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14 Direito Penal.PDF

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2016	-	09	-	26
Reta	final	OAB:	revisão	unificada	-	Edição	2016
14.	DIREITO	PENAL	PARTE	GERAL
ESCOLAS	PENAIS
••	Escola	clássica:	inspiração	no	racionalismo	iluminista,	vale-se	do	método	dedutivo,	distingue	dolo	e	culpa,	baseia	a
culpabilidade	no	livre	arbítrio	e	tenta	justificar	a	pena	de	maneira	racional,	compreendendo-a	como	castigo	proporcional
pela	 prática	 do	 crime	 ou	 exemplo	 para	 que	 não	 sejam	 praticadas	 novas	 infrações	 pelo	 sentenciado	 ou	 por	 terceiros
(intimidação).	Os	principais	nomes	são	Beccaria,	Carrara	e	Feuerbach.
••	Escola	positiva:	Inspirada	na	evolução	das	ciências	experimentais,	busca	estabelecer	nexos	de	causa	e	efeito	similares
aos	da	física	para	as	demais	ciências.	Parte	do	método	indutivo	e	da	experimentação,	acreditando	assim	alcançar	respostas
exatas	(“científicas”)	para	os	problemas	da	criminalidade.	Parte	da	premissa	do	determinismo.	Classificada	em	três	fases:
a)	O	determinismo	biológico	de	Lombroso:	o	autor,	médico	por	origem,	elaborou	teoria	a	partir	da	qual	seria	possível
determinar	 a	 tendência	 do	 sujeito	 à	 prática	 criminosa	 em	 razão	 de	 determinadas	 características	 corporais,	 chegando	 a
arrolar	detalhes	do	crânio	como	indício	da	índole	criminosa;
b)	O	determinismo	de	Ferri:	além	dos	fatores	biológicos,	o	homem	é	fruto	do	meio,	ou	seja,	é	determinado	pelo	ambiente
em	que	 vive	 a	 se	 portar	 de	uma	ou	 outra	maneira,	 inclusive	 a	 praticar	 crimes.	A	melhor	maneira	de	 evitar	 a	 prática	 de
crimes	é	alterar	os	ambientes,	de	forma	a	diminuir	o	incentivo	à	criminalidade,	bem	como	afastar	o	criminoso	de	seu	meio
anterior;	e
c)	 O	 determinismo	 psicológico	 de	 Garófalo:	 o	 criminoso	 não	 tem	 normal	 desenvolvimento	 dos	 sentimentos	 de
probidade	e	piedade,	ou	seja,	o	determinismo	aqui	 tem	índole	predominantemente	psicológica.	Deve	ser	responsabilizado
por	viver	em	sociedade.
FONTES	DO	DIREITO	PENAL
As	 fontes	 podem	 ser	 classificadas	 como	materiais	 (de	 produção)	 ou	 formais	 (de	 conhecimento).	 A	 fonte	 material	 é	 o
Estado,	sendo	que,	no	Brasil,	só	tem	competência	para	legislar	em	matéria	penal,	em	princípio,	a	União,	conforme	art.	22,	I,
da	CF/1988.	As	fontes	formais	podem	ser	divididas	em:	(a)	imediatas:	a	lei	em	sentido	estrito,	que	é	o	centro	de	gravitação	do
direito	penal,	visto	que	tal	ramo	do	direito	se	erige	a	partir	do	princípio	da	legalidade,	que	abre	o	Código	Penal;	(b)	mediatas:
costume	 e	 princípios	 gerais	 do	 direito.	 Embora	 não	 possam	 “criar”	 crimes,	 são	 tidas	 como	 fontes	 por	 influenciarem
diretamente	o	âmbito	de	eficácia	das	 leis,	permitindo	interpretar,	por	exemplo,	o	que	é	considerado	“obsceno”.	O	costume
tem	um	componente	objetivo,	que	é	a	reiteração	do	comportamento,	e	um	subjetivo,	que	é	a	crença	em	sua	obrigatoriedade.
O	costume	pode	não	revogar	a	lei	penal,	ou	seja,	crime	poucas	vezes	punido	não	perde	seu	caráter	criminoso,	mas	influencia
–	podendo	restringir	–	a	compreensão	da	amplitude	da	norma,	e	normalmente	leva	o	legislador	a	revogá-la	ou	alterá-la.	Os
princípios	gerais	do	direito	são	os	mais	abstratos	do	ordenamento	e	 lhe	dão	alicerce	de	compreensão,	como	o	que	manda
“não	 lesar	 terceiros”,	“dar	 a	 cada	um	o	que	 é	 seu”,	 a	 vedação	de	 enriquecimento	 ilícito	 ou,	 atualmente,	 o	que	 estrutura	o
ordenamento	a	partir	do	respeito	à	dignidade	humana.
CLASSIFICAÇÃO	DAS	NORMAS	PENAIS
Podem	ser	classificadas	em	incriminadoras	e	não	incriminadoras.	Incriminadoras	quando	descrevem	crimes	e	cominam
penas.	 As	 não	 incriminadoras	 podem	 ser	 permissivas	 ou	 explicativas,	 também	 chamadas	 complementares	 ou	 finais.	 As
permissivas	 podem	 ser	 justificantes,	 quando	 excluem	 a	 antijuridicidade,	 e	 exculpantes,	 quando	 excluem	 a	 culpabilidade
(Greco).	As	 explicativas	 (complementares	ou	 finais)	 esclarecem	o	 conteúdo	de	outra	norma,	 como	no	 caso	do	 conceito	de
funcionário	público,	ou	tratam	de	regras	gerais	para	aplicação	das	demais	normas,	como	as	que	disciplinam	a	tentativa	e	o
nexo	de	causalidade.
PRINCÍPIOS	DE	DIREITO	PENAL
••	Princípio	da	culpabilidade:	(1)	Ninguém	pode	ser	punido	sem	dolo	ou	culpa,	sendo	vedada	a	responsabilidade	objetiva;
(2)	a	pena	deve	ser	proporcional	ao	mal	do	crime.
••	Princípio	da	humanidade	das	penas:	as	penas	devem	preservar	a	dignidade	do	apenado,	sendo	vedada	pelo	art.	5.º,
XLVII,	da	CF/1988	a	pena	de	morte,	a	prisão	perpétua,	as	penas	cruéis,	trabalhos	forçados	e	o	banimento.
••	 Princípio	 da	 individualização	 das	 penas:	 A	 pena	 deve	 ser	 desigualmente	 aplicada	 e	 executada,	 consideradas	 as
peculiares	circunstâncias	do	fato	e	do	infrator	(art.	5.º,	XLVIII,	da	CF/1988).	Os	três	momentos	de	individualização	da	pena
são:	a)	cominação	legislativa;	b)	aplicação	da	pena	na	sentença	e	c)	execução	da	pena.
••	 Princípio	 da	 personalidade	 ou	 intranscendência	 da	 pena:	 a	 pena	 deve	 ser	 individualizada	 e	 não	 pode	 passar	 da
pessoa	do	condenado	(art.	5.º,	XLV,	da	CF/1988)	 lembrando	que	a	perda	de	bens	e	a	obrigação	de	reparar	o	dano	poderão
alcançar	os	herdeiros	no	limite	das	forças	da	herança.
••	Princípio	da	intervenção	mínima:	O	Estado	deve	interferir	o	mínimo	possível	na	esfera	de	direitos	do	cidadão.	Dada	a
intensidade	do	direito	penal,	a	mínima	interferência	deve	ser	a	grande	força	orientadora.
••	 Princípio	 da	 subsidiariedade:	 O	 direito	 penal	 é	 um	 remédio	 subsidiário,	 ou	 seja,	 deve	 ser	 reservado	 apenas	 para
aquelas	situações	em	que	outras	medidas	estatais	ou	sociais	(sanção	moral,	administrativa,	civil	etc.)	não	foram	suficientes
para	provocar	a	diminuição	da	violência	gerada	por	determinado	fato.	O	Direito	Penal	deve	ser	a	ultima	ratio.
••	Princípio	de	exclusiva	proteção	a	bens	jurídicos	com	dignidade	penal:	O	direito	penal	não	pode	proteger	atos	tidos
como	meramente	 imorais	 por	 parcela	 da	 comunidade	 (Nilo	Batista),	 nem	 tentar	 impor	determinada	 ideologia	 política	 ou
crença	religiosa,	sob	pena	de	inconstitucionalidade.	Sua	legitimação	vem	da	finalidade	de	proteger	bens	jurídicos,	e,	se	não
há	bem	 jurídico	claramente	colocado	como	objeto	de	proteção,	é	 ilegítima	a	 tipificação	da	conduta	como	relevante	penal.
Prevalece	ainda	que	o	bem	jurídico	deve	ter	referência	constitucional.
••	Princípio	da	fragmentariedade:	Nem	toda	lesão	a	bem	jurídico	com	dignidade	penal	carece	de	intervenção	penal,	pois
determinadas	 condutas	 lesam	 de	 forma	 tão	 pequena,	 tão	 ínfima,	 que	 a	 intervenção	 penal,	 extremamente	 grave,	 seria
desproporcional,	desnecessária.	Apenas	a	grave	lesão	a	bem	jurídico	com	dignidade	penal	merece	tutela	penal.	Acreditamos
ser	uma	decorrência	da	subsidiariedade.
••	Princípio	da	insignificância:	 Intimamente	relacionado	com	a	própria	fragmentariedade,	orienta	a	irrelevância	penal
das	 infrações	 à	pura	 letra	da	 lei	 penal	que	não	 revelem	 significativa	 lesão	ou	 risco	de	 lesão	aos	bens	 jurídicos	 tutelados.
Assim,	ainda	que	formalmente	haja	infração	penal,	materialmente	não	haverá	crime,	pois	a	insignificância	da	lesão	afasta	a
intervenção	penal.	Os	Tribunais	Superiores	fixaram	requisitos	para	o	reconhecimento	da	insignificância,	quais	sejam:	1)	a
mínima	ofensividade	da	conduta,	2)	a	ausência	de	periculosidade	social	da	ação,	3)	o	reduzido	grau	de	reprovabilidade	do
comportamento	e	4)	a	inexpressividade	da	lesão	jurídica.
••	Princípio	da	adequação	social:	A	ideia	de	que	a	conduta	adequada	socialmente	não	merece	tutela	penal	é	óbvia,	mas	a
doutrina	 tem	 buscado	 resolver	 o	 problema	 de	 diversas	 maneiras.	 No	 presente	 enfoque,	 afirmamos	 que	 apenas
aparentemente	o	tipo	descreve	condutas	(eventualmente)	socialmente	adequadas.	Na	verdade,	quando	buscamos	seu	sentido
(e	 interpretar	 é	 buscar	 o	 alcance	 e	 sentido	da	norma),	 concluímos	que	 jamais	 poderia	 trazer	 como	merecedora	de	 tutela
penal	conduta	aceita	ou	até	mesmo	fomentada	pela	sociedade,	como	o	caso	da	cirurgia	plástica	para	alteração	de	sexo,	da
perfuração	 para	 colocaçãode	 brincos	 em	 crianças	 ou	 da	 criação	 de	 risco	 permitido	 (viajar	 de	 avião).	 É	 verdade	 que	 os
mesmos	problemas	podem	ser	 resolvidos	em	outros	momentos,	 como	na	 teoria	do	crime	e	especificamente	na	 tipicidade,
mas	a	inspiração	é	a	mesma:	o	conceito	material	de	crime.
TEORIA	DA	LEI	PENAL
••	Princípio	da	legalidade:	não	há	crime	sem	lei	anterior	que	o	defina,	nem	pena	sem	prévia	cominação	 legal	 (art.	5.º,
XXXIX,	da	CF/1988).
••	Princípio	da	estrita	reserva	 legal:	 apenas	 lei	 em	 sentido	 estrito,	 ou	 seja,	 lei	 ordinária,	 pode	veicular	matéria	penal
incriminadora.	Leis	delegadas	e	medidas	provisórias	não	podem	criar	crimes	ou	penas.
••	Princípio	da	taxatividade:	 a	 lei	penal	deve	descrever	de	 forma	pormenorizada	a	conduta	proibida,	esclarecendo	de
forma	 taxativa	 o	que	 é	 crime	 e	 o	que	não	 é.	Denominamos	de	 tipos	 fechados	os	que	 cumprem	a	 taxatividade.	Os	 crimes
dolosos	devem	ser	fechados,	sob	pena	de	inconstitucionalidade.	Denominamos	de	tipos	abertos	aqueles	que	não	cumprem	a
taxatividade.	Os	tipos	culposos	podem	ser	abertos.	Obs.:	Existem	tipos	culposos	fechados,	como	a	receptação	culposa.
••	Princípio	da	exigibilidade	de	lei	escrita:	é	vedada	analogia	em	desfavor	do	acusado,	sendo	admitida	apenas	em	seu
favor.
••	Princípio	da	legalidade	das	penas:	além	de	prever	as	condutas	proibidas,	a	lei	deve	prever	a	pena	aplicada	no	caso	de
infração	à	norma.	A	pena	deve	ser	clara,	e	devem	ser	evitadas	grandes	distâncias	entre	a	pena	mínima	e	a	pena	máxima
cominadas,	com	o	objetivo	de	aumentar	a	previsibilidade	sobre	a	pena	que	pode	ser	imposta.
••	Princípio	da	anterioridade:	para	que	tenha	sentido	o	princípio	da	legalidade,	é	necessário	que	a	previsão	da	conduta
proibida	(em	lei	certa,	escrita	etc.)	seja	anterior	à	prática	do	fato.	Observe	que	norma	penal	em	branco	é	aquela	que	precisa
do	complemento	de	outra	norma	para	que	seja	possível	a	compreensão	da	conduta	proibida.
••	Lei	penal	em	branco:	É	aquela	que	precisa	do	complemento	de	outro	normativo	para	que	tenha	sentido.	Por	exemplo,
no	crime	de	“trazer	consigo	droga”,	que	substâncias	são	consideradas	“drogas”?	Apenas	com	outro	ato	normativo	que	arrole
quais	 substâncias	 podem	 ser	 consideradas	 “droga”	 será	 possível	 compreender	 o	 crime,	 tornando	 o	 tipo	 eficaz.	 A	 norma
complementar,	ou	seja,	aquela	que	especifica	o	conteúdo	do	preceito	primário	do	tipo	penal	pode	ser	de	mesmo	patamar	(lei
ordinária)	 ou	 patamar	 inferior	 (resolução,	 portaria	 etc.).	 No	 primeiro	 caso,	 classifica-se	 como	 norma	 penal	 em	 branco
homogênea	(ou	lato	sensu	),	e,	no	segundo,	norma	penal	em	branco	heterogênea	(ou	stricto	sensu	).
CONFLITO	APARENTE	DE	NORMAS
••	Especialidade:	a	norma	especial	prevalece	sobre	a	geral.
••	Subsidiariedade:	a	norma	principal	prevalece	sobre	a	subsidiária.	A	subsidiariedade	pode	ser	implícita	ou	expressa.
••	Consunção:	se	a	norma	descreve	fato	que	é	ato	preparatório,	fase	da	execução,	meio	necessário	ou	mero	exaurimento
de	outro	fato	mais	grave	descrito	em	norma,	é	por	esta	absorvida.
••	Submodalidades:
a)	crime	progressivo:	 o	 sujeito	pratica	atos	 gradativamente	 lesivos	 ao	bem	 jurídico	para	atingir	um	único	objetivo	 já
estabelecido,	que	é	a	lesão	mais	grave;
b)	 progressão	 criminosa:	 o	 sujeito	 pratica	 ato	 lesivo	 ao	 bem	 e,	 alcançando	 seu	 objetivo,	 se	 dispõe	 a	 alcançar	 novo
objetivo,	com	lesão	mais	grave;
c)	ante	factum	não	punível:	o	 sujeito	 realiza	 fato	descrito	em	norma	penal,	mas	que	é	apenas	ato	preparatório,	meio
necessário	ou	fase	da	execução	do	fato	que	realmente	deseja	realizar,	e	que,	por	sua	vez,	é	previsto	como	crime.	Aqui,	vale
lembrar	a	Súmula	17	do	STJ:	“Quando	o	falso	se	exaure	no	estelionato,	sem	mais	potencialidade	lesiva,	é	por	este	absorvido”;
e
d)	 post	 factum	 não	 punível:	 considera-se	 mero	 exaurimento,	 irrelevante	 penal,	 quando	 a	 lesão	 posterior	 é	 mera
decorrência	esperada	de	uma	mais	grave	anterior.
••	 Alternatividade:	 nos	 crimes	 de	 ação	 múltipla,	 em	 que	 há	 mais	 de	 um	 verbo	 nuclear,	 ainda	 que	 sejam	 realizadas
diversas	ações,	desde	que	em	um	mesmo	contexto	de	fato,	entende-se	que	há	um	só	crime,	pela	unicidade	de	lesão	ao	bem
jurídico.
LEI	PENAL	NO	TEMPO	E	NO	ESPAÇO
TEMPO	E	LUGAR	DO	CRIME
Tempo	do	crime
Teoria	da	atividade:	considera-se	praticado	o	crime	no
momento	 da	 ação	 ou	 omissão,	 ainda	 que	 outro	 seja	 o
momento	do	resultado	(art.	4.º	do	CP).
Lugar	do	crime
Teoria	da	ubiquidade	ou	mista:	considera-se	praticado	o	crime	no	lugar	em	que
ocorreu	a	ação	ou	omissão,	no	todo	ou	em	parte,	bem	como	onde	se	produziu	ou
deveria	produzir-se	o	resultado	(art.	6.º	do	CP).
L U T A
U B E T
G I M I
A Q P V
R U O I
I D
D A
A D
D E
E
Aplicação
da	 lei	 penal
no	tempo
Princípio	da	irretroatividade	da	lei	penal	severa	(	lex	gravior	).
Princípio	da	retroatividade	da	 lei	penal	benéfica	 (	lex	mitior	):	 a	 lei	 que,	 de	 qualquer	 forma	 (diminuindo	 a	 pena	 ou
abolindo	o	crime),	favorece	o	acusado	retroage,	alcançando	até	mesmo	os	fatos	com	decisão	transitada	em	julgado.	Se	o	fato
deixou	 de	 ser	 considerado	 crime,	 dizemos	 que	 houve	 abolitio	 criminis.	 As	 normas	 excepcional	 ou	 temporária	 são
autorrevogáveis.	Excepcional	é	aquela	que	tem	sua	vigência	atrelada	à	permanência	de	determinada	situação	excepcional	(v.g.,
período	de	seca).	Temporária	é	aquela	que	traz	expressa	a	data	final	de	sua	vigência.	São	sempre	ultra-ativas,	sendo	aplicadas
aos	fatos	ocorridos	em	sua	vigência	mesmo	após	o	término	desta,	ainda	que	a	nova	lei	seja	mais	favorável.
Aplicação
da	 lei	 no
espaço
Princípio	da	territorialidade:	a	regra	é	a	aplicação	da	 lei	brasileira	ao	crime	ocorrido	em	território	nacional,	 lembrando
que,	como	é	possível	a	aplicação	de	tratados	e	convenções	internacionais	ao	fato	cometido	em	nosso	território,	dizemos	que	a
territorialidade	adotada	não	é	absoluta,	mas	sim	relativa	ou	temperada.	Vale	lembrar	que	o	território	nacional,	para	fins	penais,
abrange	 não	 apenas	 a	 porção	 de	 terra	 entre	 fronteiras,	 mas	 também	 as	 águas	 internas,	 o	 mar	 territorial	 e	 sua	 projeção
espacial,	 sendo	 ainda	 considerado	 território	 nacional	 por	 equiparação	 o	 navio	 ou	 avião	 público	 –	 ou	 privado	 em	 missão
pública	–,	 onde	 quer	 que	 se	 encontrem,	 e	 o	 navio	 ou	 avião	 privado	 com	bandeira	 brasileira	 em	 alto	mar	 ou	 espaço	 aéreo
correspondente.
Principio	da	extraterritorialidade:	é	a	aplicação	da	lei	brasileira	ao	crime	ocorrido	fora	do	território	nacional,	podendo	ser
incondicionada	ou	condicionada	(art.	7.º	do	CP).	A	extraterritorialidade	pode	ser	incondicionada	e	condicionada:
I	–	 Incondicionada.	Hipóteses:	a)	 “contra	a	vida	ou	a	 liberdade	do	Presidente	da	República”;	b)	“contra	o	patrimônio	ou	a	 fé
pública	da	União,	do	Distrito	Federal,	de	Estado,	de	Território,	de	Município,	de	empresa	pública,	sociedade	de	economia	mista,
autarquia	ou	fundação	instituída	pelo	Poder	Público”;	c)	“contra	a	administração	pública,	por	quem	está	a	seu	serviço”	(até	aqui,
todos	se	justificam	pelo	princípio	real,	de	defesa	ou	proteção);	d)	“de	genocídio,	quando	o	agente	for	brasileiro	ou	domiciliado	no
Brasil”	(princípio	da	justiça	universal).
II	–	Condicionada	(as	condições	se	encontram	no	§	2.º	do	art.	7.º	do	CP).	Condições:	a)	“entrar	o	agente	no	território	nacional”;
b)	“ser	o	fato	punível	também	no	país	em	que	foi	praticado”;	c)	“estar	o	crime	incluído	entre	aqueles	pelos	quais	a	 lei	brasileira
autoriza	a	extradição”;	d)	“não	ter	sido	o	agente	absolvido	no	estrangeiro	ou	não	ter	aí	cumprido	pena”;	e)	“não	ter	sido	o	agente
perdoado	no	estrangeiro	ou,	por	outro	motivo,	não	estar	extinta	a	punibilidade,	segundo	a	 lei	mais	 favorável”.	Hipóteses:	a)	os
crimes	 que	 por	 tratado	 ou	 convenção	 o	Brasil	 se	 obrigou	 a	 reprimir	 (princípio	 da	 justiça	 universal);	 b)	 crimes	 praticados	 por
brasileiro	(princípio	da	personalidadeativa);	c)	crimes	praticados	em	aeronaves	ou	embarcações	privadas	quando	em	território
estrangeiro	e	aí	não	sejam	julgadas	(princípio	da	representação).	O	§	3.º	traz	o	que	poderíamos	chamar	de	extraterritorialidade
condicionada	especial,	pois,	além	das	condições	já	enumeradas,	há	ainda	mais	duas	(as	alíneas	a	e	b	do	§	3.º	do	art.	7.º	do	CP):	a	)
“não	 foi	 pedida	 ou	 foi	 negada	 a	 extradição”;	 b	 )	 “houve	 requisição	 do	 Ministro	 da	 Justiça”.	 A	 hipótese	 da	 chamada
extraterritorialidade	especial	é	do	crime	cometido	por	estrangeiro	contra	brasileiro	(princípio	da	personalidade	passiva).
EFICÁCIA	DA	SENTENÇA	ESTRANGEIRA
Para	que	seja	possível	a	execução	da	medida	de	segurança	e	o	pleito	pela	reparação/	restituição	civil	dos	danos,	a	sentença
estrangeira	deve	ser	homologada	pelo	Superior	Tribunal	de	Justiça,	pois	seria	incompatível	com	a	atual	noção	de	soberania
que	julgado	de	outra	nação	pudesse	ser	executado	no	País	sem	a	necessidade	de	qualquer	controle.	A	sentença	estrangeira,
para	impedir	a	extraterritorialidade	e	configurar	a	reincidência,	não	precisa	ser	homologada.
PRAZOS	PENAIS
Nos	prazos	penais,	inclui-se	o	dia	do	início,	sendo	que	os	prazos	em	meses	e	anos	devem	ser	contados	independentemente
do	número	de	dias	do	mês	ou	ano.	São	desprezadas	as	frações	de	dia	ou	de	hora.
LEGISLAÇÃO	ESPECIAL
Prevendo	conflito	entre	as	normas	gerais	e	as	especiais,	o	legislador	quis	esclarecer	a	ausência	de	supremacia	do	Código,
determinando	que	a	aplicação	das	regras	gerais	codificadas	apenas	ocorrerá	na	 lei	especial,	quando	esta	não	dispuser	de
forma	diversa.	Na	verdade,	apenas	tornou	expressa	a	adoção	do	princípio	da	especialidade,	regra	básica	de	interpretação.
TEORIA	DO	CRIME
••	Conceito	bipartite:	fato	típico	e	antijurídico.
••	Conceito	tripartite:	fato	típico,	antijurídico	e	culpável	(é	a	que	prevalece	no	Brasil).
••	Conceito	quadripartite:	fato	típico,	antijurídico,	culpável	e	punível.
••	Conceitos	básicos:
a)	o	sujeito	ativo	realiza	a	conduta	descrita	na	norma	incriminadora;
b)	sujeito	passivo	é	o	titular	do	bem	jurídico	tutelado;
c)	objeto	material	é	a	pessoa	ou	coisa	sobre	a	qual	recai	a	conduta	do	autor;	e
d)	objeto	jurídico	é	o	bem	jurídico	tutelado.
••	 Fato	 típico:	conduta,	 resultado,	 nexo	 causal	 e	 tipicidade.	 Conduta	 e	 tipicidade	 são	 elementos	 essenciais,	 ou	 seja,
presentes	 em	 todos	 os	 fatos	 típicos.	Nexo	de	 causalidade	 e	 resultado	 são	 elementos	 eventuais,	 pois	 só	 são	 relevantes	 nos
crimes	materiais.
a)	Conduta:	ação	ou	omissão	humana,	consciente	e	voluntária,	dirigida	a	uma	finalidade.	Não	há	conduta	nos	casos	de
coação	física	irresistível	ou	movimentos	inconscientes	ou	reflexos.	Quanto	à	conduta,	o	crime	pode	ser:
i)	comissivo:	praticado	por	ação;	e
ii)	omissivo:	praticado	por	omissão.	Crimes	omissivos	podem	ser:	a)	omissivos	próprios:	a	lei	descreve	expressamente	a
conduta	omissiva	e	sua	consumação	se	dá	com	a	mera	omissão	independentemente	de	resultado;	b)	omissivos	impróprios	ou
comissivos	 por	 omissão:	 são	 casos	 nos	 quais	 a	 lei	 impõe	 ao	 sujeito	 o	 dever	 de	 agir	 para	 impedir	 o	 resultado	 (posição	 de
garante).	As	hipóteses	em	que	o	sujeito	deve	agir	para	impedir	o	resultado	estão	previstas	no	art.	13,	§	2.º,	do	CP:	a)	dever
legal;	se	a	lei	 impõe	dever	de	guarda,	proteção	ou	vigilância;	b)	dever	contratual,	se	de	qualquer	maneira	o	sujeito
assume	a	responsabilidade	de	 impedir	o	resultado	e	c)	dever	de	 ingerência:	se;	com	sua	conduta	anterior	o	sujeito
provoca	o	risco	da	produção	do	resultado.
b)	Resultado:	é	a	alteração	do	mundo	físico,	diversa	da	própria	conduta,	mas	causada	por	ela.
MATERIAIS FORMAIS MERACONDUTA
A	lei	prevê	um	resultado	e	exige	que	ele	ocorra	para
que	o	crime	se	consume.
A	 lei	 prevê	um	 resultado,	mas	não	 exige	que	 ele	 ocorra
para	que	o	crime	se	consuma.
A	 lei	não	prevê
resultado.
c)	 Nexo	 de	 causalidade:	 relação	 de	 causa	 e	 efeito	 entre	 conduta	 e	 resultado.	 1)	Regra:	 teoria	 da	 equivalência	 dos
antecedentes	ou	da	conditio	sine	qua	non	(art.	13,	caput,	do	CP)	–	tudo	o	que	contribui	para	gerar	o	resultado	é	considerado
causa.	 Instrumento	 para	 verificar	 se	 determinada	 conduta	 é	 ou	 não	 causa	 do	 resultado	 é	 o	 critério	 da	 eliminação
hipotética:	o	investigador	deve	eliminar	hipoteticamente	a	conduta	da	cadeia	causal	e	verificar	se	o	resultado	seria
alterado.	 Se	o	 resultado	permanece	nas	mesmas	 circunstâncias,	 a	 conduta	não	é	 causa.	 Se	o	 resultado	 se	altera,	 é
causa	 2)	 Exceção:	 causa	 superveniente	 relativamente	 independente,	 que	 pode	 ser	 reconhecida,	 em	 regra,	 por	 dois
requisitos:	a)	é	evento	posterior	à	conduta	e	é	seu	desdobramento,	mas	b)	não	se	encontra	na	linha	de	eventos	esperados	e
previsíveis,	ou	seja,	não	é	o	que	costuma	acontecer.	A	causa	superveniente	relativamente	independente	–	exclui	a	imputação
(rompe	 o	 nexo	 causal	 entre	 a	 conduta	 investigada	 e	 o	 resultado)	 quando	 por	 si	 só	 tiver	 produzido	 o	 resultado.	 Os	 atos
anteriores,	no	entanto,	são	imputados	a	quem	os	praticou	(art.	13,	§	1.º,	do	CP).
d)	Imputação	objetiva	––	Para	imputar	um	risco	ou	lesão	a	bem	jurídico	a	alguém,	além	do	critério	da	causalidade	física,
estudado	no	tópico	anterior,	seria	necessária	ainda	a	imputação	objetiva,	estrutura	já	reconhecida	pela	maioria	da	doutrina
brasileira.	 Imputar	significa	atribuir,	 tentando	compreender	que	lesões	ou	riscos	a	bens	 jurídicos	podem	ser	consideradas
obra	de	determinado	autor.	Não	há	sentido	em	atribuir	relevância	penal	ao	comportamento	normal,	esperado.	Também	é
irracional	proibir	o	acaso,	pois	apenas	a	vontade	(ainda	que	racionalizada,	generalizada)	pode	ser	controlada.	A	partir	de	tais
ideias	foram	traçados	critérios	(Roxin)	de	exclusão	da	imputação	objetiva,	quais	sejam:
i)	A	 criação	ou	 incremento	de	um	risco	 juridicamente	proibido,	 partindo	de	uma	perspectiva	ex	 ante:	 partindo	 da
premissa	de	que	quanto	mais	sofisticada	a	sociedade,	maiores	as	chances	de	lesão	aos	interesses	dos	cidadãos,	vivemos	em
uma	sociedade	de	crescente	risco.	O	tráfego	automotivo	e	aéreo,	a	utilização	de	agrotóxicos	nas	lavouras,	o	tratamento	de
água,	o	convívio	com	aparelhos	elétricos	etc.	são	exemplos	de	riscos	que	nos	cercam.	Assim,	não	há	imputação	objetiva	(a)	se
não	há	criação	ou	incremento	de	risco	ao	bem	na	ação	do	autor,	ou	ainda	(b)	se	o	risco	criado	ou	elevado	é	juridicamente
permitido,	tolerado,	não	há	imputação	objetiva,	restando	afastada	a	tipicidade.	Por	exemplo:	Se	A	desvia	curso	de	pedra	que
vai	atingir	a	cabeça	da	vítima,	de	forma	que	a	mesma	lesione	sua	perna,	ainda	que	consciente	do	resultado,	não	responderá
pelo	crime:	é	que,	apesar	de	haver	conduta	dolosa,	nexo	de	causalidade	e	resultado,	não	há	imputação	objetiva,	pois	o	risco
para	o	bem	jurídico	 (integridade	 física	–	vida)	 foi	diminuído	 (e	não	criado	ou	ampliado)	com	a	conduta,	de	acordo	com	a
experiência	comum;
ii)	 Que	 o	 resultado	 a	 ser	 sancionado	 seja	 a	 concretização	 do	 risco	 proibido	 criado	 ou	 incrementado.	 Não	 há
imputação	objetiva	(a)	se	o	dano	for	resultado	de	outra	circunstância	que	não	o	risco	criado	pelo	autor,	deve	ser	afastada	a
imputação	 objetiva.	 Entende-se	 que	 o	 risco	 não	 se	 realizou	 quando,	 mesmo	 com	 hipotético	 comportamento	 conforme	 o
direito,	 o	 resultado	 teria	 ocorrido.	 Assim,	 se,	 após	 o	 fato,	 altera-se	 hipoteticamente	 a	 conduta	 para	 aquela	 esperada	 pelo
ordenamento,	ao	final,	percebe-se	que	o	resultado	teria	ocorrido	da	mesma	forma,	entende-se	que	não	houve	realização	do
risco	 criado	 no	 resultado,	 e,	 assim,	 não	 há	 imputação	 objetiva.	 Por	 exemplo:	 Ciclista	 embriagado	 é	 ultrapassado	 por
caminhão,	que	desrespeita	a	distância	mínima	no	momento	da	ultrapassagem.	O	ciclista	perde	o	equilíbrio	e	vem	a	morrer
esmagado	pelos	pneus	do	 caminhão.	 Se	 se	 concluir	que,	mesmo	que	 tivesse	 sido	 respeitada	a	distância,	 o	 ciclista	 teria	 se
desequilibrado,em	razão	de	sua	embriaguez,	e	caído	sob	o	caminhão,	não	há	imputação	objetiva,	pois	com	o	comportamento
alternativo	 conforme	 o	 Direito	 o	 resultado	 persiste,	 e,	 assim,	 não	 há	 como	 se	 dizer	 que	 o	 risco	 criado	 se	 concretizou	 no
resultado.	Não	há	ainda	imputação	objetiva	se	(b)	o	resultado	não	é	a	concretização	do	risco	abrangido	pela	norma.	Sabe-se
que	toda	norma	penal	busca	evitar	determinados	riscos,	e,	se	risco	criado	extrapola	o	alcance	da	norma,	deve	ser	afastada	a
imputação.	Possível	 concluir	que	não	há	 imputação	objetiva	quando	o	condutor	de	veículo	ultrapassa	o	 sinal	vermelho,	e
vem	a	atropelar	pedestre	um	quilometro	depois.	É	verdade	que	descumpriu	dever	de	cuidado,	e	que	se	tivesse	respeitado	a
sinalização,	não	haveria	o	atropelamento	(pois	o	pedestre	já	teria	atravessado	a	rua	quando	o	veículo	chegasse	ao	local),	mas
não	há	imputação	objetiva,	pois	o	risco	gerado	com	a	desobediência	ao	sinal	se	referia	a	outros	veículos	e	pedestres	naquele
cruzamento,	 e	não	em	 local	distante,	 quando	outros	 cuidados	 é	que	deveriam	evitar	 lesões.	Assim,	 apesar	de	presentes	a
conduta	imprudente,	o	nexo	de	causalidade	e	o	resultado,	a	menos	que	se	demonstre	outro	descuido	por	parte	do	motorista,
não	haverá	responsabilidade	penal,	por	ausência	da	imputação	objetiva;	e
iii)	Que	o	resultado,	na	forma	como	ocorrido,	se	encontre	no	âmbito	de	proteção	do	tipo.	Aqui	importa	perguntar	se
foi	o	autor,	e	não	terceiro,	o	responsável	pela	criação	do	risco.	Não	há	imputação,	assim,	se	(a)	a	gestão	do	risco	é	atribuição
de	terceiros	(A	fere	B,	mas	no	hospital	B	é	submetido	a	cirurgia	na	qual	ocorre	grosseiro	erro	médico,	e	B	falece.	Aqui,	o	risco
que	causou	a	morte	não	foi	mais	a	 lesão	originária,	mas	sim	aquele	causado	pelo	erro	grosseiro,	que	substitui	o	primeiro,
afastando	a	responsabilidade	de	A	e	(b)	nos	casos	em	que	a	vítima	se	coloca	livre	e	conscientemente	em	risco,	não	deve	haver
imputação	objetiva,	por	não	ser	esse	o	âmbito	de	proteção	buscado	pelo	tipo.	A	entrega	drogas	a	B,	sendo	que	esse	faz	uso
indevido	 e	 abusivo	 da	 substância,	 vindo	 a	 falecer.	 A	 pode	 responder	 pelo	 tráfico,	 mas	 não	 pelo	 homicídio,	 pois	 não	 há
imputação	objetiva	entre	conduta	e	resultado	se	a	vítima	era	livre	e	consciente	ao	se	colocar	em	risco	usando	a	droga.
e)	Tipicidade	penal:	adequação	do	fato	à	norma.	A	tipicidade	pode	ser	Objetiva	e	Subjetiva.	A	tipicidade	objetiva	pode
ser	formal	ou	material.	A	tipicidade	subjetiva	pode	ser	dolosa	ou	culposa.
i)	 Tipicidade	 objetiva	 formal	 –	 Está	 relacionada	 com	 a	 pura	 letra	 da	 lei.	 O	 tipo	 é	 formado	 por	 elementares	 e
circunstâncias.	Elementares	 são	 os	 dados	 essenciais	 da	 figura	 típica,	 sem	 os	 quais	 o	 tipo	 não	 subsiste	 como	 tal,	 e	 estão
normalmente	no	caput.	Circunstâncias	são	os	dados	acessórios	da	figura	típica,	e	têm	como	função	influir	na	dosagem	da
pena,	constando	normalmente	dos	parágrafos	e	incisos;
ii)	Tipicidade	objetiva	material	––	Relaciona-se	com	o	conteúdo	da	norma	proibitiva,	ou	seja,	com	o	que	a	norma	penal
quer	 proibir.	 Pode	 ser	 afastada	 por	 princípios	 constitucionais	 penais	 como	 a	 insignificância	 e	 a	 adequação	 social.	 Pelo
princípio	 da	 insignificância	 riscos	 e	 lesões	mínimas	 não	merecem	 relevância	 penal.	 De	 acordo	 o	 princípio	 da	 adequação
social,	condutas	socialmente	adequadas	não	merecem	relevância	penal;	e
iii)	 Tipicidade	 subjetiva:	 Os	 tipos	 penais	 são,	 a	 princípio,	 dolosos.	 Apenas	 quando	 houver	 previsão	 expressa	 é	 que	 o
crime	 será	punido	na	 forma	culposa	 (	regra	da	excepcionalidade	do	crime	culposo).	 Sem	dolo	 ou	 culpa,	não	há	 crime,
conforme	o	já	comentado	princípio	da	culpabilidade,	que	rege	o	direito	penal	brasileiro.	Além	da	tipicidade	formal,	que	é	a
adequação	do	fato	à	pura	letra	da	lei,	entende-se	necessária	atualmente	a	tipicidade	material,	que	significa	efetiva	lesão	ou
risco	 de	 grave	 lesão	 ao	 bem	 jurídico,	 tornando	 materialmente	 atípicas	 as	 lesões	 insignificantes	 ou	 a	 criação	 de	 riscos
juridicamente	permitidos.
Dolo:	 consciência	 +	 vontade.	Há	 várias	 teorias	 sobre	 o	 conteúdo	do	dolo,	 dentre	 as	 quais	 se	 consagram:	 (1)	 Teoria	 da
vontade:	dolo	é	querer	um	determinado	resultado;	(2)	Teoria	do	assentimento	ou	consentimento:	dolo	é	(ao	menos)	aceitar	o
risco,	tolerar	um	resultado;	(3)	Teoria	da	representação:	dolo	é	fazer	previsão	do	resultado,	é	ter	o	resultado	como	possível;
(4)	 Teoria	 da	 probabilidade:	 dolo	 é	 ter	 o	 resultado	 como	 provável.	 O	 art.	 18,	 I,	 do	 CP	 adota	 as	 teorias	 da	 vontade	 e	 do
assentimento	ao	definir	que	o	crime	é	“doloso	quando	o	agente	quis	o	resultado	ou	assumiu	o	risco	de	produzi-lo”.
Culpa:	Quebra	do	dever	objetivo	de	cuidado	e	previsibilidade.	Para	diminuir	o	subjetivismo	na	aferição	da	culpabilidade
podemos	 nos	 utilizar	 do	 princípio	 da	 confiança.	 Por	 tal	 princípio,	 limitador	 e	 orientador	 de	 sentido	 da	 previsibilidade
objetiva,	quem	cumpre	seus	deveres	de	cuidado	tem	o	direito	de	acreditar	que	terceiros	cumprirão	seus	próprios	deveres.	A
contrario	sensu,	não	será	obrigado	a	prever	que	terceiros	descumprirão	seus	deveres	de	cuidado,	limitando	a	incidência	do
crime	culposo.	Assim,	 jamais	poderá	ser	considerado	previsível	resultado	que	dependa	da	quebra	do	dever	de	cuidado	de
terceiros:	 o	motorista	 não	 pode	 ser	 obrigado	 a	 prever	 que	 terceiro	 irá	 invadir	 cruzamento	 proibido,	 nem	o	 garçom	 será
obrigado	a	prever	que	o	cozinheiro	não	lavou	as	verduras.	Formas	de	quebra	do	dever	de	cuidado:	(a)	negligência:	é	deixar
de	tomar	o	cuidado	devido	para	evitar	o	resultado	lesivo.	Para	alguns,	a	culpa	em	sua	forma	omissiva.	(Por	exemplo:	deixar
de	 recolher	 frascos	 de	 água	 sanitária	 após	 limpeza,	 em	 casa	 onde	 circulam	 crianças,	 não	 verificar	 os	 pneus);	 (b)
imprudência:	é	o	agir	descuidado;	a	quebra	do	dever	de	cuidado	em	ação	positiva.	 (Por	exemplo:	dirigir	bicicleta	em	alta
velocidade	 entre	 pedestres);	 (c)	 imperícia:	 é	 a	 falta	 de	 especial	 habilidade	 ou	 conhecimento	 específico	 para	 determinada
profissão,	arte	ou	ofício	 (por	exemplo:	médico	que	realiza	 intervenção	cirúrgica	 sem	conhecimento	necessário	 sobre	 seus
procedimentos).
DOLO CULPA PRETERDOLO
Direto:	 prevê	 e	 atua	 para
alcançar	o	resultado
Consciente:	prevê	e	confia	que	o
resultado	não	se	produzirá Prevê	 e	 atua	 para	 alcançar	 um	 resultado,	 mas	 termina	 por
alcançar	resultado	mais	grave	do	que	o	pretendidoEventual:	 prevê	 e	 assume	 o
risco	de	produzir	o	resultado
Inconsciente:	 não	 prevê	 um
resultado	que	era	previsível
Além	da	classificação	tradicional	do	dolo	como	dolo	direto	x	dolo	eventual,	há	ainda	uma	classificação	mais	detalhada,
que	distingue	o	dolo	direito	de	primeiro	grau,	o	dolo	direto	de	segundo	grau	e	o	dolo	eventual:	a)	dolo	direto	de	primeiro
grau	ocorreria	em	relação	aos	resultados	propostos	inicialmente	pelo	sujeito,	que	configuram	as	verdadeiras	finalidades	de
sua	ação;	b)	dolo	direto	de	segundo	grau	seria	a	previsão	e	aceitação	dos	resultados	concomitantes	(efeitos	colaterais)	tidos
como	necessários	–	por	exemplo:	sujeito	manda	explodir	seu	próprio	navio,	com	a	intenção	de	receber	seguro,	tendo	como
certa,	 ainda	que	 lamentável,	 a	morte	dos	 tripulantes.	Há	dolo	direito	de	primeiro	 grau	quanto	à	 fraude,	mas	de	 segundo
quanto	à	morte	dos	 tripulantes	 (o	exemplo	é	de	Cirino	dos	Santos);	 c)	dolo	eventual	–	previsão	e	aceitação	dos	resultados
concomitantes	(efeitos	colaterais)	tidos	como	possíveis	ou	prováveis	–	por	exemplo:	“A”	coloca	bomba	no	carro	de	“B”	 para
matá-lo,	tendo	como	certa	a	morte	de	sua	esposa	“C”	e	como	possível	ou	provável	a	lesão	de	pedestres	que	estejam	passando
pelo	 local.	 “A”	 tem	 dolo	 direto	 de	 primeiro	 grau	 em	 relação	 a	 “B”,	 dolo	 direto	 de	 segundo	 grau	 em	 relação	 a	 “C”	 e	 dolo
eventual	em	relação	aos	pedestres.
Há	 ainda	 duas	 importantes	 teorias	 acerca	 dos	 elementosconstitutivos	 do	 dolo:	 a)	 teoria	 normativa	 do	 dolo:	 dolo	 é
consciência,	 vontade	 e	 consciência	 da	 ilicitude;	 b)	 teoria	 psicológica	 do	 dolo:	 dolo	 é	 consciência	 e	 vontade	 de	 estar
concretizando/concretizar	os	elementos	do	tipo.	Aliás,	a	consciência	é	o	dado	essencial,	mormente	para	que	se	compreenda,
logo	mais,	o	erro	de	tipo.	Desde	logo	é	possível	concluir	que	quem	não	tem	consciência	de	que	concretiza	os	elementos	do
tipo	não	tem	dolo.
••	 Etapas	 de	 realização	 do	 delito:	 considera-se	 consumado	 o	 crime	 quando	 realizados	 todos	 os	 elementos	 de	 sua
definição	legal.	Iter	criminis:	(1)	cogitação;	(2)	atos	preparatórios;	(3)	execução;	(4)	consumação.
Início	da	execução:	o	momento	em	que	se	considera	 iniciada	a	execução	ganha	especial	 relevância,	pois	assinala,	em
regra,	o	início	da	relevância	penal	do	fato,	ainda	que	sob	a	forma	tentada.	São	duas	as	teorias	mais	utilizadas	sobre	o	início
da	execução:	a)	Teoria	objetivo-formal	ou	do	verbo	nuclear:	aquela	segundo	a	qual	o	ato	deve	corresponder	ao	verbo	típico,
ou	 seja,	 inicia-se	a	 execução	quando	o	 sujeito	 realiza	a	 conduta	proibida	na	norma	 (mata,	 subtrai,	 injuria	 etc.).	Há	quem
acrescente	aqui	como	suficiente	para	o	início	da	execução	a	realização	de	outros	elementos	do	tipo	que	não	o	verbo,	como
qualificadoras;	b)	Teoria	objetivo-material:	para	Greco,	citando	Parma,	seria	um	complemento	da	teoria	objetivo-formal,	que
anteciparia	o	momento	do	início	da	execução	para	os	atos	normalmente	dirigidos	à	realização	do	crime.	Necessário	se	faz
que	a	tentativa	seja	analisada	a	partir	de	cada	crime,	de	seu	contexto	e	do	conteúdo	de	seu	injusto.	Cirino	critica	a	teoria	por
antecipar	 a	 punibilidade,	 e	 por	 incluir	 na	 esfera	 de	 relevância	 penal	 fatos	 externos	 ao	 tipo,	 que	 haviam	 sido	 desde	 logo
excluídos	pelo	legislador.
••	Tentativa:	 quando	 iniciada	a	 execução,	 o	 sujeito	não	atinge	a	 consumação	por	 circunstâncias	alheias	à	 sua	vontade,
conforme	 art.	 14,	 II,	 do	 CP.	 A	 redução	 se	 faz	 de	 um	 a	 dois	 terços	 e	 será	 tão	maior	 quanto	mais	 distante	 do	 resultado.	 A
tentativa	pode	ser	branca	ou	cruenta:	branca	se	não	resulta	em	lesão,	como	no	exemplo	em	que	o	autor	dispara	contra	a
vítima,	 mas	 erra	 o	 alvo.	 Cruenta	 se	 do	 crime	 tentado	 resulta	 lesão,	 como	 no	 caso	 em	 que	 o	 autor	 dispara	 com	 ânimo
homicida	contra	a	vítima,	acerta	o	alvo,	mas	a	vítima,	apesar	de	ferida,	não	morre.	Pode	ainda	ser	classificada	em	perfeita	e
imperfeita.	Perfeita	(completa	ou	crime	falho),	se	o	agente	esgotou	todos	os	meios	escolhidos	para	atingir	o	resultado,	e
imperfeita	 (incompleta)	 se	mesmo	 a	 realização	 dos	meios	 escolhidos	 foi	 interrompida.	Não	 admitem	 tentativa:	 os	 crimes
culposos,	os	preterdolosos,	os	unissubsistentes,	os	habituais,	os	de	atentado	e	as	contravenções	penais.
••	Desistência	voluntária,	arrependimento	eficaz	e	arrependimento	posterior
a)	 Desistência	 Voluntária	 e	 Arrependimento	 Eficaz:	 Se	 o	 sujeito	 inicia	 o	 processo	 executório,	 mas	 desiste
voluntariamente	de	nele	prosseguir,	evitando	a	consumação,	há	desistência	voluntária.	Se	o	sujeito	já	esgotou	o	processo
executório	 imaginado,	 mas	 resolve	 voluntariamente	 atuar	 para	 evitar	 a	 consumação,	 com	 sucesso,	 há
arrependimento	eficaz.	Nos	dois	casos,	conforme	art.	15	do	CP,	a	consequência	é	que	o	sujeito	deve	responder	apenas
pelos	resultados	já	produzidos.
Desistência	Voluntária Arrependimento	Eficaz
Basta	desistir	da	execução	para	impedir	a	consumação. Necessária	ação	salvadora	para	impedir	a	consumação.
Antes	de	esgotar
a	execução
Depois	 de	 esgotar	 a
execução Consequência	jurídica
Motivos	 alheios	 à
vontade	do	agente
Tentativa
imperfeita	 ou
inacabada
Tentativa	 perfeita	 ou
acabada	ou	crime	falho
Responde	 pela	 tentativa:	 pena	 do	 crime	 consumado
reduzida	de	1/3	(um	terço)	a	2/3	(dois	terços)
Modificação	 da
vontade	do	agente
Desistência
voluntária Arrependimento	eficaz Só	responde	pelos	atos	já	praticados
b)	Arrependimento	posterior:	Causa	de	diminuição	de	pena	para	os	crimes	praticados	sem	violência	ou	grave	ameaça
dolosa	à	pessoa,	nos	quais	o	prejuízo	é	reparado	por	ato	voluntário	do	infrator	até	o	momento	do	recebimento	da	denúncia
ou	queixa.	O	art.	16	do	CP	estabelece	redução	de	um	a	dois	terços,	e	prevalece	que	a	redução	será	tanto	maior	quando	mais
célere	a	reparação.	Casos	excepcionais	de	arrependimento	posterior	no	Código	Penal:	a)	a	reparação	do	dano	no	crime
de	estelionato	por	meio	de	cheque,	até	o	recebimento	da	denúncia,	 tem	efeito	diverso.	Conforme	interpretação	da	Súmula
554	do	STF	não	há	justa	causa	para	a	ação	penal	nos	casos	em	que,	no	crime	previsto	no	art.	171,	§	2.º,	VI,	do	CP,	há	reparação
do	dano	antes	do	recebimento	da	denúncia;	b)	no	peculato	culposo	(art.	312,	§	2.º,	do	CP),	a	reparação	do	dano	até	a	sentença
definitiva	extingue	a	punibilidade,	e	se	posterior	ainda	reduz	a	pena	em	metade	(art.	312,	§	3.º,	do	CP).
••	Crime	impossível:	se,	nas	circunstâncias,	o	crime	é	impossível,	não	há	relevância	penal	na	conduta,	pois	não	há	risco	ao
bem	jurídico.	Três	espécies:	(1)	inidoneidade	absoluta	do	meio:	meio	escolhido	não	tem	qualquer	possibilidade	razoável	de
lesar	o	bem	jurídico	(matar	alguém	com	“poder	da	mente”);	(2)	impropriedade	absoluta	do	objeto:	o	objeto	material	não
reveste	o	bem	jurídico	protegido	pela	norma	penal,	como	tentar	matar	alguém	já	morto;	(3)	obra	do	agente	provocador:
flagrante	preparado,	ou	seja,	quando	o	Estado	 instiga	o	crime	para	que	o	sujeito	caia	em	uma	 “armadilha”,	 tendo	 tomado
providências	para	que	o	bem	jurídico	não	sofra	risco.	Súmula	145	do	STF:	“Não	há	crime,	quando	a	preparação	do	flagrante
pela	polícia	torna	impossível	a	sua	consumação”.
••	Erro	de	tipo:	pode	ser	essencial	ou	acidental.
a)	Erro	de	tipo	essencial:	pode	incidir	sobre	as	elementares	do	tipo	incriminador	ou	sobre	as	descriminantes.
i)	Erro	de	 tipo	 sobre	elementares:	 por	 equivocada	 compreensão	das	 circunstâncias	 da	 realidade	 fática	 o	 sujeito	não
sabe	–	não	tem	consciência	–	que	realiza	as	elementares	de	um	tipo	penal;	e
ii)	Erro	de	tipo	sobre	descriminantes	(descriminantes	putativas):	sujeito	pensa,	por	erro	na	apreciação	fática,	que	está
acobertado	por	uma	descriminante.
Consequência	nos	dois	casos	(de	acordo	com	a	teoria	limitada	da	culpabilidade,	majoritária	no	Brasil):	sempre	afasta	o
dolo.	Se	 inevitável,	 fica	afastada	 também	a	 culpa.	 Se	 evitável,	 ou	 seja,	 se	 fruto	de	descuido	na	apreciação	 fática,	será
punido	por	crime	culposo,	se	o	tipo	for	previsto	na	forma	culposa.
b)	Erro	de	tipo	acidental:	são	5	(cinco)	as	formas	consagradas:
i)	Erro	sobre	a	coisa:	é	o	erro	sobre	a	coisa	que	é	objeto	material	do	crime.	É	irrelevante,	ou	seja,	não	interfere	no	dolo.
Não	importa	se	furtado	o	colar	e	não	o	par	de	brincos	que	se	pretendia	furtar,	o	crime	de	furto	estará	consumado	da	mesma
maneira;
ii)	No	erro	sobre	a	pessoa,	por	exemplo,	o	sujeito	vê	em	João	a	pessoa	de	 José,	ou	seja,	quer	atuar	contra	 José,	e,	por
considerar	de	forma	equivocada	a	realidade,	imagina	que	João	é	José.	Consequência:	responde	como	se	tivesse	acertado
quem	queria	(mata	João,	mas	responde	como	se	tivesse	acertado	José);
iii)	Erro	na	execução	(	aberratio	ictus	):	por	falha	na	execução	(falha	de	mira,	equívoco	na	seleção	dos	meios)	o	sujeito
vem	a	acertar	pessoa	diversa	da	que	queria.	Se	houver	 resultado	único,	o	 sujeito	 responde	como	se	 tivesse	acertado
quem	 queria.	 Se	 houver	 resultados	 múltiplos	 (acerta	 quem	 queria	 e	 ainda	 terceiro)	 não	 há	 qualquer	 ficção,
respondendo	o	sujeito	pelos	resultados	produzidos	em	concurso	formal;
É	possível	combinar	a	aberratio	ictus	 com	excludentes	de	 ilicitude	e,	assim,	se	em	situação	de	 legítima	defesa	o	sujeito
erra	 o	 agressor	 e	 atinge	 terceiro,	 poderá	 ser	 absolvido	 pela	 legítima	defesa,	mesmo	 tendo	matado	 terceiro	 inocente,	 pois
responderá	com	se	tivesseatingido	quem	pretendia	atingir.
Há	importante	entendimento	doutrinário	que,	na	aberratio	ictus	com	resultado	múltiplo,	é	desnecessária	prova	de	culpa
quanto	ao	resultado	agravador,	pois	seria	hipótese	excepcional	em	que	se	admite	responsabilidade	objetiva.
iv)	Aberratio	delicti	ou	aberratio	criminis	:	Se	o	sujeito	pretende	praticar	o	crime	A,	mas	por	erro	acaba	realizando	o
crime	 B,	 por	 culpa,	 o	 crime	 culposo	 (se	 previsto)	 consumado	 absorverá	 a	 tentativa	 do	 crime	 A.	 No	 entanto,	 se	 o	 sujeito
consuma	o	crime	A	doloso	e	também,	por	erro,	provoca	o	resultado	do	crime	B,	responderá	por	ambos	em	concurso	formal;
Assim	como	na	hipótese	anterior,	há	entendimento	doutrinário	que	dispensa	culpa	no	resultado	agravador	no	caso	de
resultado	múltiplo.
v)	Aberratio	causae	:	É	o	erro	sobre	o	nexo	causal.	Sujeito	quer	consumar	um	crime	e	consegue,	mas	não	com	o	meio	ou
modo	planejado.	Há,	 assim,	desvio	no	nexo	causal,	 como	no	caso	do	 sujeito	que	empurra	a	vítima	da	ponte	para	que	ela
morra	afogada,	e,	de	fato,	ela	falece	por	 impacto	com	os	alicerces	da	ponte,	ou	ainda,	o	sujeito	que	esgana	a	vítima	e,	por
imaginá-la	morta,	lança	o	corpo	no	rio	com	objetivo	de	ocultação,	mas	apenas	no	segundo	momento	é	que	provoca	a	morte
da	mesma,	 por	 afogamento.	 Prevalece	 no	 Brasil	 que	 nos	 dois	 casos	 o	 sujeito	 responderá	 apenas	 pelo	 crime	 consumado
doloso,	sendo	largamente	utilizado	o	dolo	geral:	no	plano	criminoso	desdobrado	em	dois	momentos,	o	dolo	alcança	o	plano
todo,	e,	assim,	permanece	doloso	o	crime	ainda	que	o	crime	tenha	se	consumado	de	forma	estranha	ou	momento	diverso	do
pretendido;	e
vi)	Erro	determinado	por	terceiro:	O	erro	pode	ser	espontâneo	ou	provocado	por	terceiro.	No	caso	de	erro	determinado
por	terceiro,	aquele	que	determina	o	agente	em	erro	responderá	pelo	resultado	atingido.	Se	a	provocação	se	deu	a	título	de
dolo,	 responderá	 na	 forma	 dolosa.	 Se	 a	 título	 de	 culpa,	 na	 forma	 culposa.	 Se	 o	 erro	 é	 inevitável,	 o	 provocado	 por	 nada
responderá,	pois	o	 erro	 inevitável	 afasta	o	dolo	 e	a	 culpa.	 Se	o	 erro	 for	 evitável,	 poderá	 responder	por	 crime	 culposo,	 se
houver	previsão.	O	erro	provocado	por	terceiro	é	uma	das	hipóteses	em	que	se	vislumbra	autoria	mediata,	uma	vez	que	o
provocado	serve	como	mero	instrumento	para	a	prática	criminosa	por	parte	do	provocador.
ANTIJURIDICIDADE	(ILICITUDE)
Antijuridicidade	 é	 a	 contrariedade	 do	 fato	 com	 a	 totalidade	 do	 ordenamento	 jurídico,	 ou	 seja,	 é	 o	 juízo	 de	 desvalor
definitivo,	de	proibição.
Relação	da	tipicidade	com	a	antijuridicidade:	A	 tipicidade	é	 indiciária	da	antijuridicidade,	ou	seja,	 todo	 fato	 típico	é
antijurídico,	salvo	se	presentes	excludentes	de	antijuridicidade.
Doutrina	 e	 jurisprudência	 aceitam	 causas	 extralegais	 excludentes	 de	 antijuridicidade,	 dentre	 as	 quais	 se	 consagra	 o
consentimento	do	ofendido.
Requisito	subjetivo	das	excludentes:	Para	receber	o	benefício	da	excludente	de	antijuridicidade,	o	sujeito	que	pratica	o
fato	 típico	 deve	 conhecer	 as	 circunstâncias	 fáticas	 que	 tornam	 sua	 conduta	 justificada.	 Assim,	 para	 ser	 beneficiado	 pela
legítima	defesa,	é	necessário	que	o	sujeito	saiba	da	iminência	ou	atualidade	da	injusta	agressão,	sob	pena	de	não	incidir	a
excludente.	Por	exemplo:	 esposa	aguarda	marido	que	não	chega	até	a	madrugada.	Ao	perceber	que	a	porta	está	abrindo,
oculta-se	 buscando	 atingir	 seu	marido	 com	 um	 pedaço	 de	madeira,	 com	 o	 intuito	 de	matá-lo.	 Desfere	 o	 golpe,	 e,	 então,
percebe	que	matou	terceiro,	depois	 identificado	como	perigoso	 latrocida	que	há	havia	matado	duas	de	suas	vizinhas:	não
será	beneficiada	pela	legítima	defesa,	visto	que	não	conhecia	as	circunstâncias	fáticas	(fato	de	ser	um	invasor	na	iminência
de	agredi-la)	que	justificariam	sua	conduta.
Nos	termos	do	art.	23,	parágrafo	único,	do	CP	será	punido	o	excesso	se	doloso	ou	culposo.	O	excesso	exculpante	não	será
punido.
Excluem	a	antijuridicidade	a	legítima	defesa,	o	estado	de	necessidade,	o	estrito	cumprimento	do	dever	legal	e	o	exercício
regular	de	direito	(art.	23,	I,	II,	III,	do	CP).
••	Na	 legítima	defesa,	 é	 necessário	 que	 o	 sujeito	 esteja	 reagindo	 à	 injusta	 agressão,	 atual	 ou	 iminente,	 contra	 direito
próprio	ou	de	terceiro,	utilizando	de	meios	necessários	de	forma	moderada.	Agressão	é	o	ato	lesivo	humano.	Toda	agressão
é	a	princípio	injusta,	salvo	se	acobertada	por	uma	excludente	da	antijuridicidade.	Atual	é	a	agressão	que	está	acontecendo.
Iminente	 é	 a	 agressão	 que	 ocorrerá	 no	 próximo	 instante.	 Bem	 jurídico	 próprio	 ou	 de	 terceiro:	 É	 possível	 legítima
própria	e	também	legítima	defesa	de	terceiro.	Meio	necessário	é	o	menos	lesivo	ao	alcance	do	sujeito,	mas	suficiente	para
afastar	 a	 agressão,	 e	 uso	moderado	 é	 o	 emprego	 do	 meio	 necessário	 da	 forma	 menos	 lesiva	 suficiente	 para	 afastar	 a
agressão.	Legítima	defesa	subjetiva	é	aquela	em	que	há	excesso	exculpante	(não	deriva	de	dolo	ou	culpa),	e	legítima	defesa
sucessiva	é	a	que	se	opõe	ao	excesso	de	terceiro	em	legítima	defesa.	Classificações	da	legítima	defesa:	a)	 legítima	 defesa
sucessiva:	aquela	que	se	opõe	ao	excesso	doloso	ou	culposo	em	legítima	defesa.	“A”	agride	“B”,	que	reage.	No	entanto,	a	reação
é	 excessiva,	 persistindo	 “B”	 a	 desferir	 golpes	mesmo	 depois	 de	 já	 afastada	 a	 agressão.	 A	 partir	 do	momento	 em	 que	 há
excesso,	“A”	passa	a	poder	agir	em	 legítima	defesa	ao	excesso	de	 “B”,	 a	que	 se	dá	o	nome	de	 legítima	defesa	 sucessiva;	b)
legítima	defesa	subjetiva:	aquela	em	que	há	excesso	exculpante,	ou	seja,	excesso	que	não	deriva	de	dolo	ou	culpa;	c)	legítima
defesa	putativa:	é	aquela	exercida	em	erro	de	tipo	ou	erro	de	proibição.
••	 No	 estado	 de	 necessidade,	 o	 sujeito	 atua	 diante	 de	 situação	 de	 perigo	 atual	 que	 não	 provocou	 por	 ato	 voluntário,
sacrificando	um	bem	jurídico	com	o	fim	de	salvaguardar	outro,	sendo	necessário	que	o	sacrifício	seja	inevitável	e	razoável.
Considera-se	razoável	o	sacrifício	que	é	feito	para	salvaguardar	bem	jurídico	de	igual	ou	maior	valor	que	o	sacrificado.	Quem
tem	o	dever	legal	de	enfrentar	o	perigo	não	pode	invocar	o	estado	de	necessidade.	Se	o	sacrifício	não	for	razoável,	não	será
excluída	a	antijuridicidade,	mas	o	 juiz	poderá	diminuir	a	pena.	Teorias	 sobre	a	natureza	do	estado	de	necessidade:	a)
teoria	 unitária/não	 diferenciadora:	 é	 a	 adotada	 no	 Brasil.	 O	 estado	 de	 necessidade	 sempre	 exclui	 a	 antijuridicidade,	 e
considera-se	 razoável,	 como	 visto,	 o	 sacrifício	 de	 um	 bem	 para	 salvaguardar	 outro	 de	 maior	 ou	 igual	 valor;	 b)	 teoria
diferenciadora:	prevalece	fora	do	Brasil.	O	estado	de	necessidade	pode	excluir	a	antijuridicidade	e	a	culpabilidade.	Excluirá	a
antijuridicidade	se	um	bem	for	sacrificado	para	salvar	outro	de	maior	valor	(interpretação	restritiva	sobre	o	que	é	sacrifício
razoável).	Poderá	excluir	a	culpabilidade	se	o	sacrifício	busca	proteger	bem	de	igual	ou	menor	valor.
••	Quem	cumpre,	nos	estritos	 limites	da	 lei,	seu	dever	 legal,	não	pratica	delito,	pois	um	dever	 jurídico	não	pode	ser
antijurídico.	Necessário	que	o	dever	esteja	previsto	em	lei,	ou	seja,	norma	abstrata	e	genérica.	A	mera	ordem	de	superior
para	inferior	hierárquico	não	é	suficiente	para	configurar	estrito	cumprimento	do	dever	legal	e	excluir	a	antijuridicidade,
mas	pode	configurar	obediência	hierárquica,	que	afasta	a	culpabilidade.
••	Quem	exerce	regularmente	um	direito	não	pratica	crime,	como	na	violência	desportiva	e	na	cirurgia	estética.	Exige-se
aqui	também	norma	genérica	e	abstrata.	Os	principais	exemplos	são	a	violência	desportiva	e	a	cirurgia	estética.
Ofendículos:	são	os	aparatos	predispostos	para	a	defesa	de	interesses,	como	a	cerca	elétrica,	o	cão	bravo	ou	a	cerca	com
porta	 de	 lança.	 Para	 parte	 da	 doutrina,	 configuram	 exercício	 regular	 de	 direito,	mas	 há	 forte	 entendimento	 doutrinário
(Damásio)	no	sentido	de	que	se	tratade	legítima	defesa	preordenada.
Excesso:	O	excesso	pode	ser	doloso,	culposo	ou	exculpante.
Excesso	doloso:	O	que	 reage	 extrapola	 os	 limites	 da	 legítima	defesa	propositadamente,	 sabendo	que	usa	de	meios	 ou
modos	mais	lesivos	que	o	necessário	ou	razoável	para	afastar	a	agressão.	É	o	caso	do	sujeito	que	fere	com	faca	o	agressor	e,
mesmo	percebendo	que	este	está	fora	de	combate,	aproveita	a	situação	para	persistir	na	agressão	e	eliminar	o	inimigo.	Diz-se
que	 no	 excesso	 doloso	 o	 sujeito	 atua	 movido	 por	 emoções	 fortes	 –	 afetos	 estênicos,	 como	 o	 ódio,	 a	 vingança,	 a	 ira.	 A
percepção	de	tais	sentimentos	permitiria	a	caracterização	do	excesso	doloso.	Consequência:	a	partir	do	momento	em	que	há
o	excesso,	o	sujeito	responde	normalmente	pelo	crime,	ou	seja,	no	caso	referido,	a	partir	do	segundo	golpe	de	faca	o	sujeito
seria	punido	como	se	não	houvesse,	a	princípio,	 legítima	defesa.	Se	dos	golpes	em	excesso	resultar	morte,	responderá	por
homicídio	doloso;	se	causar	perda	de	função,	lesão	corporal	gravíssima,	e	assim	por	diante.
Excesso	culposo:	A	desnecessária	lesividade	dos	meios	ou	modos	é	resultado	de	uma	grave	falta	de	cautela	na	apreciação
das	circunstâncias,	ou	seja,	aquele	que	reage	não	toma	as	mínimas	cautelas	necessárias	acerca	da	continuidade	da	agressão,
de	sua	força	e	do	que	seria	necessário	para	afastá-la.	No	excesso	culposo,	assim	como	no	exculpante,	o	sujeito	é	movido	por
sentimentos	 fracos	–	 afetos	 astênicos,	 como	o	medo,	 o	 pavor,	 o	 desespero.	 Consequência:	 a	 partir	 do	momento	 em	que	 a
reação	deixar	de	ser	razoável,	será	punido	pelo	resultado	praticado	na	forma	culposa.
Excesso	exculpante:	Há	excesso,	ou	seja,	 imoderação	na	reação,	mas	é	 fruto	da	compreensível	 falibilidade	humana,	e
não	de	grave	quebra	de	dever	de	cautela	ou	de	dolo.	É	o	caso	da	vítima	que,	apavorada	com	a	presença	do	agressor	sobre	seu
corpo,	dispara	arma	de	fogo	uma	vez.	Sentindo	ainda	o	peso	do	corpo	sobre	o	seu	e	as	mãos	em	seu	pescoço,	não	sabe	que	o
agressor	já	perdeu	a	consciência	e	dispara	novamente.	Ainda	que	o	uso	não	tenha	sido	moderado,	a	falta	de	moderação	não	é
atribuída	a	uma	grave	falta	de	cautela	(não	seria	razoável	exigir	que	ela	perguntasse	ao	ofensor	se	continuava	a	agredi-la
antes	do	segundo	disparo).
CULPABILIDADE
••	Conceito:	É	o	juízo	de	censura	sobre	aquele	que,	na	situação	concreta,	poderia	e	deveria	agir	de	acordo	com	o	direito.
São	 elementos	 da	 culpabilidade:	 I	 –	 imputabilidade;	 a	 II	 –	 potencial	 consciência	 da	 ilicitude	 e	 a	 III	 –	 exigibilidade	 de
conduta	diversa.	Afastam	a	culpabilidade:	(I)	inimputabilidade,	o	(II)	erro	de	proibição	inevitável	e	a	(III)	inexigibilidade	de
conduta	diversa.
A	inimputabilidade	pode	ser	gerada	pela:
a)	menoridade	absoluta	(menor	de	18	anos	na	data	da	conduta):	nesse	caso,	a	Súmula	74	do	STJ	exige	documento	hábil
para	a	prova	da	menoridade;
b)	embriaguez	acidental	completa	(art.	28,	§	1.º,	do	CP);
c)	doença	mental	e	o	desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	nos	termos	do	art.	26	do	CP.	O	art.	26	do	CP
adota	a	teoria	biopsicológica,	pois	exige	para	a	inimputabilidade	um	requisito	biológico	(doença	mental	e	desenvolvimento
mental	 incompleto	 ou	 retardado)	 e	 um	 requisito	 psicológico	 (no	 momento	 da	 ação	 ou	 omissão	 o	 sujeito	 deve	 ser
completamente	 incapaz	de	compreender	o	caráter	 ilícito	de	sua	conduta	ou	portar-se	de	acordo	com	tal	entendimento).	O
inimputável	do	art.	26	do	CP	que	pratica	fato	típico	e	antijurídico	é	absolvido	de	forma	imprópria,	e	recebe	medida	de
segurança.	Semi-imputável	é	quem,	pelos	motivos	do	art.	26	do	CP,	perde	apenas	parcial	capacidade	de	autodeterminação,	e
não	a	 total,	como	o	 inimputável.	O	semi-imputável	que	pratica	 fato	 típico	e	antijurídico	é	condenado,	mas	recebe	ou
pena	atenuada	ou	medida	de	segurança;	e
d)	 indígena	 não	 adaptado,	 para	 parte	 da	 doutrina,	 também	 causa	 inimputabilidade,	 e,	 nesse	 caso,	 o	 autor-indígena
poderá/deverá	receber	as	sanções	do	Estatuto	do	Índio.	A	prova	deverá	ser	feita	por	exame	antropológico.
••	Embriaguez:	É	a	 intoxicação	aguda	gerada	pela	 ingestão	de	álcool	ou	substância	de	efeitos	análogos	capaz	de	causar
desde	uma	ligeira	euforia	até	o	estado	comatoso.	Pode	ser	classificada	em:
a)	 Preordenada:	 o	 sujeito	 se	 embriaga	 para	 praticar	 o	 crime.	 Consequência:	 trata-se	 de	 circunstância	 agravante
genérica,	prevista	no	art.	61,	II,	l,	do	CP;
b)	Voluntária:	 sujeito	 se	embriaga	 intencional	ou	descuidadamente.	Consequência:	não	 tem	qualquer	repercussão	na
culpabilidade,	ou	seja,	o	sujeito	persiste	totalmente	culpável,	ainda	que	completamente	embriagado,	uma	vez	que	o	Brasil
adota	para	tais	casos	a	teoria	da	actio	libera	in	causa	;
c)	 Acidental:	 deriva	 de	 caso	 fortuito	 ou	 força	 maior.	 Nesse	 caso,	 se	 completa	 a	 embriaguez,	 fica	 afastada	 a
culpabilidade,	e	se	incompleta	a	pena	é	diminuída;	e
d)	 Patológica:	 é	 o	 alcoolismo,	 que	 é	 reconhecido	 como	 doença	 mental	 pela	 comunidade	 médica,	 gerando	 a
inimputabilidade.
e)	Emoção	e	Paixão:	Nos	termos	do	art.	28,	I,	do	CP,	a	emoção	e	a	paixão	não	afastam	a	imputabilidade,	e	serão	em	regra
irrelevantes	para	a	configuração	do	crime	e	aplicação	da	pena,	salvo	nos	casos	de	previsão	específica,	como	no	homicídio,	na
lesão	corporal,	e	como	componente	da	atenuante	do	art.	65,	III,	c,	do	CP.
••	Erro	sobre	a	proibição:	aquele	que	não	sabe	que	determinada	conduta	é	proibida.	Se	não	lhe	era	exigível	conhecer
da	proibição	nas	 suas	 circunstâncias,	 o	 erro	 é	 classificado	 como	 inevitável,	e	afasta	 a	 culpabilidade.	 Se	 era	 possível	 tal
conhecimento,	o	erro	é	classificado	como	evitável,	e	a	consequência	será	a	diminuição	da	pena.	Explica	a	doutrina	que	não
há	conflito	com	a	premissa	de	que	o	desconhecimento	da	lei	é	inescusável,	pois	tal	premissa	consta	precisamente	no	art.	21
do	CP,	que	cuida	do	erro	de	proibição.	No	erro	de	proibição	o	erro	incide	não	sobre	a	existência	da	lei	formal,	mas	sim	sobre
o	 conteúdo	 (proibição)	 que	 ela	 veicula.	 Necessário	 lembrar,	 ainda,	 que	 o	 desconhecimento	 da	 lei	 está	 previsto	 como
circunstância	atenuante	no	art.	65,	II,	do	CP.
••	 A	 inexigibilidade	 de	 conduta	 diversa	 é	 prevista	 na	 legislação	 brasileira	 em	 dois	 casos:	obediência	hierárquica	 e
coação	moral	 irresistível	 (art.	 22	 do	 CP).	 Na	 coação	moral	 irresistível,	 o	 sujeito	 é	 forçado,	mediante	 violência	moral,	 a
praticar	um	ato	ilícito,	sendo	inexigível	que	não	ceda	à	coação.	Na	obediência	hierárquica,	é	necessário	que	haja	ordem	não
manifestamente	ilegal	de	superior	para	inferior	hierárquico,	com	vínculo	público,	e	obedecendo	a	tal	ordem	o	inferior	venha
a	 praticar	 um	 fato	 típico.	 A	 emoção	 e	 a	 paixão	 não	 influenciam	na	 culpabilidade,	 conforme	 art.	 28,	 I,	 do	 CP.	 Doutrina	 e
jurisprudência	aceitam	a	existência	de	causas	extralegais	de	inexigibilidade	de	conduta	diversa.
ELEMENTOS EXCLUDENTES
Imputabilidade
Menoridade	(agente	menor	de	18	anos)
Doença	mental,	desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado
Embriaguez	acidental	e	completa
Potencial	consciência	da	ilicitude Erro	de	proibição	inevitável
Exigibilidade	de	conduta	diversa
Coação	moral	irresistível
Obediência	hierárquica
Inexigibilidade	de	conduta	diversa	(causa	supralegal)
DELITO	PUTATIVO
O	sujeito	pensa	que	está	praticando	crime,	mas	não	está.
••	Delito	putativo	por	erro	de	tipo:	casos	em	que,	por	erro	na	apreciação	da	situação	fática,	o	sujeito	imagina	estar	em
situação	que,	se	real,	consistiria	crime.
••	Delito	putativo	por	erro	de	proibição:	o	sujeito	imagina	que	é	criminosa	conduta	que,	diante	do	ordenamento	vigente,
é	irrelevante	penal.
••	Delito	putativo	por	obra	do	agente	provocador:	casos	de	crime	impossível	por	obra	do	agente	provocador,	flagrante
provocado/preparado,	nos	quais	o	agente	estatal	prepara	armadilha	para	o	indivíduo,	tendo	tomado	medidas	anteriores	que
evitemqualquer	risco	ao	bem	jurídico.
CONCURSO	DE	AGENTES
O	Brasil	adota,	como	regra,	a	teoria	monista,	segundo	a	qual	todos	os	colaboradores	respondem	pelo	mesmo	crime.	A
lei	traz	a	exceção	expressa	(art.	29,	§	2.º,	do	CP)	da	colaboração	dolosamente	distinta,	em	que	um	dos	concorrentes	quer
praticar	crime	menos	grave,	sendo	então	punido	no	limite	das	penas	deste,	com	aumento	de	pena	se	o	resultado	mais	grave
era	previsível.	Três	requisitos:	(a)	pluralidade	de	agentes;	(b)	liame	subjetivo	(aderência	da	vontade	de	um	à	vontade	do
outro);	(c)	relevância	do	comportamento.
••	 Autoria	 e	 Participação:	 Controversa	 a	 pertinência	 da	 distinção	 entre	 autoria	 e	 participação.	 No	 Brasil	 prevalece	 a
teoria	 diferenciadora,	 que	 adota	 um	 conceito	 restritivo	 de	 autor,	 o	 distinguindo,	 assim,	 do	 partícipe.	 As	 duas	 principais
teorias	sobre	o	critério	de	distinção	entre	autoria	e	participação	são	a	teoria	objetivo-formal	e	a	teoria	do	domínio	do	fato.
Para	a	 teoria	objetivo-formal,	 tradicionalmente	adotada	no	Brasil,	autor	é	aquele	que	realiza	a	conduta	nuclear	do	 tipo,	e
partícipe	aquele	que	colabora	sem	realizar	a	conduta	nuclear.	Para	a	teoria	do	domínio	do	fato	autor	é	aquele	que	(a)	tem	o
domínio	 da	 ação,	 pois	 pratica	 o	 crime	 com	 suas	 próprias	mãos,	 (b)	 domínio	 da	 vontade,	 no	 caso	 daquele	 que	 (I)	 induz
terceiro	 em	 erro,	 (II)	 constrange	 terceiro	 à	 prática	 criminosa	 ou,	 em	 (III)	 uma	 organização	 criminosa	 com	 hierarquia,
fungibilidade	 de	 executores	 e	 desvinculação	 do	 ordenamento	 jurídico;	 (c)	 coautoria	 funcional:	 o	 crime	 é	 fruto	 de	 uma
decisão	conjunta,	e	cada	um	dos	autores	pratica	parte	do	plano	delitivo,	com	divisão	de	tarefas.	Na	teoria	do	domínio	do	fato,
partícipe	é	um	conceito	por	exclusão,	ou	seja,	todo	aquele	que	colabora	para	o	crime	sem	ser	autor.	No	caso	de	participação
de	menor	importância,	a	pena	deve	ser	diminuída,	conforme	art.	29,	§	1.º,	do	CP.
••	Formas	de	participação:	a	participação	pode	ser	moral	e	material.	A	participação	moral	pode	consistir	em	induzimento
ou	instigação.	Induzimento	se	o	sujeito	formula	a	ideia	criminosa.	Instigação	se	fomenta	propósito	criminoso	preexistente.	A
participação	material	se	realiza	em	atos	posteriores,	que	não	chegam	a	configurar	autoria,	de	acordo	com	a	teoria	adotada.
••	Acessoriedade	da	Participação:	Por	ter	natureza	acessória,	a	relevância	penal	da	participação	depende	da	relevância
da	conduta	delitiva	principal.	Há	vários	graus	de	consideração	da	acessoriedade	previstos	pela	doutrina:	a)	acessoriedade
mínima:	basta	que	a	conduta	principal	seja	típica	para	que	possa	ser	penalmente	relevante	a	participação;	b)	acessoriedade
limitada:	para	que	seja	punível	a	participação,	é	preciso	que	o	fato	seja	ao	menos	típico	e	antijurídico.	É	adotada	no	Brasil;	c)
acessoriedade	máxima	ou	extrema:	para	que	seja	punível	a	participação,	além	de	ser	 típico	e	antijurídico,	o	 fato	deve	ser
culpável;	d)	hiperacessoriedade:	é	preciso	que	a	conduta	principal	seja	típica,	antijurídica,	culpável	e	punível	para	que	haja,
em	princípio,	participação	punível.
••	Comunicabilidade	de	dados	típicos:	A	 interpretação	que	prevalece	do	art.	30	do	CP	é	que	as	elementares	sempre	se
comunicam,	e	também	as	circunstâncias	de	caráter	objetivo.	As	circunstâncias	de	caráter	subjetivo	não	se	comunicam.
••	Autor	mediato:	 é	 aquele	que	 se	serve	de	um	 inculpável	 (inimputável,	 sujeito	 sob	 coação	moral	 irresistível	 etc.)	 ou
alguém	que	esteja	incidindo	em	erro	como	instrumento	para	a	prática	criminosa.	Vale	lembrar	que	nos	termos	do	art.
20,	§	2.º	responde	pelo	crime	o	terceiro	que	determina	o	erro.
••	Autoria	colateral:	é	prática	coincidente	do	mesmo	crime	por	mais	de	um	agente,	sem	que	haja	liame	subjetivo.
Como	 falta	 o	 requisito	 do	 liame	 subjetivo	 para	 que	 haja	 concurso	 de	 agentes,	 cada	 qual	 responderá	 pelo	 resultado	 que
causar,	se	causar.	Se,	no	caso	anterior,	não	for	possível	distinguir,	pela	deficiência	de	provas,	quem	foi	o	autor	do	disparo
letal,	o	que	ocorre?	A	única	solução	para	a	situação	de	autoria	incerta	na	autoria	colateral	é	punir	ambos	por	tentativa.
CLASSIFICAÇÃO	DOS	CRIMES
Instantâneo:	 momento	 consumativo	 não	 perdura	 no	 tempo,	 aperfeiçoando-se	 em	 um	 único	 instante;	 permanente:
momento	consumativo	perdura	no	tempo,	como	no	caso	do	sequestro;	de	forma	livre:	permite	que	se	alcance	o	resultado
por	qualquer	meio	escolhido	(aborto);	de	forma	vinculada:	traz	de	forma	específica	qual	a	forma	que	torna	relevante	penal
alcançar	 o	 resultado	 (curandeirismo);	próprio:	 exige	 do	 sujeito	 ativo	 ou	 passivo	 qualidade	 especial;	bipróprio:	 se	 exige
qualidade	especial	tanto	do	sujeito	ativo	quanto	do	passivo	;	comum:	não	exige	tais	qualidades;	de	mão	própria:	o	sujeito
não	 pode	 se	 valer	 de	 outra	 pessoa	 para	 praticá-lo;	 vago:	 tem	 como	 sujeito	 passivo	 entidade	 sem	 personalidade	 ;
unissubsistente:	o	momento	do	início	da	execução	coincide	com	o	momento	consumativo,	ou	seja,	não	há	iter	entre	o	início
da	execução	e	a	consumação;	plurissubsistente:	há	lapso	temporal	entre	o	momento	do	início	da	execução	e	a	consumação,
como	no	homicídio	e	no	furto;	unissubjetivo:	pode	ser	praticado	por	uma	ou	várias	pessoas;	plurissubjetivo:	só	pode	ser
praticado	por	várias	pessoas	em	concurso	(quadrilha);	multitudinário:	é	aquele	praticado	em	situação	de	tumulto,	multidão;
pluriofensivo:	 lesa	 ou	 expõe	 a	 risco	 de	 lesão	 mais	 de	 um	 bem	 jurídico,	 como	 o	 roubo;	 exaurido:	 mesmo	 aquelas
consequências	que	apenas	ocorrem	após	a	consumação	são	totalmente	aperfeiçoadas;	de	opinião:	se	relacionado	ao	abuso
da	 liberdade	 de	 pensamento	 e	 expressão;	 remetidos:	 tem	 como	 característica	 a	menção	 a	 outra	 norma,	 como	 o	 uso	 de
documento	falso;	acessórios:	 são	os	crimes	que	exigem	a	prática	de	 infração	penal	anterior,	como	o	crime	de	receptação,
enquanto	que	principal:	é	o	crime	que	independe	de	tal	prática.
TEORIA	DA	PENA
Finalidades	 da	 pena:	 Há	 diversas	 correntes	 que	 buscam	 justificar	 a	 aplicação	 da	 pena	 a	 partir	 de	 suas	 finalidades.
Podemos	dividi-las,	de	maneira	sintética,	em	teorias	retributivas	(absolutas)	e	preventivas	(relativas).	Há	ainda	as	concepções
mistas	ou	ecléticas,	que,	na	busca	das	vantagens	de	ambas,	findam	por	unir	as	concepções.
Teorias	absolutas:	Partem	da	concepção	de	justiça	como	igualdade,	ou	seja,	ao	mal	do	crime	o	mal	da	pena,	tendo	origem
na	ideia	do	talião.	Não	se	pune	para	atingir	um	efeito	futuro	(evitar	novos	crimes,	ressocializar),	mas	sim	porque	o	crime	foi
cometido.	É	muito	criticada	por	não	 ter	 fundamento	racional,	por	não	buscar	um	fim	de	pacificação	social	ou	redução	da
violência,	assemelhando-se	à	vingança.
Teorias	relativas:	Pune-se	com	fins	preventivos.	A	prevenção	pode	ser	dividida	em	geral	e	especial.	A	prevenção	geral
busca	atingir	o	meio	social,	e	a	especial	tem	como	objetivo	o	próprio	delinquente.	A	prevenção	geral	pode	ser:	a)	negativa:
aplica-se	a	pena	para	intimidar	potenciais	delinquentes,	utilizando	o	apenado	como	exemplo;	b)	positiva:	pune-se	para	que
seja	comunicada	(reforçada)	a	vigência	da	norma,	que	teria	sido	abalada	com	a	prática	delitiva.	A	prevenção	especial	pode
ser:	a)	negativa:	com	a	punição,	o	sujeito	fica	alijado	da	sociedade	e	não	pode	praticar	crimes:	criminoso	trancado	não	faz
mal	 à	 sociedade,	 além	da	 intimidação	 individual,	 ou	 seja,	 o	 condenado	não	 irá	 reincidir	 na	 prática	 delitiva	 para	não	 ser
novamente	 submetido	 ao	 suplício;	 b)	 positiva:	 pune-se	 para	 buscar	 a	 ressocialização	 do	 condenado.	 A	 ideia	 da
ressocialização	inspirou	nossa	Lei	de	Execução	Penal,	conforme	art.	1.º	da	LEP.
Teorias	ecléticas:	Na	busca	de	somar	as	vantagens	das	teorias	anteriores,	surge	corrente	mista,	que	adota	preceitos	de
ambas.	Prevalece,	então,	que	a	pena	tem	função	prioritariamente	preventiva,	mas	sempre	dentro	do	limite	da	culpabilidade
(limite	do	mal	causado,	de	inspiraçãoretributivista).	No	Brasil,	conforme	art.	59	do	CP	(“	reprovar	e	prevenir”)	é	adotada
uma	concepção	eclética,	formada	pela	soma	das	posições	anteriores.
Espécies	de	Pena:	São	três	as	espécies	de	pena	previstas	no	Código	Penal:	privativas	de	liberdade,	restritivas	de	direitos	e
multa.
••	Penas	privativas	de	liberdade:
a)	 Espécies:	 a)	 Reclusão:	 admite	 regime	 inicial	 fechado;	 b)	 detenção:	 não	 admite	 regime	 inicial	 fechado,	 embora	 seja
possível	regredir	ao	regime	fechado	e	c)	prisão	simples:	não	admite	regime	fechado	em	nenhuma	hipótese.
b)	Regimes:	 fechado	 (penitenciária	 –	 segurança	máxima),	 semiaberto	 (colônia	 agrícola	 ou	 similar)	 e	aberto	 (casa	 de
albergado).	Nos	 termos	da	Sumula	493	do	STJ,	não	é	 lícito	 fixar	como	condição	do	regime	aberto	o	cumprimento	de	pena
restritiva	de	direitos.	Na	ausência	de	vagas	no	 regime	aberto,	 entende-se	que	o	 condenado	pode	cumprir	pena	em	prisão
albergue	e	domiciliar,	mesmo	fora	das	hipóteses	do	art.	117	da	LEP.	Na	falta	de	vagas	em	regime	semiaberto,	prevalece	que
pode	aguardar	em	regime	aberto	(provisório)	até	que	seja	providenciada	vaga.
••	Progressão	de	regime
a)	Requisito	objetivo:
–	para	crimes	comuns	e	hediondos	(no	caso	destes,	se	praticados	antes	de	29	de	março	de	2007)	:	cumprimento	de	1/6	(um
sexto)	da	pena;
–	para	crimes	hediondos	praticados	após	29	de	março	de	2007:	cumprimento	de	2/5	(dois	quintos)	da	pena	(primário)	ou
3/5	(três	quintos)	(reincidente).
No	 caso	 de	 condenação	por	 crime	hediondo	 e	 por	 crime	não	hediondo	 os	 lapsos	 deverão	 ser	 contabilizados	 de	 forma
autônoma,	ou	seja,	1/6	da	pena	do	crime	comum	+	2/5	(ou	3/5)	da	pena	do	crime	hediondo.
A	Súmula	534	do	STJ	pacificou	que	a	prática	de	falta	grave	interrompe	o	período	aquisitivo	da	progressão,	ou	seja,	para
fins	de	progressão	será	desprezado	o	tempo	já	cumprido	e	reiniciada	a	contagem,	buscando	novo	lapso	com	base	na	pena
que	resta	a	cumprir.	Vale	 lembrar	que	a	Súmula	441	do	STJ	esclarece	que	a	prática	de	falta	grave	não	interrompe	o	lapso
aquisitivo	do	livramento	condicional.
b)	 Requisito	 subjetivo	 para	 todos	 os	 crimes:	mérito	 (aferido	 em	 regra	 pelo	 atestado	 do	 diretor	 do	 estabelecimento
carcerário).	Não	é	exigido	exame	criminológico,	embora	o	juiz	possa	requisitá-lo,	excepcional	e	motivadamente,	nos	termos
da	Súmula	439	do	STJ:	“Admite-se	o	exame	criminológico	pelas	peculiaridades	do	caso,	desde	que	em	decisão	motivada”;	e
c)	Requisito	específico:
–	nos	crimes	contra	a	administração	pública:	reparação	do	dano	(art.	33,	§	4.º,	do	CP).
Não	é	possível	progressão	por	saltos	(Súmula	491	do	STJ).
Regressão:	ocorre	nas	hipóteses	do	art.	118	da	LEP,	dentre	as	quais	 se	destacam	a	prática	crime	doloso	ou	 falta	grave
durante	o	cumprimento.	É	possível	 regressão	por	 saltos,	 com	a	passagem	do	sujeito	diretamente	do	regime	aberto	para	o
fechado.
••	Autorização	de	saída:	São	duas	as	espécies:	permissão	de	saída	e	saída	temporária:
a)	Permissão	de	saída:	No	caso	de	falecimento	ou	doença	grave	do	cônjuge,	companheiro,	ascendente,	descendente	ou
irmão,	ou	pela	necessidade	de	tratamento	médico.	A	saída	é	feita	mediante	escolta,	e	o	sujeito	permanece	o	tempo	todo	sob
vigilância.	 É	 possível	 tanto	 para	 o	 condenado	 em	 regime	 fechado	 como	 em	 semiaberto	 (em	 aberto	 não	 é	 necessária).	 É
possível	também	aos	presos	provisórios.	Terá	a	duração	do	que	for	estritamente	necessário	para	que	se	atinja	sua	finalidade.
Pode	ser	concedida	diretamente	pelo	diretor	do	estabelecimento	carcerário,	mas	obviamente	é	possível	o	controle	judiciário.
b)	Saída	temporária:	Fundada	na	confiança	e	no	objeto	de	ressocialização	do	condenado,	busca	permitir	sua	gradativa
reintegração	à	comunidade.	Esse	tipo	de	permissão	é	possível	para	o	preso	em	regime	semiaberto	que	já	tenha	cumprido	um
sexto	da	pena	se	primário,	ou	um	quarto	se	reincidente,	bem	como	tenha	comportamento	adequado	e	que	os	fins	da	saída
sejam	 compatíveis	 com	 a	 ressocialização.	 Pode	 ser	 deferida	 para	 visita	 à	 família	 ou	 para	 frequência	 em	 curso	 supletivo
profissionalizante	ou	de	segundo	grau	(há	entendimento	que	amplia	tais	possibilidades,	ou	seja,	para	qualquer	atividade	de
instrução).	Também	é	possível	para	participação	em	atividades	que,	genericamente,	contribuam	para	o	retorno	ao	convívio
social.	 Não	 há	 escolta,	 e	 pode	 ser	 concedida	 por	 prazo	 de	 até	 7	 dias,	 cinco	 vezes	 por	 ano.	 É	 claro	 que	 na	 hipótese	 de
frequência	a	curso	não	há	limite	de	dias,	tendo	a	saída	a	duração	necessária	para	o	cumprimento	das	atividades	discentes
(art.	124	da	LEP).	Pode	ser	determinado	uso	de	monitoramento	eletrônico.	Nos	termos	do	art.	124,	§	3.º,	deve	ser	respeitado
intervalo	mínimo	de	45	dias	entre	a	concessão	de	duas	saídas	temporárias	ao	mesmo	sentenciado.
••	Remição:	prevalece	que	o	trabalho	do	preso	é	obrigatório	(e	não	forçado,	pois	seria	inconstitucional),	sendo	falta	grave
o	 descumprimento	 de	 tal	 dever.	 O	 trabalho	 é	 remunerado	 e	 o	 preso	 (apenas	 nos	 regimes	 fechado	 e	 semiaberto)	 tem	 o
benefício	 da	 remição,	 que	 consiste	 no	 desconto	 no	montante	 da	 pena	 de	 um	 dia	 para	 cada	 três	 trabalhados.	 É	 possível
também	remição	pelo	estudo,	na	razão	de	12	horas	de	estudo	–	divididas	em	ao	menos	três	dias	–	para	o	desconto	de	um	dia
da	pena.	Os	dias	remidos	devem	ser	considerados	pena	cumprida.	A	remição	pelo	estudo	é	possível	em	qualquer	regime	de
cumprimento	de	pena,	e	também	no	período	de	prova	do	livramento	condicional.	O	cometimento	de	crime	doloso	ou	falta
grave	acarreta	a	perda	dos	dias	remidos	no	limite	de	até	1/3	(um	terço).	Decretada	a	perda,	é	iniciada	nova	contagem.	Se	o
sentenciado	restar	afastado	do	trabalho	ou	estudo	por	acidente	de	trabalho	continuará	tendo	direito	aos	dias	remidos.	Se,
com	o	estudo,	completar	o	ciclo	fundamental,	médio	ou	superior,	receberá	“bônus”	de	1/3	dos	dias	já	remidos	pelo	estudo.	É
possível	cumular	remição	pelo	trabalho	e	pelo	estudo.
••	Detração:	cômputo	na	pena	privativa	de	liberdade	(ou	no	prazo	mínimo	da	medida	de	segurança)	do	tempo	de	prisão
provisória,	prisão	administrativa	ou	internação	provisória.
Unificação	de	penas:	O	art.	75	do	CP	estipula	que	o	 tempo	máximo	de	cumprimento	de	penas	privativas	de	 liberdade
será	de	30	anos.	Assim,	 se	um	 indivíduo	 for	condenado,	por	diversos	crimes,	as	penas	cuja	 soma	seja	 superior	a	30	anos,
haverá	 unificação,	 para	 atender	 ao	 limite	 máximo	 temporal	 estipulado	 em	 lei	 (art.	 75,	 §	 1.º,	 do	 CP).	 Se	 sobrevier	 nova
condenação	 por	 crime	 praticado	 durante	 o	 cumprimento	 da	 pena,	 far-se-á	 nova	unificação,	 desprezando-se	 o	 período	 de
pena	já	cumprido,	respeitando-se	novamente	o	limite	máximo	de	30	anos	(art.	75,	§	2.º,	do	CP).	Possível	perceber	que,	pela
regra	exposta,	é	possível	o	cumprimento	de	pena	privativa	de	liberdade	por	mais	de	30	anos	ininterruptos,	se	novo	crime	foi
praticado	 durante	 o	 cumprimento	 da	 pena.	 A	 contagem	 do	 prazo	 para	 a	 aplicação	 dos	 benefícios	 previstos	 em	 lei	 (por
exemplo:	a	progressão	de	regimes,	o	 livramento	condicional	etc.),	para	a	 jurisprudência	majoritária,	estará	subordinada	à
pena	efetivamente	aplicada	ao	condenado,	não	sendo	utilizada	a	regra	do	art.	75	do	CP,	mesmo	que	a	somatória	das	penas
ultrapasse	o	limite	de	30	anos	(Súmula	715	do	STF:	“A	pena	unificada	para	atender	ao	limite	de	trinta	anos	de	cumprimento,
determinado	 pelo	 art.	 75	 do	 Código	 Penal,	 não	 é	 considerada	 para	 a	 concessão	 de	 outros	 benefícios,	 como	 o	 livramento
condicional	ou	regime	mais	 favorável	de	execução”).	Na	doutrina	há	entendimento	 (Mirabete)	de	que	o	 limite	de	30	anos
deve	ser	utilizado	para	o	cálculo	de	todos	os	benefícios,	pois,	de	outra	forma,	na	verdade,	a	pena	não	teria	sido	unificada.
••	Penas	restritivas	de	direitos
a)	Natureza:	no	sistema	do	Código	Penal,	são	sempre	substitutivas	das	privativas	de	liberdade.	Em	leis	especiais,	podem
ser	cumulativas	com	aprivativa	de	liberdade	(no	Código	de	Trânsito,	por	exemplo)	ou	mesmo	diretamente	previstas	no	tipo
(art.	28	da	Lei	11.343/2006	–	porte	de	drogas);	e
b)	Requisitos	(cumulativos)	:
i)	Crimes	dolosos	praticados	sem	violência	ou	grave	ameaça	à	pessoa,	quando	a	pena	privativa	de	liberdade	aplicada	não
for	superior	a	quatro	anos,	ou	qualquer	que	seja	a	pena	se	o	crime	for	culposo;	e
ii)	Que	o	condenado	não	seja	reincidente	em	crime	doloso	(doloso	+	doloso).
iii)	Culpabilidade,	antecedentes,	conduta	social	e	personalidade	do	condenado,	bem	como	os	motivos	e	as	circunstâncias
do	crime	indiquem	que	seja	suficiente	à	substituição.
c)	Duração:	será	o	mesmo	da	pena	privativa	de	liberdade	substituída,	salvo	a	exceção	do	art.	46,	§	4.º,	do	CP	(prestação	de
serviços	à	comunidade	com	prazo	superior	a	um	ano),	em	que	é	permitido	encurtar	o	período.
d)	Espécies	de	Penas	Restritivas	de	Direitos:
i)	 prestação	pecuniária:	 trata-se	 de	 pagamento	 em	 dinheiro	 à	 vítima,	 a	 seus	 dependentes,	 ou	 a	 entidade	 pública	 ou
privada	com	destinação	social,	de	 importância	 fixada	pelo	 juiz,	entre	1	e	360	salários	mínimos.	O	valor	será	deduzido	em
eventual	condenação	em	ação	de	reparação	civil,	se	coincidentes	os	beneficiários.	Com	a	aceitação	do	interessado,	é	possível
substituir	a	entrega	dos	valores	por	prestação	de	outra	natureza	(art.	45,	§	2.º,	do	CP).
ii)	perda	de	bens	ou	valores:	 impõe	ao	condenado	perda	em	favor	do	Fundo	Penitenciário	Nacional	do	montante	que
tem	como	teto	o	prejuízo	causado	ou	a	vantagem	auferida	com	a	prática	criminosa;
iii)	 prestação	 de	 serviços	 à	 comunidade	 ou	 a	 entidades	 públicas:	 possível	 apenas	 nas	 condenações	 superiores	 a	 6
meses	 de	 privação	 da	 liberdade.	 Consiste	 na	 atribuição	 ao	 condenado	 de	 tarefas	 gratuitas	 em	 escolas,	 hospitais,	 clubes,
entidades	assistenciais	etc.;
iv)	 limitação	de	 fim	de	 semana:	 obrigação	 do	 condenado	 em	permanecer	 durante	 5	 (cinco)	 horas	 aos	 sábados	 e	 aos
domingos	 em	 casa	 de	 albergado	 ou	 estabelecimento	 congênere	 a	 fim	 de	 ouvir	 palestras,	 participar	 de	 cursos	 ou	 outras
atividades	educativas;	e
v)	 interdições	 temporárias	 de	 direitos:	 proibição	 do	 exercício	 de	 função	 pública	 ou	 mandato	 eletivo;	 proibição	 do
exercício	 de	 profissão,	 atividade	 ou	 ofício	 que	 dependa	 de	 habilitação	 especial,	 licença	 ou	 autorização	 do	 Poder	 Público;
suspensão	de	habilitação	para	dirigir	veículo;	proibição	de	frequentar	determinados	lugares,	proibição	de	inscrever-se	em
concurso,	avaliação	ou	exame	públicos.
e)	Conversão	em	pena	privativa	de	liberdade:	I	–	Condenação	superveniente	à	pena	privativa	de	liberdade:	obrigatória
se	tornar	incompatível	o	cumprimento	da	restritiva	de	direitos,	facultativa	se	for	possível	o	cumprimento	simultâneo.	Será
descontado	 o	 tempo	 cumprido,	 mas	 sempre	 respeitado	 o	 saldo	 mínimo	 de	 30	 dias	 de	 privação	 de	 liberdade.	 II	 –
Descumprimento	injustificado	da	condição	imposta;	e
f)	Aplicação:	na	condenação	igual	ou	inferior	a	um	ano,	a	substituição	pode	ser	feita	por	pena	de	multa	ou	por	uma	pena
restritiva	de	direitos.	Se	superior	a	um	ano,	a	pena	privativa	de	liberdade	pode	ser	substituída	por	uma	pena	restritiva	de
direitos	e	multa	ou	por	duas	restritivas	de	direitos.
••	Pena	de	multa:
a)	Sistema:	dias-multa.	A	lei	manda	fixar	o	número	de	dias-multa	e	o	valor	dos	dias-multa	(bifásico).	Multiplicando	um
pelo	outro,	o	resultado	é	o	valor	da	multa	a	ser	paga	pelo	condenado.	O	número	de	dias-multa	será	calculado	entre	10	a	360.
O	valor	de	cada	dia-multa	será	fixado	de	1/30	até	5	(cinco)	salários	mínimos.
b)	Critério:	(I)	na	primeira	fase	(quantidade	de	dias-multa)	prevalece	que	também	deve	ser	seguido	o	sistema	trifásico	e
(II)	na	 segunda	 fase	 (valor	de	 cada	dia-multa),	 a	 capacidade	econômica	do	condenado.	O	valor	pode	 ser	aumentado	até	o
triplo	pelo	também	pelo	critério	econômico;	e
c)	Multa	vicariante	ou	substitutiva:	o	juiz	pode	substituir	a	pena	privativa	de	liberdade	por	pena	de	multa,	desde	que	(1)
a	pena	aplicada	igual	ou	inferior	a	um	ano;	(2)	não	seja	o	condenado	reincidente,	ou,	sendo,	que	não	seja	pelo	mesmo	delito	e
a	medida	 seja	 recomendável	 frente	à	 culpabilidade,	antecedentes,	 conduta	 social,	personalidade	do	condenado,	motivos	e
demais	circunstâncias	do	fato.	Descumprida	a	pena,	deve	ser	executada	na	forma	da	lei	civil,	na	vara	da	Fazenda	Pública,
não	sendo	possível	conversão	em	prisão.
MEDIDA	DE	SEGURANÇA
••	 Fundamento:	 sanção	 de	 caráter	 preventivo,	 aplicada	 ao	 sujeito	 inimputável	 ou	 semi-imputável,	 em	 decorrência	 da
prática	de	um	fato	típico	e	antijurídico,	com	a	finalidade	de	submetê-lo	a	tratamento	para	fazer	cessar	sua	periculosidade.
••	Pressupostos	para	aplicação	da	medida	de	segurança:
a)	Prática	de	injusto	penal:	deve	estar	demonstrada	a	prática	de	fato	típico	e	antijurídico.	Caso	não	haja	infração	penal,
não	 se	 impõe	a	 imposição	da	medida	de	 segurança	apenas	pelo	 fato	do	 indivíduo	 ter	doença	mental	ou	desenvolvimento
mental	incompleto	ou	retardado.
b)	Periculosidade:	a	periculosidade	costuma	ser	entendida	como	a	potencialidade	para	a	prática	de	novos	atos	lesivos	ou
como	probabilidade	que	o	agente	tem	de	praticar	novas	infrações.
c)	Não	imputabilidade:	incapacidade	plena	ou	parcial	para	ser	responsabilizado,	ou	seja,	o	sujeito	deve	ser	portador	de
doença	mental	ou	desenvolvimento	incompleto	ou	retardado,	capaz	de	afastar	ou	diminuir	a	capacidade	de	compreender	o
caráter	 ilícito	 do	 que	 faz	 ou	 portar-se	 de	 acordo	 com	 tal	 entendimento,	 no	momento	 da	 prática	 da	 conduta.	 O	 grau	 de
inimputabilidade	é	fator	importante	na	determinação	da	periculosidade,	como	veremos	adiante.
••	Sistemas:	 (a)	Duplo	binário:	 aplica-se	 a	 pena	 e	 a	medida	 de	 segurança,	 cumulativamente;	 (b)	Vicariante:	 aplica-se
pena	ou	medida	de	segurança.	Ou	uma	ou	outra:	a	aplicação	é	alternativa.	O	sistema	adotado	entre	nós	é	o	vicariante.
••	Duração:	No	mínimo,	de	1	(um)	a	3	(três)	anos.	Após	esse	período,	será	feito	um	exame	de	cessação	da	periculosidade.	Se
positivo,	 o	 agente	 será	 liberado.	 Se	 negativo,	 o	 exame	 renovar-se-á	 a	 cada	 ano.	 Quando	 as	 evidências	 apontarem	 nesse
sentido,	 o	 exame	 poderá	 ser	 feito	 até	 mesmo	 antes	 do	 prazo	 mínimo,	 ou	 a	 qualquer	 momento	 dentro	 dos	 intervalos
referidos.	Prevalecia	na	doutrina	 tradicional	a	 inexistência	de	prazo	máximo,	durando	até	que	 cessasse	a	periculosidade.
Hoje	foi	pacificado	entendimento	contrário,	consolidado	na	Súmula	527	STJ:	“O	tempo	de	duração	da	medida	de	segurança
não	deve	ultrapassar	o	limite	máximo	da	pena	abstratamente	cominada	ao	delito	praticado”.	Assim,	se	processado	por	furto
(pena	de	 reclusão	de	1	 a	 4	 anos)	 o	 sentenciado	não	poderá	permanecer	 em	medida	de	 segurança	por	mais	de	4	anos.	 Se
processado	por	homicídio	simples	(pena	de	6	a	20	anos	de	reclusão)	o	prazo	máximo	da	medida	será	20	anos,	e	assim	por
diante.	 No	 entanto,	 se	 a	 medida	 de	 segurança	 for	 imposta	 em	 razão	 de	 superveniência	 de	 doença	 mental	 durante	 o
cumprimento	da	pena,	entende-se	que	o	prazo	máximo	será	a	duração	da	pena	que	restava	a	cumprir.
••	Liberação	condicional:	Liberado	(ou	desinternado	o	agente)	pela	cessação	da	periculosidade,	a	medida	de	segurança
poderá	ser	restaurada,	se	antes	do	decurso	de	um	ano	o	agente	praticar	qualquer	fato	indicativo	de	que	persiste	perigoso.
••	Espécies:
a)	Detentiva:	consiste	na	internação	em	hospital	de	custódia	e	tratamento	psiquiátrico;	e
b)	Restritiva:	é	a	submissão	a	tratamento	ambulatorial.
APLICAÇÃO	DA	PENA
É	adotado	o	sistema	trifásico:
••	1.ª	fase:	circunstâncias	judiciais	(art.	59	do	CP),	dentro	dos	limites	previstos	no	tipo	simples	ou	qualificado.	Vale	lembrar
que	 nos	 termos	 da	 Súmula	 444	 do	 STJ	 inquéritos	 policiais	 e	 ações	 penais	 em	 curso	 não	 podem	 ser	 considerados	 como
desabonadores	ao	réu,	sob	pena	de	afronta

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