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ESTUDOS DISCIPLINARES II - Gênero na Educação

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ESTUDOS DISCIPLINARES II 
Gênero na Educação 
 
 
UNIDADE I 
 
1º BLOCO - CONCEITOS DE CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE. 
 
Corpo 
 
Existe uma “complexa inter-relação entre corpo biológico, subjetividade e influências 
Socioculturais”. “O corpo como um constructo cultural”. O aprendizado e o cuidado sobre O 
aprendizado e o cuidado sobre o próprio corpo. (Jose Roberto Brêtas e Sonia Regina Pereira, 
2007). 
Na época clássica o corpo foi descoberto como “objeto e alvo do poder”. (Michael Foucault, 
1987) “meu corpo me pertence” 
A base desse conceito foi buscada na matriz do resgate do direito ao corpo e ao conhecimento 
sobre ele, para terem nas mãos o destino e caminho de suas vidas. (Eleonora Menicucci de 
Oliveira - 2008) 
 
 
Gênero 
 
Gender = intraduzível: O gênero é uma convenção social utilizada para designar as relações 
sociais entre os sexos. O termo gênero torna O termo gênero torna-se uma forma de se uma 
forma de indicar as “construções culturais”- a criação inteiramente social de ideias sobre os 
papéis adequados a homens e às mulheres. (Joan Scott, 1995) 
Gênero não é sinônimo de sexo, mas corresponde ao conjunto de representações que cada 
sociedade constrói [...] (Joan Scott, 1995) 
Gênero e sexualidade são construídos através de inúmeras aprendizagens e práticas, 
empreendidas por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais, de modo explícito 
ou dissimulado, num processo sempre inacabado. (Guacira Lopes Louro, 2008) 
O gênero, na partida, é a construção social do sexo biológico. A diferença dos sexos não é um 
dado de natureza imutável; ela só existe na história. O que é ser um homem, ou uma mulher, 
não pode então ser abstraído do contexto social. Simone de Beauvoir: “não se nasce mulher, 
torna-se mulher”. 
 
 
Sexualidade 
 
Conceito: Aspecto central do ser humano durante toda a vida e abrange o sexo, a identidade 
de gênero e papéis, a orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A 
sexualidade é experimentada e expressada em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, 
atitudes, valores, comportamentos, práticas, desempenho de papéis e relacionamentos. (OMS, 
2003) 
“Embora a sexualidade possa incluir todas estas dimensões nem todas são experienciadas ou 
expressadas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos 
sociais econômicos psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, 
históricos, religiosos e espirituais”. (OMS, 2003) 
Três conceitos ancoram a sexualidade. 
1. Sexo biológico: Existe somente dois sexos: Geneticamente somos: homens (XY) ou 
mulheres (XX). 
2. Identidade de gênero: O modo como nos sentimos homem ou mulher, como somos 
vistos e tratados pelas pessoas ao nosso redor. 
3. Orientação Sexual: Atração afetiva e erótica para onde aponta a nossa libido. Sexo 
oposto (heterossexual). Mesmo sexo (homossexual). Indistinta (bissexual). 
 
 
2º BLOCO - GÊNERO, EDUCAÇÃO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS. 
 
 
Gênero e as políticas públicas 
 
O campo de estudos de gênero consolidou-se no Brasil no final dos anos 1970, 
concomitantemente ao fortalecimento do movimento feminista no país. (FARAH, 2004) 
O empoderamento feminino. Licença maternidade; aleitamento materno no período do 
trabalho. As discussões frente à legalização do aborto. O planejamento familiar e a discussão, 
desde a adolescência até a idade adulta, sobre a quem cabe a prevenção de uma gravidez 
indesejada. 
A partir do final dos anos de 1980 foram intensas as mudanças na educação brasileira. Sendo 
que a incorporação do gênero nas políticas públicas de educação se intensificam em meados 
dos anos de 1990 (VIANNA e UNBEHAUM) 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e os Parâmetros Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental (PCN) 
 
 
Cronologia das principais ações de Educação em sexualidade nas escolas brasileiras 
 
1920 – Tentativa da feminista Berta Luz de implementar ensino oficial de educação sexual. 
1970 – Surgimento da Lei nº 5692/1971, que tratava das ações de educação sexual como de 
responsabilidade dos orientadores educacionais ou dos professores da área de ciências ou 
programas de saúde. 
1974 – Parecer nº 2264/74 do Conselho Federal de Educação, que legitimava o ensino da 
educação sexual como de responsabilidade dos programas de saúde. 
1987-1988 – Organização do Projeto de Educação Sexual em Pernambuco. 
1989 – Experiência da Sec. Mun. de SP de incluir um programa optativo de educação sexual 
para alunos, funcionando antes ou depois da aula. No mesmo ano, surge a proposta do Min. 
da Saúde e da Unicamp de incluir no currículo regular um Programa de Educação sexual para 
crianças e adolescentes de 4 a 19 anos. 
1990 – Implementação de Programas de Educação Sexual nas escolas municipais de Porto 
Alegre. 
1991-1995 – Fase experimental do Programa Salto para o Futuro, da TV Escola, tinha como 
proposta promover programas de educação à distância. 
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96)– lança as bases para uma escola 
pluralista que respeita a diversidade. Depois, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN), descrevem a inclusão da educação sexual (denominada de orientação sexual) de forma 
transversalizada em todo o conteúdo das disciplinas. 
1997 - Realização de capacitação à distância com professores por meio das séries do programa 
Salto para o Futuro; “ Prevenir é sempre melhor – crescendo de bem com a vida”. 
1998- Publicação dos cadernos de Temas Transversais dos PCN para o Ensino Fundamental, 
principal marco para desenvolver ações no espaço escolar relacionadas à temática de gênero 
diversidade sexual e orientação gênero, diversidade sexual e orientação sexual. 
2001 - Lançamento do Plano Nacional de Educação - Lei 10172/01. 
2002 - Implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos II, que visa fortalecer os 
artigos da Constituição Brasileira referentes ao direito à livre orientação sexual e à proibição 
da discriminação por orientação sexual discriminação por orientação sexual. 
2003 – Surgimento do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), uma ação conjunta entre 
os Ministérios da Educação e da Saúde, como o apoio da UNESCO e UNICEF. Campanha “Na 
escola toda discriminação deve ser reprovada”. 
2003- Criação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. 
2004 - Governo Federal lança o programa Brasil sem Homofobia, com ações ligadas à área de 
educação. Criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade 
(SECAD/MEC). Lançamento da campanha “Travesti e respeito: já está na hora dos dois serem 
vistos juntos” e do Plano Nacional de Políticas para Mulheres. 
2005- Lançamento do Prêmio Construindo igualdade de gênero. 
2006 – Lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Neste ano, o MEC 
iniciou em âmbito nacional o curso de formação de professores, com o objetivo de mobilizá-los 
para as questões ligadas às relações de gênero, orientação sexual, opressão sexual, cidadania e 
direitos humanos. 
2008 - Realização da I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e 
Transexuais (GLBT). Prêmio Nacional de Educação e Direitos Humanos. Inclusão de 
recomendações relacionadas à abordagem de gênero e ao enfrentamento da homofobia no 
Edital de avaliação e seleção de obras didáticas para construção do Guia de Livros Didáticos do 
1º ao 5º ano do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2010). Realização da Conferência 
de Educação Básica. 
 
 
3º BLOCO - IGUALDADE/EQUIDADE, PRECONCEITO E ESTEREÓTIPO DE GÊNERO. 
 
Igualdade/Equidade de gênero 
 
Refere-se à igualdade de oportunidades, ao respeito pelas diferenças existentes entre homens 
e mulheres e às transformações das relações de poder que se dão na sociedade em nível 
econômico, social, político e cultural. 
 
Exemplo de equidade de gênero 
 
Deve serestimulado nos meninos que sejam carinhosos, cuidadosos, gentis, sensíveis e 
expressem medo e dor. Quem disse que “homem não chora”? As meninas, por sua vez, podem 
ser incentivadas a praticar esportes a gostar de carros e motos a esportes, a gostar de carros e 
motos, a serem fortes (no sentido de terem garra, gana), destemidas, aguerridas. 
Para que haja equidade de gênero, devemos estar atentos para não educarmos meninos e 
meninas de educarmos meninos e meninas de maneiras radicalmente distintas. 
 
Preconceito de gênero 
 
É uma atitude social que diminui ou exclui as pessoas, em geral as mulheres, de acordo com o 
seu sexo. Chamado também de sexismo, o preconceito de gênero é uma atitude social que 
diminui ou exclui as pessoas, em geral as mulheres, de acordo com o seu sexo. Relacionado ao 
pensamento e aos hábitos individuais e sociais, envolve atitudes que afetam o comportamento 
e, frequentemente, nem são percebidas. (ROSSINI et.al. 1996) 
Pela Constituição Brasileira (Art. 5º) “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, 
nos termos desta Constituição.” Qualquer instituição e qualquer cidadão e cidadã que não 
cumpra este artigo está que não cumpra este artigo está cometendo um ato ilegal. Ambos – 
discriminação de sexo e preconceito de gênero - podem ser dissimulados, já que muitos 
aspectos do preconceito de gênero são sutis e inconscientes, porque estão embutidos nos 
comportamentos. 
 
Estereótipo de gênero 
 
É uma opinião predeterminada, que afeta as relações interpessoais. Consiste na generalização 
e atribuição de valor (na maioria das vezes negativo) a algumas características de um grupo, 
reduzindo-o a estas características e definindo os “lugares de poder” a serem ocupados. É uma 
generalização de julgamentos É uma generalização de julgamentos subjetivos feitos em 
relação a um determinado grupo, impondo-lhes o lugar de inferior e o lugar de incapaz no caso 
dos estereótipos negativos. 
 
Exemplos de estereótipo de gênero 
 
Exige-se da moça: Que se guarde o máximo possível, retardando a iniciação sexual. Por outro 
lado, do rapaz exige-se: Que antecipe o máximo possível à primeira experiência sexual. O 
prazer de reunir múltiplas experiências sexuais, às vezes simultâneas. No cotidiano, temos 
expressões que reforçam os estereótipos: “tudo farinha do mesmo saco”; “tal pai, tal filho”; 
“só podia ser mulher”. 
 
 
4º bloco - O sexismo na linguagem e a importância de adotar uma perspectiva de gênero na 
escola e em minha prática profissional. As implicações e as estratégias de práticas para 
promover a igualdade de gênero. 
 
O sexismo na linguagem 
 
É importante refletir como a linguagem institui e demarca os lugares dos gêneros não apenas 
pela ocultação do feminino, mas também pelas adjetivações diferenciadas que são atribuídas 
aos sujeitos (...) 
 
Exemplo de sexismo na linguagem 
 
Podemos citar o uso da linguagem completamente masculina nos livros didáticos. A gramática 
da Língua Portuguesa não evidencia, não utiliza a forma feminina em sua linguagem, o que não 
ajuda a constituir as mulheres como sujeitos próprios. Elas sempre são consideradas a priori 
parte de uma categoria masculina (todos, professores, diretores, pais alunos etc ) pais, alunos 
etc.). 
 
Como evitar o sexismo na linguagem? 
 
Podemos utilizar expressões no masculino genérico. Isto é: Ao invés de usar apenas homem, 
podemos usar os homens e as mulheres; ou os seres humanos; ou as pessoas. Evite usar o 
termo genérico o homem ou os homens. Nas imagens dos livros buscar desconstruir a ideia 
que homens desconstruir a ideia que homens realizam trabalhos no escritório (no ambiente 
externo ao lar) e as mulheres exercendo atividades apenas no lar (ambiente interno ao lar). 
 
Por que é importante adotar uma perspectiva de gênero na escola e em minha prática 
profissional? 
 
Ao adotar uma prática educativa mais alinhada às demandas atuais, o educador e a educadora, 
estarão contribuindo para reduzir as desigualdades entre homens e mulheres. Estará 
contribuindo para formar um pensamento crítico e reflexivo por parte de crianças e 
adolescentes. Essas ações têm em vista um futuro e uma cidadania com equidade de gênero. 
 
As implicações para a educação 
 
Na medida em que atribuímos comportamentos estanques a um sexo e a outro acabamos por 
colocar o nosso (a) aluno (a) em situações de desvantagem, pois a prevalência de estereótipos 
de gênero negativos baseados em crenças e atitudes da sociedade “prejudica as mulheres e 
limita as suas oportunidades e escolhas na esfera social, econômica e política”. (Legislação da 
União Europeia) 
 
Estratégias de práticas para promover a igualdade de gênero 
 
Faças atividades com os(as) escolares estimulando a refletir sobre o que é ser homem e ser 
mulher em nossa sociedade. Incentivar tanto meninos quanto meninas para desenvolver 
habilidades atribuídas a um ou outro sexo. Usar a linguagem não sexista. Estimule meninos e 
meninas para diferentes atividades como: cozinhar, costurar, bordar, brincar e consertar 
carrinhos, brincar de boneca, jogar bola. 
Estimular esportes de cooperação entre meninos e meninas. Promover a autoestima. 
Possibilitar que meninos e meninas conheçam as mais diferentes profissões. Levar meninos e 
meninas refletir sobre a temática da violência. Estratégias didático-pedagógicas de inclusão. 
Estratégias que contribuam para assegurar os direitos da mulher, a sua participação política e a 
sua segurança econômica. Promover a sensibilização à igualdade de oportunidades. Realizar 
atividades promotoras da igualdade de gênero em dias temáticos. A intervenção a partir da 
escola assenta no reconhecimento desta como espaço de educação convencional por 
excelência. 
 
Algumas referências 
 
Brasil, Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, orientação 
Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de Conteúdo. versão 2010. – Rio de Janeiro: CEPESC; 
Brasília : SPM, 2009. 
Brêtas. J.R.S. Sexualidades. 2011. 
Brêtas, J. R. S.; Pereira, S.R. Projeto de Extensão Universitária: Um espaço para formação 
profissional e promoção da formação profissional e promoção da saúde. p. 317-327, 2007. 
Jogos para a não violência. Coolkit 
USP/NEMGE/CECAE. Ensino e Educação com Igualdade de Gênero na Infância e na 
Adolescência – Guia Prático para Educadores e Educadoras. São Paulo, Nemge/Cecae, 1996. 
Louro GL et. al (orgs). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 
Vozes, 2007. 
Louro. G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro Posições, V.19, n.2(56) 
maio/ago. 2008. 
Oliveira. E. M. Nosso corpo nos pertence: Uma reflexão pós anos 70. In labrys, estudos 
feministas / études féministes. janvier /juillet 2005. 
Foucault. M. Vigiar e Punir. 7ª Ed. Petrópolis.Vozes. 1987. 
Farah, M.F.S. "Gênero e políticas públicas." Estudos Feministas 12.1 (2004): 47-71. 
Brasil. Ministério da Saúde. Saúde e prevenção nas escolas : guia para a formação de 
profissionais de saúde e de educação. 
Ministério da Saúde 2006 Ministério da Saúde, 2006. 
Vianna, C.P. / Unbehaum, S. O gênero nas políticas públicas de educação no Brasil: 1988- 2002. 
Cadernos de Pesquisa 34.121: 77-104. 2004 
 
UNIDADE II 
 
 
1º BLOCO - A SEXUALIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
Introdução 
 
Etapas do desenvolvimento psicossexual 
 
Freud > Fontes primárias de prazer 
Oral: o mamar, o morder; 
Anal: controle próprio; 
Fálico: descoberta, masturbação. 
 
Fontes de prazer na criança 
 
O toque. O brincar. A curiosidade e as descobertas. Conhecer o mundo. Conhecer e 
reconhecer seu corpo e o corpo do outro. A vida, o ser cuidada, ser querida e desejada. 
 
“Investigação Sexual Infantil” 
 
Freud pôde perceber que o conjunto de práticas que constituem a sexualidade normal e que 
dizem respeito à estimulação das zonas erógenas, espalhadas pelo corpo todo, éexperimentado desde muito experimentado desde muito cedo na vida de um ser humano. Isso 
faz parte da formação de um sujeito, demonstra que há curiosidade e desejo sexual desde a 
mais tenra idade. (ALBERTI, 2005) 
As crianças de 3 – 4 anos gostam de brincar de fazer cócegas, tocar os próprios genitais e os 
dos outros. Brincadeiras de médico, de papai e mamãe. Interessadas no que ocorre nos 
banheiros e em falar palavras ligadas ao corpo e à sexualidade. (FREUD, 1975) 
A autoexploração ou masturbação é outra experiência fundamental para a sexualidade 
saudável. A criança cedo aprende a brincar e a tirar prazer de seu próprio corpo, e isto faz 
parte de seu desenvolvimento tanto quanto seu desenvolvimento tanto quanto engatinhar, 
andar ou falar. Esta é apenas mais uma fase, e como tal tende a dar lugar a outras. (FREUD, 
1975) 
 
Curiosidades e descobertas 
 
Descoberta do próprio corpo e do outro através de sensações e percepções. Descoberta das 
diferenças: genital – auto identificação e gênero. Concepção e nascimento. O mundo de 
homens e o mundo de mulheres. Curiosidade como fonte de prazer em conhecer o mundo. 
 
Educação em sexualidade 
 
Oferecer à criança experiências que possibilitem o desenvolvimento de capacidades tanto 
físicas quanto emocionais. Estimular o respeito às diferenças. Possibilitar o brincar, pois a 
brincadeira é o principal meio de que a criança dispõe para conhecer o mundo e desenvolver 
uma imagem positiva de si mesma. 
O espaço deve ser rico em elementos que transmitam confiança, liberdade e ludicidade, onde 
se possa resgatar o prazer de ensinar, despertando o prazer de aprender. O ambiente deve ser 
propício à vivência de situações lúdicas diárias. 
A sexualidade está presente e faz parte da nossa vida. A sexualidade infantil não contém os 
mesmos componentes e interesses que a sexualidade adulta. (BRITZMAN, 1998) 
Pode ser vista como a força que nos permite ter ideias, desejar ser amado e valorizado à 
medida que aprendemos a amar e a valorizar o outro. Buscar o desenvolvimento integral da 
criança com a discussão e a compreensão da sexualidade ocorrendo de modo sistemático e 
permanente. (BRITZMAN, 1998) 
Não há vivência de cidadania plena se as manifestações da sexualidade infantil, adolescente e 
adulta não são compreendidas e consideradas. (BRITZMAN, 1998) 
A sexualidade humana é parte integrante e indissociável da pessoa. (FURLANI, 2003) 
 
Conteúdos: eixos temáticos 
 
 História de vida. 
 Esquema corporal. 
 História do nome. 
 Integração família-escola. 
 História que enfoque diferentes etapas de crescimento. 
 Exploração dos sentidos. 
 Ritmo, equilíbrio, psicomotricidade. 
 
 
2º BLOCO - CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE NA CRECHE E NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Legislação 
 
Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, RCNEI, 1998) “Foco: o 
corpo e o movimento” “A expressão da sexualidade” Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e 
movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão 
inseridas. 
 
Corpo na creche e na Educação Infantil 
 
Na creche e na Educação Infantil, o foco do trabalho é o conhecimento de mundo, são as 
primeiras experiências, sensações e sentimentos pessoais e coletivos que são vivenciados. As 
manifestações corporais são relacionadas com a cultura. A criança vai descobrindo, 
conhecendo seu próprio corpo e como pode utilizá-lo para se expressar, para se comunicar 
com o mundo. 
Podemos ajudar a criança a conhecer melhor o seu próprio corpo e o dos colegas 
desenvolvendo diferentes atividades, tais como: observar-se no espelho; desenhar o corpo do 
colega sobre uma folha de papel pardo; sentir os diferentes ritmos do corpo: as batidas do 
coração, a respiração etc. (Adaptado de: PROINFANTIL Unidade 7) 
 
Gênero na Educação infantil 
 
Gênero e sexualidade são construídos através de inúmeras aprendizagens e práticas, 
empreendidas por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais, de modo explícito 
ou dissimulado, num processo num processo sempre inacabado. (LOURO, 2008) 
As crianças pensam – o corpo a partir de suas mentes e de suas emoções, da ação, da fantasia, 
da intuição, da razão, da imitação, da emoção, das linguagens, das lógicas e da cultura. Evitar 
situações predeterminadas de brinquedos considerados “certos” e “errados” para cada sexo. 
Procurar desconstruir estereótipos e concepções acerca do que é ser homem e mulher na 
sociedade. Lembrar que meninos e meninas têm a capacidade de pensar, imaginar e participar 
da gestão da sua educação, da sua aprendizagem e de sua escola. 
Exemplo: Josefina, professora de uma creche, estava entretida com um grupinho de crianças (a 
maioria delas com três anos de idade) que se travestiam das mais diferentes personagens. 
Algumas passavam batom, outras colocavam chapéu, cintos, capas, outras salto alto e algumas 
meninas pediram para Josefina pintar-lhes as unhas da mão... (FARIA, 2006) 
 
Sexualidade na criança 
 
A criança passa por fases do desenvolvimento, desde a satisfação proporcionada pelo controle 
esfincteriano, passando pela descoberta e manipulação dos órgãos genitais – ação não 
genitalizada. Nas crianças a sexualidade não é genitalizada, isto é, todas as manifestações em 
relação à curiosidade referente ao seu corpo e ao do outro é um movimento exploratório em 
busca um movimento exploratório em busca do conhecimento. (FREITAS, 2011) 
 
Como trabalhar a questão em sala de aula 
 
Conceito(s) de família(s): atribuição de sentidos e produção de diferenças. As várias formas de 
ser mulher e de ser homem nos dias atuais. (XAVIER FILHA, 2007) 
Proporcionar que tanto meninos quanto meninas possam brincar juntos e realizar atividades 
como: costurar e brincar de bonecas/saltar e jogar bola sem delimitações normativas de 
gênero. 
Discutir: Há brinquedos específicos para meninas e para meninos? Há cores específicas para 
meninos e para meninas? As formas de lazer podem ser as mesmas para meninos e meninas? 
Existe profissão de meninos e de meninas? Menino chora? E menina? Diferenças de 
tratamento que, sem querer, damos a meninas e meninos em nossas salas de aula. 
 
 
3º BLOCO - CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL I 
 
Legislação do Ensino Fundamental I 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/9.394-96) destaca que a escola deve 
desempenhar um papel fundamental na construção da cidadania. Nesse sentido, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) indicam Curriculares Nacionais (PCN) indicam que a 
escola deve abordar temas que supram a necessidade de orientação de crianças e jovens. 
(FREITAS, 2011) 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), volume 10, da 1ª à 4ª série: utiliza o termo 
“orientação sexual” por designar um processo sistemático e continuado de intervenção 
instrumental. (FREITAS, 2011) 
Trabalhar a partir de temas que partem da realidade social, dos direitos e de responsabilidades 
em relação à vida pessoal passam a ser discutidas na escola de maneira transversal. Temas 
transversais se configuram como questões da ética, da pluralidade cultural, do meio ambiente, 
da saúde e da “orientação sexual”. (FREITAS, 2011) 
 
Sexualidade 
 
A escola dentro do seu planejamento deve privilegiar trabalhar as questões referentes ao 
corpo e à sexualidade de maneira transversal. A escola deve lidar com as questões da 
sexualidade de maneira positiva. Faz-se necessária uma formação pedagógica do educador e 
da educadora na perspectiva teórica de gênero a fim de reduzir as desigualdades. 
 
 
 
Como trabalhar a questão da sexualidade na sala de aula 
 
O desafio é adotar uma prática pedagógica reflexiva sobre os preconceitos sexuais e as 
situações de desigualdade e de violência que são gerados a partir de uma visão negativa do 
corpo e da sexualidade do corpo e da sexualidade. Utilizar revistas, jornais, músicas,vídeos, 
imagens para discutir a temática ‘corpo, gênero e sexualidade’. Trabalhar a sexualidade 
enfocando questões biopsicossociais. (FREITAS, 2011) 
 
Por que trabalhar a questão da sexualidade na escola 
 
A sexualidade é um aspecto fundamental da vida humana: possui dimensões físicas, 
psicológicas, espirituais, sociais, econômicas, políticas e culturais. Reduzir informações 
errôneas. Aumentar conhecimentos corretos. Esclarecer e fortalecer valores e atitudes 
positivas. (UNESCO, 2010) 
Aumentar habilidades de tomar decisões informadas e de agir segundo as mesmas. Melhorar 
percepções sobre grupos de pares e normas sociais; e aumentar a comunicação com pais ou 
outros adultos de confiança. (UNESCO 2010) 
Pesquisas demonstram que programas que compartilham certas características podem 
colaborar para: abster-se ou retardar o início de relações sexuais; reduzir a frequência de 
atividade sexual sem proteção; reduzir o número de parceiros sexuais; e aumentar o uso de 
proteção contra gravidez indesejada e gravidez indesejada e DSTs durante durante relações 
sexuais. (UNESCO, 2010) 
 
 
4º BLOCO - DIVERSIDADE SEXUAL E HOMOFOBIA 
 
Diversidade sexual Histórico 
 
A década de 1970 
Movimentos sociais 
 
Movimento Libertação Gay 
 
Pioneiros a iniciar um debate mais amplo sobre sexualidade no Brasil. Posição bastante 
incisiva, enfrentando uma sociedade fortemente cercada de preconceitos e tabus. 
 
Grupo Gay da Bahia (GGB) 
 
Mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil e na 
América Latina. 
O GGB sugere três intervenções contra os crimes homofóbicos: 
 Educar a população para promover e respeitar os direitos humanos. 
 Exigir que a polícia e a justiça punam com toda severidade a homofobia. 
 Prevenir que os próprios Prevenir que os próprios gays e travestis e travestis se 
coloquem em situações de risco. 
 
Estudo de caso 
 
“Teve um menino que era homossexual, os alunos ficavam chateando ele e os professores não 
ligavam, até que ele desistiu de estudar.” 
Grupo focal com alunos: escola pública, Maceió. Pesquisa: “Juventudes e Sexualidade”. 
(UNESCO, 2004) 
Homofobia na escola 
 
A escola é também um lugar de opressão, preconceito e discriminação: 
 Tratamento preconceituoso; 
 Medidas discriminatórias; 
 Ofensas; 
 Constrangimentos; 
 Ameaças e agressões físicas e verbais. 
Isso é constante na vida das(os) estudantes LGBT. (Lula Ramires) 
 
Homofobia 
 
“Manifestação arbitrária que consiste em designar o outro como contrário, inferior ou 
anormal. Sua diferença irredutível o coloca em outro lugar fora do universo comum dos 
humanos”. (Daniel Borrillo, 2009) 
O Brasil é o país onde há mais registros de crimes, concentrando 44% das execuções 
homofóbicas em todo o mundo. 
 
Documentos nacionais e legislação 
 
Programa Brasil sem Homofobia: programa de combate à violência e à discriminação contra 
GLTB e de promoção da cidadania homossexual. (2004) PL 122/06 – Art. 1º: “Serão punidos, na 
forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, 
religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.”. 
Decreto 51.180/2010: nome social de travestis e transexuais em documentos. 
 
Conceito 
 
Diversidade sexual é a expressão usada para designar as várias formas de expressão da 
sexualidade humana. Assim, a heterossexualidade, a homossexualidade, a bissexualidade, a 
assexualidade, a travestilidade, dentre outras possibilidades, integram a diversidade sexual. 
 
Não é correto usar o termo “homossexualismo” 
 
“Ismo” = doença. “Dade” = estado, situação ou quantidade. 
Existe uma maneira correta? Sim, preferência pelos termos: homossexualidade; lesbianidade; 
bissexualidade; travestilidade; transgeneridade; transexualidade; assexualidade (…) 
 
Algumas referências 
 
BRÊTAS, J.R.S. Sexualidades. 2011. 
BRASIL. Educação integral. Brasília. MEC/SECAD, 2009. 
BRASIL. Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. 
MEC/UNESCO 2009 MEC/UNESCO, 2009. 
BRASIL. Módulo II MEC.2005. PROINFANTIL. Unidade 7. 
BRASIL. MEC. Projeto de cooperação técnica para construção de orientações curriculares para 
a Educação Infantil. 2009. 
BRASIL. Educação integral: texto referência para o debate nacional. MEC/SECAD. 2009. 
FARIA, A. L. G. Pequena infância, educação e gênero: subsídios para um estado da arte. Pagu. 
279-287. 2006. 
FINCO, D. Relações de gênero nas brincadeiras de meninos e meninas na Educação Infantil. 
Pró-Posições. p. 89-101, 2003. 
FREITAS, M.J.D. A representação social da sexualidade no cotidiano escolar a partir das 
narrativas das professoras de uma escola pública do município de São Paulo. 2011. 
FELIPE, J. Sexualidade, gênero e novas configurações familiares: algumas implicações para a 
Educação Infantil. Cap. 5. In. Craidy. C.M. Org. Educação Infantil: pra que te quero? 2001. 
FREUD S (1905) “T ê i b t i FREUD, S. (1905). “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”. Rio 
de Janeiro. Imago; 1989. V.7. p.162-216. 
XAVIER FILHA, C. A criança, a família e a instituição de Educação Infantil. EDUFMT. 2007.

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