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Apostila Fertilidade do Solo

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2 
 
Sumário 
1. Objetivo do curso ............................................................................................................. 4 
2. Público alvo ....................................................................................................................... 4 
2.1. Plantas x Nutrientes x Solo ................................................................................... 4 
2.2. Fertilidade do Solo ................................................................................................... 5 
2.3. Disponibilidade de nutrientes ............................................................................... 6 
2.4. Leis da Fertilidade do Solo .................................................................................... 6 
3. Interações da Fertilidade do Solo ................................................................................ 8 
3.1. Fase Gasosa ou Ar do Solo ................................................................................... 9 
3.2. Fase Líquida .............................................................................................................. 9 
3.3. Fase Sólida ............................................................................................................... 11 
3.4. Conceitos sobre CTC - Capacidade de Troca de Cátions ........................... 12 
4. Acidez do solo ................................................................................................................. 15 
4.1. Poder Tampão do Solo ......................................................................................... 16 
5. Gessagem ......................................................................................................................... 17 
6. Calagem ............................................................................................................................ 18 
6.1. Características dos Corretivos ........................................................................... 20 
6.1.1. Natureza Química ........................................................................................... 20 
6.2. Poder de Neutralização ......................................................................................... 20 
6.2.1. Granulometria.................................................................................................. 21 
6.2.2. Cálculo da Necessidade de Calagem ........................................................ 21 
7. Análise do Solo ............................................................................................................... 22 
7.1. Amostragem do Solo ............................................................................................. 23 
7.2. Análise em Laboratório ........................................................................................ 24 
8. Nitrogênio no solo.......................................................................................................... 24 
8.1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 24 
8.2. Ciclo e Formas de Nitrogênio no Solo .............................................................. 25 
8.3. Fontes Minerais de Nitrogênio ............................................................................ 26 
8.4. Fatores que Regulam o Teor de N no Solo ..................................................... 27 
9. Fósforo no Solo .............................................................................................................. 27 
9.1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 27 
9.2. Fontes Minerais de Fósforo ................................................................................. 28 
9.3. Fatores que Regulam a Fixação de Fósforo ................................................... 29 
9.4. Fósforo Remanescente ......................................................................................... 30 
3 
 
10. Potássio no Solo ........................................................................................................ 30 
11. Cálcio no Solo ............................................................................................................. 31 
12. Magnésio no Solo ....................................................................................................... 31 
13. Enxofre no Solo .......................................................................................................... 32 
 
 
4 
 
1. Objetivo do curso 
O objetivo deste curso de Ensino à Distância é um estudo dos principais 
conceitos da Fertilidade do Solo e de fatores ligados ao seu manejo, de 
modo que a utilização de corretivos e fertilizantes seja sempre a mais 
correta e eficiente possível. Além disso, ao final do curso, há uma sessão 
sobre como interpretar uma análise de solo feita em laboratório, para que os 
alunos possam colocar em prática os ensinamentos que adquiriram durante 
o curso e realizar suas próprias interpretações e cálculos. 
2. Público alvo 
Estudantes e Professores que buscam atualização na área de Fertilidade do 
Solo, Gerentes e Funcionários de fazendas que gostariam de se capacitar 
em Fertilidade do Solo e conhecer mais sobre fertilizantes, nutrição de 
plantas, corretivos agrícolas e o impacto financeiro e produtivo que estes 
fatores exercem em suas propriedades. 
2.1. Plantas x Nutrientes x Solo 
Antes de tudo, gostaria de apontar alguns itens interessantes que provocarão 
discussão durante o decorrer do curso: 
- 17 elementos químicos são necessários para a nutrição das plantas, sendo 14 
deles fornecidos pelo solo. O primeiro papel do solo é de fornecedor desses 
elementos químicos essenciais para que a planta se desenvolva. 
- A água é o principal fator limitante de produção máxima, sendo a fertilidade o 
segundo. 
- Cada solo tem uma capacidade diferente de fornecer nutrientes para as 
plantas em função de suas características químicas, físicas e biológicas. 
- O manejo dos nutrientes para o solo é específico para cada tipo de solo e de 
cultura. 
Após estas considerações, começaremos com alguns conceitos básicos em 
Fertilidade do solo. 
a) Vegetais: Seres com capacidade de conversão de elementos químicos 
em compostos celulares. 
 
b) Elementos Químicos Essenciais: Na falta de qualquer um destes 
elementos, a planta não completa seu ciclo de vida, que são: 
 
Carbono (C), Hidrogênio (H), Oxigênio = Presentes na água. Não são 
nutrientes minerais, mas a planta os retira do solo. 
Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Enxofre (S), Cálcio (Ca), 
Magnésio (Mg), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Zinco (Zn), 
Molibdênio (Mo), Boro (B), Cloro (Cl) e Níquel (Ni) = Presentes na 
planta. Estão presentes no solo. 
 
5 
 
*O Cobalto (Co) não é considerado um nutriente de plantas, mas é 
necessário na associação entre as plantas e as bactérias fixadoras de 
nutrientes. Já que não são todas as espécies de plantas que conseguem 
fazer esta fixação de nutrientes, o Cobalto não é considerado um 
elemento essencial. 
 
Os nutrientes são requeridos em diferentes quantidades pelas plantas, 
por isso são classificados em dois grandes grupos: 
 
- Macronutrientes: São os nutrientes requeridos em maior quantidade 
pela planta = Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Enxofre (S), 
Cálcio (Ca), Magnésio (Mg). 
 
- Micronutrientes: São os nutrientes requeridos em menor quantidade 
pela planta. Apesar de requeridos em pequenas quantidades, são 
essenciais e, além disso, são normalmente necessários para ativar 
alguma enzima = Ferro (Fe),Manganês (Mn), Cobre (Cu), Zinco (Zn), 
Molibdênio (Mo), Boro (B), Cloro (Cl) e Níquel (Ni). 
 
c) Fertilidade do Solo: É o ramo da ciência que estuda a capacidade do 
solo de suprir nutriente às plantas, focando aprofundar os 
conhecimentos em cada nutriente para entender as transformações, a 
mobilidade e a disponibilidade de cada uma às plantas. 
 
2.2. Fertilidade do Solo 
Um solo fértil é um solo com grande capacidade de fornecer nutrientes para a 
planta. Em geral, os solos brasileiros são pobres em nutrientes e ácidos (70% 
dos solos cultivados tem limitação séria de fertilidade), sendo, portanto, 
geralmente necessário a aplicação de corretivos e fertilizantes, tomando o 
cuidado para que sejam aplicados na dosagem correta. 
Como comentado anteriormente, estudaremos com a fertilidade do solo a 
capacidade de um solo em suprir nutriente às plantas, ou seja, precisamos 
conhecer o solo de nossa propriedade, suas peculiaridades e características 
para que o manejo seja muito bem feito e que os resultados na lavoura sejam 
fantásticos. 
Os profissionais do agronegócio, assim como os agricultores, precisam se 
conscientizar de que o manejo correto da fertilidade é responsável pela maior 
parcela dos ganhos de produtividade obtidos com o uso de práticas culturais 
recomendadas para as diversas culturas. Isto quer dizer que, se avaliarmos a 
fertilidade do solo de maneira correta, aplicaremos a quantidade correta de 
fertilizantes e corretivos necessária para explorarmos o máximo de produção 
que aquela cultura pode nos oferecer. Uma simples análise de solo, a um preço 
muito acessível, é uma das principais responsáveis pelo sucesso ou insucesso 
de sua plantação! 
 
6 
 
2.3. Disponibilidade de nutrientes 
Uma série de fatores influencia a dinâmica dos diferentes nutrientes no solo, 
condicionando a capacidade do mesmo em supri-los às plantas. As plantas são 
capazes de absorver nutrientes na forma iônica dissolvidas na fase aquosa que 
compõe o solo, como será visto nos capítulos a seguir com mais detalhes. Em 
resumo, um nutriente, para ser absorvido pela raiz, necessita ser transportado 
até a superfície radicular pela solução do solo e, posteriormente, ressuprir a 
solução do solo com o mesmo nutriente que foi absorvido e na quantidade 
exata que foi transferida para a raiz da planta. 
A concentração de qualquer nutriente em solução é normalmente muito 
pequena, de forma que as plantas, apesar de apenas absorverem os nutrientes 
da solução, ficam quase totalmente na dependência da quantidade de nutriente 
retido na fase sólida capaz de ressuprir a solução do solo. 
A disponibilidade de nutrientes também é influenciada pelo fator planta. Cada 
vez mais é reconhecido o papel da planta na aquisição de nutrientes do solo, 
alterando e controlando a disponibilidade de nutrientes no solo. Cada espécie 
possui uma capacidade diferente nesta aquisição de nutrientes, algumas 
absorvem com mais facilidade e outras exigem mais energia e são menos 
eficientes neste processo. Principalmente para os nutrientes de baixa 
mobilidade, como por exemplo, o fósforo (P), a morfologia e o crescimento 
radicular exercem papel fundamental na disponibilidade deste nutriente para a 
planta. 
A raiz das plantas, dentro de certos limites, tende a criar um ambiente próprio 
de 1 a 4 mm ao seu redor, chamado rizosfera, de maneira que os nutrientes 
ficam dispostos neste ambiente. Assim, as alterações de acidez e a presença 
de alguns óxidos podem resultar em sensíveis alterações na disponibilidade 
dos nutrientes. Também merece destaque a associação das raízes com fungos 
micorrízicos (micorrizas), em que as hifas presentes nos fungos aumentam a 
área de absorção promovendo maior aquisição de nutrientes. Esta prática 
ganha a cada ano mais adeptos e vêm revolucionando a fertilidade do solo e a 
nutrição de plantas. 
2.4. Leis da Fertilidade do Solo 
 - Lei do Mínimo: “A produção das culturas é limitada pelo nutriente em 
menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis 
e em quantidade adequada”. 
7 
 
 
Figura 1: Demonstração da Lei do Mínimo. 
A Lei no Mínimo nos permite concluir que a planta precisa de todos os 14 
nutrientes em suas quantidades adequadas para uma produção sustentável e 
em grande escala. 
 - Lei dos Incrementos Decrescentes: “Ao se adicionar doses crescentes 
de um nutriente, o maior incremento em produção é obtido com a primeira 
dose. Com aplicações sucessivas do nutriente, os incrementos de produção 
são cada vez menores”. 
 
Figura 2: Demonstração da Lei dos Incrementos Decrescentes. O eixo Y 
(Vertical) corresponde ao aumento de produção e o eixo X corresponde ao 
nitrogênio aplicado. 
A Lei dos Incrementos Decrescentes dita que o aumento da produção com 
aplicação de fertilizantes e corretivos não e linear, ou seja, a curva de qualquer 
planta em qualquer nutriente não é linear. 
O ponto com maior diferença entre a produção e o custo é o ponto de máxima 
eficiência econômica. Esse ponto nem sempre coincide com o ponto de maior 
aumento na produção. Lembre-se: O custo de produção é linear! 
Por isso, nem sempre produzir o máximo que a planta pode alcançar é viável 
economicamente. Tem-se que procurar uma dose de nutriente que dê maior 
retorno. 
Para os micronutrientes, o espaço entre a falta e o excesso de nutrientes é 
muito pequeno. O que mais traz preocupação é o Boro, pois o limite entre a 
diferença entre a deficiência e a toxidade é extremamente pequeno. 
 
8 
 
3. Interações da Fertilidade do Solo 
Produtividade = f(fertilidade), preparo de solo, controle de erosão, irrigação, 
variedades produtivas, densidade, época de plantio, controle de pragas e 
doenças e plantas daninhas. 
Interações Importantes: 
a) Fertilidade X Irrigação 
b) Fertilidade X Utilização de variedades produtivas 
Fertilidade X Irrigação: 
A água potencializa o efeito das aplicações dos nutrientes, já que o nutriente 
para ser utilizado deve estar na forma iônica e, portanto, solubilizada em água. 
 
Figura 3: Irrigação na agricultura. 
Fertilidade X Utilização de variedades produtivas 
Cada variedade, devido a sua base genética, possui uma produtividade em 
solos com mesmas condições. Existem ainda variedades que não respondem 
praticamente nada a aplicação de nutrientes, ou então necessitam de altas 
quantidades para um pequeno aumento. Por isso a escolha da variedade que 
melhor responde é extremamente importante. 
 
Figura 4: O plantio de variedades produtivas é um fator importantíssimo na 
produtividade e vigorosidade da lavoura 
 
9 
 
c) Interação Nutriente-Solo 
 
- Fase Gasosa ou Ar do Solo 
a. Sistema Solo - Fase Líquida ou Solução do Solo 
- Fase Sólida 
- Fase Viva ou Organismos do Solo 
3.1. Fase Gasosa ou Ar do Solo 
Está nos poros (Macroporos). 
A composição do ar do solo e da atmosfera são muito semelhantes, sendo que 
o solo tem um pouco mais de CO2 devido as decomposições que ocorrem no 
solo. 
A Fase Gasosa não tem importância nenhuma para o fornecimento direto de 
nutrientes, mas ela tem um papel indireto importante por causa do oxigênio. 
Durante o metabolismo ocorre a respiração radicular que fornece energia para 
uma série de processos, inclusive a absorção de nutrientes. 
O oxigênio é receptador de elétrons e poder redutor proveniente da respiração. 
Por isso, em condições anaeróbias (sem oxigênio), as plantas secam e 
morrem. No ar atmosférico e no solo a concentração de oxigênio é por volta de 
20%. No solo para a planta começar a sofrer pela falta de oxigênio, a 
concentração deve ser menor que 8%. 
*Exemplo: O arroz pode ser cultivado em solos alagados (sobre anaerobiose), 
pois possui aerênquima em suas raízes. Outra condição de anaerobiose pode 
ocorrer pela compactação dosolo, que diminui os macroporos (solos com 
muita freqüência de passagem de maquinário pesado, por exemplo). 
3.2. Fase Líquida 
Está principalmente nos microporos. 
Não é uma água pura. É uma água que se encontram vários solutos, entre eles 
os nutrientes, que estão na forma iônica (cátions e ânions) 
a) N (Nitrogênio) = Ocorre na forma de NH4+ ou NO3- 
b) P (Fósforo) = Ocorre na forma de H2PO4- ou HPO42- 
c) K (Potássio) = Ocorre na forma de K+ 
d) Ca (Cálcio) = Ocorre na forma de Ca2+ 
e) Mg (Magnésio) = Ocorre na forma de Mg2+ 
f) S (Enxofre) = Ocorre na forma de SO42- 
g) Fe (Ferro) = Ocorre na forma de Fe3+ 
h) Zn (Zinco) = Ocorre na forma de Zn2+ 
i) Cu (Cobre) = Ocorre na forma de Cu2+ 
j) Mn (Manganês) = Ocorre na forma de Mn2+ 
k) Mo (Molibdênio) = Ocorre na forma de MoO42- ou HMoO4- 
10 
 
l) Cl (Cloro) = Ocorre na forma de Cl- 
m) Ni (Níquel) = Ocorre na forma de Ni2+ 
O Boro é o único nutriente que ocorre na solução do solo na fase neutra e é 
absorvido pela planta na forma H3BO3. Os outros demais são absorvidos pelas 
plantas na forma de íons. 
Portanto a solução do solo é a fonte imediata de nutrientes para a planta. Se 
ocorrer uma falta de água no solo, a planta sofrerá com a absorção de 
nutrientes, já que estes não estariam ionizados. Quanto mais seco o solo 
estiver, menor a mobilidade dos nutrientes na solução do solo. Por isso, a água 
é o principal fator limitante de produção máxima, sendo a fertilidade o segundo, 
como já discutido nas primeiras páginas deste material. 
Na solução do solo também contém outros elementos que não servem de 
nutriente para as plantas NA+, Pb+, Al3+. Entre eles estão também dois íons 
extremamente importantes = H+ e OH-. 
A presença de H+ e OH- é extremamente importante, pois são elas que 
determinam o pH do solo, sendo este pH o principal fator que afeta a 
disponibilidade de todos os nutrientes. 
pH = Potencial Iônico 
pH = I------------------------------I 7 I------------------------------I 14 
 Ácido Alcalino (Básico) 
 
Quanto maior o a concentração de H+, menor será o pH do solo e mais ácido o 
solo será. Quanto maior a concentração de OH-, maior será o pH e mais básico 
o solo será. A faixa de pH ideal para a maioria dos solos é em torno de 6. 
*Quelatos: 
A matéria orgânica se decompõe e, com o tempo, forma húmus. Portanto, 
ocorre uma transformação de moléculas maiores em menores. Neste processo 
ocorrem partículas intermediárias que possuem cargas negativas, podendo 
adicionar a si cátions (cargas positivas). Quando ocorre deste nutriente estar 
preso nesta forma intermediária de matéria orgânica ocorrem os quelatos. Isto 
pode acontecer naturalmente ou artificialmente. Portanto para ser quelato, deve 
ser de cátion, pois a matéria orgânica tem cargas negativas. Os quelatos 
aumentam a disponibilidade deste nutriente para as plantas, pois eles 
funcionam como uma proteção para que o nutriente não se uma com outro 
ânion qualquer. Em forma de quelatos, os nutrientes têm mais mobilidade na 
solução do solo, pois ele está menos propenso a se unir com outros 
componentes. Então, é mais fácil de ser absorvido pela planta. 
Os quelatos são formas instáveis, e, por serem formas intermediárias, esta 
instabilidade é afetada principalmente pelo pH. 
A maioria dos quelatos que ocorrem são com os micronutrientes catiônicos 
(Ferro, Zinco, Cobre, Manganês), pois eles têm um raio iônico que se ajusta 
bem a estrutura dos quelatos. 
11 
 
Obs: O quelato, em sua totalidade, não é absorvido pelas células da raiz. 
Quando o quelato chega na superfície da raiz ocorre um sinal da raiz para a 
parte aérea que libera enzimas quebrando o quelato, e a planta absorve o 
cátion. Já na folha, devido aos estômatos, o quelato por inteiro pode entrar na 
folha. Isso ocorre nos fertilizantes quelatados para aplicação via foliar. 
3.3. Fase Sólida 
Formada por partículas de diferentes tamanhos. É esta fase que repõe os 
nutrientes para a solução, já que os que existem na solução não são 
suficientes para a planta em nem mesmo um dia. 
Os colóides (partículas sólidas < 0,002mm), são responsáveis pela atividade 
química do solo, pois têm a capacidade de desenvolver cargas elétricas que 
retém os cátions e os ânions liberados pelo intemperismo, liberados pela 
decomposição da matéria orgânica, ou aqueles que nós adicionamos ao solo 
via adubação. Esses colóides podem ser: 
- Minerais 
- Orgânicos: É o mesmo que Húmus, ou seja, matéria orgânica decomposta. 
Esses colóides fazem parte da fração argila do solo. Quanto mais argiloso, ou 
quanto mais matéria orgânica têm um solo, o solo terá mais colóides e, 
portanto, mais cargas este solo terá. Os colóides do solo são o grande 
reservatório de nutrientes que ocorre no solo, pois ele repõe os nutrientes a 
medida que os mesmos vão sendo absorvidos. Alguns conceitos que podem 
nos confundir: 
a) Adsorção: É a retenção do íon na fase sólida do solo 
b) Dessorção: É a passagem de um nutriente da fase sólida para a solução 
do solo 
c) Absorção: Quando o nutriente sai da solução do solo e passa para 
dentro da célula da raiz. 
d) Lixiviação: Quando o nutriente se movimenta pelo perfil do solo. O Boro 
é facilmente lixiviado, pois, como visto anteriormente, não possui carga 
elétrica. 
Ainda na fase sólida, existem alguns tipos de ligação entre os cátions e nos 
íons, como podem ser vistos a seguir: 
a) Ligação Eletrostática: Ligação pela atração, não é uma ligação muito 
forte. Os cátions que se ligam por este tipo de ligação são Al3+, Ca2+, 
Mg2+ e K+. Quando o ânion se liga por esse tipo de ligação, são 
chamados trocáveis (passam da fase sólida para a fase líquida ou vice-
versa). Eles são responsáveis pela CTC – Capacidade de Troca de 
Cátions. Os ânions que se ligam desta maneira são SO4-, NO3-, Cl- e 
são responsáveis pela CTA – Capacidade de Troca de Ânions. 
b) Ligação Covalente: Ligação de alta energia, muito forte. O cátion que se 
liga por esta ligação é o H+ (não trocável) e os ânions são H2PO4- e 
MoO42- (não trocáveis). 
 
 
12 
 
3.4. Conceitos sobre CTC - Capacidade de Troca de Cátions 
Provavelmente este é o conceito mais importante da Fertilidade do Solo, pois é 
o processo dinâmico responsável pela troca de cargas entre as diferentes fases 
do solo. Os colóides do solo (conjunto dos minerais e frações de húmus 
presentes na matéria orgânica do solo) podem desenvolver tanto cargas 
negativas, quanto cargas positivas. Entretanto, há o predomínio de cargas 
negativas, as quais podem ser permanentes ou variáveis. 
As cargas negativas permanentes existem na estrutura dos minerais de argila e 
uma série de íons. As cargas variáveis, assim denominadas por terem seu 
desenvolvimento afetado pelo pH do solo, podem ser negativas ou positivas. 
Os colóides orgânicos, com a elevação do pH do solo, apresentam aumento na 
densidade de cargas negativas. 
Como já destacado, uma característica fundamental dos solos diz respeito a 
capacidade dos colóides do solo em desenvolver cargas negativas ou 
positivas. Este desenvolvimento de cargas promove a adsorção de cátions 
(íons com carga positiva. Ex: Ca2+, K+) e ânions (íons com carga negativa. Ex: 
OH-) presentes na solução do solo. Assim, na avaliação da capacidade do solo 
em suprir nutrientes às plantas, precisa-se considerar a relação entre a fase 
líquida e a sólida. A fase líquida representa a fonte imediata, de onde os 
nutrientes são absorvidos. A fase sólida representa o grande reservatório de 
nutrientes, ressuprindo a solução do solo à medida que os nutrientes são 
absorvidos pelas raízes. 
A retenção de íons pela fase sólida do solo não envolve apenas a adsorção em 
cargas elétricas desenvolvidas na superfície dos colóides. No caso dos cátions 
Al3+, Ca2+, Mg2+, K+, NH4+ e Na+ a adsorção às cargasnegativas é direta, 
ocorrendo apenas ligação eletrostática. Neste caso, esses cátions são 
trocáveis com cátions da solução, num processo reversível e estequiométrico, 
definindo a Capacidade de Troca de Cátions, ou CTC do solo. O cátion H+ 
apresenta uma relação muito específica com a superfície dos colóides, uma 
vez que o mesmo liga-se fortemente à superfície, através de ligação covalente. 
Neste caso, o cátion H+ não é trocável e apenas libera a carga negativa 
ocupada de forma indireta. Portanto, a calagem, entre outros benefícios, 
promove aumento da CTC do solo. 
Concluindo, basicamente a Capacidade de Troca de Cátions de um solo é a 
energia de retenção dos cátions na fase sólida. Apesar de o processo ser 
estequiométrico, os cátions trocáveis não são retidos com a mesma força pelos 
colóides. A ordem preferencial de retenção ou série liotrópica é dada por: 
Série Liotrópica: H+>>Al3+>Ca2+>Mg2+>K+=NH4+>Na+ 
Observe bem como o H+, um dos principais cátions responsáveis pela 
acidificação de um solo, é retido de maneira muito forte pelo solo. Em segundo 
lugar, um dos cátions que mais acidificam o solo também, o Al3+, que é também 
retido pelo solo fortemente. O ideal é que tenhamos uma concentração destes 
cátions acidificantes bem balanceada, resultando em um pH ideal para o 
desenvolvimento da planta e, conseqüentemente, esteja bem nutrida para 
explorarmos o máximo de produção. 
13 
 
Relembrando os pontos mais importantes: 
A CTC é um fenômeno que possui três características: 
- É um fenômeno reversível 
- É um fenômeno instantâneo 
- É um fenômeno estequiométrico 
 
Fatores que afetam a CTC: 
- Teor de argila 
- Teor de matéria orgânica 
- Mineralogia do solo 
- pH (cargas variáveis ou dependentes de pH) 
A capacidade de Troca de Cátions, conforme já discutido, é de grande 
importância para a agricultura. Por isso, o conhecimento de alguns conceitos e 
indicadores a ela relacionados são muito relevantes para o manejo da 
fertilidade. A seguir serão listados estes conceitos e indicadores. São estes os 
dados que serão interpretados na análise de solo e que, posteriormente, 
servirão de base para tomada de decisão em qual corretivo e/ou fertilizante 
aplicar, em qual dosagem, se parcelado ou não, entre outras. 
a) CTC Efetiva do solo (t): cmolc/dm3 – É a capacidade do solo de ter 
cátions no se pH natural. Qualquer que seja o pH do solo, as cargas 
elétricas negativas ocupadas pelo hidrogênio não estão disponíveis para 
a troca. 
t= Al3+ + Ca2+ +Mg2+ + K+ 
Supondo-se o cultivo do solo ao valor do pH natural, a correta 
interpretação do valor da CTC Efetiva fornece uma idéia das 
possibilidades de perdas de cátions por lixiviação, do potencial de 
salinidade e necessidade de parcelamento de adubações, 
principalmente potássicas. 
Um valor de t menor que 2,3 cmolc/dm3 é baixo, segundo a Comissão 
de Fertilidade do Solo de Minas Gerais – CFSEMG (CFSEMG, 1999), 
sendo indicativo de solo arenoso, com baixo teor de matéria orgânica. 
Nesta condição, se for feita uma adubação pesada poderá ocorrer 
perdas de cátions por lixiviação e elevada salinidade para as sementes 
ou plântulas. 
b) Soma de Bases (SB): cmolc/dm3 – É o somatório dos nutrientes que 
possuem características básicas, entre eles cálcio, magnésio e potássio. 
 
SB= Ca2+ + Mg2+ + K+ 
 
14 
 
A soma de bases por si só não é um parâmetro muito importante, por 
englobar três bases e, conseqüentemente, não dar uma idéia de valores 
absolutos de cada uma delas. Para cada uma das bases, além dos 
teores absolutos, pode-se calcular a fração da CTC efetiva ocupada por 
cada uma, da seguinte maneira: 
 
% Ca = (Ca2+/T)/100 
% Mg = (Mg2+/T)/100 
% k = (k+/T)/100 
 
Para uma condição ideal de suprimento das bases, a porcentagem de 
saturação de Ca, Mg e K na CTC potencial deve ser de 60-70; 10-20 e 
2-5%, respectivamente. 
 
c) Saturação por Alumínio (m%): É representada pela letra “m”, 
expressando a fração da CTC Efetiva que é ocupada por alumínio 
trocável. 
m%= Al3+/t x 100 
Acima de 1,0 cmolc/dm3, o teor de alumínio trocável é considerado 
elevado pela CFSEMG e será prejudicial ao crescimento da maioria das 
espécies vegetais. Porém, o parâmetro que melhor representa o 
potencial fitotóxico do alumínio é justamento o valor “m”, calculado em 
%. Uma saturação de alumínio acima de 60% provoca praticamente a 
paralisação do crescimento das raízes. 
CTC Potencial ou CTC a pH 7,0 (T): cmolc/dm3 – É representado pela 
letra “T” e reflete a capacidade do solo em reter cátions a pH 7,0. Pode 
ser calculado de duas maneiras, que serão demonstradas a seguir: 
T= t + H+ 
T= SB + H + Al 
Sob um ponto de vista prático, é o valor da CTC de um solo, caso a 
calagem desse solo fosse feita para elevar o pH a 7,0. Partindo-se de 
um solo ácido, a elevação do pH para 7,0 promove a neutralização de 
cátions H+ que se encontram em ligações covalentes. O ganho em CTC 
pela neutralização de H+ adsorvidos será tanto maior quanto mais baixo 
for o pH natural do solo e quanto maior for o teor de matéria orgânica. 
d) Saturação por bases (v%): Quantos % da CTC Potencial estão 
ocupados por bases. 
v%=SB/T x 100 
Visando o manejo da fertilidade do solo, o aumento do pH do solo tem 
de ser feito com corretivos que adicionem bases ao solo, de forma a 
elevar também a saturação por bases. Esta é uma das razões do uso de 
calcário, pois, além de elevar o pH do solo, este corretivo adicionará 
magnésio e cálcio ao solo. Isto nos leva a conclusão que a porcentagem 
15 
 
de saturação de bases (v%) é um parâmetro que deve ser muito 
utilizado para recomendação da calagem. 
4. Acidez do solo 
A acidez é o principal fator que afeta a disponibilidade de nutrientes para a 
planta. A acidificação é um processo que acontece quando a parte sólida do 
solo perde bases, e estas bases são substituídas por elementos de caráter 
ácido (H+, Al3+). 
Origem da acidez (fatores de acidificação): 
- Material de origem: Um solo originado de um material pobre em bases será 
um solo ácido. 
- Decomposição da matéria orgânica: Durante a decomposição há liberação de 
elementos ácidos. 
- Chuva ácida: Mistura de vapor de água e gases emanados pelas indústrias, 
que podem gerar acidez ao solo. 
- Aplicação de fertilizantes: Todos fertilizantes contendo nitrogênio na forma de 
amônio conferem acidez ao solo, pois ocorre uma reação Biosintética no solo 
que converte o amônio em nitrato. 
- Remoção de bases pelas culturas. 
- Absorção iônica pelas plantas: Dentro da célula existe um equilíbrio de cargas 
(iônico) e a planta transfere um H+ para fora da célula, acidificando o solo. Já 
se a planta absorver um ânion, como o NO3- por exemplo, ela desequilibra e 
então transfere para fora da célula um OH-, alcalinizando o solo. Existem 
plantas acidificantes ou alcalinizadoras do solo. 
O nitrogênio é o principal nutriente que interfere nesse aspecto, devido a ser 
absorvido em maior quantidade. Para que entre ou saia algo da célula, a planta 
gasta energia, portanto para ela o ideal é que entre metade de NH4+ e metade 
de NO3- pois assim o balanço iônico será mantido sem que haja expulsão de 
nenhum íon e sem gasto de energia. 
A seguir, listaremos e detalharemos as principais causas do menor crescimento 
das plantas em solos ácidos e alcalinos: 
Solos Ácidos: 
a) Toxidez de H+, Mn2+ e Al3+ 
a. H+: 
i. Solos com pH<4,5 = Desloca o Ca2+ da plasmalema (a 
membrana fica quebradiça), 
ii. Redução da permeabilidade da membrana, 
iii. Redução do crescimento radicular, 
iv. Redução no crescimento e atividade de bactérias (Fixação 
de Nitrogênio) 
v. Obs: Para resolvermos este problema, podemos fornecer 
cálcio que vai compor novamente a membrana, 
16 
 
melhorando sua permeabilidade. O cálcio é fornecido ao 
cálcio através dacalagem. 
b. Mn2+: 
i. Solos ácidos, ricos em Mn2+, 
ii. Sintomas na parte aérea da planta, 
iii. Folhas encarquilhadas (enroladas; diminuindo a atividade 
fotossintética e causando problemas à planta). 
c. Al3+ 
i. Extremamente importante para a saúde da parte aérea e 
radicular, 
ii. Elevado potencial fitotóxico, 
iii. É o grande problema de nossos solos, 
iv. O Al3+ impede a duplicação do DNA, não havendo 
crescimento da raiz e, com isso, causando problemas de 
absorção de água e nutrientes, 
v. Principais danos devido à alta concentração de alumínio no 
sistema radicular são: raízes curtas e grossas, menor 
proliferação de raiz, redução na absorção de água e 
nutrientes, redução na síntese de reguladores de 
crescimento, 
vi. Principais danos devido à alta concentração de alumínio na 
parte aérea são: redução no crescimento da planta, 
sintomas semelhantes a deficiência de cálcio e fósforo. 
 
b) Baixa disponibilidade de nutrientes – Efeito do pH na disponibilidade de 
nutrientes. 
c) Baixa eficiência no aproveitamento de fertilizantes – Maior eficiência de 
absorção pelas plantas: pH 6,0 – 7,0. 
d) Baixa atividade biológica: 
e) Microorganismos muito sensíveis a acidez (Exemplo: Bactérias fixadoras 
de nitrogênio), 
f) Menor mineralização da matéria orgânica, 
g) Menor fixação de nitrogênio. 
 
Solos alcalinos: 
a) Material de origem (solo) rico em bases, como por exemplo rochas 
calcárias, 
b) Uso excessivo de corretivos agrícolas, 
c) Baixa disponibilidade de microorganismos catiônicos (Ferro, manganês, 
cobre, zinco) 
 
 
4.1. Poder Tampão do Solo 
A capacidade ou poder tampão de um determinado solo é a resistência deste 
solo em variar o pH quando tratado com ácido ou base. Quanto maior a acidez 
potencial, maior será o poder tampão do solo. Com isso, solos argilosos ou 
17 
 
solos com maior teor de matéria orgânica possuem maior poder tampão do que 
solos mais arenosos ou solos com menor teor de matéria orgânica. 
Exemplo: Se for adicionado a um determinado solo quantidades crescentes de 
calcário e medido o pH resultante após a reação do corretivo, o que podemos 
concluir é que as curvas de neutralização são bem distintas. Em um solo 
arenoso, ou seja, com menor poder tampão, uma pequena dose de calcário já 
provoca um considerável aumento no pH do solo. Por outro lado, em um solo 
argiloso e com alto teor de matéria orgânica, ou seja, com maior poder tampão, 
é necessário altas doses de calcário para que haja uma pequena mudança no 
pH do solo. 
Como enfatizado, quanto menor o poder tampão do solo, menor será a dose de 
calcário para se atingir o pH desejado. Porém, menor também será o espaço 
de tempo entre uma amostragem e outra, pois o processo de acidificação 
ocorre mais rapidamente, havendo, portanto, necessidade de calagens mais 
freqüentes. 
 
Gráfico 1: Comparativo do Poder Tampão do solo arenoso e argiloso. 
5. Gessagem 
O gesso agrícola é um corretivo de acidez utilizado na camada mais profunda 
do solo, no intervalo de 20 a 40 cm, utilizado com basicamente dois objetivos, 
sendo um deles o fornecimento de cálcio e enxofre ao solo e, por último, a 
neutralização da atividade do Alumínio na solução do solo. É um sub-produto 
da indústria de fertilizantes fosfatados concentrados e contém cerca de 20% de 
cálcio, 15% de enxofre, 0,7% de P2O5 e 0,6% de flúor. Como conseqüência, a 
aplicação deste corretivo resulta em raízes mais profundas da cultura plantada 
no solo corrigido, maior absorção de água e nutrientes, maior resistência à 
seca (principalmente pelo aumento considerável de tamanho das raízes, 
possibilitando a absorção de água em porções de terra antes inalcançáveis) e 
maior produtividade em anos ruins (na cultura do café, por exemplo, em que, 
1
2
4
8
16
0,25 0,5 1 2 4 8 16 32
Poder Tampão
Solo Arenoso x Solo Argiloso
Solo Arenoso
Solo Argiloso
Kg de Calcário 
18 
 
geralmente, tem-se um ano agrícola de muita produção e o ano seguinte com 
uma produção média; O gesso tende a minimizar esta diferença de produção). 
O papel do flúor é importante na diminuição da atividade do Alumínio em 
solução, devido a formação de fluoreto de alumínio. 
Gesso agrícola = CaSO4 . 2H20 
*O ideal ao utilizarmos o gesso é aplicarmos juntamente com o calcário, porém, 
como o gesso pode ter até 20% a mais de umidade do que o calcário é 
extremamente difícil misturarmos os dois componentes. Diante deste fato, 
aplicamos o gesso após o calcário, pois com o aumento da CTC – Capacidade 
de Troca de Cátions e incorporação de magnésio a partir da aplicação do 
calcário, a quantidade de Magnésio lixiviado será menor. 
 
*Cálculo da necessidade de gesso: 
- NG (Necessidade de Gesso) em Kg/ha = 25 x % de argila (Camada de 20cm) 
- NG (Necessidade de Gesso) em Kg/ha = 2 x (25 x % de argila) (Camada de 
40cm) 
- NG (Necessidade de Gesso) em Kg/ha = 4 x (25 x % de argila) (Camada de 
60cm) 
Este cálculo de necessidade de gesso é o mais aceito dentre as instituições de 
pesquisa e órgãos especialistas em fertilidade do solo. A % de argila presente 
na fórmula é identificada na análise de solo feita em laboratório credenciado, e 
o resultado da equação trata-se da quantidade de gesso a ser aplicada em Kg 
por hectare. Com relação às camadas, na primeira equação, temos a 
quantidade necessária de gesso para corrigirmos uma camada de 0-20 cm. Na 
segunda fórmula, a quantidade de gesso a ser aplicada corrige uma camada de 
0-40cm, e assim por diante. 
Em resumo, para utilizarmos gesso, precisamos de uma análise do solo de 
uma camada abaixo de 20 cm, a planta em questão deve ter raiz profunda (> 
de 20 cm), quando for confirmado na análise que o solo está com alto teor de 
alumínio na sub-superfície ou baixo teor de cálcio. 
6. Calagem 
A grande maioria dos solos brasileiros apresenta pH menor que 5,5, ou seja, 
ácido; o que dificulta muito a obtenção de produtividades adequadas de 
qualquer cultura. A calagem é a principal prática para se corrigir o pH do solo, 
mostrando-se a maneira mais fácil, prática e economicamente viável. 
Basicamente, o sucesso da calagem depende de três fatores: características 
do corretivo utilizado (pureza, qualidade), dose do corretivo utilizada (a partir do 
cálculo correto, tendo como base a análise de solo realizado por instituição 
credenciada) e forma e época de aplicação do corretivo. Um detalhe muito 
importante na aplicação da calagem e um fator determinante de sucesso é a 
aplicação deste corretivo pelo menos 90 dias antes do plantio da cultura em 
questão. 
19 
 
A solubilidade em água dos corretivos em geral, principalmente dos calcários, é 
baixa. Por isso, o efeito da ação neutralizante não se propaga a grandes 
distâncias, tanto verticalmente quanto horizontalmente no solo. Assim, o fator 
água também representa um risco para o sucesso ou não da aplicação, 
portanto, é necessário o acompanhamento das condições climáticas do solo 
onde o calcário foi aplicado, já que a água é responsável pelas reações do 
calcário e liberação dos nutrientes para a forma iônica. 
Na implantação de lavouras, é necessária a aplicação dos corretivos a lanço, 
com distribuição o mais uniforme possível. Em áreas pequenas, como hortas 
por exemplo, o corretivo pode ser espalhado manualmente. Em grandes áreas, 
a distribuição é feita por maquinário especializado ou adubadoras a lanço. A 
melhor incorporação do calcário é conseguida com gradagem seguida de 
aração e outra gradagem. A primeira gradagem melhora a distribuição e faz 
uma pré-incorporação mais superficial. Logo depois, a aração promove a 
incorporação em maiores profundidades. Se fizermos apenas uma aração 
depois da aplicação do calcário, teremos como resultado uma boa 
incorporação vertical, porém bastante deficiente na posição vertical. No caso 
deaplicação de grandes quantidades de corretivo, acima de 4 
toneladas/hectare, pode-se distribuir metade da dose de calcário antes da 
aração e metade após a aração e antes de gradear. 
No caso de implantação do sistema de plantio direto, pode ser necessária a 
realização de uma calagem muito bem feita, uso de doses mais elevada, 
incorporada à maior profundidade possível e utilizando um calcário de 
granulometria mais grosseira para prolongarmos o efeito residual. Isso 
acontece pois o sistema de plantio direto utiliza como processo padrão o não 
revolvimento do solo, sendo necessário esta aplicação muito bem feita e em 
quantidades maiores. 
No Brasil, é evidente o quanto os agricultores valorizam muito mais a prática da 
adubação do que da calagem. É um grande engano, pois, a prática da calagem 
apresenta uma série de benefícios, inclusive, ao corrigirmos a acidez do solo, 
aumenta-se a eficiência dos fertilizantes, conseqüentemente, aumentando o 
retorno econômico da adubação. 
Dentre os benefícios de uma correta prática da calagem, destaca-se: 
- Diminuição da toxidez de H+, Al3+ e Mn2+ 
- Aumento da mineralização da matéria orgânica (Aumenta o pH, aumenta a 
atividade dos microorganismos e, portanto, a decomposição da matéria 
orgânica), conseqüentemente aumentando a disponibilidade de nutrientes, 
dentre eles nitrogênio, enxofre, fósforo e boro. 
- Aumento da disponibilidade de cálcio e magnésio, por adição direta ao solo. 
- Aumento da disponibilidade de fósforo e molibdênio, presentes em formas 
fixadas e de menor disponibilidade no solo ácido. 
- Aumento da fixação não simbiótica e simbiótica do N2 (Teremos um capítulo 
sobre este assunto durante nosso curso). 
20 
 
- Aumento da atividade também de bactérias nitrificadoras. 
- Aumento da Capacidade de Troca de Cátions do solo, reduzindo problemas 
de salinidade e de lixiviação de cátions. 
- Aumento da eficiência da adubação. 
6.1. Características dos Corretivos 
 
6.1.1. Natureza Química 
 
a) Calcário 
É o corretivo mais indicado e o mais utilizado na prática da calagem. Todo 
calcário é, relativamente, rico em cálcio, porém nem todos apresentam teor 
adequado de magnésio. Os calcários são classificados em: 
- Calcário calcítico: possui a menor concentração de magnésio dos três 
tipos de calcário. 
- Calcário magnesiano: possui concentração mediana de magnésio. 
- Calcário dolomítico: possui a maior concentração de magnésio dos três 
tipos de calcário. 
b) Óxidos 
Em termos práticos, a cal virgem agrícola representa o principal tipo de 
óxido usado na calagem. A cal é obtida pela queima ou calcinação 
completa do calcário. Apesar de ser corretivo de ação imediata, o que é 
vantajoso quando se deseja rápida neutralização, seu uso pode ser 
problemático, merecendo certos cuidados. O calor gerado pode danificar 
sementes, plântulas e microorganismos. 
c) Outros 
Temos também os hidróxidos (Cal Hidratada) e Escórias de Siderurgia 
(Silicatos e óxidos de cálcio e magnésio) como possíveis corretivos, porém 
não são tão utilizados como os dois primeiros citados acima. 
6.2. Poder de Neutralização 
Consiste na quantidade de ácido que o calcário consegue neutralizar. 
Sempre quando formos comprar qualquer quantidade de calcário, 
precisamos perguntar qual é o PRNT (Poder Relativo de Neutralização 
Total). Pela legislação atual, o calcário não pode ser vendido com PRNT 
menor que 45%. 
No cálculo da necessidade de calagem, em todo e qualquer método 
utilizado no Brasil, está implícito o uso de um calcário com PRNT = 100%. 
Mas, na prática, o calcário adquirido pelo agricultor raramente apresenta 
este valor. Assim sendo, é preciso fazer a devida correção, segundo a 
fórmula abaixo: 
21 
 
Quantidade a aplicar de calcário = (Necessidade de Calagem x 100)/PRNT. 
Assim, como exemplo, se a partir do cálculo de necessidade de calagem 
achamos o valor de 3,0 toneladas/hectare e o PRNT do calcário = 63, a 
quantidade a aplicar seria: 
Quantidade a aplicar de calcário = (3,0 x 100)/63 = 4,76 toneladas de 
calcário/hectare. 
6.2.1. Granulometria 
A ação neutralizante ou eficiência dos corretivos também depende do 
tamanho das partículas, pois a velocidade da reação depende da área 
superficial de contato da partícula com o solo. Quanto menor a partícula, 
maior é a velocidade de reação. Nos calcários, o fator granulometria é 
muito importante, pois o tamanho da partícula é variável. 
Para medirmos o quanto o corretivo é efetivo, utilizamos um indicador 
chamado ER - Eficiência Relativa, que consiste na quantidade de calcário 
que reage em solo em até 90 dias: 
ER = (A x 0,2) + (B x 0,6) + (C x 1,0) 
Onde: 
A = % de partículas de 0,84-2,0mm 
B = % de partículas de 0,30-0,84mm 
C = % de partículas < 0,30mm 
Quando acharmos o Indicador Eficiência Relativa, acharemos um número 
de 0 a 100. Suponhamos que seja 90. Posso concluir que 90% das 
partículas reagem no solo num período de 3 meses (90 dias), ficando um 
resíduo de 10% das partículas para reação este período. As partículas 
entre 0,84-2mm necessitam de tempo maior que 60 meses para reação 
completa (Tedesco, et al., 1988 ), ou seja, quando menor a granulometria, 
mais rapidamente a reação do calcário acontece. 
6.2.2. Cálculo da Necessidade de Calagem 
Temos três métodos para calcularmos a necessidade de calagem de um 
solo, porém o mais utilizado é o método da saturação por bases: 
Necessidade de Calagem em ton/ha = ( V2 – V1 ) x T 
 ------------------ 
 100 
 Onde: 
V1 = Saturação por bases natural do solo (Calcula-se pela fórmula descrita 
no capítulo 2.4, letra d) 
 V2 = Saturação por bases que a planta deseja 
22 
 
T = SB + H + Al, sendo SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ 
ou 
T = t + H+ 
*Para acharmos o valor correto da calagem, já com o PRNT corrigido, a 
única mudança é trocar o valor 100 da divisão pela porcentagem de PRNT 
que o calcário se encontra. 
 *Segue logo abaixo a tabela para checagem dos valores V1 e V2 
 
Cultura V2% Cultura V2% Cultura V2% Cultura V2% 
Abacaxi 50 Café 60 Mamão 80 Gramados 70 
Abóbora, 
moranga, 
pepino, 
melancia e 
alface 
70 Cana-de-
açúcar 60 Mamona 60 
Guandu 40 
Alfafa 60 Capim 
andropogon 40 Mandioca 40 Leucena 60 
Algodão 60 
Capim 
elefante, 
coast-cross e 
tifton 
50 Manga e 
abacate 60 
Soja, feijão 
e outras 
leguminosas 50 
Alho e 
cebola 70 Capim gordura 40 Melancia 70 
Tomate, 
pimentão, 
jiló 70 
Amendoim 70 Capim Jaraguá 45 Melão 80 Trigo 50 
Arroz 50 Cenoura e beterraba 65 
Milho, sorgo 
e trigo 50 Videira 80 
Banana 70 Chá 40 Milho verde 60 
Batata e 
batata-doce 60 Citros 70 Morango 70 
Brachiaria 
brizantha 45 
Repolho, 
couve, brócolis 
e couve-flor 
70 Plantas 
ornamentais 60-70 
Brachiaria 
decumbens 40 Crisântemo 70 Roseira 70 
Cacau 50 Eucalipto 30 Seringueira 50 
Tabela 1: Verificação do índice V2 para culturas. 
7. Análise do Solo 
Infelizmente uma grande parte de agricultores e profissionais do agronegócio 
ainda não entenderam o quanto a análise do solo é importante. A tomada de 
decisão sobre o quanto e o quê aplicar na lavoura não é baseada em números 
e em fatos e dados, mas sim em sentimento. O ponto de partida para uma 
correta avaliação da fertilidade do solo é a análise da amostra representativa 
23 
 
do solo. Esta prática é indispensável quando se pensa em efetivamente 
aumentar a produtividade das mais diversas culturas e, além disso, economizar 
na aplicação de corretivos e fertilizantes, já que saberemos quanto aplicar em 
cada porção de terra. 
O processo de análise química do solo pode ser dividido em três etapas, que 
serão explicadas a seguir detalhadamente: 
7.1. Amostragem do Solo 
A amostragemdo solo para avaliação da fertilidade é a parte mais crítica de 
todo o processo de análise de um solo, já que uma pequena porção de terra 
representará alguns hectares, impossibilitando a correção daquela análise se a 
amostra não estiver bem representativa. Apesar de a amostragem do solo ser 
extremamente simples, é necessário conduzi-la da maneira mais criteriosa 
possível, visto que os solos são naturalmente heterogêneos. Em uma única 
propriedade agrícola podemos ter diferentes tipos de solo, sob os mais 
variados aspectos. Na definição de cada área homogenia da fazenda utiliza-se 
características do solo, tais como: cor, textura, topografia, vegetação natural, 
drenagem e manejo de lavouras anteriores. Não se recomenda considerar uma 
área homogênea uma área maios em extensão que 10 hectares. 
Existem dois tipos de amostras. A amostra simples, que é coletada em vários 
pontos de uma mesma área homogênea, retirada de maneira que o coletor 
ande em zig-zag, para que a amostragem seja a mais representativa e real 
possível. E, por último, a amostra composta, obtida a partir da mistura das 
amostras simples. A amostra composta, pesando cerca de 300 gramas que 
deverá ser enviada para o laboratório credenciado. Um dado importante é que, 
cada amostra composta, em uma mesma profundidade, deve ser obtida a partir 
da mistura de 15 a 20 amostras simples. Como ferramentas para retirarmos as 
amostras, é de comum utilização o trado ou uma enxada. 
A CFSEMG (1999) recomenda, não se retirar amostras próximas a casas, 
brejos, voçorocas, árvores, sulcos de erosão, formigueiro e caminhos de 
pedestres. As amostras não devem ser colocadas em recipientes usados ou 
sujos, tanto durante o processo de coleta de amostras simples quanto para 
envio da amostra composta ao laboratório. O local de retirada de cada amostra 
simples deve ser limpo, não deixando restos de plantas, sem, contudo, revirar o 
solo. 
O conhecimento do solo apenas até 20 cm de profundidade (camada arável) é 
muito limitado para avaliar corretamente a fertilidade do solo, tanto para 
culturas perenes quanto para culturas anuais, já que as raízes das plantas 
exploram o solo em profundidades muito maiores. Principalmente em culturas 
perenes, é indispensável a amostragem da camada 20-40 cm e, em alguns 
casos, também a camada 40-60 cm. Na implantação do sistema plantio direto, 
visando ao correto manejo da fertilidade em termos de correção da acidez sub-
superficial, a amostragem além da camada de 0-20 cm torna-se mandatória. 
 
24 
 
7.2. Análise em Laboratório 
Uma análise completa para avaliação da fertilidade do solo deve incluir as 
seguintes determinações: pH, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, 
zinco, manganês, cobre, ferro, boro, alumínio, hidrogênio mais alumínio, teor 
de matéria orgânica e análise granulométrica (textura do solo). 
A determinação da porcentagem de areia, silte e argila (análise granulométrica) 
é de grande importância para a avaliação da fertilidade do solo. Entretanto, 
esta análise é feita apenas uma única vez, ou seja, não há necessidade de 
repetição da análise textural sempre que for feita a análise química da área. 
Abaixo, citaremos algumas vantagens da análise química do solo: 
a- Permitir predizer com antecedência a necessidade de corretivos e fertilizantes 
b- Simplicidade e rapidez 
c- Baixo custo para a agricultura 
Abaixo, estão citadas as etapas do processo de análise química do solo, 
apenas para relembrarmos o que foi dito anteriormente: 
1- Amostragem do solo 
2- Preparo da amostra 
3- Processos laboratoriais 
4- Interpretação dos resultados 
5- Recomendação de corretivos e fertilizantes 
Existem alguns nutrientes que não são contabilizados na análise de solo, que 
são: 
a- Nitrogênio: Praticamente 98% do nitrogênio está na matéria orgânica, portanto 
quando fazemos a análise de matéria orgânica, de certa maneira estamos 
fazendo a análise de N. 
b- Molibdênio: É o micronutriente menos exigido pelas plantas. No caso do feijão, 
por exemplo, que representa uma cultura exigente neste micronutriente, é 
aplicado uma quantidade de molibdênio via semente. 
c- Cloro: O principal fertilizante de potássio é o cloreto de potássio, por isso, 
quando colocamos potássio estamos indiretamente colocando cloro. 
d- Níquel: É um micronutriente descoberto recentemente e por isso não há muitas 
informações sobre o mesmo. 
 
8. Nitrogênio no solo 
 
8.1. Considerações Iniciais 
Não existe nitrogênio associado a fase sólida do solo, pois ele está presente na 
matéria orgânica do solo. Portanto, um solo pobre em matéria orgânica, 
conseqüentemente, apresentará baixo teor de nitrogênio. 
A mobilidade do nitrogênio pode ser de duas maneiras distintas. A primeira 
delas é a perda do nitrogênio por lixiviação, ou seja, uma mobilidade para 
baixo, em que o nutriente é perdido pela ação da água. A segunda é a 
mobilidade para cima, em que o nitrogênio é perdido para a atmosfera 
25 
 
terrestre, por ser um nutriente muito volátil. Para movimentar-se tanto para 
baixo, quanto para cima, é chamado nutriente com Dinâmica Complexa. 
O nitrogênio tem um efeito residual (o quanto o nutriente ainda fica disponível 
depois de aplicado no solo) muito pequeno devido a Dinâmica Complexa e, por 
isso, deve ser aplicado anualmente. Através de milhares de estudos e 
pesquisas, concluíram que este nutriente é o mais absorvido pelas plantas, 
sinalizando a importância da aplicação do mesmo na dosagem correta. 
8.2. Ciclo e Formas de Nitrogênio no Solo 
 
Figura 5: Ciclo do nitrogênio. 
Basicamente, o que acontece no ciclo do nitrogênio é a fixação do nitrogênio. 
As leguminosas são capazes, através de uma bactéria chamada Rhizobium, de 
fixar o nitrogênio presente no ar atmosférico e transformá-lo em nitrogênio 
orgânico. Um exemplo de leguminosa amplamente plantada no Brasil é a soja. 
Esta cultura, por ser leguminosa exige pouco fertilizante a base de nitrogênio, 
já que o nutriente se torna disponível através do ar. 
Como visto no capítulo 7.1, o nitrogênio está associado a matéria orgânica e 
não a fase sólida do solo. Porém, uma pequena porcentagem de N está 
presente na solução do solo, na forma ionizada, disponível para absorção pelas 
raízes das plantas. De acordo com diversas pesquisas, dos 100% de N 
presentes no solo, 96% é N Orgânico (Associado a matéria orgânica) e apenas 
4% é N Mineral (Disponível para a planta, presente na solução do solo na 
forma ionizada). 
Para aumentar a mineralização da matéria orgânica, aumentando o N Mineral, 
podemos fazer a prática da calagem ou aragem/gradagem. Porém, é 
necessário muito cuidado na aração e gradagem, pois essa aceleração da 
disponibilidade de N diminui a porção de N Orgânico. Uma assistência técnica 
ou consultoria por profissionais do agronegócio é indispensável. 
Portanto, somente revisando os últimos dois capítulos, podemos perder 
nitrogênio do solo por três maneiras distintas, as quais devem ser levadas em 
conta para a eficiência na aplicação e utilização do nutriente pela planta: 
26 
 
1- Lixiviação: Perdida pela ação da água, 
2- Imobilização: Passagem do N Mineral (disponível para as plantas) para 
o N Orgânico (indisponível para as plantas), 
3- Volatilização: Fluxo de formas gasosas de N do solo para a atmosfera. 
 
8.3. Fontes Minerais de Nitrogênio 
 
a- NH3 + H2SO4 = (NH4)2SO4- = Sulfato de amônio (Contém 20% de 
nitrogênio, ou seja, de 100 kg de fertilizante de Sulfato de amônio, 20 Kg 
são de nitrogênio. Contém 25% de enxofre – S – ou seja, de 100 kg de 
fertilizante de Sulfato de amônio, 25 Kg são de enxofre). É um fertilizante 
de alta estabilidade química, porém sua grande desvantagem é o poder 
de acidificação. Todavia, para solos mais alcalinos (pH maior do que 
7,0), o sulfato de amônio pode ser indicado para abaixar o pH. Outradesvantagem deste fertilizante é pelo seu baixo teor de nitrogênio 
(N=20%), o que aumenta muito o custo de transporte e, 
conseqüentemente, o seu custo efetivo. 
b- NH3 + CO2 = CO(NH2)2 = Uréia (Contém 45% de nitrogênio, ou seja, 
de 100 kg de fertilizante Uréia, 45 Kg são de nitrogênio). A uréia é um 
fertilizante mineral muito singular, pois apesar de ser composto orgânico, 
apresenta todas as características de um fertilizante mineral. A uréia não 
deve ser aplicada e deixada na superfície do solo, sendo mais indicado 
a incorporação (a pelo menos 3 cm da superfície do solo) deste 
fertilizante ou promover uma lixiviação deste por meio da irrigação (ou 
esperar que uma chuva se aproxime 1 a 4 dias depois que o fertilizante 
for aplicado). Como possui 45% de nitrogênio é uma alternativa muito 
importante para diluirmos o custo do transporte. Além disso, é um 
fertilizante com baixo poder de corrosão, o que viabiliza a utilização do 
mesmo para fertirrigação. Dentre os pontos negativos, aponto 
principalmente a presença apenas de nitrogênio, alto poder de 
acidificação do solo e fitotoxidez a sementes e plantas (se aplicado em 
contato com estes organismos). 
c- NH3 + HNO3 = NH4NO3 = Nitrato de Amônio (Contém 33% de nitrogênio, 
ou seja, de 100 kg de fertilizante Nitrato de Amônio, 33 Kg são de 
nitrogênio). Este fertilizante apresenta 33% de N sendo metade na forma 
nítrica e metade na forma amoniacal. Em solos com baixa taxa de 
nitrificação, ou seja, solos com pH menor que 6,0 e solo arenoso com 
baixo teor de matéria orgânica, é uma excelente fonte. As principais 
desvantagens deste fertilizante são: alta higroscopicidade (potencial de 
se absorver água), alto índice salino e, quando em contato com 
compostos carbônicos (Ex: Óleo Diesel), forma mistura explosiva. 
d- Nitrato de Amônio + Calcário = Nitrocálcio (Fertilizante um pouco mais 
caro que os citados anteriormente). É um excelente fertilizante do ponto 
de vista químico, por apresentar de 20 a 25% de N, com iguais 
proporções de amônio e nitrato, cerca de 6% de CaO e 4% de MgO e 
por não acidificar o solo. Entretanto, apresenta os mesmos problemas 
de higroscopicidade (potencial de se absorver água) do nitrato de 
amônio. 
 
 
27 
 
8.4. Fatores que Regulam o Teor de N no Solo 
Estudaremos neste capítulo alguns fatores que são reguladores de N no solo e, 
portanto, são muito importantes serem levados em consideração durante todo 
o processo de adubação e preparo de solo: 
1- Matéria orgânica: Quanto mais matéria orgânica presente no solo, 
conseqüentemente, mais nitrogênio, portanto menor a dose deste 
nutriente a ser aplicada. 
2- Temperatura média: Quanto mais fria é a temperatura média da região, 
menor é a taxa de mineralização e decomposição da matéria orgânica e, 
portanto, maior é a quantidade de matéria orgânica e de nitrogênio no 
solo. 
3- Sistema de preparo de solo: Como o sistema de plantio direto consiste 
no não revolvimento do solo, a conservação da matéria orgânica é maior 
que no sistema de plantio convencional. É preciso muito cuidado nas 
práticas de aração e gradagem para não afetarmos a matéria orgânica 
do solo. 
4- Sistema de cultivo: Em muitas regiões podemos perceber o monocultivo 
em uma determinada área, ou seja, uma seqüência de safras apenas 
com uma cultura. Esta prática não é recomendável. É necessária uma 
rotação de culturas em uma mesma porção de terra, para reciclagem de 
nutrientes, conservação da matéria orgânica, liberação de nitrogênio por 
palhada da cultura anterior (principalmente se for leguminosa). 
5- Teor de argila 
Concluindo, a definição da dose de N depende do teor de matéria orgânica 
presente no solo, da produtividade esperada daquela certa cultura, do teor de 
N Mineral (disponível para a planta) presente no solo, pelo teor de N na folha 
(encontrado após análise foliar, é utilizado em grande escala em culturas 
perenes como café e citrus) e, por último, pelo histórico de adubação e plantios 
da área. 
9. Fósforo no Solo 
 
9.1. Considerações Iniciais 
Antes de começarmos a falar propriamente do fósforo, segue abaixo uma lista 
com os principais problemas dos solos brasileiros: 
1- Acidez 
2- FÓSFORO 
3- Nitrogênio, Matéria Orgânica 
4- Micronutrientes 
O fósforo é o macronutriente exigido em menor quantidade pelas plantas e, por 
outro lado, os fertilizantes fosfatados são os mais aplicados do país. Por que 
existe esta divergência? Pois os solos brasileiros têm muita capacidade de 
fixar fósforo. A partir daí, o fósforo que se encontra fixado não está disponível 
para as plantas. 
28 
 
Os solos do Brasil possuem uma baixa disponibilidade natural de fósforo. Isso 
ocorre devido à forte interação que há entre os minerais de argila e o fósforo 
disponível no solo. Trata-se de ligação do tipo covalente de alta energia, como 
já vista anteriormente como um tipo de ligação extremamente forte. Esta 
ligação é, muitas vezes, irreversível. A este fenômeno dá o nome de fixação de 
fósforo. 
O Ciclo de Fixação do fósforo e as diferentes nomenclaturas para cada tipo de 
fósforo presente no solo estão bem exemplificados no esquema apresentado 
abaixo: 
 
Esquema 1: Ciclo de Fixação do Fósforo. 
a- O Fósforo orgânico não é fixado, e sim um fósforo de alta 
disponibilidade. 
b- Fósforo Ativo ou Fósforo Lábil é o que está na parte mineral, mas que, 
para manter o equilíbrio da solução pode ficar disponível. Porém, logo 
depois de ativo, este nutriente é convertido em Estável, ou seja, não lábil 
e não disponível para a planta. 
c- A manutenção da matéria orgânica do solo faz com que se aumente a 
quantidade de P na parte orgânica e diminua na parte não lábil (estável). 
Isto é muito importante, pois na forma orgânica o fósforo estará 
disponível mais rapidamente. 
 
9.2. Fontes Minerais de Fósforo 
 
1- FNB – Rocha in natura: São muito pouco utilizados. Os fosfatos 
brasileiros como fosfato de Araxá e fosfato de Patos de Minas são 
constituídos basicamente de um material pouco solúvel em água, sendo 
assim de baixa eficiência agronômica. Os fosfatos naturais brasileiros 
nunca devem ser utilizados em adubações de plantio de culturas anuais 
por esta ineficiência agronômica. 
2- Superfostato Simples: É a mistura de fosfato monocálcico com gesso, 
assim, uma fosfatagem corretiva com este fertilizante promove 
indiretamente uma gessagem. (Contém 20% de fósforo, ou seja, de 100 
kg de fertilizante Superfostato Simples, 20 Kg são de fósforo). Além do 
fósforo, este fertilizante também contém 12% de enxofre e 26% de 
cálcio. 
3- Superfosfato Triplo: Assim como o superfosfato simples, este também 
acompanha o gesso, porém a concentração sobe para 45% de fósforo 
29 
 
(Contém 45% de fósforo, ou seja, de 100 kg de fertilizante Superfostato 
Triplo, 45 Kg são de fósforo). Este fertilizante apresenta desvantagem 
pelo teor de cálcio ser menor que o superfosfato simples e não conter 
gesso em sua fórmula. 
4- Termofosfatos: Os termofostatos são obtidos por tratamento térmico de 
rochas fosfatadas em misturas com silicatos de magnésio. No processo 
de fusão podem ainda ser misturadas fontes de micronutrientes, 
obtendo-se, neste caso, um fertilizante enriquecido com os mesmos. 
Este fertilizante têm cerca de 16% de fósforo, cerca de 26% de cálcio e 
15% de magnésio. Por isso, são muito recomendados para fosfatagem 
corretiva em solos levemente ácidos. 
5- Fosfatos de Amônio: São fertilizantes obtidos pela reação da amônia 
com ácido fosfórico, produzindo o monoamônio fosfato (MAP) ou o 
diamônio fosfato (DAP). A utilização de ambos fertilizantes tem 
aumentado muito nos últimos anos. Além disso, pela total solubilidade 
em água, são utilizados para fertilizantes fluidos, fertirrigação, hidroponia 
e adubação foliar. Ambos podem ser utilizados no plantio, todavia deve-
se tomar muitocuidado com a aplicação do DAP em solos de pH muito 
elevado, pois a amônia formada é tóxica para sementes e plântulas 
a. MAP = 11% N; 55% P205 (De 100 Kg de fertilizante MAP, 11 Kg 
são de nitrogênio e 55 Kg são de fósforo); 
b. DAP = 18% N; 53% P205 (De 100 Kg de fertilizante DAP, 18 Kg 
são de nitrogênio e 53 Kg são de fósforo. 
 
9.3. Fatores que Regulam a Fixação de Fósforo 
Estudaremos neste capítulo alguns fatores que são reguladores de N no solo e, 
portanto, são muito importantes serem levados em consideração durante todo 
o processo de adubação e preparo de solo: 
1- pH baixo: Um pH por volta de 6,5 é o ideal para menor fixação do 
fósforo, 
2- Solos com maior teor de argila: Quanto mais argila, maior a fixação do 
fósforo pelo solo, 
3- Teor de matéria orgânica: A matéria orgânica se liga a óxidos de ferro e 
óxidos de alumínio ocorrendo um bloqueio dos sítios de fixação do 
fósforo. 
O fósforo tende a ser o nutriente que mais limita a produção vegetal no Brasil, 
sendo que a baixa quantidade aplicada desse nutriente aliado a um baixo nível 
tecnológico na propriedade rural se torna um grande desafio para os 
produtores. Uma vez satisfeita toda a demanda do solo por fósforo, as 
quantidades a serem aplicadas são, praticamente, para atender a exigência da 
planta. Mesmo que o teor de fósforo seja alto em um determinado solo e a 
demanda deste nutriente esteja devidamente suprida, é importantíssimo a 
aplicação localizada no sulco ou cova de plantio de uma pequena dose de 
fósforo, o que promove um crescimento vigoroso das raízes. Tal padrão de 
crescimento pode ser vital para uma maior produtividade, principalmente em 
regiões com ocorrência de veranicos. 
 
30 
 
9.4. Fósforo Remanescente 
O Fósforo Remanescente ou P-rem é um indicador de fósforo na forma 
disponível para a planta, portanto, quanto maior é este índice, mais fósforo está 
disponível naquele solo. É calculado a partir de agitação do material em 
laboratório e a determinação do fósforo sobrenadante após esta agitação. 
Segue logo abaixo algumas considerações importantes deste índice: 
a- Solos mais argilosos fixam mais fósforo, como já visto nos capítulos 
anteriores. Portanto seu P-rem é menor que o de um solo arenoso. 
b- É um indicador da capacidade tampão de fixação de fósforo e interpreta 
muito bem a disponibilidade deste nutriente no solo, sendo o principal 
fator comparativo em uma análise de solo em mãos. 
c- Quanto maior o P-rem, menor é o poder tampão e, conseqüentemente, 
menor também é a dose a ser aplicada de fósforo. 
 
10. Potássio no Solo 
Este nutriente é o segundo requerido em maior quantidade pelas plantas em 
geral. É chamado de nutriente da qualidade, visto que uma planta bem nutrida 
em potássio resiste mais ao déficit hídrico, ao extremo de temperatura, ao 
ataque de pragas e doenças e tem maior durabilidade pós-colheita dos seus 
frutos e grãos. A principal fonte de potássio é pelo Cloreto de Potássio, 
fertilizante que possui o maior índice salino (é necessário cuidado com este 
índice salino pelos efeitos que podem ser gerados no solo). O Cloreto de 
Potássio possui 60% de K2O, ou seja, de 100 Kg de fertilizante Cloreto de 
Potássio, 60 Kg são de potássio). 
Formas no Solo: 
 
a- Solução: Está presente na solução do solo na forma ionizada (K+). Ele 
pode se interagir com Ca2+, Mg2+ e NH4+. A presença de qualquer um 
desses na solução do solo dificulta a absorção de K+ e vice-versa. O 
ideal é que eles estejam em solução nas suas porcentagens ideais da 
CTC para que se mantenha o equilíbrio. 
b- Trocável: É aquele absorvido na fase sólida por uma ligação 
eletrostática e que pode passar para a fase líquida. Este é o maior 
reservatório de K. 
c- Mineral: É o presente em materiais primários no solo e que, pelo 
intemperismo, pode passar para a solução do solo. Este é processo é 
extremamente lento. 
d- Lixiviado: É aquele que se movimenta no perfil do solo. É facilmente 
lixiviado, pois se encontra no final da série liotrópica (série vista no 
capítulo 2.4). 
 
*É muito comum, quando interpretamos uma análise de solo e necessitamos de 
aplicar potássio, que esta aplicação seja parcelada. A literatura aconselha este 
parcelamento quando se aplica mais de 60 Kg de K2O por hectare na forma de 
Cloreto de Potássio, principalmente se o solo for arenoso. Isto acontece porque 
31 
 
este nutriente é facilmente lixiviado e também pelo alto índice salino, que pode 
ser muito agressivo para o solo. 
*Existem duas culturas que não se deve utilizar o Cloreto de Potássio, que são 
o fumo e a batata. 
11. Cálcio no Solo 
É o terceiro nutriente mais requerido pelas plantas em geral. Existem espécies 
que são extremamente exigentes em cálcio, dentre elas: amendoim, batata, 
citrus e tomate. É um nutriente muito importante para o bom crescimento das 
raízes. 
Formas de cálcio no solo: 
a- Solução do solo: Está na forma ionizada de Ca2+, a forma que é 
absorvida pelas plantas. Existe uma interação no processo de absorção 
do Ca2+ com K+ e Mg2+. 
b- Trocável: Equivalente a 60-70% da Capacidade de Troca de Cátions. 
Corresponde ao Ca2+ da fase sólida que pode passar para a solução. 
c- Mineral: Em forma de anortita. 
d- Lixiviado: É lixiviado pelo solo, porém em menor intensidade por estar no 
começo da série liotrópica (série vista no capítulo 2.4). 
*As fontes de cálcio são as mais variadas possíveis, porém o calcário é o 
corretivo mais utilizado e o que possui maior concentração de cálcio. Pode ser 
encontrado também no gesso, superfosfato simples, superfosfato triplo, nitrato 
de cálcio e cloreto de cálcio. 
12. Magnésio no Solo 
Requerido em quantidade semelhante ao fósforo, o que equivale a uma 
concentração na planta de 0,2%. Existem espécies que são muito exigentes 
em magnésio, como citrus, milho e pastagens em geral. 
Formas de magnésio no solo: 
a- Solução do solo: Está na forma ionizada de Mg2+, a forma que é 
absorvida pelas plantas. Existe uma interação no processo de absorção 
do Ca2+ com K+ e Ca2+. 
b- Trocável: Equivalente a 10-20% da Capacidade de Troca de Cátions. 
Corresponde ao Mg2+ da fase sólida que pode passar para a solução. 
c- Mineral: Em forma de dolomita. 
d- Lixiviado: Lixivia mais do que o cálcio. 
*São poucas as fontes de magnésio, basicamente o calcário e o sulfato de 
magnésio. Outro indício de quanto o calcário é importante para uma boa 
fertilidade do solo, já que o sulfato de magnésio raramente é utilizado. Uma 
relação que devemos ficar muito atentos é a relação cálcio/magnésio, que deve 
ser de aproximadamente 4/1, ou seja, 4 porções de cálcio para uma de 
magnésio. 
 
32 
 
13. Enxofre no Solo 
Requerido em quantidades iguais a do fósforo, porém não é tão reativo quanto 
ele. As espécies que se destacam pela exigência em enxofre são o milho, a 
cana-de-açúcar e as leguminosas em geral. O enxofre está presente em 
grande parte na matéria orgânica do solo. 
Formas do enxofre no solo: 
a- Solução do Solo: Está presente na solução do solo na forma ionizada, 
na forma SO4-, porém existe uma interação no processo de absorção 
com Ca2+, K+ e Mg2+. 
b- Adsorvido: Retido nas cargas positivas da fase sólida do solo. 
c- Orgânico: Sabe-se que 90% do enxofre é ligado a matéria orgânica. 
d- Livixiado: É um nutriente facilmente lixiviado porque há o predomínio de 
cargas negativas (SO4-), podem-se formar pares iônicos, a ligação 
presente é eletrostática (ligação fraca) e a posição do íon na série 
liotrópica. 
*O pH influencia a lixiviação, pois quando aumentamos o pH do solo, 
aumentamos a densidade de cargas negativas, facilitando a lixiviação do 
enxofre. Uma das principais fonte de enxofre é o gesso, seguido por sulfato 
de amônio, supersimples, sulfato de magnésio e sulfato de potássio. Este 
nutriente é importantíssimo parao bom crescimento de raízes.

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