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PLANTAS TÓXICAS PLANTAS TÓXICAS QUE AFETAM O CORAÇÃO 1. PLANTAS QUE CAUSAM “MORTE SÚBITA” – intoxicação de evolução superaguda, sem alterações cardíacas morfológicas significativas. Palicourea marcgravii (Rubiaceae) – cafezinho; Mascagnia exotropica (Malpighiaceae). As plantas que causam morte súbita são responsáveis por metade das mortes em bovinos causadas por plantas tóxicas no país. Essas plantas causam intoxicação que pode ser reproduzida pela administração de doses únicas pequenas (0,6 – 2g/kg) ou médias (5 – 20g/kg) e se caracteriza por evolução superaguda. Sinais clínicos Os animais, na aparência sadios, de súbito, caem ao solo, em especial quando movimentados, e morrem em poucos minutos. Lesões macroscópicas Os achados de necropsia são praticamente negativos. Lesões microscópicas Revelam leves alterações regressivas e circulatórias, não muito constantes, no coração e fígado, e, em parte dos casos, uma alteração regressiva característica nos rins (degeneração hidópico-vacuolar de túbulos distais e pinocitose nuclear). Tudo indica que os animais morrem de insuficiência cardíaca aguda. Patogenia Está estabelecido que se trata do ácido monofluoroacético. Sabe-se que esta substância, por interferir no ciclo de Krebs, tem marcado efeito tóxico sobre o coração e causa a morte por fibrilação ventricular e parada cardíaca. Os herbívoros têm tendência a mostrarem os efeitos cardíacos, já os carnívoros a desenvolverem convulsões ou depressão do sistema nervoso central; em onívoros, ambos, coração e sistema nervoso central seriam afetados. Ação do monofluoroacetato a. Grupo I: o efeito se faz primeiramente sobre o coração (bovinos, ovinos, caprinos e coelhos); b. Grupo II: o efeito se faz tanto sobre o coração quanto sobre o sistema nervoso central (gatos e equinos); c. Grupo III: o efeito se faz primeiramente sobre o sistema nervoso central (cães, ratos e hamsters. 2. PLANTAS QUE CAUSAM INTOXICAÇÃO DE EVOLUÇÃO SUBAGUDA A CRÔNICA – com graves alterações cardíacas regressivas e fibrose Tetrapterys spp. e Ateleia glazioviana A Tretapterys spp. é importante na região Sudeste e a Ateleia glazioviana na região Sul. A ação dessas plantas é bem diferente da ação das que causam morte súbita. TRETAPTERYS SPP. quando ingeridas em doses médias (5g/kg/dia) durante períodos prolongados (ao redor de 60 dias), provocam em bovinos uma intoxicação de evolução subaguda a crônica, com quadro característico de insuficiência cardíaca. À necropsia encontram-se lesões cardíacas bem visíveis, e há edemas generalizados. Ao exame histológico, as lesões do coração caracterizam-se por alterações regressivas e proliferativas. Pelo exercício, só raramente se pode provocar a morte dos animais, quando a doença já está muito adiantada. Também é responsável por abortos em bovinos. Seu princípio tóxico ainda é desconhecido. ATELEIA GLAZIOVIANA é capaz de causar, quando ingerida em doses fracionadas de no mínimo 2,5g/kg/dia até alcançarem ou ultrapassarem 70g/kg, intoxicação de evolução subaguda a crônica em bovinos, com quadro clínico-patológico comparável ao produzido por Tetrapterys spp. Outra parte dos animais, apesar de apresentar lesões cardíacas da mesma natureza, sucumbe por morte súbita ou evidencia quadro de letargia. Também é importante causa de abortos nas regiões de sua ocorrência. Sinais clínicos Edemas de região ventral e submandibular, ascite. Lesões macroscópicas Os achados na necropsia apresentam fibrose cárdica, estriações brancas na musculatura cardíaca, fígado apresenta áreas necrosadas e congestionadas (noz moscada), rins de coloração vermelha escura. Quando há insuficiência cardíaca no lado esquerdo do coração, há congestão sanguínea nos pulmões, fazendo com que algumas hemácias sejam aderidas aos alvéolos, os macrófagos agem contra a célula, porém o ferro permanece e pigmenta (células do vicio cardíaco) 3. PLANTAS QUE CONTÉM GLICOSÍDEOS CARDIOTÓXICOS As plantas que contem cardenolídeos são muito tóxicas, porém de pouca importância veterinária porque raramente são ingeridas por animais de fazenda. Nerium oleander, planta ornamental com ampla distribuição. Experimentos realizados demonstraram alta toxidez para bovinos e ovinos. A Asclepsias curassavica (oficial-de-sala), planta muito conhecida e frequente no Brasil, mas que, apesar de experimentalmente tóxica para bovinos, não é de interesse pecuário.
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