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Apostila Prática Constitucional - Segunda Fase da OAB

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PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 1 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL 
CONSTITUCIONAL 
PARA A SEGUNDA FASE DO 
EXAME DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL 
 
 
Professor Tiago Torres 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIAS 
 
Dedico essa obra, primeira e merecidamente 
 à minha esposa amada Marcilene Torres, 
pela dedicação exclusiva à nossa família, 
pelo amor incondicional. 
 
 
Aos meus filhos José, Aninha e Antônio 
pela alegria diária que me proporcionam, 
possibilitando a motivação necessária 
 para escrever com empenho essa obra. 
 
Ao meu sócio, Dr. Marcelo Rodrigues, que desde 
a época em que trabalhamos juntos 
no curso Praetorium, sempre acreditou 
 e me incentivou a seguir na docência. 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 3 
 
 
APRESENTAÇÃO: 
 
Prezado Examinando, 
É com grande satisfação que apresento a vocês o nosso material preparatório para a prova 
prático-profissional de Direito Constitucional, popularmente conhecida como Segunda Fase da 
OAB. Através dela, iremos revisar os principais pontos do Direito Constitucional cobrado nos 
diversos exames da OAB, desde a unificação da prova. Faremos, também, um estudo 
sistematizado do Direito Constitucional Processual, abordando e trabalhando as peças 
processuais que envolvem: 
 
1) Petições Iniciais: 
 
1.1 – Do Controle Concentrado: Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI, Ação 
Declaratória de Constitucionalidade -ADC, Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão – ADPO ou ADO, Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental – ADPF. 
 1.2 – Dos Remédios Constitucionais: Habeas Corpus – HC, Habeas Data – HD, 
Mandado de Injunção – MI, Mandado de Injunção Coletivo – MIC, Mandado de 
Segurança – MS, Mandado de Segurança Coletivo – MSC, Ação Popular – AP, Ação Civil 
Pública - ACP. 
1.3 - Outras ações: Ação Pelo Rito Comum, Reclamação Constitucional, Impugnação de 
Mandato Eletivo, ADI Estadual (Representação de Inconstitucionalidade), Ação de 
Revisão de Decisão de Mandado de Injunção, etc. 
 
2) Recursos: Agravo de Instrumento, Agravo Interno ou Regimental, Agravo em RESP e 
RE, Apelação, Embargos de Declaração, Embargos de Divergência, Recurso Ordinário 
Constitucional – ROC, Recurso Extraordinário, Recurso Especial. 
 
3) Defesas: Contestação, Contrarrazões, etc. 
Além das peças, imprescindível também é o estudo dos temas de Direito 
Constitucional para as questões abertas. Não devemos esquecer que a peça vale 5.0 
pontos e, portanto, para ser aprovado, o candidato necessita também de um desempenho 
mínimo de 1.0 nas quatro questões abertas que a prova apresenta, para chegar ao mínimo 
de 6 (seis) pontos, ou seja, a sua aprovação. 
Não é incomum muitos candidatos não serem aprovados em razão do mau 
desempenho nas questões abertas. Apesar de serem cinco horas de prova, não se 
enganem, serão às cinco horas mais rápidas da vida de vocês e, por isto, precisam saber 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 4 
 
bem utilizar todo este tempo. Certamente, o maior vilão de um mau desempenho é o fator 
“tempo”. Isto ocorre pelo fato de a peça prático-profissional tomar, geralmente, muito 
tempo de prova do candidato, e se não houver um controle deste, certamente sobrará 
pouquíssimo tempo para responder as perguntas abertas. Com a preocupação do pouco 
tempo, o candidato não irá fazer uma pesquisa em boas condições. Por esta razão, tanto 
nossa apostila quanto o nosso curso direcionará para a feitura e o treinamento das peças, 
é claro, mas sem deixar de lado o treino para a resposta das questões abertas, que 
envolvem: 
1) Pesquisa: Manuseio do Vade Mecum, Habilidade com a Constituição e 
Interpretação Jurídica. Em nossas aulas e testes, o candidato deverá estar com a 
vade mecum sempre às mãos. Ele será o seu fiel parceiro no momento da prova, e 
portanto, deverá ser seu íntimo conhecido. Não se deve deixar para folhear o vade 
mecum nos últimos dias que antecedem à prova. 
 
2) Escrita: O candidato deve transferir para o texto o raciocínio jurídico de sua 
resposta com a fundamentação adequada, sempre direcionando a resposta para a 
compreensão do examinador. 
 
ASPECTOS FORMAIS DA PROVA 
 Outra preocupação dos candidatos deverá estar no aspecto formal da prova. A prova 
prático-profissional, por ser escrita, deverá seguir uma série de regras, que se não observadas, 
levará o candidato direto para a reprovação. São elas: 
1) IDENTIFICAÇÃO DE PROVA: O caderno de textos definitivos da prova prático-
profissional não poderá ser assinado, rubricado e/ou conter qualquer palavra e/ou 
marca que o identifique em outro local que não o apropriado (capa do caderno), sob 
pena de ser anulado. Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no espaço 
destinado à transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da prova prático-
profissional e a eliminação do examinando; 
 
2) CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVO: O caderno de textos definitivos será o único 
documento válido para a avaliação da prova prático-profissional, devendo 
obrigatoriamente ser devolvido ao fiscal de aplicação ao término da prova, 
devidamente assinado no local indicado (capa do caderno). O caderno de rascunho é 
de preenchimento facultativo e não terá validade para efeito de avaliação, podendo o 
examinando levá-lo consigo após o horário estabelecido. Em hipótese alguma haverá 
substituição do caderno de textos definitivos por erro do examinando; 
 
3) LETRA LEGÍVEL: As provas prático-profissionais deverão ser manuscritas, em letra 
legível, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta, não sendo permitida a 
interferência e/ou a participação de outras pessoas, salvo em caso de examinando 
portador de deficiência que solicitou atendimento especial para esse fim, nos termos 
deste edital. Nesse caso, o examinando será acompanhado por um agente 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 5 
 
devidamente treinado, para o qual deverá ditar o texto, especificando oralmente a 
grafia das palavras e os sinais gráficos de pontuação. 
 
4) PADRONIZAÇÃO DAS RESPOSTAS: Na redação das respostas às questões discursivas, o 
examinando deverá indicar, obrigatoriamente, a qual item do enunciado se refere 
cada parte de sua resposta (“A)”, “B)”, “C)” etc.), sob pena de receber nota zero. 
 
5) ORDEM DAS RESPOSTAS: O examinando deverá observar atentamente a ordem de 
transcrição das suas respostas quando da realização da prova prático-profissional, 
devendo iniciá-la pela redação de sua peça profissional, seguida das respostas às 
quatro questões discursivas, em sua ordem crescente. Aquele que não observar tal 
ordem de transcrição das respostas, assim como o número máximo de páginas 
destinadas à redação da peça profissional e das questões discursivas, receberá nota 0 
(zero), sendo vedado qualquer tipo de rasura e/ou adulteração na identificação das 
páginas, sob pena de eliminação sumária do examinando do Exame. 
 
6) NUNCA ASSINAR A PROVA: Quando da realização das provas prático-profissionais, 
caso a peça profissional e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, 
o examinando deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que contenha 
outra assinatura, será atribuída nota 0 (zero), por se tratarde identificação do 
examinando em local indevido. Na elaboração dos textos da peça profissional e das 
respostas às questões discursivas, o examinando deverá incluir todos os dados que se 
façam necessários, sem, contudo, produzir qualquer identificação além daquelas 
fornecidas e permitidas no caderno de prova. Assim, o examinando deverá escrever o 
nome do dado seguido de reticências (exemplo: “Município...”, “Data...”, 
“Advogado...”, “OAB...” etc.). A omissão de dados que forem legalmente exigidos ou 
necessários para a correta solução do problema proposto acarretará em descontos na 
pontuação atribuída ao examinando nesta fase. 
 
NÃO É PERMITIDO 
1) Qualquer tipo de comunicação entre os examinandos. 
2) Levantar da cadeira sem a devida autorização do fiscal de sala. 
3) Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, telefone celular, walkman, 
agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, 
máquina fotográfica, controle de alarme de carro etc., bem como relógio de 
qualquer espécie, protetor auricular, óculos escuros ou quaisquer acessórios 
de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, 
borracha e/ou corretivo de qualquer espécie. 
4) Usar o sanitário ao término da prova, após deixar a sala. 
 
AGORA SIM, VAMOS INICIAR NOSSOS ESTUDOS! 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 6 
 
 
CAPÍTULO 1 – ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AS PEÇAS PROCESSUAIS 
 
Todas as peças processuais sejam elas petições, defesas ou recursos, possuem uma 
forma procedimental, que em regra, contém: ENDEREÇAMENTO OU VOCATIVO 
(Competência), PREÂMBULO, FATOS, FUNDAMENTAÇÃO, TUTELAS DE URGÊNCIA e PEDIDOS E 
REQUERIMENTOS. 
 Pois bem, trataremos de forma geral cada um desses aspectos, e quando abordarmos 
particularmente cada peça, falaremos das peculiaridades de cada um desses tópicos: 
 
1 – ENDEREÇAMENTO, COMPETÊNCIA, VOCATIVO 
 O endereçamento ou vocativo é de extrema importância para a prova, pois é valorado. 
Através dele, o examinador deseja saber se o examinando possui conhecimento acerca de qual 
órgão jurisdicional deverá encaminhar determinada peça processual. 
 Não deve ser, portanto, um ponto de preocupação para os examinandos, pois a 
competência é definida pela Constituição Federal ou pela Legislação, seja a processual, seja a 
específica. 
É necessário saber que alguns elementos do caso proposto pode mudar a competência 
ou o endereçamento de uma ação, como por exemplo, a legitimidade ativa e passiva (Ex: 
Ações contra o Presidente da República, União, Ministro de Estado), a matéria da ação (Ex: 
direito líquido e certo, ofensa ao patrimônio histórico e cultural, liberdade de locomoção, 
retificação de dados, falta de norma regulamentadora, declaração de inconstitucionalidade ou 
constitucionalidade, lesão a preceito fundamental, omissão inconstitucional, etc.) o momento 
processual (Ex: Recurso Especial para o STJ, ou Recurso Extraordinário para o STF), o território 
(Ex: Estado X ou Y). 
Vejamos as competências previstas pela: 
1) Constituição Federal: Em matéria de Direito Constitucional temos as regras de 
competências definidas nos seguintes artigos da Constituição Federal: Artigo 102 
(Competência do STF), artigo 105 (Competência do STJ), artigo 108 (Competência dos 
TRF’s) , artigo 109 (Competência dos Juízes Federais) e 125 (Competência dos 
Tribunais e Juízes Estaduais). 
 
2) Legislação: Na legislação infraconstitucional as regras de competência podem alterar o 
endereçamento da peça processual. É preciso, portanto, que o Examinando no 
momento da análise do caso concreto esteja atento aos detalhes trazidos pela prova. 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 7 
 
Vejamos alguns exemplos da competência trazida pela legislação infraconstitucional: 
 
1) Artigo 5, da Lei 4717/65 – Lei da Ação popular 
2) Artigo 2, da lei 7347/85 – Ação Civil Pública 
3) Artigo 6, da lei 12016/09 – Lei do Mandado de Segurança 
4) Artigo 42 e seguintes da Lei 13.105/2015 – Novo CPC 
Sabendo-se que a competência, em regra, exige uma análise mais criteriosa do 
examinando no caso concreto, vamos agora, descrever os vocativos que deverão 
constar na prova, se a competência for do: 
1) SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO 
PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
2) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO 
PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
3) TRIBUNAIS DE JUSTIÇA: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ______________ 
 
4) TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR 
DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 
____ REGIÃO 
 
5) JUSTIÇA FEDERAL: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE ___________ 
 
6) JUSTIÇA ESTADUAL: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___________ 
 
Observação: Qualquer dado relacionado ao Tribunal, Turma, Vara, etc. será informado 
na questão. Caso não seja informado, você deve manter-se silente, apenas indicando 
com o tracinho___ ou ... . 
 
DICAS E SUGESTÕES IMPORTANTES: 
A) Faça sempre os vocativos em letra de forma. 
B) Procure sempre ocupar as duas primeiras linhas da folha destinada a resposta da peça 
com o vocativo. 
C) Coloque apenas o vocativo, sem pontuações ao final, tais como ponto final, ponto e 
vírgula. Basta apenas o vocativo. 
D) Salte 5 (cinco) linhas após o vocativo para iniciar a transcrição do preâmbulo. Nunca 
escreva “cinco linhas” sob pena de incorrer na identificação de sua prova. 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 8 
 
 
2 – PREÂMBULO 
 
O preâmbulo da peça é uma síntese de apresentação dos dados para identificação das 
partes litigantes do processo (polos ativo e passivo), da peça processual, do momento em que 
se encontra o processo e dos fundamentos legais processuais (apenas menção aos artigos 
justificadores da peça proposta). 
Apesar de ser fácil, é preciso tomar alguns cuidados com o preâmbulo, pois além de ser 
pontuado, pode dar muito trabalho e tomar muito tempo da prova e qualquer erro do 
candidato (invenção de dados) pode fazer com que a sua prova seja zerada. Perceba-se que na 
prova de Direito Constitucional do XVIII Exame, o preâmbulo foi gigantesco por haver várias 
pessoas no polo passivo e, praticamente, ocupou uma página inteira de vários candidatos. 
Não se pode menosprezar o preâmbulo, também, pelo fato de se qualificar 
diferentemente, por exemplo, pessoas jurídicas de pessoas físicas. Pessoa jurídica não possui 
CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), RG (Registro Geral de Identidade) e nem, tampouco, possui 
estado civil e nacionalidade. Portanto, a qualificação de uma pessoa jurídica, seja ela de direito 
público, seja de direito privado, deve se dar, tão somente, pelo registro do CNPJ (Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica), o endereço de sua Sede de localização e agora, com a novidade 
do novo código de processo civil, o endereço eletrônico. 
O preâmbulo deve fazer referência ao advogado, (mesmo na ação de Habeas Corpus que 
não necessita de advogado é preciso constar os dados). Ex: ...vem por meio de seu advogado, 
com inscrição na OAB ...., endereço para comunicações judiciais...,endereço eletrônico... 
(artigo 287 do Novo CPC). Em, se tratando de uma prova para a OAB, obviamente qualquer HC 
que se peça, será para o então, futuro advogado, que está sendo examinado. Não se deveesquecer também de mencionar que a procuração ou o instrumento de mandado encontra-se 
anexo (Ex: conforme procuração anexa, nos termos do artigo 287, CPC). 
Quanto ao nome das partes, o artigo 319 do Novo CPC, aduz que deve constar o nome e o 
prenome, dentre outras qualificações. Acontece que a prova da OAB poderá trazer um caso 
concreto contendo apenas o nome do litigante que será seu cliente como, por exemplo, 
PEDRO. Assim, se a prova não trouxer o restante do nome, não deve o examinando inventar 
um. Neste caso, o examinando apenas irá escrever PEDRO..... Muito cuidado deve se ter 
também com o estado civil e com a possibilidade de o enunciado informar que o seu cliente 
está em “união estável”, caso em que deve-se escrever “companheiro” ou “companheira” 
(outra novidade trazida pelo Novo CPC). Ainda no preâmbulo deve ser informada a 
nacionalidade, o endereço, o endereço eletrônico, com instrumento de procuração do 
advogado nos termos do artigo 287 do Novo CPC (antigo artigo 39 do CPC de 1973) pois, não 
se deve inventar dado algum, sob pena de identificação de sua prova. Assim, naquilo que a 
prova for silente, você também o será, fazendo apenas menção aos indicativos obrigatórios 
(Estado civil..., nacionalidade...). 
Tamanha importância do preâmbulo se percebe também quanto ao nome da peça e sua 
fundamentação legal. É exatamente lá que o examinador irá aferir se o examinando acertou ou 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 9 
 
não a peça processual cobrada na sua prova e sua fundamentação. Por esta razão, 
recomendamos que o examinando escreva o nome da sua peça em letra de forma. Por 
exemplo: MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ou AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE MEDIDA 
LIMINAR ou HABEAS CORPUS... Quanto à fundamentação legal, deverá o examinando incluir 
somente aquelas que dizem respeito tipo processual adequado ao caso concreto, podendo, 
utilizar mais de um fundamento. Se, por exemplo, identificássemos supostamente uma AÇÃO 
POPULAR, poderíamos utilizar os seguintes fundamentos: O art. 5, LXXIII, CF /88, a Lei 4.717/65 
e ainda o artigo 319 do CPC. 
Ainda sobre o preâmbulo, é preciso que o candidato se atente aos verbos utilizados para 
cada tipo de ação. Assim, sugerimos: 
1) Remédios Constitucionais: HC, HD, MS, MI, Ação Popular, Ação Civil Pública o verbo 
deverá ser: impetrar; 
2) Outras petições iniciais: ADI, ADC, ADO, ADPF, Ação Pelo Rito Comum, Reclamação 
Constitucional o verbo deverá ser: propor; 
3) Recursos: Para o Agravo de Instrumento, Apelação, Recurso Especial, Recurso 
Extraordinário, Recurso Ordinário Constitucional o verbo deverá ser: interpor; 
4) Embargos: Para os Embargos de Declaração, Embargos de Divergência o verbo deverá 
ser: opor; 
5) Defesas: Para a Contestação o verbo deverá ser: apresentar. 
Vejamos alguns exemplos de preâmbulos, imaginando que nosso cliente é sempre o PEDRO, 
nas seguintes ações: 
1) Mandado de Segurança: 
PEDRO ...., estado civil..., nacionalidade..., profissão..., residente e domiciliado 
na ....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro 
de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o 
número...., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, com endereço 
eletrônico... (termo de procuração anexa nos termos do artigo 287 do Código de 
Processo Civil), perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXIX, da 
Constituição Federal e artigo 1 e seguintes da Lei 12.016 /09 e artigo 319 do Código de 
Processo Civil, MANDADO DE SEGURANÇA, contra ato da autoridade coatora 
NOME...., estado civil, nacionalidade, profissão, inscrito no CPF sob o n. ... e RG sob o 
n...., com endereço na ....., bairro..., cidade...., estado..., e endereço eletrônico..., pelos 
fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
2) Ação popular: 
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na 
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o 
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., cidadão em pleno gozo 
de seus direitos políticos, com título de eleitor número..., zona...., seção...., e endereço 
eletrônico..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, que a esta subscreve, 
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado..., e endereço eletrônico... (procuração anexa), nos termos 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 10 
 
do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, 
LXXIII, da Constituição Federal e artigo 1 e seguintes da Lei 4.717 /65 e artigo 319 do 
CPC, 
AÇÃO POPULAR, 
contra ato do NOME...., estado civil, nacionalidade, profissão, inscrito no CPF 
sob o n...., e RG sob o n...., com endereço na ....., bairro..., cidade...., estado..., e 
endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
 
3) Mandado de Injunção: 
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na 
....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de 
pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o 
número...., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, 
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado... e endereço eletrônico (procuração anexa), nos termos do 
artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXXI, da 
Constituição Federal, artigo 1º e seguintes da Lei 13.300/15, Lei 12.016/09 e artigo 319 
do CPC, 
MANDADO DE INJUNÇÃO, 
em face do Congresso Nacional (se for o responsável pela edição da lei 
regulamentadora), pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o n..., com sede no endereço..., 
endereço eletrônico..., pela ausência de norma regulamentadora inserida no artigo ... 
da Constituição Federal de 1988, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
4) Habeas data: 
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na 
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o 
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., e endereço 
eletrônico..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, 
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado... e endereço eletrônico... (procuração anexa), nos termos do 
artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXXII, da 
Constituição Federal e da Lei 9.507/97 e artigo 319 do CPC, HABEAS DATA, contra ato 
da autoridade coatora de NOME....., Estado Civil, Profissão, residente no endereço..., 
com endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
5) Habeas Corpus: 
ADVOGADO, com inscrição na OAB de número..., com endereço para 
comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado... e endereço 
eletrônico...(procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXVIII, da 
Constituição Federal e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal, HABEAS 
CORPUS, em favor de PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e 
domiciliado na ....., bairro..., cidade...., estado..., endereço eletrônico..., inscrito no 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 11 
 
cadastro de pessoas físicas(CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) 
sob o número...., contra ato da autoridade coatora NOME..., Estado Civil ,Profissão, 
residente e domiciliado no endereço..., inscrito no CPF sob o n.... e RG sob o n.... pelos 
fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
6) Ação pelo Rito Comum: 
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na 
....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de 
pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o 
número...., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, 
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado... , com endereço eletrônico...(procuração anexa), nos 
termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, propor, com fulcro no artigo 
319 do CPC e artigo...., da lei......, AÇÃO DE __________ PELO RITO COMUM, em face 
de NOME...., estado civil, nacionalidade, profissão, com endereço na ....., bairro..., 
cidade...., estado..., endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) 
sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., pelos fatos e 
fundamentos que passa a expor: 
 
7) Reclamação Constitucional: 
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na 
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o 
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., vem, respeitosamente, 
por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., 
com endereço para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado..., 
endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, perante 
Vossa Excelência, propor, com fulcro no artigo 102, I, alínea I da Constituição Federal 
de 1988 e artigos 988 e seguintes do CPC, RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL, contra ato 
da (indicar a autoridade reclamada que não preservou a competência do Supremo 
Tribunal Federal ou autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal) NOME... , 
Estado Civil, Profissão, inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e 
Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., residente no endereço..., endereço 
eletrônico... pelos fatos e fundamentos a seguir: 
 
8) Contestação: 
PEDRO ...., já qualificado nos autos em epígrafe...., vem, respeitosamente, por 
meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., com 
endereço para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado..., endereço 
eletrônico (procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa 
Excelência, com fulcro nos artigos 335 3 seguintes do CPC, apresentar CONTESTAÇÃO, 
em face da ação......, que lhe move, NOME..., já qualificada, pelos fatos e fundamentos 
a seguir: 
 
9) Recurso de Apelação: 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 12 
 
PEDRO ...., já qualificado nos autos da ação ....., inconformado com a sentença 
proferida pelo .... vem, respeitosamente e tempestivamente, por meio de seu 
advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., com endereço 
para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado... (procuração anexa), 
nos termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento no 
artigo 1009 e seguintes do CPC, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, em face de NOME 
DO APELADO, pelas razões anexas: 
 
10) Agravo de Instrumento: 
PEDRO ...., já qualificado nos autos da ação ....., que move em face de (NOME 
DO APELADO...), inconformado com a decisão proferida pelo .... vem, respeitosamente 
e tempestivamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na 
OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado... (procuração anexa nos termos do artigo 287, CPC), perante 
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 1015 e seguintes do CPC, interpor 
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, pelas razões que passa a expor: 
 
11) Embargos de Declaração: 
PEDRO ...., já qualificado nos autos do processo em epígrafe ....., vem, 
respeitosamente e tempestivamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, 
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado..., endereço eletrônico...,(procuração anexa), nos termos do 
artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 1022 e 
seguintes do CPC, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, em face do acórdão (ou 
sentença) de fls...., pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: 
 
12) Recurso Extraordinário: 
PEDRO ...., já qualificado....., inconformado com o acórdão proferido pelo ...., 
que negou provimento ao Recurso de Apelação interposto nos autos em epígrafe em 
face do REQUERIDO (já qualificado nos autos), vem, respeitosamente e 
tempestivamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na 
OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado..., com endereço eletrônico...(procuração anexa), nos termos 
do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, III, 
alínea ___ da Constituição Federal e artigo 1029 e seguintes do CPC e na Lei 8.038 /90, 
interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, pelas razões anexas: 
 
13) Recurso Especial: 
PEDRO ...., já qualificado....., inconformado com o acórdão proferido pelo ...., 
que negou provimento ao Recurso de Apelação interposto nos autos em epígrafe em 
face do REQUERIDO (já qualificado nos autos), vem, respeitosamente e 
tempestivamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na 
OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado..., com endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos 
termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 13 
 
105, III, alínea ___ da Constituição Federal e artigo 1029 e seguintes do CPC e na Lei 
8.038 /90, interpor RECURSO ESPECIAL, pelas razões anexas: 
 
14) Recurso Ordinário Constitucional: 
PEDRO ...., já qualificado....., inconformado com a decisão proferida pelo ...., 
que denegou a ação de Habeas Corpus em epígrafe, vem, respeitosamente e 
tempestivamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na 
OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., 
bairro...,cidade..., estado..., com endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos 
termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 
105, II, alínea “a” da Constituição Federal, nos artigos 1027 e seguintes do CPC e na Lei 
8.038 /90, interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, em face de 
(RECORRIDO), já qualificado nos autos, pelas razões de fato e de direito anexas: 
 
Os demais preâmbulos, a partir de agora, se tratam de ações com caráter 
coletivo (MS ou MI coletivos, por exemplo) ou caráter abstrato (ADI, ADC, ADO, ADPF, 
por exemplo), cujo rol de legitimados ativos para a propositura, ora são estabelecidos 
pela Constituição Federal de 1988 (art. 103, da Constituição Federal, por exemplo), ora 
são estabelecidos pela Lei (Ação Civil Pública – Lei 7347 /85). Daí a importância de 
saber para quem se advoga. Perceba que para determinar a peça cabível não basta 
apenas identificar o objeto da ação, mas também quem é o legitimado para tanto. 
 
Vamos então a mais exemplosde preâmbulos: 
 
1) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO: 
IMPETRANTE (apenas os que estão previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso LXX 
do artigo 5 da Constituição Federal),inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, 
sob o número..., com sede no endereço ..., bairro..., cidade...., Estado..., por meio de 
seu advogado, inscrito na OAB sob o número..., com endereço para comunicações 
judiciais... e endereço eletrônico... (artigo 287, do Código de Processo Civil), vem, 
respeitosamente perante Vossa Excelência com fundamento nos incisos LXIX e LXX do 
artigo 5 da Constituição Federal de 1988, do artigo 21 e seguintes da Lei 12.016/09 e 
artigo 319 do CPC, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO em face de ato 
coator praticado por IMPETRADO (nome e cargo, conforme a questão informar), 
autoridade da... (PESSOA JURÍDICA A QUAL PERTENCE), com sede na..., bairro..., 
cidade... , Estado..., Inscrita no CNPJ sob o n...., pelas razões de fato e de direito a 
seguir aduzidas: 
 
2) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI: 
(QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ARTIGO 103 DA CF E ARTIGO 2 DA LEI 
9868/99, seguindo a sistemática do artigo 319, II, CPC), por meio de seu advogado, 
inscrito na OAB sob o número..., com endereço para comunicações judiciais..., 
endereço eletrônico... (artigo 287, do Código de Processo Civil), vem, respeitosamente 
perante Vossa Excelência com fundamento no artigo 103, inciso ...., artigo 102, I, 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 14 
 
alínea “a” e “p”, da Constituição Federal de 1988, artigos 2, inciso ...., da Lei 9868/99 e 
artigo 319 do Código de Processo Civil propor AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR em face de ....(ÓRGÃO OU 
AUTORIDADE QUE EDITOU A NORMA IMPUGNADA – Ex: Congresso Nacional, seguindo 
a sistemática do artigo 319, II, CPC ), pelas razões de fato e de direito que a seguir se 
expõe: 
 
3) AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE - ADC: 
(QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ARTIGO 103 DA CF, seguindo a sistemática 
do artigo 319, II, CPC), por meio de seu advogado, inscrito na OAB sob o número..., 
com endereço para comunicações judiciais..., endereço eletrônico..., (artigo 287, do 
Código de Processo Civil), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência com 
fundamento no artigo 103, inciso ...., artigo 102, I, alínea “a” da Constituição Federal 
de 1988, artigo 21 da Lei 9868/99 e artigo 319 do Código de Processo Civil propor 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR em face 
da Lei Federal número .... editada pelo(ÓRGÃO OU AUTORIDADE QUE EDITOU A 
NORMA IMPUGNADA – Ex: Congresso Nacional, seguindo a sistemática do artigo 319, 
II, CPC), pelas razões de fato e de direito que a seguir expõe: 
 
4) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO - ADO: 
(QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ARTIGO 103 DA CF E ARTIGO 12 –A DA LEI 
9868/99, seguindo a sistemática do artigo 319, II, CPC), por meio de seu advogado, 
inscrito na OAB sob o número..., com endereço para comunicações judiciais..., 
endereço eletrônico... (artigo 287, do Código de Processo Civil), vem, respeitosamente 
perante Vossa Excelência com fundamento no artigo 103, inciso ...., artigo 102, I, 
alínea “a” da Constituição Federal de 1988, artigo12-A da Lei 9868/99 e artigo 319 do 
Código de Processo Civil propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR 
OMISSÃO em face de ....(ÓRGÃO OU AUTORIDADE QUE EDITOU A NORMA 
IMPUGNADA – Ex: Congresso Nacional, seguindo a sistemática do artigo 319, II, CPC), 
pelas razões de fato e de direito que a seguir se expõe: 
 
5) ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - ADPF: 
(QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ARTIGO 103 DA CF E ARTIGO 2, I, DA LEI 
9882/99, seguindo a sistemática do artigo 319, II, CPC), por meio de seu advogado, 
inscrito na OAB sob o número..., com endereço para comunicações judiciais..., 
endereço eletrônico..., (artigo 287, do Código de Processo Civil), vem, respeitosamente 
perante Vossa Excelência com fundamento no artigo 102, parágrafo 1 da Constituição 
Federal, artigo 1 e seguintes da Lei 9882/99 e artigo 319 do Código de Processo Civil 
propor AGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL com pedido 
liminar em face de ....(ÓRGÃO OU AUTORIDADE QUE VIOLOU O PRECEITO 
FUNDAMENTAL, seguindo a sistemática do artigo 319, II, CPC) pela violação aos 
preceitos fundamentais ..., conforme se demonstra a seguir: 
 
Quando o examinando chega ao ponto de saber construir por inteiro, tanto um 
preâmbulo como um vocativo (ou endereçamento) é porque, claramente, ele já possui 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 15 
 
a capacidade para identificação da peça processual. A partir daí, inicia-se a construção 
dos elementos fáticos e fundamentais que irão constituir uma peça processual. Após 
isto, restará apenas o pedido da tutela de urgência ou evidência (quando houver) e o 
encerramento com os pedidos e requerimentos. 
 
A construção do preâmbulo é, em síntese, as respostas às seguintes questões: 
 
1) Para quem estou advogando? Quem é o cliente? Legitimidade ativa. 
2) Contra quem estou advogando? Legitimidade passiva. 
3) O que pretende o meu cliente? Ação processual – objeto. 
4) O meu cliente possui urgência? Liminar, antecipação de tutela, cautelar. 
5) Qual órgão jurisdicional irá julgar a ação do meu cliente? Competência. 
 
 
Nossa Sugestão: Durante a prova, na folha de rascunho, responda essas questões 
para, logo após, iniciar a construção de sua peça! 
Nunca, nunca, nunca, tente construir toda a peça na folha de rascunhos, pois NÃO 
HÁ TEMPO PARA ISSO! 
 
3 - DOS FATOS 
DOS FATOS, BREVE RELATO DOS FATOS OU DA NORMA IMPUGNADA, DA 
NORMA VIOLADORA DE PRECEITO FUNDAMENTAL, DA NORMA 
CONSTITUCIONAL, ETC.... 
A construção da primeira parte após o preâmbulo é, normalmente, a parte 
mais tranquila da peça e, certamente, a menos trabalhosa mentalmente. Todavia, 
assim como o preâmbulo e o endereçamento, “DOS FATOS” demanda também certos 
cuidados. 
O primeiro cuidado diz respeito ao tamanho do caso concreto trazido pela 
prova. Perceba que quanto maior o caso concreto, maior também poderá ser a sua 
fundamentação. É exatamente aí que mora o perigo, pois você possui limitações de 
linhas na folha de respostas dedicada à peça processual. Você deve lembrar que possui 
150 linhas para a peça e que a parte da fundamentação é a mais bem pontuada, e, 
portanto, deve, nos fatos, reunir um poder de síntese que lhe permita escrever o caso 
concreto de forma sucinta. 
Aqui o cuidado deve residir na não invenção de nenhum dado. Basta 
simplesmente e resumidamente relatar o problema do cliente. Relatar somente aquilo 
que é pertinente ao processo e ao seu cliente. Relatar somente aquilo que irá embasar 
mais à frente a sua fundamentação e o seu pedido, seja ele liminar ou não. É o que 
convencionalmente chamamos de raciocínio Aristotélico – premissa maior, premissa 
menor – conclusão. 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 16 
 
Por exemplo: 
- Um concurso público ofereceu 10 vagas para o cargo X. 
- Pedro passou em primeiro lugar no concurso público. 
- Logo, Pedro, tem direito à vaga para o cargo X! 
 
Todas as peças processuais terão a presença do tópico “DOS FATOS”, todavia, 
ele poderá ser substituído por outros títulos a depender da peça, do seu objeto, do 
momento processual, etc. Nos recursos, por exemplo, o breve relato dos fatos dá lugar 
também, a historinha processual do caso concreto. 
Já nas ações do controle concentrado de constitucionalidade o título “DOSFATOS”, dá lugar ao título “DA NORMA IMPUGNADA”, se for uma ADI, “DA OMISSÃO 
CONSTITUCIONAL”, se for uma ADO, “DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA”, se 
for uma ADC e “DO PRECEITO FUNDAMENTAL VIOLADO”, se for uma ADPF. 
É importante ressaltar que os títulos que o examinando irá por em sua peça, 
nada mais são que o exercício de seu estilo pessoal processual. Portanto, a explanação 
aqui é apenas no sentido de dar lógica processual àquilo que convencionamos intitular 
como sendo “DOS FATOS”. 
Vejamos alguns exemplos de questões trazidas em algumas provas da OAB: 
Exemplo 1: 
IV – EXAME DE ORDEM UNIFICADO - PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Tício, brasileiro, divorciado, empresário, domiciliado no município M, 
inconformado com ato praticado pelo Governador do seu Estado de origem, que 
negou acesso a elementos que permitissem a certificação de situações capazes de 
gerar ação popular, impetrou Mandado de Segurança perante o Tribunal de Justiça 
local, órgão competente de forma originária, para conhecer e julgar a questão. A 
segurança foi denegada, pretendendo o impetrante interpor recurso alegando a 
violação de preceitos constitucionais, como o direito de petição, o acesso à Justiça e os 
atinentes à Administração Pública. Não houve deferimento da gratuidade de Justiça. 
Na qualidade de advogado, elabore a peça cabível, contra a decisão que denegou a 
segurança, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) 
fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da 
peça; e) adequação do recurso. (Valor: 5,0) 
Exemplo de transcrição: 
I – BREVE RELATO DOS FATOS 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 17 
 
Tício, após a negativa de elementos que permitissem a certificação de 
situações capazes de gerar ação popular pelo Governador do seu Estado, impetrou 
Mandado de Segurança. O tribunal de justiça local denegou a segurança ao 
Recorrente, razão pela qual, busca, através deste, a satisfação de seu direito líquido 
e certo, bem como os demais preceitos constitucionais, o direito de petição, o acesso à 
justiça e os atinentes à Administração Pública, conforme se demonstrará. 
Vamos a uma análise do exemplo acima: 
- Perceba que a questão mencionou que foi indeferida ao seu cliente a 
gratuidade de justiça. Não há, portanto, qualquer necessidade de repetir essa 
informação nos fatos. O que o examinador quer com esta informação é que você junte 
no ROC (Recurso Ordinário Constitucional), peça cabível na situação descrita, as custas 
de preparo, que deverá ser informada na peça de interposição, como veremos mais 
adiante quando tratarmos do assunto RECURSOS. 
Outro ponto importante: Você deve manter a sua escrita sempre na terceira 
pessoa, privando o julgador (no caso o examinador) de detalhes desnecessários, já 
informados no Preâmbulo, como, por exemplo, o estado civil do seu cliente. 
 
 
Exemplo 2: 
XIII – EXAME DE ORDEM UNIFICADO - PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
O Presidente da República editou o Decreto nº 5555, estabelecendo a 
obrigatoriedade, como exigência à obtenção do diploma de graduação em engenharia, 
de um elevado aproveitamento nas disciplinas do curso, e, para inscrição nos 
Conselhos Regionais, a conclusão de uma pós-graduação com carga horária mínima de 
480 horas de aula. A medida tem por objetivo conferir maior controle sobre a 
formação do profissional, num momento de expansão das obras de infraestrutura no 
país. A Confederação Sindical dos Engenheiros, entidade que reúne 18 (dezoito) 
Federações de sindicatos em diferentes Estados, cada uma com ao menos 10 (dez) 
sindicatos, procura os seus serviços para impugnar o Decreto expedido pelo Presidente 
da República, salientando que o mesmo viola diretamente a Constituição, sendo certa 
a urgência na obtenção de um provimento judicial favorável, tendo em vista a 
aproximação do final de ano, época em que, tradicionalmente, são formados milhares 
de bacharéis em todo o território nacional. Considerando a hipótese acima, formule a 
peça adequada. (Valor: 5,00) 
Exemplo de transcrição: 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
Professor Tiago Torres Página 18 
 
I – DA NORMA IMPUGNADA 
O Presidente da República editou o Decreto n. 5555, estabelecendo a 
obrigatoriedade, como exigência à obtenção do diploma de graduação em engenharia de 
um elevado aproveitamento nas disciplinas do curso e, para inscrição nos Conselhos 
Regionais, a conclusão de uma pós-graduação com carga horária mínima de 480 horas 
de aula. Ciente da Inconstitucionalidade do Decreto n. 5555, diante da urgência pela 
aproximação da formatura de fim de ano de milhares bacharéis e sendo legitimada 
ativa a Confederação Sindical dos Engenheiros ingressa com a presente Ação Direta 
de Inconstitucionalidade. 
Vamos a uma análise do exemplo acima: 
- Perceba que a questão trás consigo diversas informações que deverão ser 
tratadas ao longo da fundamentação, tais como a legitimidade ativa, a pertinência 
temática, a inconstitucionalidade formal e material, etc. Trataremos disso na parte da 
fundamentação e nas peças autônomas que serão aqui realizadas mais adiante. Ainda, 
a questão demonstra urgência, sendo necessário relatar “nos fatos” para justificar 
posteriormente o pedido da medida cautelar. Veja, estamos somente na parte “DOS 
FATOS”, onde o importante é não inventar dados e sintetizar as informações trazidas 
pela banca. 
Os Enunciados das Questões trazidas pela Banca FGV no início pode lhes 
causar certo receio. Não se preocupem, pois é natural. Quando vocês o lerem 
completamente pela primeira vez, farão já uma ideia de qual peça poderá se tratar. Na 
segunda leitura, as informações mais importantes como legitimidade ativa e passiva, 
objeto, prazos, autoridades e demais elementos que identificam a peça a ser 
trabalhada irão surgindo e serão marcados. 
 
4 – ELEMENTOS DA FUNDAMENTAÇÃO DAS PEÇAS PROCESSUAIS 
DO DIREITO, DOS FUNDAMENTOS, RAZÕES RECURSAIS, PRELIMINARES, MÉRITO, 
PERTINÊNCIA TEMÁTICA, REPERCUSSÃO GERAL, PREQUESTIONAMENTO... 
Sem dúvida, na parte “DA FUNDAMENTAÇÃO” ou “DO DIREITO” se encontra a 
maior parte da pontuação da peça processual na prova da segunda fase. Exatamente 
nela o examinando deverá demonstrar o raciocínio jurídico adequado ao caso 
proposto justificando e apontando os fundamentos legais pertinentes que ensejarão o 
pedido que será formulado. 
É claro que, por ser normalmente, a maior parte da peça processual, o 
examinando deverá abordar vários aspectos relevantes, tais como o cabimento da 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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ação, a legitimidade ativa, a legitimidade passiva, os diretos ofendidos explicitando 
seus artigos, etc., podendo inclusive, se valer de subtítulos para separar os raciocínios 
desta fundamentação que será construída. 
Aqui, não se deve economizar. Se o examinando perceber ofensa direta a 
artigos e princípios, sejam constitucionais ou legais, devem ser todos eles, citados na 
fundamentação. Mas, cuidado! Toda fundamentação deverá ser justificada e 
relacionada ao caso concreto trazido pela banca (utilizando-se também o silogismo 
aristotélico). A simples menção ao dispositivo não enseja a pontuação pretendida pelo 
examinando. 
Para a fundamentação da peça processual, sem dúvida, a intimidade no 
manuseio do VADE MECUM será extremamente relevante. Isto porque, no que pese a 
prova ser de prática constitucional, o caso concreto trazido poderá extrapolar os 
limites da constituição e atingir outros ramos do direito (CLT, Código Penal, ECA, Lei de 
Licitações, CódigoCivil, etc.), levando o examinando a pesquisar outras leis que 
envolvem o tema a ser discutido e fundamentado. 
Outro ponto importante para o examinando é saber que a fundamentação 
poderá ter características próprias em determinadas peças processuais. Na 
contestação, por exemplo, devem ser aduzidas as possíveis questões “preliminares” 
processuais e posteriormente, ingressar na discussão do “mérito”. Nas ações do 
controle concentrado, em se tratando dos chamados legitimados especiais (artigo 103, 
incisos, IV, V e IX, da Constituição Federal) deve-se abrir um título para a “pertinência 
temática” (como veremos adiante nas ações do controle concentrado, trata-se da 
relação ou nexo entre o legitimado e o objeto da ação). No Recurso Extraordinário, 
exige-se ainda o requisito do “prequestionamento”(demonstração de que a 
inconstitucionalidade da norma fora suscitada no processo) e da “repercussão 
geral”(demonstração do impacto econômico e social do direito que está sendo 
discutido) e posteriormente, a discussão das demais “razões recursais”. 
Ciente desses detalhes, o examinando certamente será bem sucedido na 
fundamentação de qualquer peça processual. Contudo, o mais importante aqui é 
treinar. 
 
5 – DAS TUTELAS DE URGÊNCIA: 
PEDIDO LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA 
 
As tutelas provisórias são muito cobradas nas peças processuais pelos exames da OAB, 
especialmente pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Elas sempre estarão presentes nas peças 
quando preenchidos os requisitos do artigo 300 (Tutelas de Urgência) e 311 (Tutela de 
Evidência) do Novo CPC. Assim, se houver uma urgência que possa justificar a existência da 
plausibilidade do direito evocado na peça, ou se, ainda, a não concessão do pedido significar 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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para a parte um dano irreparável ou de difícil reparação, presente estará um pedido de tutela 
provisória que pode se desdobrar em: 
1) Urgência Antecipada – quando há a antecipação do pedido principal que se 
busca, ou seja, do provimento jurisdicional pretendido, presentes os 
requisitos da probabilidade do direito e do risco de dano. 
2) Urgência Cautelar – quando há risco ao resultado útil do processo. 
3) Evidência – Baseada num juízo de “quase certeza”(hipóteses do artigo 311, 
CPC). 
 A dúvida dos examinandos, inicialmente, reside em qual desses pedidos de urgência 
se deve valer para determinada peça processual. Normalmente, as leis específicas que tratam 
das diversas peças, como por exemplo, a Lei do Mandado de Segurança, da Ação Popular, da 
Ação Direta de Inconstitucionalidade, dentre outras, fazem menção sobre o tipo de tutela de 
provisória que o examinando deve se valer na sua peça, o que facilita muito na construção 
desse item, conforme será visto nos treinos que serão feitos adiante. 
Cumpre ressaltar que há tutela provisória nos recursos também. Assim, um recurso 
poderá vir acompanhado de uma antecipação de tutela recursal, quando o direito que se 
busca, corresponder à satisfação pretendida na peça exordial. Todavia, se o recurso é para 
evitar a concessão de um pedido formulado pela parte adversa, aí sim, estaríamos tratando de 
um pedido liminar. 
Ainda sobre a tutela provisória, outra dúvida surge quando o enunciado da questão é 
silente neste quesito. Ou seja, a questão não deixou claro se há ou não urgência no caso 
apresentado. Pois bem, nossa recomendação para tanto é que faça, ainda assim, o pedido da 
tutela provisória, pois não há qualquer perda de pontos pela FGV pelo excesso do examinando, 
neste caso. 
Com o advento do Novo CPC, o candidato não deve mais mencionar os requisitos do 
“fumus boni iuris” ou do “periculum in mora”, mas sim os prescritos nas leis específicas de 
peça a ser confeccionada (ex: Lei 9882 e 9868 de 1999) e os do artigo 300 e 311 quando for o 
caso. 
Ainda assim, a tutela provisória não ocupará muito espaço da peça processual. 
Normalmente, é uma construção que se faz logo após a fundamentação utilizando o silogismo, 
antes dos pedidos, com título separado e depois replicado de forma bem reduzida quando for 
constar nos “Pedidos e Requerimentos”. Obviamente, que deve ser inserido o fundamento 
legal ensejador da tutela provisória. 
 
6 – PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
Os pedidos, apesar de parecerem simples, tumultuam um pouco a cabeça dos 
examinandos. Não é pra menos. Há formalidades processuais que se fazem nos pedidos de 
uma determinada peça processual que em outra, simplesmente não haverá. Isto se verificará 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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na própria constituição, nas leis específicas que envolvem as peças constitucionais e na lei 
processual civil. 
O que o examinando precisa compreender é que não existe uma regra de pedidos para 
todas as peças processuais. Cada uma possui peculiaridades, inerentes a elas e, essas regras, 
estão presentes, conforme dito, nas suas respectivas leis. Desta forma, o examinando ao 
formular os pedidos, precisa observar na legislação as formalidades exigidas para aquela peça. 
Pode ser que o pedido principal seja uma condenação ou declaração e o pedido da tutela de 
urgência, e ainda, a depender da peça: 
- A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público; 
- A intimação do Ilustre Procurador Geral da República; 
- A intimação do Advogado Geral da União para, apresentação da Defesa; 
- Pedido da tutela de urgência (quando houver); 
- Pedido da Citação da parte contrária para apresentação da defesa ou contrarrazões; 
- Pedido para provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos 
(exceto para o Mandado de Segurança, cuja prova é pré-constituída). 
- Informação dos Advogados das partes e seus respectivos endereços (No Agravo de 
Instrumento); 
- Cópia dos Seguintes Documentos (Agravo de Instrumento); 
- Condenação de Custas e honorários de sucumbência; etc... 
A dica, então, é muito simples. Em cada uma das normas que se referem à peça 
processual, o examinado deverá grifar com lápis, preferencialmente, os artigos que exprimem 
os pedidos a serem feitos. 
Dificuldade outra, reside nos pedidos dos recursos dotados de duas peças 
(Interposição e Razões). Criamos aqui uma “fórmula” para o examinando não mais esquecer. 
Assim, quando se tratar de um recurso de apelação, ROC, extraordinário ou especial, que 
possuem duas peças, basta lembrar que na peça de interposição, os pedidos estarão 
representados pela seguinte palavra abaixo: 
“REPROIN PORCUS EM” 
RE – RECURSO SEJA RECEBIDO 
PRO – SEJA PROCESSADO 
IN – QUE A PARTE CONTRÁRIA SEJA INTIMADA 
POR – INFORMAR A JUNTADA DO PORTE DE REMESSA 
CUS – INFORMAR A JUNTADA DAS CUSTAS DE PREPARO 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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EM – QUE SEJA O PRESENTE RECURSO ENCAMINHADO AO ÓRGÃO JULGADOR 
Na peça de julgamento, o pedido será muito simples: 
“ CON PRO” 
CON – QUE O RECURSO SEJA CONHECIDO 
PRO – QUE O RECURSO SEJA PROVIDO 
Atenção: Os PEDIDOS também devem ser justificados e complementados. Não basta apenas 
pedir que o recurso seja conhecido e provido. É preciso que o recurso seja provido para os fins 
de alguma coisa (anular ou reformar a decisão atacada). 
 Importa também dizer que os pedidos, quando puderem, devem ser acompanhados de 
sua fundamentação jurídica. De tal modo, se aquele determinado pedido exprimir uma 
ordenação de um determinado artigo, ao final, deve o examinando mencioná-lo (nos termos 
do artigo X da Lei Y). 
 Não se deve esquecer que o CPC é a lei processual mais utilizada subsidiariamente nas 
peças processuaisconstitucionais, de modo que deve o examinando atentar-se também para o 
Valor da Causa (quando o enunciado não informar será de R$1000,00 – aceito pela FGV), 
Citação, Intimação do MP, Honorários Sucumbenciais, Produção de provas. 
 Por fim, o encerramento da peça processual como usualmente, costumeiro e, como 
nunca é demais repetir: - Sem assinar, datar, identificar, apenas assinalando o seguinte: 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Local e data... 
Advogado... OAB ..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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ÚLTIMAS PEÇAS COBRADAS NAS PROVAS PRÁTICO-PROFISSIONAIS DE DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Direito Constitucional 
XX Exame de Ordem – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
XIX Exame de Ordem – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
XVIII Exame de Ordem – Ação Popular 
XVII Exame de Ordem – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
XVI Exame de Ordem – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
XV Exame de Ordem – Mandado de Segurança 
XIV Exame de Ordem – Recurso Ordinário em MS para o STF 
XIII Exame de Ordem – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
XII Exame de Ordem – Recurso Extraordinário 
XI Exame de Ordem – Mandado de Segurança 
X Exame de Ordem – Recurso Extraordinário 
IX Exame de Ordem – Ação Ordinária (Mandado de Segurança) 
VIII Exame de Ordem – Recurso Extraordinário 
VII Exame de Ordem – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
VI Exame de Ordem – Ação Popular 
V Exame de Ordem – Ação Ordinária com Pedido de Tutela Antecipada ou Mandado de 
Segurança com Pedido de Liminar 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 – AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1 – RELEMBRANDO O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Controle de Constitucionalidade é o mecanismo pelo qual se verifica a compatibilidade 
de uma norma infraconstitucional com a Constituição Federal. Essa análise só é permitida em 
função do Princípio da Supremacia Constitucional. 
No Brasil, por adotarmos o sistema misto, existem dois tipos de controle de 
constitucionalidade: 
a) Concentrado ou Abstrato – é feito, exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal 
(Guardião da Constituição) através das Ações do Controle Concentrado (ADI, ADC, 
ADO, ADPF). Os efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade ou 
constitucionalidade da norma é “erga-omnes”(para todos) e, em regra, “ex 
tunc”(retroativos). 
Legitimidade ativa - Somente os legitimados no rol do artigo 103 da Constituição 
Federal de 1988. Deve-se observar que os legitimados dos incisos IV, V e IX do 
artigo 103, da CF, são considerados “especiais” e, portanto, devem demonstrar a 
pertinência temática. 
b) Difuso ou Concreto – pode ser feito por qualquer juiz ou tribunal em qualquer 
processo que, de repente, se verificou o vício da inconstitucionalidade. Analisa, 
portanto, a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma norma, no caso 
concreto. Os efeitos da decisão pela constitucionalidade ou não da norma no caso 
concreto é “inter partes”(atinge só as partes litigantes). 
Legitimidade ativa – qualquer pessoa, no caso concreto. 
As ações do Controle Concentrado são as seguintes e tem como objeto: 
a) ADI – Ação Direta Inconstitucionalidade 
Objeto – Norma ou Lei Federal ou Estadual 
 
b) ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
Objeto – Norma ou Lei Federal 
OBS: Deve existir controvérsia judicial anterior. 
 
c) ADO – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
Objeto – Omissão do Poder Legislativo inviabilizando o exercício de direito 
constitucional. 
OBS: Deve tomar cuidado com a Omissão Inconstitucional total ou parcial. 
 
d) ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
Objeto – Norma ou Lei municipal que afronta o texto constitucional ou normas ou 
leis anteriores à Constituição de 1988, ou ainda, decisão judicial que afronta o 
interesse público e a Constituição Federal ao mesmo tempo. 
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OBS: Deve relacionar ao Princípio da Subsidiariedade. 
Raciocínio para a prova: Toda vez que estivermos diante de um caso, cujo cliente for um dos 
legitimados do artigo 103, da CF, e, tiver como interesse a declaração de inconstitucionalidade 
ou constitucionalidade de uma norma, pela não recepção da norma pela CF ou pela declaração 
da lesão à preceito fundamental , estaremos diante de uma dessas ações. Para identificar qual 
das ações, basta olhar para a norma (se é federal ou estadual, se for pré-constitucional, se for 
municipal, ou se houver controvérsia judicial acerca da constitucionalidade da mesma). 
 Não se preocupem. A questão informará para vocês detalhes no enunciado que 
facilitará a escolha processual adequada. Mas, cuidado! Nem sempre a questão irá demonstrar 
qual foi o parâmetro constitucional afetado, exatamente, pelo fato de isto ser parte da sua 
fundamentação. Mas, certamente, com estudo e treino você saberá identificar os parâmetros 
violados. Ainda, a FGV tem facilitado a vida dos candidatos ao informar que se busca uma ação 
objetiva, quando se trata de uma das ações do controle concentrado. Se, subjetiva, a peça 
certamente seria outra. 
 Outra questão: Quando se fala em norma passível de controle, quais são? Ora, são 
aquelas constantes do artigo 59 da Constituição Federal. 
 Por fim, identificando umas das ações do controle concentrado, deve o examinando 
observar as diretrizes trazidas pelas leis específicas de cada uma, como por exemplo, a Lei 
9868 de 1999 e a Lei 9882 de 1999. 
 
Vamos agora, redigir as peças: 
Daqui por diante a sistemática sempre será a seguinte: 
Primeiro – Iremos apresentar um enunciado de prova ou criado pelo autor; 
Segundo – Iremos desenvolver o raciocínio, respondendo aos quesitos essenciais; 
Terceiro – Logo, deixaremos o modelo da peça processual. 
Quarto – Agora é sua vez! Darei um enunciado, só que agora, você é quem irá 
construir a peça! 
 
Bom trabalho! 
 
 
 
 
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Redigindo a Peça 1: 
ENUNCIADO: 
PEÇA PRÁTICO‐PROFISSIONAL – VII EXAME UNIFICADO 
 O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos privados 
vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados, shopping 
centers, estabelecendo multas pelo descumprimento e gradação nas punições 
administrativas, além de delegar ao PROCON local a responsabilidade pela fiscalização dos 
estabelecimentos relacionados no instrumento normativo. Tício, contratado como advogado 
Júnior da Confederação Nacional do Comércio, é consultado sobre a possibilidade de 
ajuizamento de medida judicial, apresentando seu parecer positivo quanto à matéria, pois a 
referida lei afrontaria a CRFB. Em seguida, diante desse pronunciamento, a Diretoria autoriza 
a propositura da ação judicial constante do parecer. Na qualidade de advogado, elabore a 
peça cabível, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) 
fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) requisitos formais da peça; e) 
tutela de urgência. (Valor: 5,00) 
 
QUESITOS ESSENCIAIS 
Para quem você 
advoga? 
Confederação Nacional do Comércio 
(Art. 103, IX, CF e Art. 2, IX, da Lei 9868/99) 
Contra quem você 
advoga? 
Contra a Assembleia Legislativa e o Governador do Estado KWY 
O que pretende o seu 
cliente? (Objeto da 
Ação efundamento) 
Declarar a inconstitucionalidade da Lei Estadual 
(Ação Direta de Inconstitucionalidade com Pedido Cautelar – Art. 102, I, a e p, 
da CF e artigo 10 da Lei 9868/99) 
Existe urgência no 
direito pretendido 
pelo seu cliente? 
Sim, pois a norma fere o direito de propriedade dos Associados. 
Qual órgão 
jurisdicional irá 
julgar a ação? 
(Competência) – 
Indicar o vocativo. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL (Art. 102, I, a, Constituição Federal de 1988) 
Quais os 
fundamentos serão 
utilizados? 
Competência (102, I, a, CF) + Legitimidade ativa (103, IX, CF e artigo 2, IX, da Lei 
9868/99) + Pertinência temática + Competência privativa da União para Legislar 
(Art. 22, I, CF) + Direito à livre iniciativa (art. 1, IV, CF) + Direito de Propriedade 
(Art. 5, XXII, CF) + Artigo 170, “caput” e II, CF 
A peça exige alguma 
formalidade? 
Pedido Cautelar (Artigo 102, I, p, CF e artigo 10 da Lei 9868/99) 
Intimação do AGU e do PGR (art. 12, Lei 9868/99) 
Requisitos do artigo 3, da Lei 9868/99. 
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MODELO DA PEÇA: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
(espaço de cinco linhas) 
 
 
 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, com Sede na.... , bairro..., Cidade..., Estado..., 
endereço eletrônico..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, inscrito 
na OAB sob o número..., com endereço para comunicações judiciais na ...., bairro..., Cidade.., Estado.. 
e endereço eletrônico..., nos termos do artigo 287 do Código de Processo Civil, perante Vossa 
Excelência, com fundamento no artigo 103, IX, artigo 102, I, “a” e “p”, da Constituição Federal de 
1988, artigos 2, IX e 10 da Lei 9868/99 e artigo 319 do Código de Processo Civil, propor 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR em face da Lei Estadual 
número....., editada pela Assembleia Legislativa, inscrita no CNPJ sob o n...., com endereço na..., do 
Estado KWY e NOME..., NOME... PRENOME... , estado civil..., Governador do Estado KWY, inscrito no 
CPF sob o n. ..., e RG sob o n. ..., com endereço na..., pelas razões de fato e direito a seguir: 
 
I – DOS FATOS 
 O Estado KWY editou norma que determinou a gratuidade dos estacionamentos privados 
vinculados a estabelecimentos comerciais, tais como os de supermercados, hipermercados, shoppings 
centers. A norma editada também determinou multa para os estabelecimentos, caso descumprissem o 
imperativo da norma. A norma estabeleceu ainda, gradação nas punições administrativas, delegando o 
cumprimento e fiscalização ao PROCON local. Ferindo a Constituição Federal de 1988, a norma 
estadual deve ser declarada inconstitucional, conforme se demonstrará. 
 
II – DA COMPETÊNCIA 
 Nos termos do artigo 102, I, a da Constituição Federal, compete ao Supremo Tribunal 
Federal, processar e julgar, originariamente a ação direta de inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo federal ou estadual. De tal modo, na presente ação a norma inconstitucional questionada 
fora editada pelo Estado KWY e seu conteúdo fere frontalmente o texto constitucional. Portanto, é o 
Supremo Tribunal Federal o órgão jurisdicional competente para processar e julgar a presente ação. 
 
III – LEGITIMIDADE ATIVA E PERTINÊNCIA TEMÁTICA 
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 Os artigos 103, IX, da Constituição Federal e 2, IX, da Lei 9868/99 preveem a legitimidade 
da Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional para propor a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. A autora da presente ação é a Confederação Nacional do Comércio, entidade de 
classe de âmbito nacional e, portanto, legitimada para a propositura da presente ação. 
 Cumpre dizer, que a autora é legitimada especial, sendo então, necessária a demonstração da 
pertinência temática. A norma, objeto da ação, causa lesão aos associados da autora, fere 
dispositivos e princípios constitucionais, o que justifica o interesse da autora e consequentemente, a 
sua pertinência temática. 
 
IV – LEGITIMIDADE PASSIVA 
 Na Ação Direta de Inconstitucionalidade, a legitimidade passiva pertence aos órgãos 
responsáveis pela elaboração da norma inconstitucional. No caso, o Estado KWY, editou a norma 
inconstitucional, sendo então a sua respectiva Assembleia Legislativa e o seu Governador de Estado, 
responsáveis, devendo figura-los no polo passivo da presente ação. 
 
V- DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL 
 A norma estadual editada pelo Estado KWY padece do vício da inconstitucionalidade formal, 
pois não observou o imperativo expresso no artigo 22, I, da Constituição Federal de 1988. Tal 
dispositivo prescreve a competência privativa da União para legislar sobre determinadas matérias, 
dentre elas o direito civil e o comercial. Sendo assim, somente uma lei federal poderia dispor sobre o 
tema relacionado à cobrança dos estacionamentos privados. 
 
VI – DA INCONSTITUCIONALDADE MATERIAL 
 A norma editada pelo Estado KWY fere, também, materialmente a Constituição Federal de 
1988. Ao tratar do direito de propriedade, a norma violou o artigo 5, XXII, da Constituição de 1988, 
pois restringiu o exercício do mesmo. Cumpre dizer, que o direito de propriedade é cláusula pétrea e, 
portanto, não pode ter seu direito abolido nos termos do artigo 60, parágrafo 4 da Constituição da 
República. 
 Outro vício material da norma, se percebe na afronta à livre-iniciativa, princípio fundamental 
constitucional inserido no artigo 1, IV, da Constituição Federal e também aos princípios gerais da 
Ordem Econômica, especialmente os inseridos no artigo 170, “caput”, e incisos II e III da Constituição 
Federal. 
 
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VII – DA MEDIDA CAUTELAR 
 Conforme preleciona o artigo 102, I, ”p” da Constituição Federal e também o artigo 10 da Lei 
9868/99, o Supremo Tribunal Federal poderá conceder medida cautelar, assegurando a força e 
eficácia de futura decisão de mérito. Neste sentido, presente o requisito da relevância urgência, vez 
que se nota, claramente que a norma estadual viola frontalmente artigos constitucionais dos 
associados da autora. Ademais, caso descumpram o disposto no ato normativo estadual 
inconstitucional, sofrerão sanções pelo PROCON, que torna a medida cautelar necessária no caso. 
VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela: 
Intimação do Governador do Estado KWY, bem como do Presidente da Assembleia Legislativa do 
Estado KWY, para manifestarem, no prazo de cinco dias acerca da concessão da medida cautelar, nos 
termos do artigo 10 e da Lei 9868/99; 
Concessão da medida cautelar, suspendendo a eficácia da norma estadual, conforme o artigo 10 e 11, 
da Lei 9868/99 (Cópias anexas, conforme artigo 3, parágrafo único da Lei 9868/99); 
Intimação do Governador do Estado KWY, bem como do Presidente da Assembleia Legislativa do 
Estado KWY, para manifestarem, sobre o mérito no prazo de trinta dias, nos termos do artigo 6, 
parágrafo único, da Lei 9868/99; 
Intimação do Ilustre Advogado Geral da União, para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no 
prazo de 15 dias, conforme o artigo 8, da Lei 9868/99 e artigo 103, parágrafo 3, da Constituição 
Federal de 1988; 
Intimação do Ilustre representante do Ministério Público, o Senhor Procurador Geral da República, no 
prazo de 15 dias, emitindo seu parecer, conforme o artigo 8, da Lei 9868/99 e artigo 103, 
parágrafo 1, da Constituição Federal de 1988; 
Procedência do pedido de mérito, para que a norma editada pelo Estado KWY seja declarada 
inconstitucionalnos termos da Lei 9868/99; 
A juntada das cópias integrais do ato impugnado, procuração do advogado constituído e demais 
documentos comprobatórios, nos termos do artigo 3, parágrafo único da Lei 9868/99. 
Dá se a causa o valor de R$ 1000,00 (mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Local e data... 
 
Advogado.... OAB.... 
 
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AGORA É A SUA VEZ! 
ENUNCIADO: 
Com a finalidade de assegurar o cumprimento de pena privativa e restritiva de 
liberdade das mulheres e garantir o direito de amamentação dos seus bebês, a Emenda 
Constitucional X, alterou o inciso “L” do artigo 5 da Constituição Federal passando a contar 
com a seguinte redação: “às presidiárias, serão asseguradas o direito de amamentar seus 
filhos, duas vezes ao dia, durante 20 minutos, devolvendo a criança, logo após o decurso dos 
20 minutos”. Diante disto, o Partido Político ABC, com representação no Congresso Nacional, 
inconformado com a alteração promovida pela Emenda Constitucional X, contrata seus 
serviços. 
Na qualidade de advogado, elabore a peça cabível, observando: a) competência do 
Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais 
vinculados; d) requisitos formais da peça; e) tutela de urgência. (Valor: 5,00) 
 
QUESITOS ESSENCIAIS 
Para quem você 
advoga? 
 
Contra quem você 
advoga? 
 
O que pretende o seu 
cliente? (Objeto da 
Ação e fundamento) 
 
Existe urgência no 
direito pretendido 
pelo seu cliente? 
 
Qual órgão 
jurisdicional irá 
julgar a ação? 
(Competência) – 
Indicar o vocativo. 
 
Quais os 
fundamentos serão 
utilizados? 
 
A peça exige alguma 
formalidade? 
 
 
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Redigindo a Peça 2: 
ENUNCIADO: 
O Congresso Nacional aprovou projeto de lei complementar, que após sanção 
presidencial, recebeu o número 135 e foi publicada em 2010, ficando conhecida como “Lei 
da Ficha Limpa”. Após a sua publicação, a Lei Complementar 135/10, passou a ser objeto de 
controvérsia judicial, pois o seu texto alterou a Lei Complementar 64/90, passando a prever 
diversas hipóteses de inelegibilidade do cidadão condenado por crimes de responsabilidade, 
produzindo efeitos mesmo antes da publicação da mesma. Querendo garantir a validade e 
eficácia da Lei 135/10, de modo a impedir a elegibilidade de candidatos condenados por 
crime de responsabilidade antes de 2010, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil contrata seus serviços para ingressar com a peça judicial cabível. 
Na qualidade de advogado, elabore a peça, observando: a) competência do Juízo; b) 
legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais 
vinculados; d) requisitos formais da peça; e) tutela de urgência. (Valor: 5,00) 
QUESITOS ESSENCIAIS 
Para quem você 
advoga? 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil 
Contra quem você 
advoga? 
Na ADC apenas se aponta o objeto da ação, ou seja, a norma a ser declarada 
constitucional – No caso a Lei Complementar 135/10. 
O que pretende o seu 
cliente? (Objeto da 
Ação e fundamento) 
Declarar a constitucionalidade da Lei Complementar 135/10 
(Ação Declaratória de Constitucionalidade com Pedido Cautelar ) 
Existe urgência no 
direito pretendido 
pelo seu cliente? 
Sim. Pedido de Medida Cautelar – Artigo 21, Lei 9868/99 
Qual órgão 
jurisdicional irá 
julgar a ação? 
(Competência) – 
Indicar o vocativo. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL – Artigo 102, I, a, da Constituição Federal. 
Quais os 
fundamentos serão 
utilizados? 
Existência de controvérsia judicial. Artigo 14, parágrafo 9 da CF/88, Princípio da 
Razoabilidade, Artigo 15, inciso V, CF/88 cc artigo 37, parágrafo 4, CF/88. 
A peça exige alguma 
formalidade? 
Pedido Cautelar (artigo 21 da Lei 9868/99) 
Intimação do PGR (art. 19, Lei 9868/99 e art. 103, parágrafo 1, CF/88 ) 
Requisitos do artigo 14, da Lei 9868/99. 
Efeitos da Decisão (Artigo 102, parágrafo 2, CF/88) 
 
PRÁTICA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL PARA SEGUNDA FASE DA OAB 
 
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MODELO DA PEÇA: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
(espaço de cinco linhas) 
 
 
 CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, com inscrição no cadastro de 
pessoas jurídicas sob o número..., com Sede na.... , bairro..., Cidade/Estado..., endereço 
eletrônico..., vem respeitosamente por meio de seu advogado que esta subscreve, inscrito na OAB sob 
o número..., com endereço para comunicações judiciais na ...., bairro..., Cidade/Estado e endereço 
eletrônico... (conforme procuração nos termos do artigo 287 do CPC), perante Vossa Excelência, com 
fundamento no artigo 103, VII, artigo 102, I, “a”, da Constituição Federal de 1988, artigo 21, da Lei 
9868/99 e artigo 319 do Código de Processo Civil, propor 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR tendo por objeto a Lei 
Complementar Federal 135/10 conforme as razões a seguir demonstradas: 
 
I – DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA 
 A Lei complementar federal 135/10, conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, altera o texto da 
Lei complementar 64/90, tornando inelegíveis os cidadãos condenados por crime de 
responsabilidade, antes de sua publicação. A Lei da Ficha Limpa está em harmonia com os preceitos 
constitucionais, devendo ser a sua constitucionalidade confirmada pela Corte maior brasileira. 
 
II – DA COMPETÊNCIA 
 Nos termos do artigo 102, I, a da Constituição Federal, compete ao Supremo Tribunal 
Federal, processar e julgar, originariamente a ação direta de inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal. De tal modo, na presente ação, pretende-se declarar a constitucionalidade da Lei 
Complementar 135/10, cuja competência pertence ao Supremo Tribunal Federal. 
 
III – LEGITIMIDADE ATIVA 
 Os artigos 103, VII, da Constituição Federal e 2, VII, da Lei 9868/99 preveem a 
legitimidade do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para propor a Ação Direta de 
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Constitucionalidade. O autor da presente ação é o Conselho Federal da OAB, e, portanto, legitimado 
universal para a propositura da presente ação. 
IV – DA CONTROVÉRSIA JUDICIAL DA NORMA E SUA CONSTITUCIONALIDADE 
 A Lei complementar 135/10 tem sido objeto de várias ações na justiça, gerando controvérsia 
judicial e um ambiente de incerteza jurídica no País. Todavia, a controvérsia tem ocorrido em função 
da norma prever a inelegibilidade dos cidadãos condenados por crime de responsabilidade antes da 
publicação da lei. 
 Neste sentido, o artigo 14, parágrafo § 9º da Constituição Federal diz: 
 Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos 
de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para 
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
 Neste sentido, a Lei Complementar 135/10 se amolda com perfeição ao disposto supracitado, 
pois prevê a impossibilidade de elegibilidade para os já condenados por crime de responsabilidade, 
deixando a Administração Pública livre do risco de um dos condenados serem eleitos. É, sem dúvida, 
uma garantia sob a ótica da

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