Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LICENCIATURA EM QUÍMICA PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO À DOCÊNCIA (PE:ID) POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO “O SUCESSO DA MALA” Cristiane Vieira Catista Marchesin – RA: 1816245 Polo de Limeira 2018 SUMÁRIO 1. O SUCESSO DA MALA.............................................................................................1 2. REFLEXÕES REFERENTES A “O SUCESSO DA MALA”....................................2 REFERÊNCIAS...............................................................................................................4 1. O SUCESSO DA MALA Respiro ofegante. Trago nas mãos uma pequena mala e uma agenda tinindo de nova. É meu primeiro dia de aula. Venho substituir uma professora que teve que se ausentar “por motivo de força maior”. Entro timidamente na sala dos professores e sou encarada por todos. Uma das colegas, tentando me deixar mais à vontade, pergunta: – É você que veio substituir a Edith? – Sim – respondo num fio de voz. – Fala forte, querida, caso contrário vai ser tragada pelos alunos – e morre de rir. E a equipe toda se diverte com a minha cara. – Ela nem imagina o que a espera, não é mesmo? Convidada a me sentar, aceito para não parecer antipática. Eles continuam a conversar como se eu não estivesse ali. Até que, finalmente, toca o sinal. É hora de começar a aula. Pego meu material e percebo que me olham curiosos para saber o que tenho dentro da mala. Antes que me perguntem, acelero o passo e sigo para a sala de aula. Entro e vejo um montão de olhinhos curiosos a me analisar que, em seguida, se voltam para a maleta. Eu a coloco em cima da mesa e a abro sem deixar que vejam o que há lá dentro. – O que tem aí, professora? – Em breve vocês saberão. No fim do dia, fecho a mala, junto minhas coisas e saio. No dia seguinte, me comporto da mesma maneira, e no outro e no noutro… As aulas correm bem e sinto que conquistei a classe, que participa com muito interesse. Os professores já não me encaram. A mala, porém, continua sendo alvo de olhares curiosos. Chego à escola no meu último dia de aula. A titular da turma voltará na semana seguinte. Na sala dos professores ouço a pergunta guardada há tantos dias: – Afinal, o que você guarda de tão mágico dentro dessa mala que conseguiu modificar a sala em tão pouco tempo? – Podem olhar – respondo, abrindo o fecho. – Mas não tem nada aí! – comentam. – O essencial é invisível aos olhos. Aqui guardo o meu melhor. Todos ficam me olhando. Parecem estar pensando no que eu disse. Pego meu material, me despeço e saio. 2. REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO “O SUCESSO DA MALA” Inicia-se a crônica com a chegada de uma professora substituta que, para enfrentar a indisciplina e desinteresse dos alunos, conta com uma pequena mala misteriosa, cujo conteúdo permanece desconhecido até o final da narrativa. Durante as aulas, a maleta é usada como artifício para prender a atenção da classe. A nova professora sabe que avivar a curiosidade em sala de aula pode aumentar a aceitação da turma e facilitar o modo de aprendizagem. O texto, que traz uma tímida professora e uma surpreendente estratégia, permite-nos questionar alguns pontos: Como a escola e seu corpo docente deve acolher seus alunos e novos colegas de trabalho? Qual deve ser o comportamento do educador para que consiga cativar os seus alunos? O que é o melhor de alguém, especialmente quando esse alguém é um professor? Ao se meditar sobre essas questões, é conveniente fazer uso do texto “Professores Reflexivos”, de Isabel Alarcão, onde se discute a respeito da receptividade de um ambiente escolar. Este deve ser um meio afável com os educandos, professores e funcionários. Para isso, é necessário que haja uma noção básica de empatia. Saber ouvir e se colocar no lugar do outro, isto é, se projetar no outro. O docente deve interessar-se em aprender sobre seus alunos, compreender os diferentes lugares sociais de onde vêm esses indivíduos e suas histórias de vida. Para que se pratique tal conduta, é importante ressaltar que a empatia não é uma habilidade inata ao ser humano, de maneira que deve ser construída por observação, além de uma prática diária de humildade. A simplicidade nos torna íntegros, grandes e nos auxilia a compreender as nossas fronteiras e perceber o que ainda precisamos aprender. Assim, é criado um ambiente educacional seguro e acolhedor, que por sua vez favorece o processo de ensino-aprendizagem. Além da criação de um ambiente receptivo, é ofício do educador cativar o educando para o conhecimento. A “falta de motivação” dos alunos é apontada como o grande obstáculo à compreensão e aprendizagem em sala de aula. Entretanto, grande parcela das dificuldades do educador também tem início no seu encorajamento para a construção de um sólido conhecimento profissional, passível de ajudá-lo na complexa tarefa de identificação dos interesses e carências dos alunos. Logo é este conhecimento que o torna capaz de considerar as diferenças individuais e outros problemas e ressalvas de aprendizagem. Na crônica, a professora faz uso de uma mala, vazia, para estimular a curiosidade dos alunos acerca de seu conteúdo; na realidade, o professor bem preparado possui uma mala oculta muito mais interessante e instigante, a qual está repleta de saber. A bagagem do conhecimento. É importante que o professor planeje os conteúdos e a metodologia das aulas de forma que as situações criadas em classe não sejam uma mera reprodução de conteúdo, visto que é difícil para o aluno aprender conceitos que não tem ligação nenhuma com o conhecimento que ele traz da sua experiência. Portanto, o docente cativa os seus alunos quando apresenta e desenvolve os temas de suas aulas de forma atraente, ao trazer para a realidade dos alunos assuntos que, a despeito de parecerem ilógicos e distantes, fazem parte do seu dia a dia. Desta forma, o aluno criará empatia pela disciplina e o conhecimento se internalizará, passando a fazer parte do indivíduo. O conhecimento é a melhor parte do professor. No desfecho da crônica, ao revelar o seu segredo, a personagem mostra uma mala vazia, porém representativa daquilo que nela há de melhor, invisível aos olhos. Podemos identificar aí uma referência: Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. (...)Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Escrita por Antoine de Saint-Exupéry na obra “O Pequeno Príncipe”, a frase nos permite concluir que o importante é a ligação entre docente e educando, não importando a “mala” ou método a ser utilizado. O que realmente conta é o conhecimento assimilado e este é tão maior quanto for o laço criado entre professor e aluno, e isto é o invisível. Fundamental. REFERÊNCIAS MEYER, Cybele. O sucesso da mala. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4298/ o – sucesso – da – mala. Acessado em 08 de maio de 2018 às 10h40. SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. São Paulo: Editora Agir, 2015. SILVA, Wanderlei Sergio da. Prática de Ensino – Introdução à docência. São Paulo: Editora Sol. 1
Compartilhar