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Aula 7 - Marco Regulatorio - Sistema Regulatorios nas Relacoes de Consumo

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Marco Regulatório
É um conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento dos setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública.
Os Marcos Regulatórios e os impactos na relação de Consumo
O Código de Defesa do Consumidor, fundamental inovação legislativa da década de 1990, definiu amplos direitos do consumidor, estabeleceu diretrizes para uma política nacional de relações de consumo, regulamentou a qualidade de produtos e serviços, as práticas contratuais, estabeleceu sanções administrativas às infrações à Lei e dispôs sobre a defesa do consumidor, em juízo. Para o CDC, o conceito de fornecedor é amplo e engloba todos aqueles que participam da colocação de produto e/ou serviço no mercado de consumo
Sistema Regulatórios nas Relações de Consumo
Algumas atividades econômicas possuem grande impacto social, seja ao proporcionar o desenvolvimento econômico da sociedade, seja por envolver aspectos essenciais relacionados à vida e à saúde da população. Por reunirem tais características, foi estabelecido que a prestação de tais serviços à sociedade não se daria em regime de liberdade empresarial plena e irrestrita, guiada pela livre iniciava em ambiente de mercado, com as partes estabelecendo livremente as condições em que os serviços seriam ofertados. Por conta das características especiais e essenciais para o desenvolvimento da sociedade de tais serviços, estes passaram a ser atividades econômicas classificadas como “serviços públicos” e a sua prestação sujeita-se a uma série de regras estabelecidas pela Lei e pelo Poder Executivo. A denominação “serviços de utilidade pública” também é utilizada com frequência quando se pretende distinguir entre serviços que são de competência do Estado (“serviços públicos”) e aqueles que são serviços tipicamente prestados pela iniciava privada, mas que, por possuírem grande relevância pública, são denominados de “serviços de utilidade pública”. A atuação do poder público sobre os prestadores de serviços públicos frequentemente visa garantir condições para que a oferta seja feita de forma ampla, promovendo o acesso do maior número possível de pessoas a esses serviços. A atuação estatal chega, em determinados setores, a envolver também a definição dos preços a serem cobrados dos consumidores (“tarifas”), as condições mínimas de segurança e os padrões de qualidade a serem observados. Quando submetidos a tais disciplinas, diz-se que os serviços públicos são serviços “regulados”. A prestação de serviços públicos à população submete-se às disposições do Código de Defesa do Consumidor, bem como à legislação e regulamentos setoriais, de forma que os consumidores de tais serviços contam com a uma proteção legislava integrada por estes instrumentos legais. Dados consolidados pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (SINDEC) e pelos sistemas de Atendimento ao Consumidor das Agências Reguladoras demonstram que falhas na prestação dos serviços regulados são frequentes e afetam um universo muito representativo de consumidores. A maioria das reclamações formuladas pelos consumidores junto às entidades integrantes do sistema de defesa do consumidor consolidadas no Sindec faz referência a questões envolvendo relações de consumo de serviços regulados, em especial nos setores de telefonia e financeiro, mas também da aviação, energia elétrica e planos de saúde. Tal constatação indica que os serviços regulados podem ser aperfeiçoados do ponto de vista da satisfação do consumidor, o que pode contribuir decisivamente para a diminuição dos índices gerais de conflitos nas relações de consumo. Assim, justifica-se o desenvolvimento de uma política pública com um enfoque institucional e transversal entre a proteção do consumidor e a regulação de serviços de natureza ou interesse público, buscando identificar as causas destes embates e propor medidas que aumentem a satisfação dos consumidores com os serviços regulados.
Conceito de Regulação 
De maneira geral, a regulação de serviços públicos consiste na promulgação de regras pelo Poder Legislativo, ou pelo Poder Executivo com fundamento na Lei, que afetem a conduta de agentes no mercado criando limites, restrições, obrigações ou defina obrigações. A atividade regulatória não se limita à promulgação de regras, mas inclui a atividade de monitoramento do mercado, a fiscalização de condutas e a tomada de medidas que visem obrigar os agentes regulados a obedecer às regras estabelecidas. 
Os mecanismos à disposição das autoridades regulatórias para a consecução de tais objetivos envolvem: 
. Possibilidade de controle de entrada de empresas no mercado;
 . Controle de preços (tarifas); 
. Controle de receitas e lucros máximos;
 . Controles prévios como a exigência de licenças prévias; 
. Controles sobre níveis de poluição aceitáveis; 
. Definição de protocolos de procedimento e standards para a produção de determinado bem; e 
. Definição de parâmetros de qualidade.
O modelo regulatório brasileiro 
Na década de 1990, o Brasil, assim como outros países, promoveu profundas reformas no modelo de administração pública, estabelecendo novos paradigmas da atuação do Estado, principalmente na atividade econômica. Nesse contexto foi implementado um modelo de regulação descentralizado e profissionalizado, reiterando tais atividades de órgãos da administração direta e atribuindo-as a agências reguladoras. Essa reforma administrava se insere no contexto do Estado de atividades econômicas e concessão da execução de serviços públicos a empresas privadas, cuja execução dos serviços precisaria ser fiscalizada e regulada. Tal processo foi pautado pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que passou a ser a principal norma que rege as concessões e permissões de serviços públicos e incide sobre serviços prestados por concessão federal, estadual, municipal e do Distrito Federal. 
Os primeiros serviços públicos a serem concedidos para a execução por pessoas jurídicas de direito privado foram o de energia elétrica e o de telefonia fixa, sendo que anteriormente eram prestadas empresas de economia mista controladas pelo poder público. Tais concessões ocorreram obedecendo a parâmetros constitucionais e legais, através de licitação e com a previsão de regras de qualidade, estabelecimento de valor de tarifas e assinatura de contrato por período fixo, entre outros. 
Outros exemplos de serviços cujas concessões devem obedecer a regras como o rito licitatório, assinatura de contrato de concessão por tempo fixo e estabelecimento de tarifas são a exploração de rodovias federais e a concessão de aeroportos. Serviços como o de aviação civil, telefonia móvel, TV por assinatura, banda larga e saúde suplementar, por outro lado, não são concedidos por via licitatória e o estabelecimento de preços é livre (ainda que em modalidades como o da saúde suplementar existem mecanismos de controle de reajustes). Ainda assim, diante da relevância do controle público sobre sua execução, são regulados e são fiscalizados pelas agências de cada setor. As agências reguladoras brasileiras são classificadas como autarquias de natureza especial. Suas características básicas são: independência administrava, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. 
A atividade regulatória da atividade econômica pode se dar através de diversos agentes públicos. Muitas regras de tal natureza decorrem diretamente da Lei. Outras são estabelecidas por órgãos do Poder Executivo como Institutos, Departamentos e Agências Regulatórias.
As agências reguladoras brasileiras são classificadas como autarquias de natureza especial. 
Suas características básicas são: independência administrava, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. 
As principais agências brasileiras que regulam serviços prestados diretamente aos consumidores são: 
. Agência Nacional de Energia Elétrica, instituída pela Lei nº 9.427, de 26 de dezembrode 1996; 
. Agência Nacional de Telecomunicações, criada pela Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997; 
. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999;
. Agência Nacional de Saúde Suplementar, criada pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000; 
.Agência Nacional de Transportes Terrestres, criada pela Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001; e 
. Agência Nacional de Aviação Civil, criada pela Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005.
A cooperação técnica entre a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e órgãos reguladores
 A cooperação com outros órgãos técnicos, além de ser um dos principais eixos previstos no Plandec – (Plano Nacional de Consumo e Cidadania), é uma ferramenta extremamente eficaz para prevenir a adoção de medidas regulatórias que não atendam aos interesses dos consumidores e que direta ou indiretamente contribuam para aumentar os conflitos das relações de consumo. Buscando potencializar tais efeitos, a Senacon investe no aprofundamento da cooperação técnica com as Agências Reguladoras, contribuindo com a tutela dos interesses dos consumidores, em vista das razões técnicas e setoriais expostas pela a Agência.
 Deste intercâmbio resultam propostas de aperfeiçoamento de regulamentos que combinem essas duas formas de tutela dos consumidores de serviços públicos, harmonizando os preceitos de proteção ao consumidor inscritos no Código de Defesa do Consumidor com as razões técnicas econômicas do setor regulado. 
A cooperação técnica da Senacon com as agências reguladoras se dá de maneira pontual através de consultas recíprocas sobre temas específicos e de maneira sistemática através da participação de técnicos da Senacon nas audiências públicas que envolvam temas afetos à defesa do consumidor. Em relação a alguns órgãos reguladores, a cooperação técnica da Senacon já adquiriu contornos de cooperação institucional, com a assinatura de termos de cooperação como os já firmados com o Bacen, Anvisa e Anatel.
A proteção dos consumidores e as agências e órgãos reguladores 
A Lei n° 8.031/1990, que instituiu o Programa Nacional de Privatização, depois substituída pela Lei nº 9.491/1997, deu início a uma reforma econômica do Estado Brasileiro, com a alienação do controle de entidades estatais, tanto as exploradoras de atividades econômicas, como as prestadoras de serviços públicos e com a concessão de serviços públicos a empresas privadas. Esse período de transformação econômica, denominada privatização, foi marcado por uma fecunda produção legislava em termos econômicos, no tocante a diferentes setores desde energia (Lei nº 9.478/97); telecomunicações (Lei nº 9472/97); petróleo (Lei nº 9478/97); defesa da concorrência (Lei nº 8.884/94); bem como, as Leis de criação das respectivas Agências Reguladoras dos serviços públicos ora privatizados, concedidos e/ou permitidos à prestação ao setor de serviço privado.
. Destarte, com a privatização deu-se início ao processo de transferência da execução de ampla gama de serviços públicos para o setor privado. No entanto, apesar de empresas privadas passarem a ser responsáveis pela prestação de determinados serviços, a natureza desses serviços continua sendo pública ou de interesse público, conservando o Estado brasileiro responsabilidades quanto à fiscalização de sua adequada prestação. É nesse contexto de transformação do papel do Estado que surgem as Agências e órgãos reguladores, como instrumento da atuação estatal, assumindo funções de planejamento, regulação e fiscalização da adequada prestação dos serviços públicos prestados por empresas privadas, concessionárias e permissionárias. Apesar da relação histórica existente entre a criação das Agências e órgãos reguladores e a privatização de serviços públicos, nada impede a criação de Agências para regulação de mercados puramente privados, como mecanismo de realização da disciplina jurídica de um setor de eminente interesse público, como é o caso, do mercado de planos de saúde. 
A regulação, entendida como a intervenção estatal nos mercados de serviços públicos ou de interesse público concedidos à iniciava privada, compreende dois aspectos, o econômico e o social.
 A regulação, sob o ponto de vista econômico, compreende a atividade intervencionista do Estado na economia, a fim de assegurar o adequado funcionamento do mercado, fomentando a competividade, prevenindo o surgimento de monopólio, estabelecendo o controle de tarifas e regras de entrada, permanência e saída de empresas em determinados mercados. 
A regulação, sob o ponto de vista social, preocupa-se em combater questões como assimetrias de informação e externalidades negavas; bem como, garantir a segurança, qualidade e devido acesso e universalização dos serviços. Em síntese, a regulação pode ser concebida como toda forma de intervenção do Estado na economia, a fim de regular desequilíbrios do mercado, quando o mercado se afasta do modelo de concorrência perfeita; e promover o desenvolvimento econômico e social em busca do bem-estar.
A atuação das agências e órgãos reguladores, por sua vez, impacta diretamente no dia-a-dia dos consumidores, pois cabem a elas um híbrido de atribuições de natureza variada, inclusive fiscalizadoras e negociadoras, mas também normativas, gerenciais, arbitradoras e sancionadoras, a fim de guiar o funcionamento do mercado e corrigir suas falhas, notadamente, existente entre consumidores – parte mais vulnerável na relação de consumo – e fornecedores. A partir da premissa de que para a efetiva salvaguarda da proteção dos direitos dos consumidores dos serviços regulados é necessária a atuação conjunta dos órgãos reguladores e dos órgãos integrantes do SNDC, o Plano Nacional de Consumo e Cidadania tem como um de seus principais eixos a melhoria na qualidade de produtos e serviços e o aperfeiçoamento regulatório.
 Fonte:http://www.defesadoconsumidor.gov.br/images/manuais/manual-do-direito-do-consumidor.pdf

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