuais, ou seja, a parte fica ciente de um ato processual, no 
processo do trabalho, de quatro maneiras: 
 Dar ciência dos atos processuais via postal; 
 Notificação pessoal, feita por oficial de justiça; 
 Notificação por edital; 
 Notificação por afixação na secretaria do juízo. 
Prazo processuais: 
Quanto à origem da fixação (legais, judiciais e convencionais): 
Prazo legal é aquele fixado pela lei, nasce da lei. 
O prazo judicial é aquele que nasce pelo juiz, é o juiz que fixa. 
Direito Processual Penal - 40hs Página 23/35 
 
Ex: prazo para a juntada de substabelecimento: 48 horas. 
O prazo convencional é aquele fixado e sugerido pelas as partes e homologado 
pelo juiz. Artigo 265 do CPC. 
O prazo pode ser judicial e legal ao mesmo tempo. 
Ex: Art. 491 do CPC: O relator mandará citar o réu, assinando-lhe prazo nunca 
inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) para responder aos termos da ação. 
4.3 - Ação Penal Pública/Privada – Conceito, Competência e Princípios: 
 
Ação penal pública: 
 
Exclusiva do Ministério Público que promoverá ação independente da vontade 
ou interferência de quem quer que seja, bastando, para tanto, que concorram as 
condições da ação e seus pressuposto. (MÓDULO - 4.1) 
 
Princípios: 
 
 Obrigatoriedade: convencendo-se o promotor de justiça da 
existência de indícios de autoria e de materialidade em relação a um 
certo crime, estará obrigado a oferecer a Denúncia. 
 Indisponibilidade: o MP não pode desistir da Ação Penal. 
 Oficialidade: o titular da Ação – MP pertence ao Estado. 
 
Ação penal privada: decorre dos que atinge imediatamente e profundamente o 
sujeito passivo da infração. 
 
Na maioria desses casos, pela própria natureza do crime, a instrução probatória 
fica quase por inteiro na dependência do ofendido. Em face disso o Estado lhe oferece 
o próprio direito de ação. 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 24/35 
 
Exemplos de Crimes de Ação penal privada no código penal: 
 Calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140, caput), salvo as 
restrições do art. 145; 
 Alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando 
não houver violência e a propriedade for privada (art. 161, § 1º, i e ii); 
 Dano, mesmo quando cometido por motivo egoístico ou com prejuízo 
considerável para a vítima (art. 163, caput, parágrafo único, iv); 
 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164 c/c o 
art. 167); 
 Fraude à execução (art. 179 e parágrafo único); 
 Violação de direito autoral, usurpação de nome ou pseudônimo alheio, 
salvo quando praticadas em prejuízo de entidades de direito (arts. 184 a 186); 
 Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins 
matrimoniais (art. 236 e seu parágrafo); e 
 Exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem 
violência. 
 
Princípios: 
 
 Oportunidade ou Conveniência: ainda que haja prova. A vítima pode 
optar por não processá-lo. 
 Disponibilidade: querendo o autor pode desistir da ação. 
 Indivisibilidade: caso a vítima resolva ingressar com a ação penal, 
deverá oferecer a queixa contra todos os autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO 5º – PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA: 
 
5.1 - Tipos de Prisão: Flagrante, Preventiva, Temporária, e Domiciliar. 
 
Conceitos: 
 
 Da prisão em Flagrante: 
 É o crime cuja prática é surpreendida por alguém no próprio instante em que o 
delinqüente executa a ação penal ilícita. 
 
Podendo ser de 3 formas: conforme, o art. 302 cpp. 
 
 Denominado de flagrante próprio ou real – O agente é flagrado quando 
acaba de cometer o crime, estando ainda no local. Podendo ser ainda, quem já encerrou 
os atos de execução, contudo, está presente no local em indicativa de que praticou a 
infração penal. 
 I - está cometendo a infração penal; 
 
 II - acaba de cometê-la; 
 
Ex. Policiais ouvem disparos e, ao chegar no local, encontram a vítima almejada e 
o agente com a arma na mão. 
 
 Denominado de Flagrante impróprio ou quase flagrante – considera-
se flagrante quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração. 
 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em 
situação que faça presumir ser autor da infração; 
 
Ex. O sujeito fugiu do local mais foi perseguido. 
 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 26/35 
 
A perseguição não precisa ter–se iniciado de imediato, uma vez que a expressão 
“logo após” abrange o tempo necessário para que a polícia seja chamada, compareça no 
local, tome informações acerca das características físicas dos autores do crime e da 
direção por eles tomada, e saia ao encalço destes. 
 
Assim sendo, a perseguição iniciada logo após a prática do crime, não existe 
prazo para sua efetivação, desde que a perseguição seja ininterrupta. Ao contrário do 
que se possa imaginar, não existe prazo de vinte e quatro horas para a efetivação da 
prisão em flagrante. O que existe é um prazo de 24 horas para lavrar o auto de prisão 
após a captura do criminoso. 
 
 Denominado flagrante presumido ou ficto: Nessa hipótese o agente não 
é perseguido, mas localizado, ainda que casualmente, na posse de uma arma ou das 
coisas mencionados na lei, de tal forma que a situação faça surgir séria desconfiança no 
sentido de ser o autor do delito. 
 
Ex. Um homem furta a bolsa de uma mulher e consegue se evadir sem ser 
perseguido. Uma hora depois, em outro local, policiais desconfiam do fato de o agente 
estar em uma praça revirando uma bolsa feminina e o abordam. 
Verificando os documentos que o bem tinha sido furtado. Assim, dão voz de 
prisão em flagrante ao furtador, mesmo não tendo sido perseguido, mas meramente 
encontrado em poder do objeto furtado. 
 
Portanto, a expressão “logo após/depois” deve ser analisada no caso concreto, em 
geral de acordo com a gravidade do crime, para se dar maior ou menor elastério a ela. 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir 
ser ele autor da infração. 
 
 
 Atenção: nesse sentido a importância da AUDIÊNCIA DE CUSTODIA 
 
 
 
 
 
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BASE LEGAL 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
 Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes 
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 I- está cometendo a infração penal; 
 II - acaba de cometê-la; 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
 IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis 
que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
 
 Da prisão Preventiva: 
 
A prisão preventiva, decretada pelo juiz competente quando presentes os 
requisitos legais, pode ser levada a efeito em qualquer fase do inquérito ou do processo. 
Conforme 311 cpp. : 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, 
ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
 
A decretação da prisão preventiva pode se verificar em duas situações: 
 
 
 Quando o autor da infração tiver sido preso em flagrante e o juiz ao receber 
a cópia do auto no prazo de 24 horas da prisão, convertê-la em preventiva; 
 Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as 
circunstancias do caso concreto demonstrarem sua necessidade. 
 
A prisão preventiva é cumprida por meio de mandato de prisão. Aliás, 
todas as formas de prisão processual são cumpridas por mandato, exceto a prisão 
em flagrante, contudo, e revista pela Audiência de Custódia. 
 
Os Requisitos para prisão preventiva: Conforme, art. 312 e 313 cpp. 
Direito Processual Penal - 40hs Página 28/35 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem 
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar 
a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente 
de autoria. 
 Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
 “313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 
4 (quatro) anos; 
 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em 
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; 
 
IV - (revogado). 
 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver 
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos 
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade 
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.” 
(NR) 
 
 
QUADRO RESUMO 
 
 
PRESSUPOSTOS 
 
FUNDAMENTOS 
CONDIÇOES DE 
ADMISSIBILIDADE 
 
 Indícios de Autoria; 
 Prova de 
materialidade. 
 
Obs.: o juiz somente 
poderá decretar a prisão 
preventiva se estiver 
demonstrado a 
probabilidade de que o réu 
 
 Garantia da ordem 
pública; 
 
- É necessário para 
afastar o autor do delito do 
convívio social em razão 
de sua periculosidade. 
 
 Conveniência da 
instrução criminal; 
 
- É necessário quando 
o réu está forjando ou 
 
Que o crime seja 
doloso com pena máxima 
superior a 4 anos. 
 
Que o réu seja 
reincidente em crime 
doloso. 
 
Para garantia das 
medidas protetivas de 
urgência, se o crime for 
contra mulher, idoso, 
enfermo, menor ou 
Direito Processual Penal - 40hs Página 29/35 
 
tenha sido autor de um fato 
típico e ilícito. 
 
Sendo os pressupostos: 
 
Indícios suficientes da 
autoria somando da prova 
material delitiva. 
Conhecido como fumus 
boni iuris. 
 
Portanto, nesse 
momento bastando meros 
indícios, isto é, que se 
demonstre a probabilidade 
do réu ou indiciado ter sido 
o autor do fato delituoso. – 
in dúbio pro societate. 
 
Diferente do in dúbio 
pro reo – certeza para a 
condenação. 
eliminando provas, 
ameaçando testemunhas ou 
a vitima. 
 
 Garantia da 
aplicação da lei penal; 
 
- É necessário quando 
o réu está foragido ou 
preste a fugir. 
 
 Garantia da ordem 
econômica; 
 
- Trata-se de prisão 
decretada para coibir 
graves crimes contra: 
Ordem Tributária, o 
Sistema Financeiro. 
 
Obs.: são crimes de 
interesse federal. 
 
 
 
 Descumprim
ento de medida cautelar 
antes imposta. 
 
- Nesse caso, a prisão 
preventiva ocorre quando o 
acusado não esta cumprida 
às medidas do art. 319 cpp. 
 
deficiente. 
 
Se houver dúvida 
quanto á identificação civil 
do ao acusado e este se 
recusar a esclarecê-la. 
 
 
 
 Da Prisão Temporária: LEI 7.960/89. 
 
É uma medida restritiva da liberdade de locomoção, decretada por tempo 
determinado, destinada a possibilitar as investigações de crimes considerados graves, 
durante a fase do Inquérito. 
BASE LEGAL 
Art. 1° Caberá prisão temporária: 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
Direito Processual Penal - 40hs Página 30/35 
 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos 
necessários ao esclarecimento de sua identidade; 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo 
único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 
223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo 
único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal 
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em 
qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 
2016) 
 
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da 
autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, 
ouvirá o Ministério Público. 
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e 
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento 
da representação ou do requerimento. 
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Públicoe do 
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e 
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. 
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, 
uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. 
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado 
judicial. 
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos 
no art. 5° da Constituição Federal. 
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto 
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. 
 
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados 
dos demais detentos. 
 
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Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da 
alínea i, com a seguinte redação: 
 
"Art. 4° ............................................................... 
 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, 
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de 
liberdade;" 
 
Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de 
vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos 
pedidos de prisão temporária. 
 
 Da Prisão Domiciliar: 
Consiste no recolhimento do indiciado ou réu em sua residência nas seguintes 
hipóteses: 
 Maior de 80 (oitenta) anos; 
 Extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
 Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou 
com deficiência; 
 Gestante. 
 
Os requisitos acima são de ordem pessoal, e para tanto o juiz ao verificar - idade 
avançada / doença grave/saúde e o fator gestacional e ainda o agente não colocar em 
risco a ordem pública, a instrução criminal, - os requisitos do 312 cpp, poderá decretar a 
prisão domiciliar. 
 
E ainda há situações de: 
 
 Mulher com filho até 12 anos incompletos. 
 Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos de idade 
incompleto. 
 Ou ainda pessoa deficiente. 
 
Nessas hipóteses acima, a substituição da prisão preventiva pela domiciliar é 
mera faculdade do juiz, portanto, não sendo obrigatória. 
 
 
Direito Processual Penal - 40hs Página 32/35 
 
BASE LEGAL 
 
“DA PRISÃO DOMICILIAR” 
“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou 
acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.” 
(NR) 
 
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o 
agente for: 
I - maior de 80 (oitenta) anos; 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de 
idade ou com deficiência; 
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto 
risco. 
 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos 
estabelecidos neste artigo.” (NR) 
 
5.2 - Medidas Cautelares. 
 
Como sendo medidas diversas a prisão do indiciado/acusado, medidas essas 
capazes de produzir o mesmo efeito garantidor no curso da investigação ou do processo. 
Bem como, na liberdade provisória. 
BASE LEGAL 
‘DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES” 
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo 
juiz, para informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante 
desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer 
distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja 
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
Direito Processual Penal - 40hs Página 33/35 
 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de 
infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com 
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a 
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado). 
§ 2o (Revogado). 
§ 3o (Revogado). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste 
Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR) 
 
5.3 - Liberdade Provisória – com ou sem – Fiança. 
 
Nessa fase, o juiz recebe a comunicação de que determina que a pessoa foi presa 
em flagrante e que assim permanece, uma vez que o Delegado não arbitrou fiança. Deve 
então o juiz se há procedentes para os requisitos da Prisão Preventiva. 
 
Caso positivo: deve Decretá-la; 
 
Caso negativo: deve conceder liberdade provisória – com ou sem fiança. Somada 
com medidas cautelares (MODULO 5.2) 
 
BASE LEGAL 
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos 
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 
(quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que 
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR) 
 
“Art. 323. Não será concedida fiança: 
I - nos crimes de racismo; 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático; 
IV - (revogado); 
Direito Processual Penal - 40hs Página 34/35 
 
V - (revogado).” (NR) 
 
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente 
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os 
arts. 327 e 328 deste Código; 
II - em caso de prisão civil ou militar; 
III - (revogado); 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva (art. 312).” (NR) 
 
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos 
seguintes limites: 
a) (revogada); 
b) (revogada); 
c) (revogada). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja 
pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da 
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
III - aumentada em até 1.000(mil) vezes. 
§ 2o (Revogado): 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III - (revogado).” (NR) 
 
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a 
sentença condenatória.” (NR) 
 
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, 
o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz 
competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO 6º – JUIZADO ESPECIAL: LEI 9.099/95 – TCO: 
 
6.1 - Procedimento Policial a luz dos Crimes de Menor Potencial Ofensivo: 
Competência e Rito para Julgamento. 
 
Competência: 
Nos termos do art. 61da Lei nº 9.099/95 são todos os crimes com pena máxima 
não superior a 2 anos e todos as contravenções penais. 
 
Rito: legislação especial, procedimento sumário e o sumaríssimo. 
 
Nesta modalidade a infração penal, o ato de prisão em flagrante é possível, porém, 
de acordo com o art. 69, parágrafo único, da mesma Lei. Quando o preso for 
apresentado á Autoridade Policial, esta não lavrará o auto de prisão e nem exigirá 
fiança, se o autor do fato for imediatamente encaminhado ao Juizado Especial Criminal 
ou assumir o compromisso de lá comparecer quando intimado para tanto – nesta última 
hipótese deverá assinar Termo de Compromisso. 
 
Neste caso, a Autoridade Policial se limita a lavrar termo circunstanciado do qual 
deve constar resumo das circunstancias do fato criminoso e, em seguida, deve liberar o 
autor da infração – sem lhe exigir fiança. 
 
Ex. Em uma ação policial uma pessoa é presa em flagrante por desacato – ofendeu 
um policial no exercício da função -; este é levado a Delegacia e lá assume 
compromisso de comparecer ao Juizado. Delegado lavra o termo circunstanciado e o 
libera. 
 
Somente quando o Agente recusa-se a assumir o compromisso de comparecer em 
juízo que cabe autoridade lavrar o auto de prisão em flagrante. 
 
 
 
 
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Referências: 
 
Capez, Fernando. Código de Processo Penal – São Paulo. Saraiva, 2017. 
 
Garcia, Ismar Estulano. Procedimento policial: Inquérito e termo circunstanciado – 12 
ed. Revisado e ampliando. Goiânia. 2009. 
 
Gomes, Amintas Vidal. Manual do Delegado – Teoria e Prática – 6º edição, Revisada e 
Atualizada – Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
 
Reis, Alexandre Cebrian Araujo. Processo Penal, Parte Geral – 21 edição – São Paulo. 
Saraiva 2017.

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