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ESTÁGIO BÁSICO III 
RELATÓRIO I - OBSERVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Daniela Elisabete Schneider 
Larissa Elisa Giacomelli 
Luciana Stangherlin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul, 2018 
2 
 
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL 
ÁREA DE CONHECIMENTO DAS HUMANIDADES 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO BÁSICO III 
RELATÓRIO I - OBSERVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito 
parcial para aprovação na disciplina de 
Psicodiagnóstico II, sob orientação da 
Prof. Eliana Andrade Lima Panozzo. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
Daniela Elisabete Schneider 
Larissa Elisa Giacomelli 
Luciana Stangherlin 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul, 2018 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL E DO GRUPO DE ALUNOS...................................4 
 1.1. BREVE APRESENTAÇÃO DO LOCAL..................................................................................4 
2. DADOS DA PRIMEIRA OBSERVAÇÃO......................................................................................5 
 2.1. DIAGRAMA..............................................................................................................................5 
 2.2. DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS..................................................................................................5 
 2.3. RELATO DA OBSERVAÇÃO..................................................................................................5 
 2.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS...............................................................................7 
 2.4.1. MECANISMOS DE DEFESA..............................................................................................7 
 2.4.2. ANSIEDADES.....................................................................................................................7 
 2.4.3. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR..........................................................7 
 2.4.4. PAPÉIS.................................................................................................................................8 
 2.4.5. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO........................................................................8 
3. DADOS DA SEGUNDA OBSERVAÇÃO......................................................................................9 
 3.1. DIAGRAMA..............................................................................................................................9 
 3.2. DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS..................................................................................................9 
 3.3. RELATO DA OBSERVAÇÃO..................................................................................................9 
 3.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS.............................................................................12 
 3.4.1. MECANISMOS DE DEFESA............................................................................................12 
 3.4.2. ANSIEDADES...................................................................................................................13 
 3.4.3. PAPÉIS...............................................................................................................................14 
 3.4.4. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR........................................................14 
 3.4.5. IDENTIFICAÇÕES............................................................................................................14 
 3.4.6. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO.......................................................................15 
4. DADOS DA TERCEIRA OBSERVAÇÃO....................................................................................16 
 4.1. DIAGRAMA............................................................................................................................16 
 4.2. DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS................................................................................................16 
 4.3. RELATO DA OBSERVAÇÃO................................................................................................16 
 4.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS.............................................................................20 
 4.4.1. MECANISMOS DE DEFESA............................................................................................20 
 4.4.2. ANSIEDADES...................................................................................................................20 
 4.4.3. PAPÉIS...............................................................................................................................21 
 4.4.4. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR........................................................21 
 4.4.6. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO.......................................................................22 
5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO..............................................................................................23 
 5.1. PRIMEIRA DINÂMICA – “CORES”......................................................................................23 
 5.2. SEGUNDA DINÂMICA – “CAIXA DO ESPELHO”..............................................................23 
 5.3. TERCEIRA DINÂMICA – “COMO EU SOU VISTO POR”..................................................24 
 5.4. ENTENDIMENTO FINAL......................................................................................................24 
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................26 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL E DO GRUPO DE ALUNOS 
 
O Cais Mental fica atualmente na rua Sinimbu, nº 2.231, segundo andar, Bairro Centro. Seu 
horário de funcionamento ao público é das 7h30 às 17h. O grupo de alunas da Universidade de Caxias 
do Sul (UCS), com integrantes, Daniela Elisabete Schneider, Larissa Elisa Giacomelli e Luciana 
Stangherlin. Com a finalidade de compreender e experienciar três observações de um grupo de pais 
do local, analisando os fenômenos do campo grupal e posteriormente realizando três propostas de 
intervenção para executar. 
 
1.1. BREVE APRESENTAÇÃO DO LOCAL 
 
O grupo de pais é um grupo aberto de orientação e apoio, que acontece nas segundas-feiras e 
quintas-feiras, das 13h30 às 15h. É um serviço disponível no Centro de Atenção Integral à Saúde 
Mental (Cais Mental), que é uma instituição de saúde no qual segundo a Prefeitura de Caxias do Sul, 
“É um ambulatório de saúde mental que presta atendimento psiquiátrico a crianças, adolescentes e 
adultos com transtorno mental e/ou sofrimento psíquico. Oferece também atendimento psicológico a 
crianças e adolescentes O acesso ao serviço ocorre por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).”. 
O grupo é destinado aos pacientes e familiares atendidos no ambulatório. 
O Cais Mental existe em Caxias do Sul há 23 anos, porém esse grupo no qual iremos focar, 
existe há 13 anos, sendo coordenado por uma psicóloga. Segundo D'Ambrós, “Nos encontros são 
abordados assuntos relativos ao tratamento dos jovens, comportamentos esperados para a idade, 
conduta mais adequada dos pais e dificuldades encontradas no relacionamento com os filhos 
e com familiares. Os temas são definidos a partir das necessidades observadas. ” (2015). 
 
5 
 
2. DADOS DA PRIMEIRA OBSERVAÇÃO 
 
Dia doze de abril de dois mil e dezoito foi efetuada a primeira observação no grupo de apoio 
a pais que acontece no Cais Mental na cidade de Caxias do Sul. Esta observação teve comotempo de 
duração uma hora e meia ocorrendo das 13 horas e 30 minutos até as 15 horas da tarde desta quinta-
feira. Estiveram presentes no local as observadoras Daniela Elisabete Schneider (D), Larissa Elisa 
Giacomelli (LA) e Luciana Stangherlin (LU) bem como os observados, participantes do grupo. 
 
2.1. DIAGRAMA 
 
 
2.2. DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS 
 
 Estavam presentes no dia da observação cinco participantes, sendo elas: P7, 45 anos, mãe de 
um portador da Síndrome de Down; P5, mãe social, 45 anos, auxilia no cuidado de crianças em uma 
casa de acolhimento para crianças e adolescentes; P9, 60 anos, cuida do seu neto no qual não foi 
relatado nenhuma deficiência; P6, 60 anos, mãe "do coração", seus filhos são adotivos e atualmente 
ela cuida de uma de suas netas; P8, 60 anos, também cuida de seu neto. 
 Também estavam presentes, a psicóloga (M), 45 anos; A estagiária (E) clínica de psicologia 
pela FSG (Faculdade da Serra Gaúcha), no qual permanecerá no acompanhamento do grupo até o 
final do ano. 
 
2.3. RELATO DA OBSERVAÇÃO 
 
M: Esse grupo é aberto, de orientações para pais e responsáveis, mas às vezes vira terapêutico. 
Existe a treze anos e meio, porque antes existia para as crianças, mas não tem como resolver os 
problemas delas sem resolver o suporte para a base delas. (sic) 
6 
 
Assinam a presença no começo 
Para cada responsável é disponibilizado quinze encontros, porém pode ser prolongado. 
M: Lembra da ética e do sigilo para todos do grupo. Para nós faz parte o abraço no início e no fim da 
sessão, pois acreditamos que o abraço transforma. Traz detalhes do contrato dentro do grupo. “Essas 
são as novas integrantes do grupo, que vão nos acompanhar durante alguns encontros, vou pedir 
pra cada uma delas se apresentar” (sic) 
LU: Meu nome é Luciana. (sic) 
D: Meu nome é Daniela. (sic) 
LA: Meu nome é Larissa. (sic) 
LU: Relata o porquê estamos ali. 
M: Como foi a semana meus amores? (sic) 
P7: O meu filho tá bem, relata que ela teve que baixar a roupa para a diretora ver, pois a diretora 
não acredita que o meu filho tem uma doença. Ela me chama porque ele coloca as mãos nas partes, 
então eu tomei essa atitude indicada pelo médico dele. Essa doença não é transmitida, há não ser se 
coçar com a unha e passar para outros. Eu e o meu filho passamos por discriminação na escola e 
depois disso ela pediu desculpas, pois antes ela falava que era barda. (sic) 
Todo mundo fica olhando para P7. 
P7: Relata que o filho foi suspenso, colocou a boca nela e chorou. 
P8 entra e abraça a todos. 
P8: Gente nova! (sic) 
Todas falam juntas 
P8 atrapalha, pedindo a presença para assinar, P7, que volta a falar do filho. 
M: explica para todas que vai melhorar agora que elas acreditam no que está acontecendo com o 
menino. 
P5: eu sou a mãe social foguista. Para mim o pior é o autista, que me cobra e me testa a todo momento. 
P8: faz três dias de sessão que a outra mãe social não vem. (sic) 
M: o momento do grupo aqui é delas. (sic) 
P8: tem mais que seis que não vieram. (sic) 
Psicóloga: lembra de um caso de uma paciente adolescente. Fala que esse momento é para elas, e que 
às vezes quando necessário passam no psiquiatra que tem no Cais. 
Cada uma fala da sua semana 
P8: Diz que é vó e que a religião dela, que é a evangélica, lhe traz muito conforto. 
M: Faz uma reflexão, e traz que um espirito mais evoluído encarna dentro de um Down. 
M: Faz o fechamento. 
D: Agradece a elas. 
7 
 
Elas se despedem com um abraço para finalizar o encontro, e em seguida M e E vão preencher juntas 
o prontuário. 
 
2.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS 
 
2.4.1. MECANISMOS DE DEFESA 
 
 Os mecanismos de defesa, segundo Zimmermann (2000) são processos quase sempre não 
consciente, que tem como finalidade a diminuição das tensões psíquicas. Ao observarmos a interação 
das participantes do grupo, podemos citar a presença de mecanismos de defesa por parte das 
participantes, nessa segunda observação. Entre eles, podemos destacar umas defesas mais regressivas, 
como o deslocamento, e uma mais evolutiva como a racionalização. 
 No momento em que P7, coloca que seu filho ao ser suspenso, transferiu para a mãe seus 
sentimentos negativos, podemos dizer que ele deslocou a raiva que sua situação lhe causava para 
outro alvo. Isto é, deslocou seu sentimento de um alvo para outro. 
 Quando a psicóloga coloca que a situação agora vai ficar melhor, pois a mãe havia conseguido 
explicar o que estava acontecendo com o filho no colégio, podemos hipotetizar que a mesma faz uso 
da racionalização, para acalmar a ansiedade trazida pela mãe, quanto a situação de seu filho. 
 
2.4.2. ANSIEDADES 
 
 Segundo Zimmermann (2000), existem seis tipos de ansiedade que podemos analisar para 
categorizar esse fenômeno no campo grupal. São elas a ansiedade de aniquilamento, de fusão ou 
despersonalização, de separação, de perda do amor, de castração e ansiedade devida ao superego. As 
ansiedades podem ser consideradas funcionais ou disfuncionais dependendo de sua intensidade no 
grupo, podendo levantar sentimentos de angústia. 
 Nessa primeira observação, é possível destacar a tentativa da psicóloga para baixar a 
ansiedade das participantes, principalmente aquela que se refere a perda de amor, com um tratamento 
cordial, e a “cultura do abraço”, como a mesma se refere. O objetivo desses abraços é o acolhimento 
para que todas se sintam pertencentes ao grupo, bem como a fala que expressa: “ esse é o momento 
delas (sic). 
 
2.4.3. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR 
 
8 
 
 Segundo Zimmermann (2000) existem alguns atributos aos quais o coordenador deve se 
ancorar. Além do tripé composto por conhecimentos, habilidades e atitudes, podemos destacar 
também, que a coordenadora em questão levantou em diversos momentos atributos como: gostar e 
acreditar em grupos, capacidade de ser continente às demandas trazidas pelo grupo, capacidade de 
empatia, senso de ética, capacidade de comunicação, e capacidade de síntese. 
 
2.4.4. PAPÉIS 
 
Para Zimmermann (2000), existem oito tipos de papéis, que os integrantes do grupo assumem 
de forma flexíveis em grupais funcionais e cristalizados em grupos mais disfuncionais. São eles: o 
porta voz- aquele que manifesta verbalmente os desejos e anseios do grupo; o radar- o indivíduo mais 
regressivo, que capta as ansiedades do grupo para si e ressoa para o restante; o instigador- aquele que 
provoca os demais em um movimento de troca; o atuador pelos demais- aquele que é indicado pelo 
grupo a fazer tudo aquilo que censurado; o sabotador- aquele que resiste e sabota o grupo; o vestal- 
aquele que procura sempre zelar pela moral e bons costumes e o líder- que pode ser indicado pelo 
coordenador, ou escolhido de forma espontânea pelo grupo. 
 Nessa primeira observação, podemos dizer que P7 desempenha o papel de porta voz, pois 
trouxe à tona todas as colocações que foram trabalhadas durante a sessão. 
 Podemos colocar também que a participante P8, atuou como sabotadora, pois ao chegar e 
pedir a lista, interrompeu o relato de P7, bem como o fluxo de atenção do grupo. 
 
2.4.5. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO 
 
 O grupo pareceu bastante integrado e coeso. No decorrer da sessão, foi possível identificar 
durante os relatos, as identificações que as participantes formam. Por se tratar de um grupo de 
orientação a pais, todas as presentes na sessão, acabam transpondo o que foi falado e orientado para 
sua rotina de cuidados com os filhos. Sendo assim, o grupo se justifica não só no ambiente terapêutico, 
como citado pela própria coordenadora, mas também na vida de cada uma das participantes.9 
 
3. DADOS DA SEGUNDA OBSERVAÇÃO 
 
 Dia dezenove de abril de dois mil e dezoito foi efetuada a segunda observação no grupo de 
apoio a pais. Esta observação teve como tempo de duração uma hora e meia, ocorrendo às 13 horas e 
30 minutos até as 15 horas da tarde desta quinta-feira. Estiveram presentes no local as observadoras 
D, LA e LU bem como os observados, os participantes do grupo. 
 
3.1. Diagrama 
 
 
3.2. Descrição dos sujeitos 
 
Estavam presentes no dia da observação seis participantes, sendo elas: P1, 35 anos, tem dois 
filhos e possui uma relação complicada com o ex-marido; P8, 60 anos, cuida do seu neto, P2, 35 anos, 
cuida dos seus dois filhos sozinha; P9, 60 anos, cuida do seu neto; P6, 60 anos, mãe "do coração", 
cuida da sua neta; P3, 60 anos, cuida dos seus netos. 
Também estavam presentes, M, 45 anos, psicóloga; A estagiária (E) clínica de psicologia pela 
FSG (Faculdade da Serra Gaúcha), no qual permanecerá no acompanhamento do grupo até o final do 
ano. 
 
3.3. Relato da observação 
 
P8 começou lembrando quem não veio semana passada “A mãe do lar não veio, nem a outra que tá 
estressada” 
P9 questiona A outra não veio? (sic). 
10 
 
A psicóloga pergunta para P8 “Tu grava mesmo tudo? Até as tarefas e contas em casa?”. 
P8 responde “Tudo, tudo, tudo”. 
Todos começam a rir. 
A psicóloga lembra de uma outra participante que também falava muito. 
P1 começa a contar sobre ter apanhado do ex-marido e da atual mulher dele. 
P1: Eu podia ter machucado ela feio (sic) 
P8: Eu já dava nos dois, nele e nela (sic) 
P1: Olha o resultado, ele me sufocou (sic) 
P1 mostra o seu pescoço ao grupo 
P1: Eu disse pra ele, traz ela na minha porta de novo, que vai acontecer de novo (sic) 
P8: Isso aí, agora gostei (sic) 
P1 começa a contar sobre o processo do registro do boletim de ocorrência sobre a agressão e disse 
que o marido tinha sido condenado a pagar quatrocentos reais de pensão, e ele disse que não tinha 
condições para pagar. 
M: Ele mentiu? (sic) 
P1: Sim, ele mentiu (sic) 
M: Como ficaram as crianças depois da briga? (sic) 
P1: As meninas ficaram bem, para os outros eu passei de louca.. foi a primeira vez que me defendi 
na vida, mas estou de alma lavada mostrei pra ele quem sou (sic) 
M: O que fica para pensar é em como fica para as crianças (sic) 
P1 começa a contar tudo o que aconteceu nas agressões anteriores e depois diz “Eu expliquei para as 
meninas que de tanto que ela me provocou eu agredi”. 
M: Só para entender que a criança acaba entendendo que qualquer coisa é para partir pra briga.. 
Quando vimos, nosso filhote repete muitos nossos comportamentos (sic) 
P1: A psicóloga disse que não vê os mesmos traços do pai no meu filho e isso é muito bom, porque 
ele convive com o pai diariamente (sic) 
M: Naquele momento, você não teve medo? (sic) - referindo-se a briga 
P1: Não, eu tava cega (sic) 
P1 começa a falar sobre a relação do pai com os filhos de querer levar as filhas para ele dizendo "vou 
te dar um quarto". Então a psicóloga começa a falar sobre relacionamentos que dão certo, que existem 
casais saudáveis sem violência. Ela também fala sobre a importância de se autoconhecer. 
P3: Por que tu não reagiu a vez que tu teve que apanhar quieta? (sic) 
P1: Porque meu filho estava junto (sic) 
Então P1 continua falando da relação do seu ex-marido, filhos e acontecimentos anteriores. 
M: Para ti, o que ficou de todas as conversas que você teve até agora? (sic) 
11 
 
P1 falou um pouco mais da sua relação com o ex-marido. 
M: E vocês amores? (sic) 
P2: Puxando o teu assunto, eu tenho problemas com o pai da Mariana (sic) 
P2 começa a contar toda a história. Batem na porta, chega atrasada mais uma participante do grupo. 
Duas estagiárias e a psicóloga levantam para arrumar as cadeiras. P2 volta a falar. 
P8 interrompe: Hoje em dia não dá mais para deixar na casa de estranho (sic). P2 volta a falar. 
M: Às vezes pode gerar uma ansiedade desnecessária. Você tem que orientar bastante ela viu amada? 
Vocês já viram o vídeo da praça? (sic) 
P6: Já vi (sic) 
M: Quer contar como é? (sic) 
P6 começa contar o que acontece no vídeo. 
P2 volta a falar. 
P8 interrompe: Minha neta já não sai com ninguém (sic). 
P1 conta um fato que ocorreu com suas filhas. 
P8 começa a contar um caso da neta também. 
P3 começa a falar sobre carência afetiva. 
M: Fala querida de batom (risos) (sic) 
P9 se reconhece, começa rir e diz Graças a Deus eu agradeço a todas aqui porque eu tava lá embaixo 
(sic) 
P3: Mexe com a nossa auto estima (sic) 
P8: E aí, tu foi naquela loja? (sic) Todos começam a rir. 
P9: Fui, e falei pra ele (sic) 
P8: E tu? Já mostrou quem é o pai do teu filho? (sic) 
P2: Já, mostrei uma foto (sic) 
P9 fala que sua filha não sabem quem é seu pai e que ela nunca quis saber. 
P2 fala sobre o direito da criança de saber quem é o pai. Fátima fala sobre seu caso, e P1 e P3 
concordam. 
P1 explica algumas regras do cartório e P8 conta como veio para a cidade. 
Psicóloga: Por que tu não aceitava o pai dela? (sic) 
M: Porque ele disse que só queria saber do filho se fosse homem (sic) 
P3: Acho que quando a gente tem força de vontade a gente vai à luta (sic) 
P3 e Fátima falam juntas. 
P2 também começa a falar e Fátima começa a falar junto, todas contando suas histórias. 
 M toma a palavra e diz Se vocês não fossem guerreiras vocês não estariam aqui (sic). 
P3 comenta sobre sua época e como eram as relações familiares. 
12 
 
P9 discorda e fala como era na sua família. P3 e P8 falam sobre suas experiências também. 
P9 começa a falar sobre o filho que adotou mas que na época não queria. 
M comenta sobre isso. Todos prestam atenção. 
P9 começa a falar de novo sobre suas experiências. 
M: Amores, temos que lembrar que não podemos descer no mesmo nível que a criança ou o 
adolescente (sic) 
P e P3 comentam sobre isso. 
P9 fala sobre as experiências iniciais com o seu filho adotivo. 
P8 interrompe o assunto e faz uma pergunta para P2. 
P9 volta a falar sobre a vergonha de ter outro filho e envergonhar a família Imagina ter um filho com 
cada homem (sic) 
P2: Ai, eu também pensava assim, mas levei na cara (sic) 
P3 também contou suas experiências. P2 começa a contar suas histórias de ter um filho com cada pai. 
P9, P3 e P8 vão concordando com ela. O assunto é ser preconceituoso com as pessoas. M fala sobre 
a importância de se cuidar e P2 volta a falar sobre sua história. 
M: É importante termos momentos nossos, com os filhos separados e com toda a família (sic) 
P1 fala também sobre sua experiência e P3 comenta. P 
6 quase não fala durante toda a sessão. 
Todos começam a falar sobre as brincadeiras que fazem com os seus filhos. 
M pergunta para P6: Como está a sua mãe? (sic). 
P6 fala sobre a situação. 
P3 e P8 começam a falar juntas. 
P8 começa a falar com P2 interrompendo o assunto de P6. 
P3 começa a falar sobre suas netas e P8 comenta. 
Em seguida a psicóloga encerra o encontro falando da próxima sessão. 
 
3.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS 
 
3.4.1. MECANISMOS DE DEFESA 
 
 De acordo com o que foi observado, pode-se perceber a utilização de alguns mecanismos de 
defesa por parte do grupo na segunda sessão, sendo eles a inibição, o controle, a racionalização, a 
antecipação e o humor. 
 Martini, Maio, Motter e Maurício (2004) entendem a inibição como uma forma que o sujeito 
tem de inibir-se na participação do grupo como uma forma de aliviar sua ansiedade. Neste dia 
13 
 
observamos esse mecanismo de defesa sendo utilizado pela participante P6, no qual permaneceu 
quieta ao longo da sessão e falou um pouco apenas no finalquando questionada pela psicóloga. 
 Em relação ao controle, pode-se perceber esse mecanismo na participante P8, no qual fazia 
perguntas às participantes de seu interesse, interrompia os assuntos que estavam sendo abordados e 
não esperava a sua vez e nem a dos outros de falarem. De acordo com Martini, Maio, Motter e 
Maurício (2004) esse mecanismo é uma forma de deixar o sujeito mais seguro e manter seu próprio 
controle. P8 também fez uso de mais dos mecanismos de defesa destacados, o humor. A mãe do lar 
não veio, nem a outra que tá estressada (sic), em falas como essas a paciente relembrou todas as 
pessoas que não vieram por algum fato relatado por elas em sessões anteriores. Porém essas 
"lembranças" foram feitas de forma irônica sem provocar desconforto nos outros participantes. 
 Já a racionalização, mecanismo no qual auxilia o sujeito a achar motivos racionais aceitáveis 
para o seu comportamento e/ou sentimento, pode ser percebido na participante P1, pois enquanto ela 
relatava sobre as agressões ela tentava explicar da seguinte forma Eu expliquei para as meninas que 
de tanto que ela me provocou eu agredi (sic). 
 Quanto a antecipação, que de acordo com Martini, Maio, Motter e Maurício (2004) refere-se 
a uma forma de evitar desconfortos futuros, pode-se observar nas falas da psicóloga. Esta procura em 
todas as sessões conversar com as participantes de forma a assumir uma postura de prevenção 
trazendo as possíveis consequências daquilo que está sendo relatado na sessão como a seguinte 
fala Às vezes pode gerar uma ansiedade desnecessária.. Você tem que orientar bastante ela viu 
amada? Vocês já viram o vídeo da praça? (sic). 
 
3.4.2. ANSIEDADES 
 
Zimmermann (2000) destaca alguns estados de ansiedade, caracterizados por ele como 
essenciais e típicos em um grupo. De acordo com o autor, a presença de um certo nível de ansiedade 
é positiva tornando-a "terapeuticamente saudável" (p.118). Neste dia pôde-se observar dois estados, 
sendo eles: A ansiedade de desamparo e a ansiedade devido ao superego. 
A ansiedade de desamparo pode ser percebida no grupo como um todo. Quando as pacientes 
relatam suas histórias ela costuma trazer falas como, Imagina ter um filho com cada homem (sic) e 
outra participante diz Ai, eu também pensava assim, mas levei na cara (sic). Neste dia essa ansiedade 
não é percebida por um desamparo do grupo, mas sim das pessoas com que elas convivem. Durante 
as conversas elas relatam não terem redes de apoio, principalmente de suas famílias o que acaba 
provocando a ansiedade de desamparo e trazendo sofrimento, sofrimento este no qual é compartilhado 
em cada encontro. De acordo com Zimmermann (2000) a ansiedade desamparo pode ser 
14 
 
compreendida como "estado de orfandade, sem contar com ninguém que possa conter e atender às 
suas necessidades vitais básicas que lhe garantam sobrevivência física, psíquica e afetiva" (p. 118). 
Já a ansiedade devido ao superego diz respeito às punições e as culpabilizações que o sujeito 
faz por não atingir suas próprias exigências (Zimmermann, 2000). Nesta sessão pode-se perceber no 
diálogo de P9 com P2, em relação às suas vivências. Neste momento ambas falam sobre situações 
que tiveram que passar e que antes eram julgadas por elas e que tiveram que aprender a lidar com 
isso e pensar de forma diferente. 
 
3.4.3. PAPÉIS 
 
Nesta sessão pode-se identificar os seguintes papéis: porta voz, obstrutor e líder. Estes papéis 
foram os que determinaram o andamento do grupo. 
Zimmermann (2000) caracteriza estes papéis da seguinte forma: o porta voz é aquele que irá 
se manifestar em relação á aquilo que o grupo pode estar pensando ou sentindo. Já o obstrutor é aquele 
que fará desvios nos assuntos. Ambos podem ser percebidos na participante P8, no qual como 
mencionado anteriormente, interrompe as sessões, menciona as participantes por características 
pessoais, vividas e etc. 
Já o líder foi encontrado em quem primeiramente deve ocupá-lo, a psicóloga. Esta teve um 
papel de integradora em relação aos assuntos trazidos e conduziu a sessão de forma que todos 
pudessem falar um pouco. 
 
3.4.4. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR 
 
Neste dia pode-se observar alguns atributos descritos por Zimmermann (2000) que a psicóloga 
do grupo possui como por exemplo, gostar e acreditar em grupos, amor às verdades, senso de ética, 
respeito, paciência, função de pensar, comunicação, função de ego auxiliar, empatia, síntese e 
integração, coerência e continente. 
 
3.4.5. IDENTIFICAÇÕES 
 
 Em relação às identificações pode-se dizer que elas são aquilo que a outra captura de alguém. 
Na sessão observamos uma identificação especular entre as participantes, no qual Zimmermann 
(2000) descreve como uma reflexão de si em outra pessoa, ou seja, se enxergar em alguém. Ao longo 
dos discursos as pacientes vão se reconhecendo nas histórias das outras e acabam trazendo palavras 
de apoio e de superação que acabam confortando. 
15 
 
 
3.4.5. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO 
 
 De modo geral o grupo acontece de forma passiva. A maioria das participantes escuta com 
atenção a histórias das outras, esperam sua vez de falar e contribuem da sua forma em relação a aquilo 
que está sendo tratado. Diante disso, não há a presença de muitos papéis, e o que são identificados 
acabaram se concentrando na mesma participante. 
 Quanto às defesas, ansiedades e identificações utilizadas, as mesmas são variadas. Há a 
existência de defesas imaturas, neuróticas e maduras, porém nenhuma delas é utilizada como forma 
de ataque ou desrespeito aos colegas ou a psicóloga. 
 O grupo funcionou como uma roda de conversa, no qual todos puderam falar suas experiências 
e opiniões e assim trocar informações e vivências importantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4. DADOS DA TERCEIRA OBSERVAÇÃO 
 
Dia vinte e seis de abril de dois mil e dezoito foi efetuada a terceira observação no grupo de 
apoio a pais. Esta observação teve como tempo de duração uma hora e meia, ocorrendo às 13 horas e 
30 minutos até as 15 horas da tarde desta quinta-feira. Estiveram presentes no local as observadoras 
D, LA e LU, bem como os observados, os participantes do grupo. 
 
4.1. DIAGRAMA 
 
 
 
4.2. DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS 
 
Estavam presentes no dia da observação sete participantes, sendo elas: P1, 35 anos, tem dois 
filhos e possui uma relação complicada com o ex-marido; P8, 60 anos, cuida do seu neto, P2, 35 anos, 
cuida dos seus dois filhos sozinha; P9, 60 anos, cuida do seu neto; P6, 60 anos, mãe "do coração", 
cuida da sua neta; P7, 45 anos, mãe do portador da Síndrome de Down; P4, 40 anos, mãe social. 
Também estavam presentes, M, 45 anos, psicóloga; A estagiária (E) clínica de psicologia pela 
FSG (Faculdade da Serra Gaúcha), no qual permanecerá no acompanhamento do grupo até o final do 
ano. 
 
4.3. RELATO DA OBSERVAÇÃO 
 
Inicia o grupo. Todos estão sentados quando P8 bate na porta e entra. 
Todos começam a falar sobre o calor enquanto assinam a chamada. 
M: Daí minha gente, quem começa hoje? (sic) 
P2: Vamos deixar quem nunca fala falar (sic) 
P6: Mas eu posso começar (sic) 
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P6 começa a contar o que aconteceu na semana que passou. 
M: Verdade, a gente não gosta de falar mas esse já era o limite (sic) 
P6: Os filhos que eu criei estão querendo passar tudo para mim (sic) 
M: Na verdade você criou? (sic) 
P6 começa a explicar quem ela criou. 
P6: Na verdade o que a Silvia fez a Carol está fazendo agora. Olha como as histórias se repetem. 
Ela mora num lixão, para mim, aquilo é um lixão (sic) 
M: Ah, você conhecelá? (sic) 
P6: Sim eu conheço, é um lixão, eu só não sei o que leva ela tanto para lá (sic) 
M: O que te fez te posicionar? (sic) 
P6: A raiva, a mesma raiva que ela teve, porque ele falou que eu chamei a filha dele para minha casa 
e eu não chamei ninguém (sic) – P6 aponta na direção de P1. 
P1: É aquele negócio a gente tem paciência mas tem uma hora que ela acaba (sic) 
P9: Isso aí é aproveitamento né? que tem por ti (sic) 
P2: Só não bateu porque não tava perto (sic) 
M: Quando a gente fala dessa questão, por isso que é grupo de orientação a pais e às vezes 
terapêutico. Hoje em dia as crianças e os adolescentes não sabem dizer não. E essa questão de dizer 
não às vezes é saudável (sic) 
P6: Ah, mas eu demorei muito a dizer não (sic) 
M: Se a gente não acaba com essas coisas as pessoas ultrapassam os limites (sic) 
P6: Mas eu tive que gritar porque ele não deixava eu falar (sic) 
P9 e p6 começam a conversar. M, P6 e P8 começam a falar sobre drogas. Batem na porta, era P7 
chegando. 
P7: Cheguei atrasada porque perdi o ônibus (sic) 
P8 volta a falar sobre sua história. Batem na porta, chega P4. 
P4 senta e P8 continua falando. 
M: O que fez ele parar? (sic) - referindo-se às drogas 
P8 explica. 
M: Isso é um dado importante viu gente? (sic) 
P8 continua falando. P2 pergunta para a M: O que leva uma pessoa a não querer se separar de alguém 
que faz mal? (sic) 
M: O que vocês acham pessoal? (sic) 
P8: A Daiane gostava dele (sic) 
P2: Mas quando não tem droga? (sic) 
18 
 
M: Nesse caso pode ser falta de amor próprio ou medo de ficar sozinho e acreditar que aquilo 
normal. Começa a ter uma distorção de valores e muita gente ainda acredita que ciúmes é amor (sic) 
P8 conta uma história sobre o genro. 
M: Hoje ele é uma pessoa que se der um depoimento ia ser bem bacana por ter dado a volta (sic) 
P8 comenta. 
M: Trocando de saco pra mala, vamos deixar quem não falou falar. E tu? Toda bonitona? (sic) 
P7 se reconhece e sorri. 
P7: Sim, duas semanas sem vir. Não tinha com quem deixar o meu filho (sic) 
P7 começa a contar o que aconteceu nessas semanas. 
M: Como foi para ti ficar em casa? (sic) 
P7: Foi muito difícil porque era ele e eu, eu só chorava (sic) 
M Isso que é legal quando temos algum amigo para pedir ajuda (sic) 
P7: Eu não tive ninguém nem as mulheres do colégio que dizem ser minhas amigas me ligaram(sic) 
P7 começa a contar a relação como o seu marido. 
M: Fica uma situação tão difícil né? 
P7 continua falando. 
M: Fica muito confuso para os filhos. Vocês estão separados ou juntos? (sic) 
P7: Eu não sei (sic) 
P2 e Fátima dão sua opinião. 
P2: Pra ele ta cômodo (sic) 
P7 continua falando. 
M: É uma situação minha gente que precisa de uma decisão (sic) 
P7continua falando. 
M: Vamos fazer uma relação, o estômago tem a ver com tudo que a gente não digere e o rim com as 
relações (sic) 
P7 continua falando Ele foi para um centro espírita (sic) 
P8: Pronto, logo pro centro espírita, o pior lugar que ele poderia ir (sic) 
P7 continua falando. 
M: Para além dessas questões religiosas o que fica são essas mensagens cheia de contradição (sic) 
P1: Eu vivi 7 anos assim (sic) 
M: E como que ficou? (sic) 
P1: Ficou aquilo que tá hoje, cada um no seu canto (sic) 
M: E quem que deu o ponto final? (sic) 
P1 explica. 
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P9: Tá, mas me diz uma coisa, por que você não toma uma decisão na sua vida para você para de 
sofrer? (sic) 
P7 comenta. 
P9: Ele não quer passar o endereço pra vocês (sic) 
M: A tomada de decisão tem que ser da gente (sic) 
P7 comenta. 
P9: Para você vai ser muito melhor (sic) 
P1: Você já se divorciou dele? (sic) 
P7: Nós não somos casados (sic) 
P2, P9 e P1 se identificam com P7. 
P2 começa a contar sua história. 
P7 volta a falar e P8 comenta. 
P1: Eu acho que isso é só lorota (sic) 
M: A questão é que tu vai ter que estar segura com aquilo que tu quer (sic) 
P7 comenta. 
P8: E tu tá bonita (sic) 
M: Tá bonita mesmo. E tu gosta de Santa Rosa? (sic) 
P7: Não sou muito chegada (sic) 
P9: Então não vai (sic) 
P8: Mas se ela ficar vai continuar tudo igual (sic) 
P7 continua falando. 
P2 começa a contar sua história. 
P2: Eu botei um limite bem radical (sic) 
P7: Mas eu tô indo aos poucos (sic) 
P7 continua contando a sua história. 
P2 e P8 comentam. 
P9 dá a sua opinião. 
P7 continua contando. 
M: Sabe o que, procura coisas para fazer a tarde (sic) 
Todos comentam sobre atividades que existem para a terceira idade. 
P1 pede licença e diz “Tenho que sair que tenho reunião as três, tá? Tchau pra todo mundo” 
Todos se despedem de P1. 
Todos falam juntos. 
P7 volta a falar. 
M: Mesmo com isso não pode deixar a se tornar agressão (sic). 
20 
 
P7 volta a falar. 
P2 se despede vai embora. 
A psicóloga tenta falar e P7 interrompe ela e volta a falar. 
M: E aí dona Rô que não falou ainda (sic) 
A psicóloga apresenta as estagiárias para ela. 
P4 diz eu adoro estar aqui (sic) 
P7 interrompe e volta a falar sobre sua história. 
Psicóloga volta a palavra para P4. 
P4 fala sobre como foi hoje antes de chagar no grupo. 
P4: Márcia achei um jeito de me defender das crianças, não sei se estou certa. Eu fico séria (sic) 
P4 começa a contar suas histórias. 
P8 interrompe e diz Ah eu vou embora (sic). 
Já tinha passado do horário do grupo. O grupo é encerrado. 
 
4.4. ANÁLISE DOS FENÔMENOS GRUPAIS 
 
4.4.1. MECANISMOS DE DEFESA 
 
Podemos destacar nesta terceira observação alguns mecanismos de defesa, sendo que alguns 
deles já foram citados em observações anteriores. A repetição desses fenômenos também é uma 
informação pertinente. Os mecanismos presentes nessa sessão segundo o autor Zimmermann 
(2000) são: negação, que se manifesta quando P7 explicita sua relação com o marido, negando o 
término da relação. Ainda sobre essa situação, quando P7 explicita seus sentimentos confusos quanto 
ao seu cônjuge, podemos hipotetizar que a mesma se utiliza de formação reativa, pois transforma 
sentimentos de raiva em afeto. Podemos dizer que P7 também racionaliza seus sentimentos, quando 
lhe é sugerido que faça atividades para si, afirmando que não pode deixar o filho sozinho, mesmo que 
o mesmo não esteja em casa. 
Quando P4, comenta que “ Márcia achei um jeito de me defender das crianças, não sei se 
estou certa. Eu fico séria (sic) ”, podemos dizer que a participante está intelectualizando, para não 
dar vazão a sentimentos adversos em relação às crianças. Deste modo, P4 se afasta de tudo o que 
poderia lhe causar estresse. 
 
4.4.2. ANSIEDADES 
 
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Identificamos no grupo nessa terceira observação, ansiedade de perda de amor, por parte de 
P7, que manifesta sentimentos difusos quanto a seu marido, escolhendo aceitá-lo de volta mesmo 
depois de seu desligamento a família. Identificamos também a ansiedade. Também é possível 
identificar ansiedade devida do superego, devido às restrições que as participantes explicitam para 
P7, trazendo que ela “deveria dar um basta” impondo limites a seu marido. Nesse momento o grupo 
funciona como um superego para a participante. 
 
4.4.3. PAPÉIS 
 
Ainda segundo Zimmermann (2000), podemos identificar com clareza os papéis de alguns 
participantes, fenômeno importante no campo grupal, como já citado anteriormente. Fátima exerce o 
papel de porta voz, pois manifesta diversas vezes emoções e opiniões que representam o sentimento 
coletivo. Por exemplo, quando ela coloca: “Pronto, logo para o centro espírita, o pior lugar que ele 
poderia ir (sic) ”, ou “ele não quer passar o endereço para vocês (sic) ”. 
Podemos dizer também, que P7 abarca o papel de líder indicadapelo grupo, pois toma conta 
da sessão, trazendo suas demandas, e evocando as outras de maneira ativa. E a coordenadora também 
exerce essa função, retomando a organização e fluxo do grupo. 
Podemos dizer que Fátima também exerce o papel de sabotadora, pois interrompe o raciocínio 
de outras participantes, e quando manifesta em voz alta a necessidade de se retirar do grupo para 
outro compromisso. 
 
4.4.4. ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO COORDENADOR 
 
Novamente, reafirmamos a importância dos atributos desejáveis de um coordenador. Gostar 
e acreditar em grupos, amor ás verdades, senso de ética, empatia, síntese e integração, são atributos 
que podemos observar na coordenadora durante as sessões. Quando a mesma ressignifica a história 
trazida por Fátima, quando estimula que as participantes tenham individualidade como mulher e não 
só como mães, demonstrando capacidade de síntese e integração, e empatia. 
Ao colocar em pauta a questão do sigilo e ressaltar que por vezes alguns relacionamentos 
abusivos perduram por medo de abandono e solidão, a coordenadora ressalta seu senso de ética, e 
coloca questões importantes que dizem respeito ao seu amor às verdades. 
 Quanto a alguns atributos que precisam ser revistos: coerência, e capacidade de ser 
continente, pois o grupo oscila de terapêutico para grupo de orientação, fugindo de seu propósito em 
alguns momentos. E em muitas vezes a psicóloga não conseguiu planejar a sessão de forma em que 
22 
 
todos tivessem a oportunidade de falar sobre os acontecimentos da semana. Com isso alguns pacientes 
passam a cometer alguns excessos, o que resulta em má distribuição do tempo. 
 
4.4.5. FUNCIONAMENTO GERAL DO GRUPO 
 
 De forma geral, o grupo se organiza de forma bastante peculiar, em uma organização circular, 
onde cada integrante coloca suas demandas e ao mesmo tempo, abre espaço para o posicionamento 
da próxima. Dessa forma, o grupo parece fluir muito bem, pois as integrantes fazem esse jogo de 
maneira efetiva. 
Existem algumas adversidades quanto a organização do grupo, para que todas sempre 
tivessem a oportunidade de expor suas histórias de forma mais igualitária, e que a caracterização do 
grupo fosse mais clara, mas o grupo pode ser considerado funcional, pois cumpre minimamente sua 
função de orientação a pais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO 
 
5.1. PRIMEIRA DINÂMICA - “CORES” 
 Essa dinâmica tem como objetivo promover o autoconhecimento e a integração dos 
participantes. O tempo de aplicação dura em média 40 minutos e o número máximo de pessoas não 
pode ultrapassar 50 pessoas sendo que o número mínimo é de 2 pessoas. 
Os materiais necessários são: Tiras, ou quadrados de papel de várias cores, é importante que 
se tenham papeis de diferentes cores. 
Procedimento 
1. O coordenador deve explicar que quando saímos para um encontro (reunião, passeio, 
aniversário, conferência, etc.) escolhemos uma roupa, sapatos e acessórios. O que nos diz, nesse 
momento, a cor da roupa que nós resolvemos colocar? 
2. Pedir para que os participantes fechem os olhos e procurem, dentro de si, associar o que 
estão sentindo com uma cor. 
3. Passados alguns segundos o coordenador pede que cada pessoa escolha, em silêncio, uma 
tira de papel, relacionando a cor desse papel com os sentimentos do momento. 
4. A seguir, cada pessoa irá explicar para o grupo a relação encontrada entre a escolha da cor 
com seu sentimento. Esse momento dura, aproximadamente, de 15 a 20 minutos. 
5. Nesse momento, o coordenador instrui o grupo para que pense em conjunto em uma frase 
o sentimento coletivo que o grupo representa. 
6. Ao terminar a apresentação, todos os membros do grupo se colocam em forma de círculo, 
e apresentam a frase que representa seus sentimentos. 
7. Nesse momento, o coordenador explica que cada cor reflete um sentimento, das mais 
quentes as mais frias, e que o conjunto das cores representa os momentos que passamos pela vida. 
 
5.2. SEGUNDA DINÂMICA - “CAIXA DO ESPELHO” 
 
Esta proposta tem como objetivo, despertar para a valorização de si, pois faz com que os 
participantes entrem em contato com seus próprios valores, e confrontem sua imagem, evocando 
sentimentos sobre si. O número máximo de participante é de 20 pessoas, e o número mínimo é de 2 
pessoas. O tempo estimado é de 30 minutos. 
Material: Um espelho escondido dentro de uma caixa, de modo que ao abri-la o integrante 
veja seu próprio reflexo. 
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Descrição: O coordenador motiva o grupo: "Cada um pense em alguém que lhe seja de grande 
significado. Uma pessoa muito importante para você, a quem gostaria de dedicar a maior atenção em 
todos os momentos. 
 Entre em contato com esta pessoa, com os motivos que a tornam tão amada por você, que 
fazem dela o grande sentido da sua vida. O coordenador então afirma que dentro da caixa existem 
várias figuras aos quais aquela pessoa se identifica, e pede para que ela olhe aquele que lhe está sendo 
exposta, sem dizer qual pessoa é, mas relatando o que ela sente sobre aquela pessoa, reafirmando o 
quanto ela lhe é especial e importante. O fundo da tampa da caixa esconde um espelho, onde a pessoa 
vê seu próprio reflexo. 
 Ao final da dinâmica, todas já sabem que o fundo da caixa esconde um espelho, e o 
coordenador então explora as virtudes de cada uma, reforçando aspectos positivos das participantes 
 
5.3. TERCEIRA DINÂMICA - " COMO SOU VISTO POR" 
 
 Esta dinâmica tem como objetivo a reflexão sobre a auto percepção e como o sujeito percebe 
os outros. O número de participantes deve ser aproximadamente de 10 pessoas tendo como materiais 
a serem utilizados apenas um lápis ou caneta e um formulário. 
O procedimento irá ocorrer da seguinte forma: todos os participantes terão um formulário 
onde irão escrever como se veem em 5 a 6 palavras e deverão escrever da mesma forma em relação 
a todos os outros participantes. Também terão outros três campos a serem preenchidos sendo eles, 
animal, instrumento musical e alimento. Neste caso o sujeito deve colocar o que destas categorias 
lembra ele mesmo e também os outros. É importante destacar que será solicitado aos participantes 
que falem apenas sobre coisas e características positivas. 
De acordo com Andrade (2010) as regras desta dinâmica são: “Diga ao grupo que este 
exercício leva ao autoconhecimento. No primeiro momento, iremos pensar e escrever sobre nós sem 
muito pensar, de forma mais espontânea. No segundo, vamos olhar o colega e ver como os "sentimos", 
e como eles nos parecem. ” (p.126) 
 Após todos preencherem suas tabelas as informações serão compartilhadas com o grande grupo. 
Acreditamos que essa dinâmica será de extrema importância para que os participantes percebam o seu 
valor e para que assim possamos encerrar nossa participação no grupo de forma positiva. 
 
5.4. ENTENDIMENTO FINAL 
 
Ao observar e analisar este grupo, decidimos propor essas três propostas, pois percebemos a 
necessidade de lembra-las e ampliar suas percepções de si mesmas, para que elas vejam quanto são 
25 
 
fortes e lutadoras, resultando em suas autoestimas. Assim, como também, uma oportunidade de elas 
falarem sobre como elas se sentem e delas só. Um momento para elas compartilharem, não só como 
mãe, avó, ou cuidadoras, mas como mulheres também. 
Como podemos inferir que, o grupo se desenvolve de forma ativa e satisfatória, pois cumpre 
seu papel de orientação a pais. Mas oscila de terapêutico para grupo de orientação, ficando confuso 
quanto a seu propósito em alguns momentos. Segundo as teorias de Zimmermann (2000), destacadas 
ao longo do trabalho, é possívelidentificar atributos desejáveis a um coordenador na psicóloga que 
ministra o grupo, bem como a falta de algumas delas. Identificamos também a presença de ansiedades. 
Essas ansiedades se colocadas em certo nível, são importantes para o funcionamento do grupo, pois 
trazem o desejo de mudança. Identificamos a diferenciação de ansiedades e angústia. Identificamos, 
também a presença de mecanismos de defesa importantes para a proteção do ego das participantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIA 
 
Andrade, S. G. (2010). Teoria e prática de dinâmica de grupo: jogos e exercício. São Paulo: Casa do 
Psicólogo. 
D'Ambrós, M. (2015). CAIS Mental promove grupo de pais Prefeitura de Caxias do Sul. Acesso 04 
de Maio, 2018 em, https://caxias.rs.gov.br/2015/03/cais-mental-promove-grupo-de-pais 
Martini, C, Maio, C., Motter, M. J. G., Maurício, S. S. (2004). Os mecanismos de defesa e seu impacto 
no processo de grupo. SBG - Caderno 36. 
Prefeitura de Caxias do Sul. Centro de Atenção Integral à Saúde Mental (Cais Mental). Caxias do 
Sul. Acesso 04 de Maio, 2018 em, https://caxias.rs.gov.br/servicos/saude/rede-de-atencao-
psicossocial/cais-mental 
Zimermann, D. E. (2000). Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre:Artmed.

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