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Avaliação Teoria e Prática1

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Prévia do material em texto

Avaliação
UNIDADE 1
2
UNIDADE 1
AVALIAÇÃO
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Querido (a) aluno (a), este é seu guia de estudo. Ele servirá de auxílio para você compreender 
melhor seu livro texto da disciplina AVALIAÇÃO. É necessário que você compreenda que este guia 
de estudo é um material de apoio e um meio de facilitar o seu acesso ao livro texto, mas a leitura 
do guia não elimina a do livro, elas se complementam. 
 
ORIENtAçõES DA DISCIPlINA
Nesta disciplina você irá refletir sobre o atual cenário da educação nacional e sobre o processo da 
avaliação escolar, que pode ser somativa ou formativa, e a depender de como se dá esse processo 
avaliativo, pode causar grande impacto na configuração escolar com altos índices de repetição e 
evasão. 
Dessa forma, se faz necessário compreender, antes de tudo, o conceito de avaliação e suas fun-
ções dentro da escola, bem como compreender que a avaliação faz parte do processo de ensino
-aprendizagem. Para assim, refletirmos sobre as abordagens e procedimentos desse processo, 
assumindo a avaliação como peça de extrema relevância. 
Além disso, iremos analisar as diversas competências – procedimentais, conceituais e atitudinais 
- e o processo de avaliação educacional, de que forma essas competências têm sido trabalhadas 
nos métodos avaliativos. Por fim, iremos ter uma visão geral da legislação educacional, das po-
líticas educacionais e refletir sobre os conceitos discutidos durante toda a disciplina. Além de 
discutirmos sobre as práticas e métodos avaliativos relacionados à Educação Infantil e ao Ensino 
Fundamental. 
Caro (a) aluno (a), refletir sobre o processo avaliativo e como ele pode interferir no processo de 
aprendizagem do aluno, mais do que apreender as diversas formas de avaliar, é de fundamental 
importância. Ao final desse estudo fica a sugestão para um aprofundamento sobre o tema, com 
propostas para um sistema avaliativo eficaz e mais sensível, que compreenda melhor os saberes 
dos alunos e suas habilidades. 
 
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, assim determinou Rubens Alves, não 
queremos que o processo de ensino-aprendizagem, do qual a avaliação faz parte, faça da escola 
uma prisão, faz parte da nossa missão, querido aluno (a), que o nosso ensino inspire o voo, não 
cortemos as asas dos nossos alunos, eduquemos para a liberdade. Um ótimo estudo.
Seja bem-vindo!
3
CONCEItOS, CONCEPçõES E FINAlIDADES NO CONtEXtO ESCOlAR 
Meu caro (a) aluno (a), para adentrarmos na análise dos conceitos e finalidades da avaliação, se 
faz necessário, antes de tudo, relembrar o seu tempo da escola, quando se aproximava a semana 
de provas e todos os alunos se desesperavam, porque sabiam que se não se saíssem bem nas 
provas, receberiam castigo dos pais, reclamação da professora diante de toda a sala e ficaria 
aquele sentimento de frustração por não ter alcançado a média, ao menos. O medo imperava, e 
quanto mais você tinha medo, mas o desastre se tornava iminente. 
É necessário relembrar esse tempo, pois, passados 10, 15, 30 anos, a semana de prova ainda é 
temida e não avalia de fato as habilidades e saberes dos alunos. Aqui, tentaremos compreender 
por que, apesar de tantas mudanças no ensino, a avaliação continua sendo utilizada de maneira 
errônea e ineficaz. 
Nesta unidade iremos estudar o que é avaliação e como ela funciona na escola, suas funções e 
finalidades, bem como as principais consequências da avaliação escolar no processo de ensino
-aprendizagem. 
O que é e como funciona a avaliação?
Para que você compreenda o que é e como funciona a avaliação é de fundamental importância en-
tender o cenário atual da educação no Brasil. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimen-
to Econômico (OCDE) divulgou, em 2015, um ranking sobre a qualidade da educação no mundo, o 
Brasil ficou na 60ª posição, entre os 76 países pesquisados. (PALHARES, 2015). 
 
Esses dados são assustadores, não são? Mas não é algo novo e revelam a baixa qualidade e ine-
ficácia da educação no Brasil. Os dados do Ministério de Educação são ainda mais assustadores: 
91% dos estudantes brasileiros saem do Ensino Fundamental abaixo do nível esperado de apren-
dizagem. Ou seja, concluem o Fundamental com dificuldades em compreender e reter informações 
de textos básicos. (VILLAS BOAS, 2008).
 
GuARDE ESSA IDEIA!
Fique atento, como esses alunos chegarão ao Ensino Médio? Conseguirão su-
prir as carências do fundamental? Como sairão da escola? Como chegarão ao 
mercado de trabalho? À universidade? Esses questionamentos nos levam a uma 
problemática muito maior: Por que a nossa educação tem fracassado (de acordo 
com os resultados das pesquisas)? A todos tentam jogar a culpa: ao professor 
desestimulado, à péssima estrutura, aos governantes que só visam quantidade 
e não qualidade do ensino, aos alunos sem perspectiva. 
Não há como culpabilizar um único grupo, há uma diversidade de fatores que contribuem para o 
processo de aprendizagem (VILLAS BOAS, 2008) entre eles: a falta de condições de trabalho na 
4
escola, a ausência de envolvimento dos pais, a baixa escolaridade dos pais, a falta de formação 
dos professores e outros profissionais que atuam no ambiente escolar, bem como a falta de orga-
nização do trabalho pedagógico. 
 
ACESSE O AmbIENtE VIRtuAl
Você pode ver isso de forma mais detalhada no seu livro texto, na página 4.
Caro (a) aluno (a), você pode perceber que os dados apresentados acima revelam a ineficácia 
do nosso processo de ensino-aprendizagem, do qual a avaliação costuma ser excluída. Há uma 
tendência em incentivar a escola a exigir dos alunos apenas a aprovação no final do ano, tendo 
a prova como parâmetro, assim, os alunos estudam apenas para passar na prova, decoram ou 
reprovam. 
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Mas o que é avaliar? O ato de avaliar faz parte da natureza humana, o tem-
po inteiro estamos avaliando os nossos atos, filmes a que assistimos, serviços 
que utilizamos, pessoas que conhecemos, etc. É um ato que está vinculado ao 
sistema de ensino mundial, ou seja, faz parte do cotidiano escolar, onde todos 
avaliam e são avaliados. De acordo com Gadotti, no livro “Educação e poder: 
introdução à Pedagogia do conflito” (1984),
Avaliação é inerente e imprescindível, durante todo processo educativo, que se realize em um 
constante trabalho de ação-reflexão, porque educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o 
mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para 
recriá-lo constantemente. (p. 90)
 
VOCê SAbIA?
Você sabia que a avaliação pode assumir duas formas? Pois é, uma é a avaliação 
formativa, que visa a formação e promoção da aprendizagem do aluno; a outra é 
a avaliação somativa, que visa o desempenho pontual. A formativa é mais eficaz 
por enfatizar a aprendizagem do aluno, por promover a produção e incluí-lo no 
ambiente escolar. A somativa é necessária para a formação de dados que con-
tribuem na tomada das decisões pedagógicas. Elas não se excluem, deveriam, 
inclusive, caminhar juntas, complementando-se. 
???
5
O problema é que a escola esquece, quase por completo, a avaliação formativa e seus pontos 
positivos para a formação do estudante como o foco na aprendizagem, caráter de inclusão, par-
ticipação, avaliação de perspectiva conjunta, etc. Enquanto privilegia a somativa, ressaltando 
os seus pontos negativos: foco na classificação, caráter de exclusão, autoritarismo, avaliação 
de perspectiva individual, destaque para a memorização, valorização do quantitativo e busca por 
apenas um bom resultado na prova.
 
lEItuRA COmPlEmENtAR
Há uma grande confusão por parte dos professores quando se fala em avaliação, 
pois costumam examinar, ao invés de avaliar, de acordo com Luckesi (2002) em 
artigo sobre avaliação (sugiro a leitura do texto na íntegra, No link.
 
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o me-
lhor resultado possível; por isso, [...] é diagnóstica e inclusiva. O ato de examinar, por outrolado, 
é classificatório e seletivo e, por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do 
melhor resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que é examinado. O 
ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de 
examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. (p.2)
Meu caro (a), fica clara, na citação de Luckesi, a importância da avaliação para a aprendizagem, 
pois através dela somos capazes de diagnosticar e construir junto ao aluno um melhor resultado.
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Você deve estar se perguntando por que a escola, professores e alunos não ques-
tionam esse sistema focado na classificação e exclusão. É bem simples! Se tor-
nou um círculo vicioso: a escola utiliza o método como forma de classificar os 
alunos; os professores utilizam apenas as provas para “medir” o conhecimento 
dos alunos; passar nas provas, se torna meta do aluno, não importa a que preço, 
o importante é entregar aos pais o resultado positivo, pois é o que a maioria 
exige, sem se importar muito em como se deu o aprendizado dos filhos. Você 
pode compreender melhor esse círculo vicioso no quadro da página 6 do seu livro 
texto.
Além disso, muitos professores utilizam as provas como meio de punir os alunos, aqueles que 
foram indisciplinados durante o bimestre, terão a vingança no dia da prova, fato que o próprio 
professor faz questão de divulgar: “quero ver no dia da prova”! Você já deve ter passado por essa 
situação, ou presenciado em sala de aula!
http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_eccos_1.pdf
6
Mas vamos lá, se a escola sempre funcionou assim, qual é o problema? Você pode questionar. 
Esse método avaliativo, como já foi dito, é excludente e não se importa com as habilidades e os 
saberes dos alunos, que nem sempre apresentam o saber exigido. É um método baseado na me-
ritocracia, ou seja, depende dos méritos individuais de cada um, no entanto, não é justo, pois se 
supõe na meritocracia, que todos têm as mesmas condições e oportunidades, o que não é verda-
deiro, cada aluno apresenta suas especificidades e dificuldades (sejam ligados a fatores externos 
ou internos). Esse método acaba por distinguir os alunos em fortes, fracos e medianos. 
Algumas escolas chegam, de fato, a separar essas turmas. Os fortes são mais exigidos, enxergam 
neles resultados excelentes nos vestibulares mais concorridos, o que vai elevar o nome da escola; 
os fracos ficam em outra turma, tendo uma aula mais focada nas suas dificuldades; os medianos 
acabam sendo esquecidos, pois não se enquadram em nenhuma das necessidades. A escola aca-
ba criando, assim, um ambiente de desigualdades, competitivo, além da enorme pressão que os 
alunos sofrem por estar na turma dos fortes, ou por querer estar nela. 
Assim, querido (a) aluno (a), fica fácil de entender que a avaliação ideal, de fato, seria aquela que 
conseguisse aliar a somativa à formativa. Como explica Villas Boas (2008, p. 35): 
[ Na avaliação formativa, ] a análise do progresso considera aspectos como: o 
esforço por ele [aluno] despendido, o contexto particular de seu trabalho e as 
aprendizagens adquiridas ao longo do tempo. Consequentemente, o julgamento 
de sua produção e o feedback que lhe será oferecido levarão em conta o processo 
de aprendizagem, e não apenas os critérios de avaliação.
A avaliação formativa visa o processo de aprendizagem do aluno, não apenas a nota final que irá 
aprová-lo ou reprová-lo, ela contextualiza, percebe as habilidades e saberes dos alunos, poten-
cializando-os. Cria-se nesse método uma relação de parceria entre professor-aluno, nenhum deles 
é responsabilizado se não alcançar os objetivos esperados, pois todo processo é uma construção 
coletiva. 
Por que então, não implantar a avaliação formativa nas escolas? Trata-se de um grande desafio, 
já que o sistema educacional está imerso em um grande círculo vicioso, como já vimos, em que a 
avaliação somativa já está enraizada e quase nunca é questionada. 
Avaliação formativa: um caminho de mão dupla 
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Como já discutimos anteriormente, a avaliação formativa tem a aprendizagem como foco, além de 
promover a inclusão e o compartilhamento. Ela pode receber diversos nomes: avaliação mediado-
ra, emancipatória, dialógica, fundamentada e cidadã. E, apesar da diversidade de nomenclatura, 
todas têm como base a relação de feedback entre professor-aluno, ou seja, eles trabalham em 
conjunto, tendo sempre o retorno do outro. Nenhum deles se torna elemento passivo do processo, 
todos participam ativamente.
7
 
FIquE AtENtO!
Mas como compreender como se dá esse processo do feedback? Fica mais fácil 
de compreender, se tomarmos a avaliação somativa como exemplo. Nessa ava-
liação, o professor costuma passar os conteúdos durante o bimestre, o aluno 
ouve, anota, questiona, mas apenas recebe a informação, no final do bimestre, 
ele será avaliado para sabermos se atingiu a meta ou não. Já na relação do fee-
dback, o professor deixa claro o que espera do aluno desde o início e dá o retorno 
ao aluno durante todo o processo, assim, o estudante tem a chance de corrigir os 
erros, melhorar no desempenho, etc. Ele é um agente ativo. No seu livro texto há 
uma excelente ilustração para o método do feedback, na página 9!
 
VOCê SAbIA?
Você sabia que o professor também se beneficia nesse processo? Pois é, já que ele vai ajustando 
suas aulas em resposta às informações colhidas durante as atividades, seja aprofundando, se 
os alunos apresentarem resultados além do esperado, ou desenvolvendo outras estratégias para 
desenvolver determinado assunto, caso os alunos não tenham alcançado o objetivo. Dessa forma, 
a aula se torna dinâmica e criativa. 
lEItuRA COmPlEmENtAR
Que tal você fazer uma boa leitura? Lhe indico aqui o artigo Avaliação Formati-
va – um Elemento do Processo de Ensino aprendizagem, no link, que servirá de 
complemento ao nosso guia de estudo e ao livro texto. 
Voltando ao nosso raciocínio, como você observou no título desse subtópico, esse tipo de avalia-
ção é uma via de mão dupla, então, o professor deve estar atento ao que foi pedido ao aluno e ao 
que se espera dele – evitando nivelar muito acima, ou muito a baixo -, bem como ter em mente 
que o feedback não visa melhorar de nota (assim, era só pedir para refazer o trabalho) e sim a 
consciência de todo processo, bem como da construção do conhecimento. Enquanto o aluno tam-
bém tem suas responsabilidades durante o processo, ele deve participar de todos os processos de 
aprendizagem, e utilizar o feedback dado pelo professor para se autoanalisar e buscar estratégias 
para melhorar e alcançar os objetivos esperados.
Caro (a) estudante, tanto professor, quanto os alunos se tornam autônomos nesse processo. O 
aluno passa a se automonitorar, de acordo com sua maturidade. Não é fácil alcançar o automo-
nitoramento, requer disciplina, foco e maturidade. Destacam-se três componentes que podem 
integrar a avaliação formativa: a avaliação informal, a avaliação por colegas e a autoavaliação. 
???
http://www.pedagogia.com.br/artigos/avaliacaoformativa/index.php?pagina=2
8
De acordo com a imagem abaixo (que também está no livro-texto, na página 11 e equivale a figura 
1.2), essas avaliações apresentam um continum,ou seja, há um aumento gradativo na autonomia, 
à medida que passa de um estágio para o outro:
 
Como você pode observar, na avaliação informal, há um menor nível de autonomia, enquanto na 
autoavaliação o nível de autonomia é o desejado e a avaliação por colegas é o nível intermediário. 
Veremos, a seguir, cada um desses componentes de forma mais detalhada. 
a) Avaliação informal
Você deve conhecer muito bem a avaliação formal que é formada por provas, trabalhos, ativida-
des, etc. Pouco atentamos para a avaliação informal, mas ela é de extrema importância para o 
processo de ensino-aprendizagem. É a forma como os professores e alunos constroem representa-
ções um do outro,essas representações podem ser positivas ou negativas e afetam diretamente 
na relação entre o professor e o aluno. Ou seja, o contato entre os dois pode ser positivo, quando 
promove incentivo, ou pode ser negativo, quando desencoraja o aluno. 
 
GuARDE ESSA IDEIA!
Você pode perceber o quanto isso é problemático, não é? A partir do momento 
que o professor faz um julgamento negativo de determinado aluno, mesmo que 
inconscientemente, ele tende a afastá-lo, de diversas formas: com tratamento 
indiferente, comparando a nota dele com a dos outros alunos com melhor rendi-
mento, com falta de apoio na realização de atividades, humilhando-o e utilizando 
apelidos pejorativos. Esse julgamento pode se tornar uma grande bola de neve, 
pois, se o próprio professor trata o aluno de maneira excludente, a tendência é 
que os outros alunos se espelhem na atitude do professor e passem a tratá-lo 
da mesma maneira, o que acaba incentivando a prática do bullying, tão discutido 
nas escolas, na mídia, etc.
Você já deve ter visto as diversas campanhas contra o bullying, muito se debate sobre o tema, mas 
poucos associam tal prática à avaliação informal. A forma como o professor vê o seu aluno reflete 
para o resto da turma, levando a ações positivas e negativas. Quando as ações são negativas o 
processo de aprendizagem fica comprometido, pois muitas vezes o aluno que sofre o bullying não 
quer voltar à escola, por medo, vergonha, etc. 
b) Avaliação por colegas
Esse tipo de procedimento ainda é pouco utilizado, mas é bastante eficiente, pois tira do professor 
a responsabilidade exclusiva de avaliar, e ainda dá certa autonomia aos alunos, por se sentirem 
responsáveis pela avaliação do colega e ativos no processo avaliativo. Representa o nível inter-
mediário entre a avaliação individual e a autoavaliação, serve como um treino para esta última, 
pois à medida que eu avalio o outro também me autoavalia. É uma forma interessante de trabalhar 
com a aceitação de críticas que contribuam para o crescimento e autoconhecimento. 
9
Meu caro (a) estudante, a tendência é que nessas atividades, que podem ser em dupla ou em trio, 
os alunos aceitem melhor o feedback quando vem dos colegas de classe, do que quando parte do 
professor. Para o professor, a atividade é uma forma de dividir as responsabilidades, enquanto o 
aluno avalia o outro, o professor orienta os alunos que têm mais dificuldades, tornando o processo 
ainda mais focado, inclusivo e eficaz.
c) Autoavaliação
Por fim, temos a autoavaliação em que o aluno avalia a sua participação e envolvimento nas ati-
vidades desenvolvidas. A ideia é que ele perceba, através da autoavaliação, ações que podem ser 
colocadas em prática para melhorar seu desempenho. É necessário que você compreenda que a 
autoavaliação não é da aprendizagem, mas sim para a aprendizagem, ou seja, eu me avalio para 
aprender da melhor forma possível. Não tem como função atribuir notas, a ideia é que o aluno 
através dessa avaliação reflita sobre o seu processo de aprendizagem, o que aprendeu, o que não 
compreendeu, e o porquê de não ter assimilado determinado assunto, para assim desenvolver 
estratégias para facilitar o processo. 
Caro (a) aluno, quando o professor deve inserir esse tipo de avaliação na turma? Não existe um 
momento determinado para que isso ocorra, geralmente, os professores fazem a autoavaliação no 
fim de um tópico, de uma unidade, de um bimestre, fica a critério do professor. O ideal, no entanto, 
é que ele faça da autoavaliação um hábito na sala de aula, ou seja, que o aluno seja incentivado a 
se automonitorar constantemente, sabendo, é claro, qual a finalidade e objetivo da autoavaliação 
e o que se espera dele com essa atividade. 
Com a autoavaliação, pode-se alcançar a metacognição, que nada mais é do que o debruçar-se 
sobre o próprio processo cognitivo, ou seja, seu próprio conhecimento e desenvolvimento, permite 
que ele conheça a si mesmo e suas dificuldades, bem como seus pontos fortes, etc. 
CONSEquêNCIAS E CONCEPçõES DA AVAlIAçÃO ESCOlAR
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Acredito que você aluno, já percebeu o quanto a avaliação é importante para o 
processo de ensino-aprendizagem e a forma como ela é desenvolvida afeta dire-
tamente na construção cognitiva, social e afetiva do estudante. Em muitos casos 
ela pode trazer alguns impactos negativos como a repetência e a evasão escolar, 
em outros, ela pode ser um fator determinante para o avanço do aluno. Veremos 
agora cada uma dessas consequências!
a) Repetência
Caro aluno (a), não é novidade que o Brasil apresenta altos índices de reprovação, aproximada-
mente, 7 milhões de crianças e jovens reprovam todos os anos. De acordo com o Relatório de 
10
Monitoramento da Educação para Todos, lançado este ano pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a taxa de reprovação no Ensino Fundamental é 
de 18,7%. Um a cada cinco alunos precisam repetir a série, no ano seguinte. 
É importante que fique claro que há diversas razões para que um aluno seja reprovado, seu baixo 
rendimento pode estar ligado a fatores externos como as condições socioeconômicas, falta de 
estímulo dos pais, desestrutura familiar – que afeta diretamente no desenvolvimento da criança 
-, ou fatores internos como a dificuldade para se enquadrar no tipo de avaliação utilizado pelo 
professor, desinteresse pela escola, pela metodologia, etc. A avaliação é apenas um dos fatores, 
mas é uma peça chave nesse processo.
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Você deve imaginar o que implica esse alto índice de reprovação. Desde a des-
motivação do aluno, que se sente frustrado por repetir a série enquanto os co-
legas vão para a próxima turma, ao gasto de aproximadamente 10 bilhões de 
reais por ano. Isso mesmo! Gasta-se uma média de 10 bilhões de reais por ano, 
assustador, não?
Uma reprovação traz prejuízos para todos os envolvidos: aumenta número de estudantes por tur-
ma, diminui vagas para entrada de novos alunos, os alunos menores passam a conviver com 
alunos maiores, o que gera diversos problemas, etc. O Brasil é o país que mais reprova, por isso 
o combate à repetência é uma das áreas focadas pelo Ministério da Educação com seu plano de 
metas Compromisso Todos pela Educação (envolvendo todos os estados, municípios e distrito 
federal), observe o gráfico abaixo: 
 
lEItuRA COmPlEmENtAR
Com isso que tal fazer uma excelente leitura? Posso lhe indicar a leitura do ar-
tigo da revista Nova Escola “Repetência: um erro que se repete a cada ano” de 
Ronaldo Nunes, para aprofundamento sobre a pesquisa acima, no link.
Para diminuir esse alto índice, muitos educadores vêm defendendo a progressão continuada, que 
de acordo com o docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Fernando José de 
Almeida, 
 
A progressão continuada é um alargamento do conceito de período escolar, pois prevê, em vez de 
anos, ciclos. E aí é possível falar em ciclo letivo, com mais do que os 200 dias previsto na lei, e 
também em ciclo de aprendizagem do aluno - e esse pode ser de dois ou três meses, um semestre, 
um ou mais anos. Dividir o tempo escolar fugindo do calendário anual tem por objetivo aprofundar 
a concepção sobre o ensino e a aprendizagem.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/repetencia-erro-se-repete-cada-ano-567983.shtml?page=0
11
lEItuRA COmPlEmENtAR
Mais uma sugestão, leia na íntegra o texto “Progressão continuada não é apro-
vação automática”, do qual foi retirado o trecho acima, para aprofundamento 
sobre o tema, no link. 
Esse modelo é utilizado em diversos países, de maneiras distintas, mas com o mesmo propósito: 
manter a criança na escola. Aqui no Brasil, o modelo já é utilizado, mas de forma errônea, pois a 
ideia da progressão continuada é de que o aluno não seja reprovado, mas tenha um acompanha-
mento para que se alcance o objetivo desejado: a aprendizagem. No entanto, muitas escolas não 
reprovam os alunos e no ano seguinte fazem uma prova, visando apenas a aprovação (e livrar o 
alunoe a si mesmo!), sem qualquer acompanhamento específico. 
Você deve estar se perguntando, se reprovação não é o caminho, então seria a progressão con-
tinuada? O caminho, caro aluno (a), sempre será a aprendizagem! E a avaliação faz parte desse 
processo! Se eu avalio meu aluno utilizando exclusivamente a avaliação somativa, a tendência de 
que esse aluno não alcance a média no final do ano é maior, o que vai gerar mais repetições, pois 
ela é excludente, ao avaliar todos os alunos da mesma maneira, eu não estou levando em consi-
deração fatores determinantes, como o nervosismo que pode atrapalhar o andamento da prova, 
as condições externas, para citar apenas dois exemplos! Não importa se o aluno participou das 
aulas, foi interessado, atento, pois se ele “falhar” na prova, não terá a nota para ser aprovado. Já 
na avaliação formativa, todo o processo de aprendizagem é levado em consideração, além de que, 
durante esse processo, as dificuldades dos alunos serão imediatamente detectadas e podem ser 
solucionadas, à medida que ocorra o feedback.
b) Evasão
Você já deve ter ouvido casos de pessoas que desistiram da escola ao reprovarem (principalmente 
quando já é a segunda ou terceira vez). É claro que existe uma relação de consequência entre a 
reprovação e a evasão escolar, isso não quer dizer que essa seja a única razão. De acordo com 
Villas Boas (2008, p. 23):
Mais do que a falta de vagas, a falta de transporte ou mesmo a necessidade de trabalhar, é a 
falta de vontade de estudar que os empurra [os jovens] para fora do sistema de ensino. Essa razão 
foi identificada em 40,4% dos casos entre os que não estão em sala de aula. A necessidade de 
trabalhar vem [bem] depois (17,1%). Os resultados do estudo indicam que [...], se a escola não for 
atraente e fizer algum sentido ao aluno, ele vai abandoná-la, mesmo que suas chances no merca-
do de trabalho sejam nulas ou pouco atraentes.
Ou seja, os alunos desistem da escola porque ela, com seu modelo arcaico, não é atrativa o su-
ficiente para “amarrá-los”, e a avaliação está nesse meio, como algo que mais afasta o aluno do 
que aproxima. Afinal, quem gosta de ser avaliado?
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/progressao-continuada-nao-aprovacao-automatica-611988.shtml
12
Podemos destacar alguns pontos que poderiam fazer grande diferença na forma como o aluno se 
relaciona com a escola entre eles estão a falta da noção de pertencimento, isto é, o aluno não se 
sente pertencente do universo escolar, ele não se identifica com a escola; ele e o seu trabalho 
pouco (ou nunca) são valorizados, dizer ao aluno que “é sua obrigação ser bom!”, fará com que 
ele não se sinta recompensado ou feliz pelo trabalho feito; e por muitas vezes falta respeito em 
relação à pessoa do aluno, ele não é consultado sobre o processo de aprendizagem e todo o pla-
nejamento vem empurrado de “goela abaixo”. 
A avaliação mais uma vez entra como fator chave aqui, pois, se ela é bem direcionada, pode moti-
var o aluno e fazer com que ele se sinta integrante fundamental desse sistema, mas se trabalhada 
de maneira autoritária, pode afastar o aluno da escola, pois ele não se sente acolhido.
 
FuNçõES E FINAlIDADES DA AVAlIAçÃO NO CONtEXtO ESCOlAR
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Caro (a) estudante, já discutimos conceitos e consequências da avaliação, agora, iremos com-
preender melhor quais as funções e finalidades da avaliação no contexto escolar. Afinal, avaliar 
para quê? 
Você já entendeu que a avaliação faz parte do processo e ensino-aprendizagem, que deve ser feito 
de maneira continua e progressiva, e deve ter como objetivo avaliar e diagnosticar a situação de 
aprendizagem que cada aluno se encontra, para, assim, buscar meios para solucionar os proble-
mas encontrados, seja uma dificuldade do aluno ou do próprio método utilizado pelo professor, a 
avaliação é o feedback do docente e também do aluno!). Assim ele pode utilizá-la para desenvol-
ver estratégias para superar as dificuldades que podem surgir pelo processo. 
 
ACESSE O AmbIENtE VIRtuAl
No seu livro texto, na página 22, estão listados alguns teóricos e um resumo dos 
seus conceitos sobre a avaliação. Entre eles está Luckesi (2003) que afirma:
No que se refere às funções da avaliação da aprendizagem, importa ter presente 
que ela permite o julgamento e a consequente classificação, mas essa não é 
a sua função constitutiva. É importante estar atento à sua função ontológica 
(constitutiva), que é de diagnóstico, e, por isso mesmo, a avaliação cria a base 
para a tomada de decisão, que é o meio de encaminhar os atos subsequentes, na 
perspectiva da busca de maior satisfatoriedade nos resultados. (p.175) 
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Luckesi, como os autores citados no seu livro texto, acreditam numa avaliação mediadora ou 
formativa, que tenha como função diagnosticar as possíveis dificuldades, para assim desenvolver 
meios para superá-las e alcançar o objetivo desejado, que não é a nota e sim a aprendizagem. 
Isto é, o importante de fato é o acompanhamento dado ao aluno durante o processo e que ele 
consiga identificar seus pontos fortes e fracos, e buscar maneiras para melhorar. Para o autor, 
outras funções estão ligadas a essa função básica como: e propiciar a autocompreensão, tanto do 
educando quanto do educador; motivar o crescimento; aprofundamento da aprendizagem; auxiliar 
a aprendizagem.
lEItuRA COmPlEmENtAR
Para um estudo mais completo dessas funções, indico a leitura do artigo de Lu-
ckesi “Avaliação da Aprendizagem Escolar: um ato amoroso”, no link.
A finalidade da avaliação é, de uma forma geral, auxiliar na construção dos saberes do aluno, à 
medida que, através dela, é possível criar um diagnóstico e assim desenvolver estratégias para 
continuar progredindo. 
COmO DESmIStIFICAR O PROCESSO DA AVAlIAçÃO
A avaliação, para a maioria dos alunos, é encarada de maneira assustadora, mas como desmi-
tificar esse processo? Sim, a tarefa não é simples. Nesta unidade, discutimos os conceitos de 
avaliação, os tipos, as funções e de como avaliação está intrinsecamente ligada ao processo de 
ensino-aprendizagem e que o professor deve buscar um caminho pensando sempre no desenvolvi-
mento dos saberes do aluno, sendo esse o objetivo principal da avaliação. A avaliação não pode 
ser encarada como punição.
 
PAlAVRAS DO PROFESSOR
Bem, sabemos que avaliar não é uma tarefa fácil, principalmente, se o professor 
decide utilizar a avaliação formativa, pensando no crescimento do aluno. Para 
ajudá-lo no processo avaliativo, Both (2012) descreveu um conjunto de elemen-
tos que englobam: competência – o domínio de um determinado tema; capacida-
de – saber sobre um tema não é o suficiente, o aluno precisa ter a capacidade de 
aplicá-lo; e habilidade – ele precisa ter a habilidade de tratá-lo com criatividade. 
Esses três elementos funcionam conjuntamente e são mecanismos eficazes que o professor pode 
utilizar para avaliar seus alunos. Em contrapartida, os alunos, cientes desses elementos, se sen-
tirão integrados ao processo, respeitados e valorizados, passando assim, a encarar a temida 
avaliação de uma forma menos intimidadora. 
http://www.colegiosantanna.com.br/formacao/downloads/Avaliacao%20da%20Aprendizagem%20Escolar%20um%20ato%20amoroso.pdf
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Por enquanto, é isso! Espero que todas essas informações sobre a avaliação tenham sido apreen-
didas de maneira prazerosa. Nosso estudo não termina por aqui, ainda discutiremos bastante 
sobre avaliação e sua importância para o processo de ensino-aprendizagem! 
Até breve!

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