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PLANTAS TÓXICAS INTOXICAÇÃO POR NITRATO / NITRITO A fonte mais comum de intoxicação por nitrato/nitrito em ruminantes, são as plantas. Algumas delas são acumuladoras preferencialmente de nitrato, enquanto outras acumulam altos níveis de nitrato quando são feitas aplicações de adubos nitrogenados em culturas, ou caso ocorram condições ambientais desfavoráveis ao crescimento da planta (seca, insolação deficiente), ou ainda se forem pulverizadas com herbicidas. Adicionalmente, a intoxicação pode ocorrer pela ingestão de adubos ricos em nitrato, água de fontes ou de lagos com elevado conteúdo de nitrato, óleo de máquina e salmouras que contenham nitratos. A ensilagem reduz os níveis de nitrato. O uso de monensina (antibiótico para controle do timpanismo) na ração pode alterar a flora ruminal e aumentar a sensibilidade ao nitrato. PATOGENIA Muitas vezes, a intoxicação por nitrato e intoxicação por nitrito são termos usados como sinônimos, porém a ação tóxica especifica dos nitratos é diferente da dos nitritos. 1. Intoxicação por nitrato A intoxicação por nitrato tem sido observada em cães, equinos e, em menor escala, também em bovinos através da ingestão de elevadas quantidades de nitrato de potássio (adubo). Nesse caso há realmente intoxicação direta por nitrato e nessa intoxicação, os sinais clínicos caracterizam-se por irritação do trato digestório e urinário (forte diarreia com cólica e micções frequentes) e evolução superaguda que culmina com morte. Quando as doses são muito elevadas, há anemia hemolítica e icterícia; não há metemoblobinemia. Dose tóxica: acima de 2% da matéria seca em nitrato de potássio 2. Intoxicação por nitrito Em ruminantes, o quadro clinico é determinado pela ação toxica dos nitritos, pois no trato digestório os nitratos são reduzidos a nitritos e finalmente à amônia. Dependendo de uma série de fatores, sobretudo da quantidade de nitratos ingerida, da flora do rúmen, ou da dieta do animal (pobre em carboidratos solúveis), o processo de redução de nitratos à amônia é inadequado e nitritos são absorvidos para a corrente sanguínea, onde oxidam a hemoglobina, com formação de metemoglobina, que não é capaz de liberar o oxigênio (hipóxia e anóxia tecidual). Na maioria dos casos a intoxicação por nitritos é superaguda e com frequência fatal. Dose tóxica: 88 – 110mg/kg/peso vivo = 0,6g de nitrato de potássio/kg/peso vivo SINAIS CLÍNICOS Os sinais clínicos que comumente começam de súbito, se manifestam através de dispneia progressiva, mucosas castanhas, sialorreia, gemidos e ranger dos dentes, batimentos cardíacos fortes com frequência muito aumentada, depois mais fracos, tremores, instabilidade, queda ao solo, e em alguns casos contrações tônicas, timpanismo, diarreia e poliúria. NECROPSIA Na necropsia, geralmente o sangue apresenta cor de chocolate, a musculatura cor vermelha intensa e o cadáver recém-aberto exala forte cheiro de gases nitroso. O pulmão e o SNC apresentam cor escurecida, assim como as mucosas. DIAGNÓSTICO Em relação ao diagnóstico, a dispneia com cianose que aparece de repente e a tonalidade escura no sangue, levam a suspeita de intoxicação por nitrito, que deve ser confirmada pela pesquisa da fonte dessa substância e pela análise dos alimentos. Para o diagnóstico diferencial tem que ser considerada, em especial, a intoxicação por plantas cianogênicas. Teste da Difenilamina Um teste simples para demonstrar a presença de nitratos e nitritos, que pode ser executado a campo, consiste em dissolver 0,5g de difenilamina em 20ml de água destilada e adicionar, com cuidado, 80ml de ácido sulfúrico concentrado. Em um vidro, colocar 1 gota do liquido a ser examinado (soro, urina, liquido ruminal filtrado, extrato de alimentos, água) e em seguida adicionar 3 gotas do reagente. Na presença de nitrito, a mistura toma coloração azul ou esverdeada. CONTROLE E TRATAMENTO A profilaxia consiste em ter cuidado com as plantas que podem causar intoxicação, e em especial se forem cultivadas em solos adubados ou se crescerem sob condições climáticas desfavoráveis, e também com plantas daninhas após a aplicação de herbicidas. O tratamento consiste na aplicação de Azul de Metileno 1% (2 – 5mg/kg IV). PLANTAS Azevem Lolium spp. Aveia Avena sativa. Milheto Pennisetum americanum Capim sudão Sorghum sudanense
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