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NOVA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 10

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TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
 Capítulo I – Os Primórdios da Administração
1.1. Origem Histórica da Administração
01) O homem compreendeu, desde cedo, que é um animal social, ou seja, sua preservação individual e felicidade estavam condicionadas ao convívio com o outro, com o grupo (Livro, página 10).
02) Além da convivência social, o trabalho em grupos organizados parece ser algo inerente à natureza humana, e a história nos mostra inúmeros exemplos de competência dos nossos antepassados na organização do trabalho e na realização de grandes obras, exemplos que indicam ter havido planos formais, organizações de trabalho, liderança e sistemas de avaliação, prática eficiente de funções administrativas que se transformaram em ricos legados à humanidade, alguns dos quais até hoje defendidos e utilizados pelos grandes teóricos da administração (Livro, página 10).
03) "...nascemos em organizações, somos educados por organizações, e quase todos nós passamos a vida a trabalhar para organizações. Passamos muitas de nossas horas de lazer, a pagar, a jogar e a rezar em organizações. Quase todos nós morreremos em uma organização, e quando chega o momento do funeral, a maior de todas as organizações, o Estado, precisa dar uma licença especial" – Amitai Etzioni (Livro, página 11).
04) Historicamente, a Administração é recente. Ela é um produto típico do século XX. Na verdade, a Administração tem pouco mais de cem anos e constitui o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de vários precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias (Livro, página 11).
05) Por isso, a moderna Administração utiliza conceitos e princípios empregados nas Ciências Matemáticas (inclusive a Estatística), nas Ciências Humanas (como Psicologia, Sociologia, Biologia, Educação etc.), nas Ciências Físicas (como Física, Química etc.), como também no Direito, na Engenharia, na Tecnologia da Informação etc (Livro, página 11).
06) A Administração é praticada desde que existem os primeiros agrupamentos humanos. Nas sociedades primitivas, as expedições para a caça de grandes animais eram empreendimentos coletivos precedidos de decisões de planejamento, divisão do trabalho e logística. Era preciso antecipar a rota das migrações da caça, definir o local onde os caçadores acampariam, preparar víveres e armas. Essas expedições, embriões de empresas, tinham líderes, que, eram os protótipos dos gerentes de hoje (Livro, página 11).
07) Referências pré históricas acerca das magníficas construções erguidas durante a Antiguidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria, testemunharam a existência em épocas remotas de dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais obras que perduram até nossos dias, como as pirâmides do Egito. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1.300 a.C. já indicam a importância da organização e da administração da burocracia pública no Antigo Egito. Na China, as parábolas de Confúcio sugerem práticas para a boa administração pública (Livro, página 12).
08) A história da Administração iniciou-se em um tempo muito remoto, mais precisamente no ano 5.000 a.C., na Suméria, quando os antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, exercitando assim a arte de administrar (Livro, página 12).
09) Depois, no Egito, Ptolomeu dimensionou um sistema econômico planejado que não poderia ter-se operacionalizado sem uma administração pública sistemática e organizada (Livro, página 12).
10) Os egípcios criaram e aplicaram os princípios de administração em projetos arquitetônicos de engenharia, além das pirâmides, como canais de irrigação, edificações de grande porte, entre outros. Contribuíram com princípios de planejamento das atividades, criação da figura do comandante e conselheiro dos trabalhos, organização do trabalho em grupos, divisão de atividades e responsabilidades e a técnica da descrição detalhada de tarefas. A construção das pirâmides do Egito, na qual foram envolvidos 100.000 trabalhadores durante 20 anos, atesta a competência de homens, que sabiam não só como elaborar projetos, mas, também, tinham habilidade de mobilizar e gerenciar recursos humanos. Em assuntos de negócios e governamentais, os egípcios também demonstraram competência; seus documentos possuíam registros de quem, quando e por quem haviam sido emitidos, e por quem e quando foram recebidos, o que demonstra alto grau de eficiência e organização (Livro, página 12).
11) A palavra administração vem do latim “ad” (direção, tendência para) e “minister” (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro (Livro, página 12).
12) Os hebreus, através da Bíblia, demonstraram princípios básicos de administração. O êxodo de Moisés, por exemplo, é uma grande demonstração de competência gerencial, pois foi utilizado como política de descentralização de decisões com as primeiras ideias de núcleos organizacionais. Os dez Mandamentos, por sua vez, trazem regras de conduta e comportamento que preservam a possibilitam a vida e a solidariedade do grupo (Livro, página 13).
13) Os babilônios deixaram à humanidade poderoso legado com o Código de Hamurábi (governador da Babilônia 2.000 a 1.700 a.C.). Tratava-se de um texto de leis orientadoras do povo no princípio do trabalho; criaram o princípio da paga mínima, os primeiros modelos de contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam as transações comerciais da época. O Código de Hamurábi cobre assuntos sobre vendas, empréstimos, contratos, sociedades, acordos e notas promissórias (Livro, página 13).
14) Conselhos de Jetro. A época é o século XIV antes de Cristo. Liderados por Moisés, cerca de 600.000 hebreus saíram do Egito e estão indo em direção à Terra Prometida já faz algum tempo. Ontem, houve uma batalha contra os amalequitas. Moisés está muito cansado, porque teve que ficar o tempo todo em cima de uma colina, segurando o cajado no alto, para que os hebreus vencessem a batalha. Ainda bem que Aarão e Hur estavam lá para ajudá-lo, segurando seus braços. Hoje, Moisés está recebendo a visita de Jetro, seu sogro. Não tem muito tempo para falar com ele, pois fica de manhã até tarde recebendo pessoas do povo, que ficam numa fila aparentemente interminável. Aliás, Moisés quase não tem tempo para mais nada. Jetro observa que Moisés resolve todos os problemas que lhe são trazidos pelas pessoas. Bem no final da tarde, Jetro leva Moisés até o alto da Colina, onde podem conversar sem ser incomodados. “Moisés”, pergunta Jetro, “por que você tem que ficar julgando pessoalmente todos esses casos que lhe são trazidos?”. “Bem, Jetro, as pessoas querem ouvir de mim a interpretação da vontade das Leis de Deus”. “Desse jeito, você fica sem tempo para cuidar das questões realmente importantes. Por que você não manda outros fazerem esse serviço? Já pensou se todo mundo quiser falar com você?”. “Ora, Jetro, esse é o meu serviço. E depois, já imaginou se outros fizerem algo errado?”. “Isso não deve preocupa-lo, Moisés. Escolha pessoas competentes e crie um sistema hierárquico. Forme grupos de 10 assistentes para falar diretamente com o povo. Para cada 10 grupos de 10 assistentes, defina um feitor. Ele será responsável pela análise dos casos que os assistentes não souberam resolver. Para cada grupo de 10 feitores, indique um supervisor. Esse será o chefe de 100. O supervisor resolverá os problemas que os feitores não souberem resolver. Finalmente, para cada grupo de 10 supervisores, indique um chefe, o chefe de 1.000. Ele resolverá os problemas que os supervisores não souberam resolver. Assim, você só terá que se ocupar com os problemas que os chefes de 1.000 não conseguirem solucionar. Isso vai deixar tempo para que você cuide do que é realmente o trabalho deum líder”. “Jetro, quem diz que eles serão capazes de resolver problemas?”. “Moisés, treine esse pessoal. Ensine-lhes a lei e dê-lhes as diretrizes para aplicá-las. Faça-os responsáveis. Avise a todos que, de agora em diante, eles deverão ser procurados. Aprenda a delegar, Moisés. E como fazer a escolha? Procure alguns que você sabe que são mais competentes. Peça ao povo que eleja outros e forme a equipe dessa maneira”. “Jetro, seguirei seu conselho, mas ainda tenho receios. E se eles não aceitarem essa responsabilidade?”. “Ora, Moisés, você conversa com Deus de vez em quando, ou pelo menos é o que você diz. Ele saberá aconselhá-lo melhor”. No dia seguinte, Jetro, o primeiro consultor de executivos da história, voltou para casa (Livro, páginas 13 e 14).
15) Dos romanos, herdamos os princípios do sistema semi industrial de produção, o sistema de manufatura armamentista, a produção de cerâmica para o mercado mundial, a indústria têxtil para exportação, a criação do sistema rodoviário para distribuição de bens. Destacaram-se como grandes administradores, tendo relevante papel nas áreas de direito, administração e estratégias de guerra. O Império Romano e a Igreja Católica são exemplos de administração e competência desse povo. O Estado romano regulava todos os aspectos da vida econômica: determinava as tarefas comerciais, armazenagem, regulava corporações e usava estes rendimentos para a guerra. Era um Estado autoritário e partia de dois conceitos fundamentais: disciplina e funcionalidade; por isso, a grande contribuição romana está afeta às leis, à ação governamental, manifesta no conceito de ordem. O código do direito romano ainda é modelo para todas as civilizações (Livro, páginas 14 e 15).
16) Por volta de 4.000 a.C. a revolução agrícola evoluiu para a revolução urbana em uma parte do que viria a ser o Oriente Médio, enquanto a Ásia e a América estavam virtualmente na pré história. No mesmo período, a Europa avançava da pré história para a revolução agrícola. Com a revolução urbana, surgiram as cidades e os estados. Essas primeiras organizações formais demandaram a criação de práticas administrativas que se estabilizaram e evoluíram nos séculos seguintes (Livro, página 15).
17) Os gregos, cuja grande contribuição à humanidade se deu nas artes, na literatura, na dramaturgia, na língua e na filosofia, copiaram modelos de administração, direito e disciplina dos romanos. Isso porque sua filosofia de vida era ser contra a atividade econômica, considerada indigna para o ideal grego de homem. Assim como o trabalho manual (suar, cansar-se) era impróprio de um nobre grego, o comércio era inconcebível para a aristocracia e os filósofos gregos. Essas atividades eram consideradas inferiores e, por isso, eram realizadas por escravos. Mas, foram pródigos em deixar exemplos de liderança, luta, poder, hierarquia, todos aplicados à administração (Livro, página 15).
18) A Grécia colaborou com vários conceitos da administração: Democracia (administração participativa e direta); Ética (deveria ser garantida pelos executivos); Método ( investigação e análise deveriam ser os principais instrumentos para desenvolver conhecimento); Estratégia (organizar os meios para chegar aos fins); Qualidade (a busca incessante do ideal) (Livro, página 15).
19) A China foi sempre uma nação de homens sábios e proporcionou ao mundo grandes lições de administração. A Constituição Chow Wu King (fundador da dinastia Chow), escrita entre 1.122 e 1.116 a.C. pelo seu fundador, foi um exemplo de competência administrativa. Continha a relação de todo o quadro de pessoal do mais alto escalão até o mais baixo serviçal que trabalhava para o Império, com nome, função e descrição detalhada de tarefas, deveres e responsabilidades de cada um. Chow escreveu: “A arte da guerra de Sun Tzu”, obra que tem inspirado a administração ao longo dos séculos. Mencius, 129 a.C., deixou sua contribuição através da elaboração de modelos de administração (processos) e seleção científica de trabalhadores (habilidade, traços de personalidade, conhecimento, experiência) (Livro, páginas 15 e 16).
20) Quadro "Cronologia dos Principais Eventos dos Primórdios da Administração" (Livro, página 16).
21) Apontam-se, ainda, outras raízes históricas. As instituições otomanas, pela forma como eram administrados seus grandes feudos. Os prelados católicos, já na Idade Média, destacando-se como administradores natos. A Alemanha e a Áustria, de 1.550 a 1.700, através do aparecimento de um grupo de professores e administradores públicos chamados os fiscalistas ou cameralistas. Os mercantilistas ou fisiocratas franceses, que valorizavam a riqueza física e o Estado, pois ao lado das reformas fiscais preconizavam uma administração sistemática, especialmente no setor público. Na evolução histórica da administração, duas instituições se destacaram: a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares (Livro, páginas 16 e 17).
22) Desde os tempos da Antiguidade, a administração recebeu influência da filosofia (Livro, página 17).
23) Antes de Cristo, o filósofo grego Sócrates (470 a.C. a 399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquis, expõe o seu ponto de vista sobre a administração: “Sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquis, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres..." (Livro, página 17).
24) Platão (429 a.C. a 347 a.C.), também filósofo grego, discípulo de Sócrates, preocupou-se profundamente com os problemas políticos inerentes ao desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, “A República”, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos (Livro, página 17).
25) Aristóteles , também filósofo grego, discípulo de Platão, do qual bastante divergiu, deu enorme impulso à Filosofia, principalmente à Cosmologia, Metafísica, Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano na sua época. Foi o criador da Lógica. No seu livro “Política”, estuda a organização do Estado e distingue três formas de Administração pública: Monarquia, Aristocracia e Democracia (Livro, página 17).
26) Francis Bacon (1.561 a 1.626), filósofo e estadista inglês, considerado o fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação de separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como princípio da prevalência do principal sobre o acessório (Livro, página 17).
27) René Descartes (1.596 a 1.650), um filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna, criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e à Geometria da época. Em seu livro “O Discurso do Método”, que descreve os preceitos do seu método filosófico, hoje denominado de método cartesiano, serviu de fundamento para a tradição científica do ocidente, cujos princípios são: 1. Princípio da dúvida sistemática ou da evidencia: Consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência aquilo que é realmente verdadeiro. 2. Princípio da Análise ou Decomposição: Consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias à sua adequação e solução e resolver cada uma separadamente. 3. Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente nossos pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradativamente aos mais difíceis. 4. Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer recontagens, verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado à parte. Veremos mais tarde que vários princípios da modernaadministração, como os da divisão do trabalho, da ordem, do controle, etc., estão basicamente contidos nos princípios cartesianos (Livro, página 18).
28) Thomas Hobbes (1.588 a 1.679), filosofo político inglês, tinha uma visão pessimista da humanidade. Ele acreditava que, na ausência do Estado, os indivíduos tendem a viver em guerra permanente para a obtenção de meios de subsistência. Desenvolveu a teoria da origem contratualista do Estado, segundo o qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. O homem primitivo era um ser antissocial por definição, vivendo em guerra permanente com o próximo. O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da imposição da ordem. No livro “Leviatã”, assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de um governo que impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz (Livro, página 18).
29) Jean Jacques Rousseau (1.712 a 1.778) desenvolveu a teoria do Contrato Social: O Estado surge de um acordo de vontades. Rousseau assevera que o homem é por natureza bom e afável e a vida em sociedade o deturpa (Livro, página 18).
30) Karl Marx (1.818 a 1.883) e seu parceiro Friedrich Engels (1.820 a 1.895) propõem uma teoria da origem econômica do Estado. No “Manifesto Comunista”, afirmam que a história da humanidade é uma luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, exploradores e explorados. O surgimento do poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem (Livro, página 19).
31) Em 1.867, Marx publica “O Capital” e mais adiante suas teorias a respeito da mais valia com base na teoria do valor trabalho. Assim, como Adam Smith e David Ricardo, Marx considera que o valor de toda mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Como a força de trabalho é uma mercadoria cujo valor é determinado pelos meios de vida necessários à subsistência do trabalhador, se ele trabalha além de um determinado número de horas, estará produzindo não apenas o valor correspondente ao de sua força de trabalho, mas também um valor a mais, denominado mais valia. É dessa fonte que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas. A influência de Marx foi enorme, tanto por sua obra, como por sua intensa militância política (Livro, página 19).
32) Em uma época em que a administração não era conhecida, esses filósofos já conseguiram criar o que hoje é considerado a base da administração moderna. Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se enormemente dos problemas organizacionais (Livro, página 19).
33)  A Igreja Católica Romana pode ser considerada a organização formal mais eficiente da civilização ocidental. Através dos séculos vem mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo o mundo e exercendo influência, inclusive sobre os comportamentos das pessoas, seus fiéis (Livro, página 19).
34) Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia de autoridade, seu estado maior (assessoria) e sua coordenação funcional para assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente que sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenada lhe foi delegada de forma mediata por uma autoridade divina superior (Livro, página 20).
35) As Organizações Militares evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até os tempos modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresas da atualidade. A história demonstra que a maioria dos empreendimentos militares, sociais, políticos, econômicos e religiosos teve uma estrutura piramidal, embora de forma não muito regular. Essa pirâmide retrata uma estrutura hierárquica, concentrando no vértice as funções de poder e de decisão. Portanto, a teoria da estrutura hierárquica não é nova (Livro, página 20).
36) A organização militar, assim, influenciou enormemente o desenvolvimento das teorias da Administração ao longo do tempo. Suas principais características são (Livro, página 20): 
A organização linear, por exemplo, tem suas origens na organização militar dos exércitos da Antiguidade e da época medieval. 
O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) fundamental para a função de direção.
 A escala hierárquica ,ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamente um aspecto da organização militar utilizado em outras organizações
37) Outra contribuição da organização é o princípio da direção, através do qual todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer (Livro, página 21).
38) No início do século XIX, Karl von Clausewitz (1.780 a 1.831), general prussiano, escreveu um “Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra”, sugerindo como administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos teóricos da Administração, que posteriormente se basearam na organização e estratégia militares para adaptá-las à organização e estratégia industriais. Clausewitz considerava a disciplina como um requisito básico para uma boa organização. Para ele, toda organização requer um cuidadoso planejamento, no qual a decisões devem ser científicas, e não simplesmente intuitivas. As decisões devem basear-se na probabilidade, e não apenas na necessidade lógica. O administrador deve aceitar a incerteza e planejar de maneira a poder minimizar essa incerteza (Livro, página 21).
39) A influência dos economistas liberais também é importante (Livro, página 21).
40) Adam Smith (1.723 a 1.790), é o fundador da economia clássica, cuja ideia central é a competição. Embora os indivíduos ajam apenas em proveito próprio, os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir (Smith chamava de “a mão invisível” que governa o mercado) a alocação mais eficiente dos recursos de produção, sem que haja excessos de lucros. Por essa razão, o papel econômico do governo é a intervenção na economia quando o mercado não existe, ou quando não ocorre competição livre. Visualizava o princípio da especialização dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de racionalizar a produção. O princípio da especialização e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referências em seu livro “Da Riqueza das Nações”. Adam Smith reforçou bastante a importância do planejamento e da organização dentro das funções da Administração (Livro, página 22).
41) James Mill (1.773 a 1.836), outro economista liberal, sugeria em seu livro “Elementos de Economia Política”, publicado em 1.826, uma série de medidas relacionadas com os estudos de tempos e movimentos como meio de obter incremento da produção nas industrias da época (Livro, página 22).
42) David Ricardo (1.772 a 1.823) é um economista inglês, que publicou seu livro “Princípios de Economia Política e Tributação”, no qual aborda trabalho, capital, salário, renda, produção, preços e mercados (Livro, página 22).
43) O Século XIX assistiu uma grande introdução de inovações e mudanças do cenário empresarial. A visão e a liderança dos Pioneiros e Empreendedores tais como Rockfeller, Swift, Duke, Westinghouse, Daimler e Benz e outros representaram um exemplo de inovação e de desenvolvimento de novos negócios para tantos outros empreendedores da época (Livro, página 22).
44) A Revolução Industrial teve seu início na Inglaterra, quando, em 1.776, James Watt criou um mecanismoque permitiria a máquinas, trens e navios potencializarem seus recursos, por meio do vapor produzido, o qual movimentava as engrenagens e, então, poderia ser aplicada nas mais diversas finalidades. Sua posterior aplicação à produção gerou uma nova concepção do trabalho e modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de aproximadamente um século, foram maiores do que as mudanças já ocorridas no milênio anterior. Esta criação foi mais que uma evolução. Causou uma ruptura no modelo de produção da época, sendo este invento o marco inicial da revolução industrial. Em consequência desta revolução, os problemas administrativos também cresceram na mesma proporção em que as indústrias se agigantavam (Livro, página 23).
45) Para Chiavenato (2004), a revolução industrial pode ser dividida em duas fases distintas: Primeira Revolução Industrial e Segunda Revolução Industrial (Livro, página 23).
46) Primeira Revolução Industrial (1.780 a 1.860). A matéria prima básica da indústria era o ferro, e a fonte de energia, o carvão (Livro, páginas 23 e 24): 
Mecanização da agricultura e da indústria. 
Aplicação da força motriz à indústria. 
Desenvolvimento do sistema fabril Melhoria nos transportes e na comunicação. 
47) Do século XVI até meados do século XVIII, o mundo era essencialmente agrícola; a economia se resumia ao cultivo do solo e à produção de alimentos para consumo próprio e familiar. Em plena Idade Média, e os proprietários de terras, em geral religiosos ou políticos, contavam para o cultivo, plantio e sustento de suas propriedades com a mão de obra barata e escrava do povo. A atividade industrial era incipiente; restringia-se apenas a alguns poucos e rebeldes artesãos, que fugiam das propriedades e do domínio dos senhores feudais para exercer uma atividade econômica independente. Esses artesãos se reuniam em locais fora das propriedades feudais, nos quais montavam o seu próprio negócio, criavam família e comercializavam sua mercadoria. Esses aglomerados de inconformados foram despontando e crescendo rapidamente, ficando conhecidos como cidades. Esse crescimento foi incentivado pelo crescimento da atividade econômica e pelo declínio do poder feudal do século XVII. A organização industrial das cidades consistia, inicialmente, de um sistema domiciliar. O trabalho era feito na casa de cada trabalhador, em áreas rurais, e entregue a um comerciante independente que cuidava da sua comercialização. A ação de comercialização por alguém não pertencente ao núcleo de produção gerou os princípios da intermediação. Esse comerciante, desde logo, aprendeu que não precisava produzir; ele ganharia muito mais desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas e habilidades para vender um produto, ao invés de fabricá-lo. Para isso, ele teria que encomendar o produto a um mestre (artesão que detinha a habilidade maior na fabricação) e responsabilizar-se pela sua venda. Ao mestre cabia a tarefa de aglutinar outros artesãos para a tarefa encomendada, dividindo e organizando o trabalho, determinando as diretrizes da produção e remunerando-os por peça trabalhada (Livro, página 24).
48) Segunda Revolução Industria (1.860 a 1.914). A matéria prima básica era o aço, e a fonte de energia passou a ser a eletricidade e os derivados do petróleo (Livro, páginas 25 e 26): 
O ferro é substituído pelo aço como matéria prima base da indústria.
 
O vapor é substituído pela eletricidade como fonte de energia para a indústria. 
O desenvolvimento de maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho. 
O crescente domínio da indústria pela ciência. 
Transformações radicais nos transportes e comunicações. 
O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista: A dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J.P. Morgan & Co; A formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas; A separação entre a propriedade particular e a direção das empresas; O desenvolvimento das holding companies; A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente.
49) Quadro "Fases da História das Empresas" (Livro, página 26).
1.2 A Revolução Industrial e Seus Impactos na Evolução da Administração
50) O rápido e intenso fenômeno da maquinização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas, que passaram a integrar outras maiores e que, aos poucos, foram crescendo e transformando em fábricas. O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas semi automatizadas e repetitivas. A unidade doméstica de produção desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo um enorme contingente de operários nas fábricas trabalhando juntos durantes jornadas diárias de trabalho que se estendiam por 12 ou 13 horas em condições perigosas e insalubres. O crescimento industrial era improvisado e baseado no empirismo (Livro, página 26).
51) Ao mesmo tempo em que intensa migração de mão de obra se deslocava dos campos agrícolas para os centros industriais, surgiu um surto acelerado e desorganizado de urbanização. Ao mesmo tempo em que o capitalismo se solidificou, cresceu o tamanho de uma nova classe social: o proletariado. As tensões entre a classe operária e os proprietários de indústria não tardaram a aparecer (Livro, páginas 26 e 27).
52) Com a nova tecnologia dos processos de produção , de construção e funcionamento das máquinas, com a crescente legislação destinada a defender e proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação maior dos proprietários. A prática foi lentamente ajudando a selecionar ideias e métodos empíricos. O desafio agora era dirigir batalhões de operários da nova classe proletária. A preocupação dos empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo. A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspetos de pouca ou nenhuma importância (Livro, página 27).
53) Assim, a Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial da época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas então utilizadas. Os dirigentes de em presas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida expansão. Alguns empresários baseavam suas decisões tendo por modelos as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores (Livro, página 27).
54) As principais tendências administrativas criadas e fomentadas pela Revolução Industrial foram (Livro, página 27): 
Substituição do artesão pelo operário especializado. 
Surgimento das fábricas. 
Crescimento das cidades, originando novas necessidades de Administração Pública.
Surgimento dos sindicatos. 
Administração, que se consolida como área do conhecimento. 
Primeiras experiências práticas com a Moderna Administração de Empresas.
55) A Revolução Industrial exerceu influência fundamental para o surgimento da ciência da Administração. Ela possibilitou a transformação da economia, até então essencialmente agrária, para a economia industrial com sistemas operacionais mecanizados, refletindo em todas as áreas da vida humana, já que representou, também, o deslocamento do homem do campo para as cidades, para as indústrias. Seus conhecimentos se difundiram para os países da Europa continental, transformando a vida do homem ocidental e seu relacionamento com o resto do mundo. Assim, nas fábricas, havia, de um lado, o empregador,que fornecia o equipamento e supervisionava o seu uso, e, de outro, o trabalhador, reduzido à condição de operário. Nasce, daí, a necessidade de disciplinar e organizar tanto a relação patrão x empregado, quanto os processos do trabalho (Livro, página 28).
56) Ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo. E a moderna administração surgiu em resposta a duas consequências provocadas pela Revolução Industrial, descritas a seguir (Livro, páginas 28 e 29): 
Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação.
 
Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição no mercado.
57) Os desafios da Revolução Industrial alteraram a realidade na época, e a sociedade então começou a perceber a administração como disciplina e oficialmente como profissão. Com isso, um corpo de conhecimentos da área começou a tomar forma primeiramente através do estudo das tarefas, depois das pessoas e finalmente se deu ênfase à Administração. A preocupação com a eficiência atraiu a atenção de estudiosos, que lançaram as bases das teorias administrativas (Livro, página 29).
58) Apesar dos progressos no conhecimento humano, a chamada Ciência da Administração somente surgiu no despontar do início do século XX. A Teoria Geral da Administração é uma área nova e recente do conhecimento humano. Para que ela surgisse foram necessários séculos de preparação e antecedentes históricos capazes de permitir e viabilizar as condições indispensáveis ao seu aparecimento (Livro, página 30).
59) Leituras "Campos de Atuação do Profissional de Administração" e "A Sociedade Econômica Industrial" (Livro, páginas 30 e 31).
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Capítulo II – Abordagem Clássica da Administração
2.1. Introdução à Abordagem Clássica da Administração
60) No despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor, e iniciou a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho do operário. O outro era europeu, Henri Fayol, e desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas (Livro, página 35).
61) Muito embora ambos não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da Administração, cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama administrativo das organizações (Livro, página 35).
62) Em função dessas duas correntes, a Abordagem Clássica da Administração é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência (Livro, páginas 35 e 36): 
De um lado, a Escola da Administração Científica, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. Essa escola era formada principalmente por engenheiros, como Frederick Winslow Taylor (1.856 a 1.915), Henry Lawrence Gantt (1.861 a 1.919), Frank Bunker Gilbreth (1.868 a 1.924), Harrington Emerson (1.853 a 1.931) e outros. Henry Ford (1.863 a 1.947) costuma ser incluído entre eles pela aplicação desses princípios em seus negócios. A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Nesse sentido, a abordagem da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das partes (operário e seus cargos) para o todo (organização empresarial). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. Esse cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de movimentos, operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT). Foi, acima de tudo, uma corrente de ideias desenvolvida por engenheiros que procuravam elaborar uma engenharia industrial dentro de uma concepção pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração Científica.
De outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da organização, desenvolvida na França, a Teoria Clássica da Administração, com os trabalhos pioneiros de Fayol. Essa escola teve como expoentes: Henri Fayol (1.841 a 1.925), James D. Mooney, Lyndall F. Urwick (1.891 a 1.979), Luther Gulick e outros. A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização. Nesse sentido, a abordagem da Corrente Anatômica e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). Predominava a atenção para a estrutura organizacional, para os elementos da Administração, os princípios gerais da Administração e a departamentalização. Esse cuidado com a síntese e com a visão global permitia a melhor maneira de subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente teórica e orientada administrativamente. A ênfase na estrutura é a sua principal característica. 
63) As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às consequências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genéricos, a saber (Livro, páginas 36 e 37):
O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma gradativa complexidade em sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. O aumento do tamanho das empresas leva à substituição das teorias de caráter totalizante e global por teorias micro industriais de alcance médio e parcial. Com a grande empresa com dimensões mais amplas surgem as condições iniciais de planejamento da produção, reduzindo a improvisação.
A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no sentido de se obter o melhor rendimento possível dos recursos e fazer face à concorrência e à competição que se avolumavam entre as empresas. Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, instala-se nos Estados Unidos, entre 1.880 e 1.890, a produção em massa, aumentando o número de assalariados nas indústrias torna-se necessário evitar o desperdício e economizar mão de obra. Surge a divisão de trabalho entre aqueles que pensam (gerentes) e os que executam (trabalhadores). Os primeiros fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, determinam funções, estudam métodos de Administração e normas de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o surgimento do taylorismo e do fordismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa.
2.2. Frederick Taylor e a Administração Científica
64) A Administração Científica representou um marco na evolução das ideias sobre produção, riqueza e relações harmônicas entre empregadores e empregados. A abordagem básica da Escola da Administração Científica se baseia na ênfase colocada nas tarefas e seu nome é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração (Livro, página 37).
65) A Escola daAdministração Científica foi iniciada no começo do século passado pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna Teoria Geral da Administração. Taylor preconizava a prática da divisão do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de assegurar seus objetivos de máxima produção a mínimo custo, seguindo os princípios da seleção científica do trabalhador, do tempo padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na eficiência. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial (Livro, páginas 37 e 38).
66) Taylor estudou, cientificamente, os problemas fabris de sua época e popularizou a noção de eficiência: Obter o resultado desejado com o menor desperdício de tempo, esforço e materiais. Na Midvale Steel, suas investigações científicas levaram melhorias para a eficiência dos trabalhadores, que resultaram em grandes economias nos custos com a mão de obra. Isso porque, na época, vigorava o sistema de pagamento por peça ou por tarefa. Os patrões procuravam ganhar o máximo na hora de fixar o preço da tarefa, enquanto os operários reduziam o ritmo de produção para contrabalançar o pagamento por peça determinado pelos patrões, o que levou Taylor a estudar o problema de produção para tentar uma solução que atendesse tanto aos patrões como aos empregados (Livro, página 38).
67) Frederick Winslow Taylor nasceu em Germantown, Filadélfia, estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, no dia 20 de março de 1.856. Era bem nascido, sua família pertencia à classe média, a ponto de permitir boas escolas ao jovem Fred. Alguns biógrafos afirmam que Taylor era muito estudioso e por esse motivo arruinou a vista nos estudos. Iniciou suas atividades profissionais como torneiro, entre 1.874 e 1.878. Em 1.878 ingressou na Midvale Steel, e lá ficou por 12 anos, ingressando como operário e chegou a engenheiro chefe. Obteve o título de mestre em engenharia em 1.883. Nesse período desenvolveu uma série de muitos aprimoramentos técnicos. Taylor era um engenheiro brilhante. No período entre 1.890 e 1.893 foi gerente geral de uma empresa que fabricava papel. Em 1.893 foi contratado por Joseph Wharton (fundador da primeira escola de administração dos Estados Unidos) para trabalhar na Bethlehem Steel (uma grande siderúrgica, tinha 4.000 funcionários em 1.900). Em 1.901, retornou para sua cidade natal dedicando-se à divulgação de suas ideias (Livro, página 38).
Primeiro Período de Taylor
68) O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro Shop Management (1.903), sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do Estudo de Tempos e Movimentos (Motion time Study). Taylor começou por baixo, junto com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo os seus movimentos e processos de trabalho para aperfeiçoá-los e racionalizá-los. Verificou que o operário médio e com o equipamento disponível produzia muito menos do que era potencialmente capaz. Concluiu que se o operário mais produtivo percebe que obtém a mesma remuneração que o seu colega menos produtivo, acaba se acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com sua capacidade (Livro, página 39).
69) Daí a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais. Em essência, Taylor diz, em Shop Management, que (Livro, página 39): 
O objetivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção. 
Para realizar tal objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentos para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações fabris. 
Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em seus postos com condições de trabalho adequadas para que as normas possam ser cumpridas. 
Os empregados devem ser cientificamente treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida. 
A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico.
70) Quadro sobre o Primeiro Período de Taylor (Livro, página 40).
Segundo Período de Taylor
71) Corresponde à publicação do seu livro The Principles of Scientific Management (1.911), quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada de uma estruturação geral para tornar coerente a aplicação dos seus princípios na empresa como um todo. A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a Administração geral, a qual de nominou Administração Científica, sem deixar de lado sua preocupação quanto à tarefa do operário (Livro, página 40).
72) Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males (Livro, páginas 40 e 41):
Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção acerca de um terço da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência.
 Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização.
Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.
73) Para sanar esses três males, Taylor idealizou o Scientific Management, difundido sob os nomes de Administração Científica, Sistema de Taylor, Gerência Científica, Organização Científica no Trabalho e Organização Racional do Trabalho. Segundo Taylor, o Scientific Management é uma evolução, e não uma teoria, tendo como ingredientes 75 % de análise e 25 % de bom senso. Para Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a um período de quatro a cinco anos para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízo aos patrões (Livro, página 41).
74) Quadro explicativo (Livro, página 41).
75) Para Taylor, a Administração Científica é uma combinação de: “Ciência em lugar de empirismo. Harmonia em vez de discórdia. Cooperação e não individualismo. Rendimento máximo em lugar de produção reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar maior eficiência e prosperidade” (Livro, página 42).
76) Para Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios que são (Livro, páginas 42 e 43):
Princípio de planejamento. Substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico prática, por métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência através do planejamento do método de trabalho. 
Princípio de preparo. Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional. 
Princípio do controle. Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível. 
Princípio da execução. Distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.
77) Para Taylor, os elementos da Administração Científica são (Livro, página 43): 
Estudo de tempo e padrões de produção. 
Supervisão funcional. 
Padronização de ferramentas e instrumentos. 
Planejamento das tarefas. 
O princípio da exceção. 
A utilização da régua de cálculo e instrumentos para economizar tempo. 
Fichas de instruções de serviço. 
A ideia de tarefa, associada a prêmios de produção pela sua execução eficiente. 
Sistemas para classificação dos produtos e do material utilizado na manufatura. 
Sistema de delineamento da rotina de trabalho.
78) Taylor acreditava também que era necessária uma melhor divisão de responsabilidades entre a direção e o trabalhador.Ele acreditava que a administração tinha de aceitar as responsabilidades de planejamento, organização, controle e determinação de métodos, e não deixar essas importantes funções para os trabalhadores (Livro, página 43).
79) Quadro “Três Momentos da Administração Científica” (Livro, página 43).
80) O sistema de produção, para Taylor, era uma abordagem sistemática para melhorar a eficiência dos trabalhadores e seguia estes passos (Livro, página 44): 
A habilidade, a força e a capacidade de aprendizagem eram determinadas para cada trabalhador, de forma a colocar as pessoas em funções às quais pudessem se adaptar melhor. 
Cronometragens eram usadas para definir com precisão a produção padrão por trabalhador em cada tarefa. O produto esperado em cada tarefa era usado para planejar e programar o trabalho, além de também ser usado para comparar diferentes métodos de executar as tarefas. 
Eram usados cartões de instrução, roteiros e especificações de materiais para coordenar e organizar a fábrica, para que os métodos e o fluxo de trabalho pudessem ser padronizados, e, com isso, os padrões de produção da mão de obra pudessem ser satisfeitos. 
A supervisão foi melhorada a partir de uma cuidadosa seleção e treinamento. 
Os sistemas de incentivo foram iniciados para aumentar a eficiência e aliviar a carga de responsabilidade dos encarregados. 
Taylor e a Administração como Ciência
81) Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente, e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento, e o empirismo, à ciência: a Ciência da Administração (Livro, página 44).
82) O principal objetivo da Administração é assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. O princípio da máxima prosperidade para o patrão acompanhada da máxima prosperidade para o empregado devem ser os dois fins principais para a Administração. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e empregadores (Livro, página 45).
83) Para Taylor e seus seguidores, o instrumento para racionalização do trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos, em que movimentos inúteis eram eliminados e substituídos por outros eficazes. Os funcionários eram treinados na função específica de sua atividade, o que melhorava sua eficiência, ao passo que deveria ser adotada uma base uniforme para salários equitativos e prêmios por aumento de produção e um cálculo mais preciso de custo unitário por peça (Livro, página 45).
84) A Administração Científica contribuiu para a divisão do trabalho, a especialização do operário, a definição e estabelecimento de cargos e tarefas, o incentivo salarial e de prêmios (que geravam a motivação no operário), contribuiu para a melhoria da condição física de trabalho (ruído, ventilação e iluminação), na padronização de métodos e de equipamentos e na existência da supervisão funcional (supervisores especializados em cada área) (Livro, página 45).
Taylor e a Organização Racional do Trabalho
85) Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos. Notou que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Como há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, esses métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a critério de cada operário. Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos em todos os ofícios recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT) (Livro, página 45).
86) A divisão do trabalho entre gerência e execução Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente seu trabalho e estabelecer racionalmente o método ou processo mais eficiente. Antes, o supervisor deixava ao critério de cada operário a escolha do método de execução de seu trabalho para encorajar sua iniciativa. Com a Administração Científica ocorre uma repartição de responsabilidade: A administração (gerência) fica com o planejamento (estudo do trabalho do operário e o estabelecimento do método do trabalho) e a supervisão (assistência contínua do trabalhador durante a produção), enquanto o trabalhador fica somente com a execução do trabalho. A gerência pensa enquanto o trabalhador executa (Livro, página 46).
87) A Organização Racional do Trabalho se fundamenta nos seguintes aspectos (Livro, página 46): 
Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos. 
Estudo da fadiga humana. 
Divisão do trabalho e especialização do operário. 
Desenho de cargos e de tarefas. 
Incentivos salariais e prêmios de produção. 
Conceito de homo economicus. 
Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc. 
Padronização de métodos e de máquinas. 
Supervisão funcional.
Benefícios do Método de Taylor
88) Benefícios para os trabalhadores no método de Taylor foram (Livro, página 53): 
Os salários chegaram a atingir, em alguns casos, o dobro do que eram antes. 
Os funcionários passaram a se sentir mais valorizados e isso fez com que exercessem seus ofícios com mais prazer. Sentiam-se mais acolhidos pela empresa. 
A jornada de trabalho foi reduzida consideravelmente. 
Vantagens, como dias de descanso remunerados foram lhes concedidas.
89) Benefícios para os empregadores no método de Taylor (Livro, página 53): 
Produtos com qualidade superior aos anteriores. 
Ambiente de trabalho agradável tanto para o chão de fábrica quanto para a diretoria, evitando assim distúrbios e conflitos que podem gerar situações negativas dentro da empresa (greves e desestímulo, por exemplo). 
Redução de custos extraordinários dentro do processo produtivo, como a eliminação de inspeções e gastos desnecessários.
90) Outros integrantes do movimento da administração científica (Livro, página 54): 
Frank Bunker Gilbreth e Lillian Moller Gilbreth: O casal Frank e Lillian Gilbreth tinha preocupações muito semelhantes às de Taylor, exceto que Taylor era interessado em engenharia e em problemas com o tempo dos funcionários e Frank em construção e com os movimentos dos operários. Nota-se a influência de Taylor no livro de no qual Gilbreth menciona o desperdício de terra por meio da erosão, mas diz que isso não é nada, se comparado com o desperdício de produtividade humana. Para resolver esse problema, Gilbreth propunha o estudo sistemático e a racionalização dos movimentos necessários para a execução das tarefas. Ele dedicou atenção especial para a fadiga, no que foi auxiliado por sua mulher, Lillian, especialista em psicologia. O casal publicou diversos estudos sobre os movimentos e a introdução de aprimoramentos nos métodos de trabalho para minimização da fadiga. 
Henry Gantt: Formado em engenharia, Gantt era assistente de Taylor. Dentre suas principais realizações, destacam-se seus estudos sobre resistência à mudança e normas grupais (fatores que interferiam na produtividade), mutualismo como caminho para a prosperidade econômica e, sua principal realização, o controle gráfico diário da produção (gráfico de Gantt), que era um método gráfico para acompanhar fluxos produtivos e se tornou a mais importante técnica de planejamento e controle de projetos. 
Hugo Munsterberg: Doutor em Psicologia, Munsterberg fez contribuições substanciais para quase todos os campos da Psicologia. Defendia ferozmente a utilização da Psicologia em situações práticas e, em 1.910, começou a realizar pesquisas visando à aplicação da psicologia à indústria. As ideias de Munsterberg se assemelhavam às de Taylor quanto à capacitação dos mais aptos ao trabalho. Além disso, ele pregava que o papel dos psicólogos na indústria deveria ser para definir condições psicológicasmais favoráveis ao aumento da produção e produzir as influências desejadas, na mente humana, do interesse da administração. Munsterberg foi um dos primeiros estudiosos a desenvolver testes de seleção de pessoal para empresas. 
Harrington Emerson, engenheiro, simplificou os métodos de estudos e de trabalho de Taylor. Popularizou a Administração Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. Foi responsável pela antecipação da Administração por objetivos proposta por Peter Drucker na década de 1960.
Críticas à Administração Científica de Taylor
91) Apesar de todo reconhecimento dos trabalhos e pesquisas de Frederick Taylor, o seu trabalho, provocou várias críticas, o que gerou o nome de Teoria da Máquina. Entre as críticas principais, podemos citar (Livro, página 55): 
Pouca atenção dada ao ser humano e sua robotização (bem explorada no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin). 
Abordagem envolvendo somente a organização formal. 
Ausência científica por pouca pesquisa e experimentação. 
Limitação do campo de aplicação da teoria só na produção.
92) Além destas críticas, outras atribuídas ao trabalho de Taylor foram (Livro, páginas 55 e 56): 
Mecanicismo: Taylor tentou imprimir às pessoas a mesma precisão e regularidade das máquinas. Nem todos os processos produtivos são compatíveis com um comportamento tão mecânico do ser humano. Esta dimensão psicológica das empresas foi desprezada por Taylor. 
Visão automatizada do homem: Ao contrário do que previa Taylor, a comunicação informal entre os membros de uma organização desempenha um papel importante para a melhoria dos processos produtivos. O homem é um ser social, que não deve ser analisado apenas em sua individualidade. 
Superespecialização: Tarefas extremamente repetitivas, resultantes da superespecialização e da divisão do trabalho causam tédio, problemas motores e psicológicos. 
Empirismo: Foram constatadas evidências meramente práticas do sucesso dos princípios tayloristas; não se constituiu nenhum modelo teórico de análise que permitisse, por abstração, generalizar os achados de Taylor para o universo das organizações. 
Abordagem parcial da organização: Taylor abordou predominantemente a variável organizacional tarefas. O seu trabalho e a Escola de Administração Científica praticamente desconsideram outros aspectos importantes da organização, tais como sua estrutura e tecnologia. 
Abordagem prescritiva: Taylor não se aprofunda nas razões explicativas da realidade organizacional. Ele simplesmente constata de forma empírica alguns problemas de eficiência e propõe soluções práticas para os mesmos. Portanto, a Teoria da Administração Científica não identifica claramente as causas da ineficiência, apenas receita o remédio para as suas consequências. 
Empresa como sistema fechado: Taylor desconsidera os impactos do ambiente externo da empresa em suas operações. Variáveis econômicas, culturais e sociais afetam diretamente a eficiência da empresa; sobre estas, as medidas propostas por Taylor têm alcance limitado.
93) Quadro explicativo (Livro, página 56 e 57).
94) Um dos mais famosos exemplos de aplicação da administração científica idealizada por Taylor, foi operacionalizado por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, para produzir o modelo T (Livro, página 57).
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Henry Ford e a Produção em Massa
95)  Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, Henry Ford (1.863 a 1.947) iniciou sua vida como mecânico. Projetou um modelo de carro e em 1.899 fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar, fundou, em 1.903, a Ford Motor Co. Os princípios de fabricação por meio da linha de montagem eram conhecidos há muito tempo, desde o início do taylorismo, como também são conhecidas as técnicas da administração científica. Mas foi na Ford Motor Company no início do século XX, que Henry Ford projetou o Modelo T para ser construído em linhas de montagem (Livro, páginas 57 e 58).
96) Sua ideia: Popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época. Entre 1.905 e 1.910, Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa (Livro, página 58).
97) Em 1.913 já fabricava 800 carros por dia. Em 1.914, repartiu com seus em pregados uma parte do controle acionário da empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas, quando, na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1.926, já tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 carros por ano. Utilizou um sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria prima inicial ao produto final acabado, além da concentração horizontal através de uma cadeia de distribuição comercial por meio de agências próprias (Livro, página 58).
98) Henry Ford nasceu em 30 de julho de 1.863 em Dearborn, a família possuía terras e era próspera. Ford saiu de casa em 1.879 para procurar seu destino em Detroit, nascera para ser mecânico: era paciente, sistemático e cuidadoso, além de possuir talento nessa área (Livro, página 58): 
1.891. Ford começa a trabalhar para a Detroit Illuminating Company. 
04 de junho de 1.896. Ford completa e testa seu primeiro automóvel, o quadriciclo.
05 de agosto de 1899. A Detroit Automobile Company é formada. Ford é seu superintendente. 
30 de novembro de 1.901. A Henry Ford Company é formada. Ford é seu engenheiro. 
16 de junho de 1.903. A moderna Ford Motor Company é fundada em Detroit. 
01 de outubro de 1.908. Ford lança o primeiro modelo T. 
1.913. A Ford introduz a produção em linhas de montagem móveis. 
1.927. A Ford lança o modelo A. 
07 de abril de 1.947. Falecimento de Henry Ford.
99) Em 1.917, Ford já havia vendido 1,5 milhão de unidades do Modelo T. A demanda explodira à medida que os preços caíram. A maior demanda foi atendida não com maiores preços, mas com aumento na produção e cortes nos preços (Livro, página 59).
100) A condição chave da produção em massa é a simplicidade. Três aspectos suportam o sistema (Livro, página 59): 
A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e contínua. 
O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixa-lo com a iniciativa de ir busca-lo.
As operações são analisadas em seus elementos constituintes.
101) As linhas de montagem da Ford incorporavam os elementos principais da Administração Científica: desenhos de produtos padronizados, produção em massa, baixos custos de manufatura, linhas de montagem mecanizadas, especialização de mão de obra e peças intercambiáveis. Por volta de 1.914, o tempo de montagem de um chassi caíra de quase 13 horas para 1 hora e meia. Os custos caíram significativamente e o Modelo T tornou-se o primeiro carro acessível à maioria dos americanos e Ford dominou o setor por muitos anos (Livro, página 59).
102) Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico, Ford adotou três princípios básicos (Livro, páginas 59 e 60): 
Princípio de intensificação. Diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e matéria prima e a rápida colocação do produto no mercado. 
Princípio de economicidade. Reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria prima adquirida. A velocidade de produção deve ser rápida: minério sai da mina no sábado e é entregue sob a forma de um carro ao consumidor, na terça feira, à tarde. 
Princípio de produtividade. Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção.103) Foi Henry Ford quem elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em massa, que é a fabricação de produtos iguais em grandes quantidades: peças padronizadas e trabalhadores especializados. Para alcançar a padronização, Ford passou a usar o mesmo sistema de calibragem para todas as peças, em todo o processo de manufatura. Além disso, ele buscou simplicidade, reduzindo o número de peças de seus produtos. Seus trabalhadores tinham tarefas fixas dentro de uma etapa de um processo predefinido (Livro, página 60).
104) Quadro explicativo (Livro, página 60).
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