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1 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira 2 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira Professor de Direito. Procurador do Estado. Doutorando em Direito Público. Professional Coach. Prof. Colaborador Ernani Freitas (Instagram: @ernanisfn) Monitor: Edmom Moraes [Instagram: @edmom.moraes] Queridos amigos e futuros colegas de profissão, É CHEGADA A HORA! Durante os meses de preparação, vocês se esforçaram e se dedicaram, renunciando a prazeres da vida para atingir esse sonho. Vocês estão aqui e podem conseguir esse objetivo, basta acreditar no seu projeto de vida. Como sempre digo, o segredo da aprovação é uma boa revisão. Logo, preparei algumas dicas especiais, querendo ajudar vocês ao máximo. Lembrem-se de que esse objetivo é única e exclusivamente seu e que você se preparou para isso. Não há concorrentes, não há qualquer obstáculo além de você. Basta ter confiança e acreditar, que a aprovação com certeza virá! Nesses últimos momentos, sugiro que utilize cada segundo para fazer uma revisão de qualidade, especialmente utilizando as nossas dicas para isso. Elas servirão para você estudar ao longo da semana e mesmo no dia de véspera ou até no dia da prova. As dicas foram produzidas a partir de questões anteriores de provas e de trechos da nossa apostila. Leia atentamente, anote suas dúvidas e, se precisar, pode enviar um e-mail para nós com o seu feedback. Estou torcendo pela aprovação de cada um de vocês! Vamos juntos rumo à aprovação! Prof. Marci ́lio Ferreira Filho GOSTOU? USE A HASHTAG #profmarcilioferreira PARA NOS DAR O SEU FEEDBACK! Insta: @profmarcilioferreira E-mail: contato@marcilioferreira.com DICA 01 (Tributo - definição e classificação) NATUREZA JURÍDICA DO FGTS: O FGTS não detém natureza tributária, mas sim trabalhista e social o que lhe retira o timbre de contribuição fiscal ou parafiscal. Posicionamentos do STJ e STF nesse sentido. Súmula 353-STJ: “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. DICA 02 (Princípios tributários) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: O princípio da legalidade estabelece para os entes federativos que não é possível “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” (CF, art. 150, I). O princípio da legalidade, contudo, possui exceções: - II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustível (EC 33/01), ICMS-combustível (com ressalvas por parte do entendimento dominante do STF). ATENÇÃO: Tal razão da flexibilidade conferida ao Poder Executivo, está no fato de que esses impostos têm caráter EXTRAFISCAL, possuindo função regulatória. Deve-se também observar, que a lista de exceção fica vinculada à majoração das alíquotas, que pode se dar, por exemplo, através de decreto ou portaria. DICA 03 (Princípios tributários) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL: Os tributos se submetem a dois tipos de anterioridade: ANTERIORIDADE ANUAL Não é possível no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (NOVENTENA) Não é possível antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. DICA 04 (Princípios tributários) EXCEÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL: Alguns tributos não se submetem à anterioridade anual ou nonagesimal: EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE ANUAL II, IE, IPI, IOF, Empréstimo Compulsório (tipo guerra externa ou calamidade pública), Contribuição Social, CIDE Combustíveis, ICMS Monofásico, Contribuição Residual e Imposto Guerra Externa. EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL II, IE, IR, IOF, IEG, EC para calamidade pública ou guerra externa, alterações na Base de Cálculo do IPTU e IPVA. DICA 05 (Princípios tributários) ISONOMIA/IGUALDADE TRIBUTÁRIA: A Constituição Federal elenca no art. 150, II o princípio da igualdade ou isonomia tributária, que dispõe que todos são iguais perante a Lei. Diante dos fatos econômicos idênticos, o tratamento tributário dispensado deve, também, ser idêntico. Visa eliminar do ordenamento jurídico a concessão de privilégios para algumas classes ou categorias econômicas ou mesmo inibir a prática de benefícios em função das relações pessoais. ATENÇÃO: Isso, contudo, não impede o tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte, pois está previsto no art. 146, III, “d”, da CF/88. Trata-se de concretização da isonomia material, já que a ME e EPP se encontra em situação de desvantagem e necessita de incentivo do Estado. DICA 06 (Princípios tributários) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA: É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio- econômico entre as diferentes regiões do País; ATENÇÃO: A instituição de incentivos fiscais para a finalidade de promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio econômico entre diferentes regiões do país não viola a regra de isonomia. DICA 07 (Princípios tributários) PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. (CF, art. 145, §1º). ATENÇÃO: Tal princípio é direcionado aos IMPOSTOS, porém o STF entende que também pode ser aplicado às demais espécies tributárias. DICA 08 (Princípios tributários) PRINCÍPIO “NON OLET”: Todos que realizam o fato gerador devem arcar com o tributo, independentemente da atividade. ATENÇÃO: É legítima a tributação de produtos financeiros resultantes de atividades criminosas, nos termos do art. 118, I do CTN (HC, nº 77.530-RS, Min. Sepúlveda Pertence, 25/08/98). DICA 09 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMPOSTOS RESIDUAIS E ANTERIORIDADE: O princípio da anterioridade (anual e nonagesimal) não é afastado para impostos residuais. CUIDADO: Muitos confundem os impostos residuais do art. 154, I, da CF com os impostos de guerra do art. 154, II, da CF. O primeiro observa a anterioridade, enquanto o segundo não. 5 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira IMPOSTO FUNDAMENTO RESTRIÇÕES Residual 154, I Não-cumulatividade e ausência de identidade do FG ou BC de outros impostos. Se submete à anterioridade. Guerra/ Extraordinári os 154, II Supressão gradativa, cessadas as suas causas. Não se submete à anterioridade. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstosno artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. DICA 10 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) ALÍQUOTAS MÍNIMAS E MÁXIMAS FIXADAS PELO SENADO: A Constituição estabelece a fixação de alíquotas máximas para o ITCMD e alíquotas mínimas para o IPVA, para evitar a guerra fiscal, a serem fixadas pelo Senado Federal. ICMD Alíquotas máximas pelo SF CF, art. 155, §1º, IV IPVA Alíquotas mínimas pelo SF CF, art. 155 §6º, I ATENÇÃO: No caso do ICMS, aplica-se o art. 155, §2º, IV: “resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação”. DICA 11 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR: Algumas matérias previstas na Constituição são reservadas à lei complementar. Tais matérias constam, de forma genérica, do art. 146 da CF: Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. DICA 12 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMUNIDADE EM CASO DE ALUGUEL DE IMÓVEIS: A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c”, da CF cessa nos casos de aluguel de imóveis a terceiros? Veja o entendimento do STF: SV 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. CUIDADO: Observe-se que a solução é dada a cada caso, analisando se os valores foram aplicados nas atividades para as quais a entidade foi criada. DICA 13 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) DIFERENÇA ENTRE NÃO INCIDÊNCIA, IMUNIDADE E ISENÇÃO: A NÃO INCIDÊNCIA, é o fato ocorrido está fora do alcance da regra jurídica, não nascendo assim a obrigação de pagar tributo, o fato é atípico. IMUNIDADE é a não incidência constitucionalmente qualificada. ISENÇÃO é a dispensa legalmente qualificada, havendo somente quando a lei expressamente disser. NÃO INCIDÊNCIA fato ocorrido está fora do alcance da regra jurídica IMUNIDADE não incidência constitucionalmente qualificada (previsão constitucional) ISENÇÃO dispensa legalmente qualificada, havendo somente quando a lei expressamente disser (previsão em lei) ATENÇÃO: o art. 150 da CF traz à regra imunizante (imunidade principais) adstrita TÃO somente aos IMPOSTOS. A proibição não se refere a taxas, contribuições, ou outras espécies de tributárias. DICA 14 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) ISENÇÃO HETERÔNOMA: O art. 151, III da CF veda as isenções heterônomas no plano interno das competências. Ou seja, a União enquanto pessoa jurídica de direito interno não pode conceder isenções de tributos que não é de sua competência. DICA 15 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMUNIDADE DE LIVROS DIGITAIS (E-Books): No julgamento proferido pelo STF nos RE’s 330817 e 595676, entendeu-se que a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF, destinada aos livros, também abrange obras digitais. 6 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI - instituir impostos sobre: [...] d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. DICA 16 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO E MULTAS TRIBUTÁRIAS: Segundo entendimento do STF (AgRg no RExt 833.106/GO), as multas tributárias também se submetem ao princípio do não confisco (CF, art. 150, IV). O limite do percentual, contudo, é diverso do próprio tributo. Multas punitivas até 100% do valor do tributo principal Multas moratórias até 20% do valor do tributo principal DICA 17 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMUNIDADE RECÍPROCA PARA PESSOAS JURÍDICAS PRIVADAS DA ADMINISTRAÇÃO: Empresas públicas e sociedades de economia mista, embora integrem a Administração Pública, não gozam de imunidade tributária, pois são pessoas privadas, conforme art. 173, p. 2, da CF. A exceção, segundo o STF, é o caso dos correios (ECT), pois prestam serviço público em caráter de privilégio. ATENÇÃO: Súmula 76 - As sociedades de economia mista não estão protegidas pela imunidade fiscal do art. 31, V, a, Constituição Federal. DICA 18 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) COBRANÇA INDIRETA DE TRIBUTO: Conforme a Súmula 70- STF: "É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo." O Fisco possui meios regulares (Execução Fiscal - Lei 6.830/80) para cobrança dos seus tributos. DICA 19 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) INAPLICABILIDADE DA IMUNIDADE RECÍPROCA PARA TAXAS: Conforme art. 150, VI, da CF, a imunidade recíproca se aplica apenas para impostos. Assim, a cobrança de taxa entre os entes federativos é possível constitucionalmente. Nesse sentido, a antiga súmula 324 do STF. DICA 20 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) ALTERAÇÃO DE PRAZO PARA RECOLHIMENTO DE TRIBUTO E NÃO INCIDÊNCIA DA ANTERIORIDADE: Prevê a Súmula Vinculante 50: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.” A razão disso é que a alteração do prazo não configura instituição ou majoração de tributo para fins de incidência do princípio. DICA 21 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS E REQUISITOS: O empréstimo compulsório só pode ser instituído por meio de lei complementar, conforme o Art. 148, caput, da CRFB/88. Ao empréstimo compulsório instituído por força de calamidade pública não se aplica a vedação inerente ao princípio da anterioridade do exercício financeiro nonagesimal, conforme Art. 150, § 1º, da CRFB/88. DICA 22 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E REQUISITOS: O Imposto de Importação é exceção ao princípio da legalidade, ou seja, sua alíquota pode ser majorada por meio de ato do Poder Executivo, desde que atendidas às condições e aos limites estabelecidos em lei,conforme dispõe o Art. 153, §1º, da CRFB/88. Por ser um imposto que tem como função regular o mercado (extrafiscalidade), o Imposto de Importação é exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme o Art. 150, § 1º, da CRFB/88. DICA 23 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) EXIGÊNCIA DE LC PARA PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIUTÁRIA: Conforme art. 146, III, “b”, normas sobre prescrição em matéria tributária devem ser veiculadas através de Lei Complementar. No mesmo sentido: Súmula Vinculante 8. Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 7 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira DICA 24 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL FECHADA: Conforme a súmula 730- STF: "A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários." DICA 25 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) NATUREZA DA DECISÃO QUE RECONHECE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA: A decisão que reconhece a imunidade tributária possui natureza declaratória e produz efeitos retroativos ao momento em que preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício. (STJ, REsp 1596529/PR) Cuidado: Significa dizer que, se uma entidade ingressa com ação para reconhecer a sua imunidade, esta valerá não a partir da sentença, mas desde que o direito passou a ser válido. A sentença apenas declara o direito da autora, operando efeitos retroativos. DICA 26 (Limitações constitucionais ao poder de tributar) MEDIDA PROVISÓRIA: Os tributos adstritos à Ação normativa inerente à Lei Complementar NÃO PODERÃO ser instituídos ou alterados por medida provisória, conforme art. 62, §1º, CF. Exemplos: Empréstimo Compulsório (art. 148, CF) e Imposto Residual (art. 154, CF). DICA 27 (Competência tributária) COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA: A competência tributária é o poder deferido aos entes federativos para instituir os tributos previstos constitucionalmente, sendo indelegável. A capacidade tributária ativa, por outro lado, envolve a atividade específica de arrecadar e fiscalizar os tributos, podendo ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito público. Competência Tributária Poder para INSTITUIR tributos Indelegável Capacidade Tributária Poder para arrecadar e fiscalizar Delegável a outras pessoas jurídicas de direito público DICA 28 (Competência tributária) TRIBUTAÇÃO EM TERRITÓRIOS: Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. (CF, art. 147) DICA 29 (Competência tributária) INCONSTITUCIONALIDADE DA TAXA DE MATRÍCULA: De acordo com a Súmula Vinculante 12: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal” Nesses casos, a taxa de matrícula viola a regra de gratuidade de acesso ao ensino público. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; DICA 30 (Competência tributária) COBRANÇA DE TAXA DE COLETA, REMOÇÃO E TRATAMENTO OU DESTINAÇÃO DE LIXO: O STF considera como CONSTITUCIONAL a conhecida “taxa de lixo”, uma vez que atende aos requisitos do CTN (específico e divisível). Súmula Vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.” DICA 31 (Competência tributária) BASE DE CÁLCULO DA TAXA: A base de cálculo da taxa pode conter elementos da base de cálculo de determinados impostos, desde que não haja integral identidade, conforme Súmula Vinculante 29. Súmula Vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.. DICA 32 (Competência tributária) CUSTAS JUDICIAIS COMO TAXA: As custas judiciais são consideradas como possuindo natureza de taxa e, portanto, são tributos. Como tais, precisam observar a regra da referibilidade e corresponder o valor da sua cobrança ao serviço prestado. Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. DICA 33 (Competência tributária) COMPETÊNCIA COMUM NAS TAXAS: Se restringe aos chamados tributos vinculados, como as taxas e as contribuições de melhoria (art. 145, II e III da CF e art.149, parágrafo único). A dica fica para o fato gerador da obrigação tributária. Exemplo: se um Estado membro prestar um serviço público específico e divisível (fato gerador da taxa – art. 79, II e III do CTN), desapontará 8 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira uma taxa estadual; se em Município realizar uma obra pública do qual decorra valorização imobiliária (fato gerador de contribuição – art. 81 do CTN), desapontará uma contribuição de melhoria municipal. DICA 34 (Competência tributária) ILUMINAÇÃO PÚBLICA TAXA X CONTRIBUIÇÃO: A taxa relativa à prestação de serviço de ilumincação pública foi declarada inconstitucional pelo STF: Súmula Vinculante 41. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. O entendimento do STF era de que tal serviço não se enquadrava nos requisitos da taxa. Com isso, a Constituição foi alterada para instituir uma contribuição especifica para essa finalidade: COSIP. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. DICA 35 (Competência tributária) TAXA X TARIFA: A taxa é tributo, nasce por meio de Lei, é exação compulsória e possui caráter de essencialidade. Tarifa não é tributo, nasce por meio de um contrato, é voluntária e possui caráter de inessencialidade. Súmula 545 STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a Lei que as instituiu”. DICA 36 (Competência tributária) TAXA DE ASFALTAMENTO: Como estão inseridas no contexto de obra pública não podem ser remuneradas por taxa e sim mediante a contribuição de melhoria (Súmula 129-STF). ATENÇÃO: Em nenhuma hipótese pode substituir imposto com base de cálculo de taxa, ou taxa com sabe de cálculo de imposto, sob pena de termos um tributo pelo outro, dando ensejo ao intitulado “imposto disfarçado” (art. 77 CTN e art. 145, §2º da CF). Súmula 595-STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural” (Ver súmula 551-STF). DICA 37 (Competência tributária) REQUISITOS DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Quando cabe? O tributo que tem como fato gerador a valorização de imóvel decorrente de obra pública, conforme previsto no Art. 145, III, da CF/88. Quem pode cobrar? Apesar de a Constituição Federal outorgar a todos os entes federativos a competência para a instituição da contribuição de melhoria, tal tributo só pode ser instituído pelo ente que realizou a obra pública, no caso o Estado Alfa. Qual é sua base de cálculo? A base de cálculo da contribuição de melhoria deve considerar a valorização do imóvel beneficiado pela obra pública e não os custos da obra, conforme previsto no Art. 81 do CTN e/ou Art. 3º do Decreto Lei nº 195/67. O valor da obra serve apenas como o limite a ser arrecadado pelo ente tributante com a contribuição de melhoria. ATENÇÃO: A cobrança da Contribuição de Melhoria terá como limite o custo das obras, computadas as despesas de estudos, projetos, fiscalização, desapropriações, administração, execução e financiamento, inclusive prêmios de reembôlso e outras de praxe em financiamento ou empréstimos e terá a sua expressão monetária atualizada na época do lançamento mediante aplicação de coeficientes de correção monetária. (Art. 4, Decreto-Lei 195/67) DICA 38 (Competência tributária) IMPOSTO DE RENDA E DANOS MORAIS: Conforme a Súmula 498-STF: “Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais”. O art. 43, caput, do CTN prevê como fato gerador do imposto de renda apenas a disponibilidade econômica ou jurídica. Assim, não cabe a cobrança do imposto quando não houver caráter de acréscimo patrimonial da verba a ser recebida. DICA 39 (Competência tributária) IMPOSTO DE RENDA E HORAS EXTRAS: No caso das horas extras, contudo, o imposto de renda incide sim, pois há natureza remuneratória, conforme entendimento do STF. Súmula 463-STF: “Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo” DICA 40 (Competência tributária) IMPOSTO DE RENDA E FÉRIAS PROPORCIONAIS E RESPECTIVO ADICIONAL: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. (Súmula n. 386/STJ) 9 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Cuidado: Muito embora a súmula utilize a palavra isenção, trata-se de hipótese de não incidência, tendo em vista que não há enquadramento no fato gerador. DICA 41 (Competência tributária) ISS E LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS: Conforme a Súmula Vinculante 31: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis” DICA 42 (Competência tributária) FATO GERADOR DE ICMS E DESLOCAMENTO DE MERCADORIA ENTRE ESTABELECIMENTO DE MESMA PJ: De acordo com a Súmula 166 do STJ: "Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte". Isso porque, nessa hipótese, não há negócio jurídico econômico. DICA 43 (Competência tributária) ICMS E BASE DE CALCULO PIS/COFINS: Segundo entendimento do STF proferido no ano passado (2017), o ICMS não faz parte da base de cálculo da PIS/COFINS. Ao finalizar o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 574706, com repercussão geral reconhecida, os ministros entenderam que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da seguridade social DICA 44 (Competência tributária) ICMS COMO CONDIÇÃO DE ENTRADA DE MERCADORIAS IMPORTADAS: Incide ICMS na entrada de mercadorias importadas, sendo legítima a cobrança do imposto como condição para a sua liberação, conforme a Súmula Vinculante 48, Súmula 661/STF e Lei Complementar nº 87/96, art. 12, IX e parágrafo 2º. DICA 45 (Competência tributária) ICMS E SALVADOS DE SINISTRO POR SEGURADORAS. Não há incidência de ICMS em relação a bens salvados de sinistros pelas seguradoras, pois não constitui fato gerador do tributo. Súmula Vinculante STF nº 32 - O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. DICA 46 (Competência tributária) ITCMD E MORTE PRESUMIDA: Conforme a Súmula 331-STF: "É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida." DICA 47 (Competência tributária) ITCMD E SUA INCIDÊNCIA: A transmissão de propriedade de quaisquer bens ou transmissão de direitos em decorrência do falecimento de seu titular. Tal imposto tem características sumuladas para sua incidência. Súmula 112-STF: “O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”. Súmula 113-STF: “O imposto de transmissão “causa mortis” é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação”. Súmula 114-STF: “O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da homologação do cálculo”. Súmula 590-STF: “Calcula-se o imposto de transmissão “causa mortis” sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente comprador”. DICA 48 (Competência tributária) IMUNIDADE DO ITBI PARA INCORPORAÇÃO DE BENS EM EMPRESAS: ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, nos termos do Art. 156, § 2º, I, da Constituição. DICA 49 (Competência tributária) DA IMUNIDADE DO ICMS: Quando houver a legítima saída de mercadorias (exportação) será imune a incidência sobre essas mercadorias do ICMS, conforme Súmula do STF. Súmula 536-STF: “São objetivamente imunes ao imposto sobre a circulação de mercadorias os “produtos industrializados”, em geral destinados à exportação, além de outros, com a mesma destinação, cuja isenção a lei determinar”. DICA 50 (Competência tributária) SUJEITO PASSIVO DO ICMS: O ICMS é um imposto regulado na Lei Complementar nº 87/96, no seu art. 4º ela dispõe sobre o sujeito passivo: Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade:[...] 10 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Nesse mesmo sentido o temos a Súmula 660-STF: “Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto”, que expressa a não incidência por não ser contribuinte do imposto. DICA 51 (Competência tributária) INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE ENERGIA ELÉTRICA: O ICMS apenas sobre a tarifa da prestação de serviço da energia elétrica que foi realmente utilizada. Já houve incidência sobre a energia reservada, porém STJ sumulou que incidirá apenas sobre a que efetivamente foi utilizada. Súmula 386-STJ: “O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada”. DICA 52 (Competência tributária) ICMS E SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO: Sobre a transmissão do sinal de televisão a cabo, quando realizada de forma onerosa, incide ICMS, nos termos do Art. 2º da Lei Complementar nº 87/96, por ser considerado serviço de comunicação. No entanto, o ICMS não incide sobre a prestação de serviço de acesso à Internet, por se tratar de serviço de valor adicionado e não de comunicação, nos termos da Súmula 334-STJ: “O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet”. DICA 53 (Competência tributária) GUERRA FISCA (ICMS): No art. 155, § 2º, inciso XII, alínea “g”, da CF, prevê que cabe à lei complementar regular, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais e como eles serão concedidos. Trata-se do artigo constitucional mais importante no combate à chamada “guerra fiscal”, que exige que os benefícios fiscais de ICMS sejam concedidos mediante deliberação dos Estados. Conforme o art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei Complementar nº 24/75, os benefícios fiscais relativos ao ICMS somente serão concedidos ou revogados nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal. DICA 54 (Competência tributária) DA PROGRESSIVIDADE: Esse princípio versa sobre o aumento da carga tributária pela majoração da alíquota, o valor do tributo aumenta em razão da riqueza do contribuinte. Pode ser aplicado no IR, ITR, IPTU e outros, porém o STF trouxe a vedação expressa na súmula que não vai incidir sobre o ITBI. Súmula 656-STF: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão “inter vivos” de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel”. DICA 55 (Competência tributária) PROGRESSIVIDADE NO IPTU: Em vista do que o art. 156, §1º, I e II da CF, que prevê a progressividade em razão do valor do imóvel e alíquotas diferenciadas em razão da localização do imóvel, o STF editou súmula vedando a cobrança dessa progressividade antes do ano 2000. Súmula 668-STF: “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”. DICA 56 (Competência tributária) LANÇAMENTO DE OFÍCIO DO IPTU: Uma das modalidades de lançamento é por oficio onde o Fisco age de maneira individual, sem nenhuma declaração do contribuinte. O IPTU quando é entregue o carnê ao contribuinte temos o marco inicial, que o Fisco já se dá como notificado o contribuinte. Súmula 397-STJ: “O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço”. DICA 57 (Competência tributária) BASE DE CÁLCULO IPTU: É o valor venal do imóvel, ou seja, o valor pelo qual poderia ser vendido ‘em condições normais de mercado. Sobre a atualização da base de cálculo deve-se respeitar o princípio da legalidade, conforme Súmula 160-STJ: “ É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. DICA 58 (Competência tributária) IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI): É imposto real, que recai sobre determinada categoria de bens, possuindo forte interesse fiscal. Tem ainda relevante função regulatória de mercado, uma vez que vem onerar mais gravosamente artigos supérfluos e nocivos à saúde (princípio da seletividade). ATENÇÃO: Princípio da não-cumulatividade (art. 49, CTN): um tributo que sobre fato integrante de uma sucessão de fatos da mesma natureza não pode incidir sobre cada um desses fatos de forma autônoma, acumulando cada incidência com as anteriores. Súmula 411-STJ: “É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco”. Súmula 494-STJ: “O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP”. 11 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Súmula 495-STJ: “A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera direito a creditamento de IPI”. Súmula 591-STF: “A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados. DICA 59 (Competência tributária) COMPETÊNCIA DO ISS: O ISS é um imposto de competência dos Municípios imposto na constituição no art. 156, inciso III. Costumeiramente o local onde se recolhe é o do local do estabelecimento prestador ou quando não obtiver será o domicílio do prestador, conforme art. 3º da Lei Complementar nº 116/2003. Porém também temos previsões expressas de exceções, que será devido o local da execução do serviço, sendo esse o caso da prestação dos serviços de jardinagem, do corte e poda de arvores. DICA 60 (Competência tributária) CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS: O art. 149 da CF descreve a possibilidade de a União instituir contribuições para que represente a destinação final do produto de sua arrecadação. São as: Contribuições interventivas, Contribuições profissionais e Contribuições social-previdenciária. ATENÇÃO1: As CIDEs também obedecerão a todos os princípios constitucionais tributários, exceto a CIDE- combustível que não respeita a anterioridade. ATENÇÃO2: A contribuição sindical é parafiscal com caráter compulsório que não se confunde com a contribuição confederativa, pois não é tributo, por se referir apenas ao custo da representação da categoria dos empregados. DICA 61 (Competência tributária) NATUREZA JURÍDICA DO PEDÁGIO: A CF/88 proibiu os entes de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais, com a exceção do art. 150, V. ATENÇÃO: Porém, é possível a cobrança de pedágio, o qual tem natureza de TARIFA ou PREÇO PÚBLICO, e não de taxa, STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750). DICA 62 (Prescrição e decadência) PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO: A confissão espontânea da dívida e seu parcelamento não têm o condão de restabelecer a exigibilidade do credito tributário extinto pela decadência ou prescrição. A prescrição e decadência no direito tributário são hipóteses de extinção do crédito e, portanto, os atos posteriores realizados pelo contribuinte não reestabelecem o crédito atingido pelos referidos institutos. Súmula 409-STJ: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício”.Súmula 106-STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência”. DICA 63 (Responsabilidade Tributária) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: O art. 124 e 125 do CTN elenca quem são solidários. São duas espécies: (A) Solidariedade de fato: ligação direta com o fato; (B) Solidariedade legal: a Lei é quem determina as pessoas que serão solidárias. ATENÇÃO: Benefício não se aplica – o benefício a ordem no direito societário indica que, na hipótese de inadimplemento de obrigações, em primeiro lugar devem ser executados os bens da sociedade, e somente se não forem suficientes para pagar as dívidas, executam-se os bens dos sócios, observando eventual limitação. DICA 64 (Responsabilidade tributária) IMPOSSIBILIDADE DE REDIRECIONAMENTO POR MERO INADIMPLEMENTO: O redirecionamento da execução fiscal depende da configuração de uma das hipóteses do art. 135 do CTN. O sócio corresponsável poderá vir incluso na CDA desde o início ou ser incluído no curso da execução. No entanto, não basta a mera falta de pagamento do tributo. Deve haver enquadramento em uma das hipóteses do art. 135 do CTN, além do não pagamento. Conforme a Súmula 430 do STJ: "O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente" Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado DICA 65 (Responsabilidade tributária) REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL EM CASO DE DISSOLUÇÃO IRREGULAR: É possível redirecionar a execução fiscal contra o sócio que exercia a administração por ocasião da dissolução irregular da sociedade contribuinte, independentemente do momento da ocorrência do fato gerador ou da data do vencimento do tributo. (STJ, REsp 1351468/RS,) Súmula 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente 12 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira DICA 66 (Responsabilidade tributária) RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA E DENÚNCIA ESPONTÂNEA: De acordo com o Art. 138 do Código Tributário Nacional, a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. Nesse sentido o julgamento, pelo STJ, sob o rito dos Repetitivos, do REsp nº 1.149.022-SP. Fique ligado também: Súmula 360/STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. DICA 67 (Responsabilidade tributária) RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA EM CASO DE SUCESSÃO EMPRESARIAL NAS MULTAS: As multas moratórias e punitivas são devidas pela empresa sucessora referente a fatos geradores ocorridos até o dia da sucessão. A sucessão, portanto, não se limita ao tributo em si, alcançando também as multas tributárias. Muito cuidado. Trata-se da Súmula 554-STJ, editada no fim de 2015. Segundo a Súmula: "Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão". DICA 68 (Lançamento) REVISÃO DO LANÇAMENTO: A revisão do lançamento tributário pode ser exercida nas hipóteses do art. 149 do CTN, desde que observado o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. (STJ, REsp 1405517/AL) Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. DICA 69 (Legislação tributária) LEIS TRIBUTÁRIAS INTERPRETATIVAS: As leis tributárias, como regra, não retroagem, exceto nas hipóteses expressamente previstas no CTN. Conforme art. 106, I, do CTN, as leis meramente interpretativas aplicam-se a fatos pretéritos, diferentemente das demais leis tributárias. Essas leis, contudo, não podem inovar no ordenamento, criando direitos, devendo apenas conferir interpretação legal a dispositivos já existentes para operar efeitos retroativos. ATENÇÃO: Conforme art. 106, II, do CTN, também possuem efeito retroativo: I - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. DICA 70 (Legislação tributária) INTERPRETAÇÃO LITERAL: O CTN estabelece matérias em que as normas devem ser interpretadas literalmente, sem margem para extensão: Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. DICA 71 (Domicílio Tributário) DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO: É o local onde o contribuinte deve responder por suas obrigações tributárias. Em regra, esse local será o domicílio da eleição, ou seja, o próprio contribuinte escolhe onde deseja pagar seus tributos. Caso não o contribuinte não faça a eleição do domicílio o art. 127, do CTN estabelece algumas regras para ser eleito o domicílio. DICA 72 (Suspensão do Crédito Tributário) SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: A suspensão do crédito tributário tem a característica de ser transitória ou temporária. Daí podemos dizer que a suspensão nada mais é do que a dilatação ou prorrogação do prazo para pagamento, isto é, aquilo que era exigível fica suspenso além do crédito,fica também a sua exigibilidade. 13 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - Moratória; II – O depósito do seu montante integral; III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV – A concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial. VI – O parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. DICA 73 (Suspensão do Crédito Tributário) MORATÓRIA: É uma espécie de suspensão do crédito tributário, onde pode ser concedido de forma excepcional para prorrogar o pagamento de uma determinada dívida ou realizar algum procedimento obrigatório previsto em sua lei, podendo ser de caráter geral ou individual, desde que autorizada as condições do art. 152, CTN. DICA 74 (Suspensão do Crédito Tributário) DEPÓSITO INTEGRAL: É uma faculdade do contribuinte que pretende contestar o crédito tributário. Na realidade, não é o depósito que suspende e sim a apresentação da reclamação do recurso. ATENÇÃO: “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro”. (Súmula 112-STJ) DICA 75 (Suspensão do Crédito Tributário) PARCELAMENTO: Equivale ao pagamento da dívida em prestações vencidas (art. 155-A, CTN), sendo sempre individual e quem requer é o contribuinte, no caso do não cumprimento é possível a Fazenda Pública executar as dívidas com base na CDA ou confissão de dívida (que o contribuinte assina ao solicitar o parcelamento). Súmula 355-STJ: “É válida a notificação do ato de exclusão do programa de repercussão fiscal do Refis pelo Diário Oficial ou pela internet”. Súmula 437-STJ: “A suspensão da exigibilidade do crédito tributário superior a quinhentos mil reais para opção pelo Refis pressupõe a homologação expressa do comitê gestor e a constituição de garantia por meio do arrolamento de bens”. DICA 76 (Extinção do Crédito Tributário) EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: É qualquer ato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva, libertando o devedor da sujeição em que se encontra perante o credor. A extinção ocorre nas seguintes modalidades: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - O pagamento; II - A compensação; III - A transação; IV - Remissão; V - A prescrição e a decadência; VI - A conversão de depósito em renda; VII - O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - A consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164 IX - A decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - A decisão judicial passada em julgado. XI – A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. DICA 77 (Extinção do Crédito Tributário) COMPENSAÇÃO: Ocorre quando duas pessoas por serem, ao mesmo tempo credoras e devedoras uma da outra podem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contras. O CTN, no seu art. 170, prevê que a compensação deve ser prevista em Lei, além disso, os créditos devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos. Súmula 212-STJ: “A compensação de créditos tributários não pode ser deferia em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória”. Súmula 213-STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária”. Súmula 460-STJ: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte”. DICA 78 (Extinção do Crédito Tributário) DECADÊNCIA: Perda do próprio direito. A Fazenda Pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo de 5 anos (art. 173, CTN). Súmula 555-STJ: “Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa”. DICA 79 (Extinção do Crédito Tributário) EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Uma vez ocorrido o fato gerador do tributo, existem duas causas que excluem o crédito: 14 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira Art. 175. Excluem o crédito tributário: I – A isenção; II – A anistia. Parágrafo único: a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. ATENÇÃO: Quando da publicação de uma Lei instituindo a anistia é possível essa lei ser REVOGADA a qualquer tempo, pois anistia NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO. DICA 80 (Preferência Crédito Tributário) PREFERÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: O crédito tributário prefere a qualquer outro, ressalvados aqueles provenientes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho. No caso da falência o crédito tributário deixa de ter preferência, também sobre os créditos extracontratuais, conforme art.186, CTN. DICA 81 (Ações tributárias) INCONSTITUCIONALIDADE DE EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO PARA ADMISSÃO DE AÇÃO TRIBUTÁRIA: Conforme a Súmula Vinculante 28, tal exigência é inconstitucional, pois viola o princípio da inafastabilidade de jurisdição e do amplo acesso à justiça. Cuidado: Apesar disso, segundo entendimento do STJ, é possível exigir garantia do juízo como requisito de admissibilidade dos Embargos à Execução no âmbito da Execução Fiscal. A norma do art. 16 da LEF (Lei 6.830) prevalece sobre o CPC. DICA 82 (Ações tributárias) FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL: Diferentemente da execução comum, a fraude à execução fiscal ocorre com qualquer alienação de bens posterior à INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA, não sendo necessária a citação ou propositura da execução. Art. 185 do CTN: "Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa". ATENÇÃO: Segundo entendimento do STJ, a presunção de fraude possui caráter ABSOLUTO, não havendo que se falar em terceiro de boa-fé. DICA 83 (Ações tributárias) INDISPONIBILIDADE DE BENS DO DEVEDOR: A indisponibilidade de bens é medida que pode ser deferida contra o devedor, mas só pode ocorrer quando a Fazenda Pública houver esgotado os meios de pesquisa de bens. Art. 185-A do CTN: "Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fimde que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial" ATENÇÃO: A indisponibilidade de bens não se confunde com a penhora online (BACEN-JUD): Penhora online (BACEN-JUD) Atinge apenas ativos financeiros É a primeira medida da execução fiscal Indisponibilidade de bens (CTN, art. 185-A) Atinge todos os bens do executado É a última medida da execução fiscal DICA 84 (Ações tributárias) REPETIÇÃO DE INDÉBITO DE COMPENSAÇÃO: A repetição de indébito resultará na restituição do valor pago indevidamente. Contudo, essa restituição pode ocorrer de duas formas: (1) precatórios ou (2) compensação tributária. Súmula 461-STJ: "O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado." DICA 85 (Ações tributárias) LEGITIMIDADE EM AÇÕES DE IMPOSTO DE RENDA: Muito embora o imposto de renda seja um tributo federal, a ação de servidores para restituição de valores retidos na fonte pelos Estados deverá ser ajuizada contra estes, e não em face da União. Conforme a Súmula 447-STJ: "Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores." DICA 86 (Ações tributárias) EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE: A exceção de pré- executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 104) (Súmula n. 393/STJ) DICA 87 (Ações tributárias) LEGITIMIDADE RECURSAL EM EXECUÇÃO FISCAL: Só pode interpor recurso na execução fiscal o executado ou o terceiro interessado. Essas pessoas devem recorrer em seu favor, não podendo fazer em favor de terceiros. Assim, a pessoa jurídica não tem legitimidade para interpor agravo de instrumento no interesse dos sócios contra decisão que determinou o redirecionamento de execução fiscal. (STJ, REsp 1289456/MG) 15 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira DICA 88 (Ações tributárias) PREFERÊNCIA NA EXECUÇÃO FISCAL: De acordo com o art. 187 do CTN c/c art. 29 da Lei 6.830/80 (LEF), o concurso de preferência de créditos se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: 1º União e suas autarquias; 2º Estado, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; 3º Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; Súmula 497-STJ: “Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre os bens”. Súmula 563-STF: “O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, inciso I, da Constituição Federal. ” DICA 89 (Ações tributárias) SUBSTITUIÇÃO DA CDA (Certidão de Dívida Ativa): Para inscrever o contribuinte o CTN traz a obrigatoriedade da indicação de alguns requisitos no seu art. 202, CTN e art. 2º, §5º da Lei 6.830 (LEF), em que a não observância desses requisitos acarretará na nulidade da inscrição e do respectivo processo de cobrança. Súmula 392-STJ: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”. DICA 90 (Ações tributárias) LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO E EXECUÇÃO FISCAL: Quando o lançamento ocorre por homologação, a mera entrega da declaração já constitui o crédito tributário, podendo ser ajuizada a execução fiscal, independentemente de qualquer processo administrativo. Súmula 436 do STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco,” A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. (Tese julgada pelo rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 96) (Súmula n. 436/STJ) Fique ligado também: Súmula 446 - Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. DICA 91 (Ações tributárias) IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA E SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO: A impugnação administrativa é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, impedindo que o fisco inscreva o crédito tributário em dívida ativa, na forma do Art. 151, inciso III, c/c o Art. 201, ambos do CTN. Cuidado: Assim sendo, a exigibilidade do crédito para fins de inscrição em dívida e execução só ocorre com a finalização da discussão no âmbito administrativo. DICA 92 (Ações tributárias) DESNECESSIDADE DE DEMONSTRATIVO DO DÉBITO NA EXECUÇÃO FISCAL: Conforme Súmula 559-STJ, em ações de execução fiscal é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no Art. 6º da Lei nº 6.830/80. ATENÇÃO: O entendimento prevalecente é de que, embora o CPC tenha aplicabilidade subsidiária à LEF, quando há regra específica nesta, o CPC não se aplica. DICA 93 (Ações tributárias) AUTONOMIA DA EXECUÇÃO FISCAL: A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento, nos termos do Art. 187 do CTN. Ademais, de acordo com o Art. 5º da Lei nº 6.830/80, a competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência. Fica ligado também: Súmula 515 - A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do Juiz. DICA 94 (Ações tributárias) AÇÃO JUDICIAL E RENÚNCIA À DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA: Se o contribuinte ajuíza uma ação para discutir o crédito tributário, haverá renuncia à discussão no âmbito administrativo. LEF (Lei 6.830): Art. 38, parágrafo único, que “A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo (que é a ação anulatória) importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto”. DICA 95 (Ações tributárias) GARANTIA COMO REQUISITO PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO: Permanece vigente o entendimento do STJ de que, para apresentação de embargos 16 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira à execução, deve ser feita a garantia do juízo, conforme art. 16 da LEF. STJ - REsp 1272827-PE (RECURSO REPETITIVO - TEMA 526) ATENÇÃO: Mesmo com a modificação do CPC, em que não há mais exigência de garantia para os embargos, continua a ser necessária a garantia na execução fiscal, pois se trata de lei especial, que prevalece sobre a geral. DICA 96 (Ações tributárias) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: Dentro da Execução Fiscal temos o fenômeno da prescrição intercorrente, onde o Juiz suspenderá o curso da execução por não ter localizado nenhum bem para garantir o juízo. Súmula 314-STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ato, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.” DICA 97 (Ações tributárias) RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS:O Fisco não pode exigir o crédito na pendência de recursos ou reclamações com suspensão de exigibilidade até que seja proferida decisão administrativa irrecorrível. Súmula 373-STJ: “É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo”. Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiros ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. DICA 98 (Repartição de Receitas Tributárias) DIVULGAÇÃO DE RECEITAS: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio. (CF, art. 162) ATENÇÃO: Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município. DICA 99 (Repartição de Receitas Tributárias) REPARTIÇÃO AOS ESTADOS: Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I (impostos residuais) DICA 100 (Repartição de Receitas Tributárias) REPARTIÇÃO AOS MUNICÍPIOS: Pertencem aos Municípios: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III da CF; III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 17 100 DICAS MATADORAS DIREITO TRIBUTÁRIO @profmarcilioferreira
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