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* * * ABORDAGEM SINDRÔMICA DAS DST DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS * * * DST As DST estão entre os problemas mais comuns de saúde pública em todo mundo Estima-se a ocorrência de mais de 10 milhões de novas infeccções de transmissão sexual A prevalência global de infecções ativas ou latentes das DST virais crônicas comuns como vírus do Herpes Simples genital, o HPV genital, o vírus da Hepatite B, e de modo crescente, o HIV, poderia ser estimada em termos de bilhões de casos * * * DST Os danos à saúde mais graves das DST, excetuando-se o HIV/AIDS, tendem a ocorrer em mulheres e em recém-nascidos. As complicações nas mulheres incluem o câncer de colo uterino, a DIP, tendo como consequências a infertilidade, a dor crônica, a gravidez ectópica e a mortalidade materna associada. * * * DST As complicações em recém-nascidos incluem a sífilis congênita, a infecção por gonococo, pela clamídia, pelo HPV , pela hepatite B e pelo HIV. * * * DST Um número crescente e significativo de neoplasias já é atualmente, em parte, atribuído a fatores relacionados a doenças de transmissão sexual: câncer de colo uterino, carcinoma hepatocelular, carcinoma espinocelular da vagina, da vulva, do pênis e do ânus, o sarcoma de kaposi * * * OBJETIVOS DE UM MANEJO ADEQUADO DE DST INTERROMPER A TRANSMISSÃO EVITAR O DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA PREVENIR COMPLICAÇÕES E SEQÜELAS REDUZIR O RISCO DE INFECÇÃO PELO HIV * * * DST Deve-se tentar prover, em uma única consulta, o diagnóstico, o tratamento e aconselhamento adequados * * * AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA PROMOÇÃO DE PRÁTICAS SEGURAS DISPONIBILIDADE DE PRESERVATIVOS PROMOÇÃO DE HÁBITOS ADEQUADOS NA BUSCA POR ASSISTÊNCIA INTEGRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS DST NA REDE BÁSICA DE SAÚDE USO DE MÉTODO PARA MANEJO DE CASOS COM AS MENORES CHANCES DE ERRO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (ABORDAGEM SINDRÔMICA) SERVIÇOS RESOLUTIVOS E DISPONÍVEIS PARA AS POPULAÇÕES SOB MAIOR RISCO CONTROLE DA SÍFILIS CONGÊNITA * * * MANEJO ADEQUADO DE DST PRONTO ATENDIMENTO DIAGNÓSTICO PRECISO E IMEDIATO TRATAMENTO IMEDIATO COM MEDICAMENTOS EFICAZES E DOSES ÚNICAS ADESÃO AO TRATAMENTO (QUANDO DOSES MÚLTIPLAS) PROMOÇÃO DO PRESERVATIVO E OUTRAS FORMAS DE SEXO SEGURO NOTIFICAÇÃO DOS PARCEIROS ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO * * * ABORDAGEM SINDRÔMICA: O QUE É? IDENTIFICAÇÃO DE UM GRUPO DE SINTOMAS E SINAIS COMUNS A DETERMINADAS DOENÇAS (SÍNDROMES) TRATAMENTO PARA AS DOENÇAS MAIS FREQUENTES NAQUELA SÍNDROME, NAQUELA REGIÃO * * * ABORDAGEM SINDRÔMICA: COMO FUNCIONA? FLUXOGRAMAS DESENVOLVIDOS E TESTADOS PARA CADA SÍNDROME O PROFISSIONAL É ORIENTADO OBJETIVAMENTE A TOMAR DECISÕES E ADOTAR AÇÕES * * * ABORDAGEM SINDRÔMICA: VANTAGENS ALTA SENSIBILIDADE E EFICIÊNCIA (CUSTO-EFETIVIDADE) É MAIS SENSÍVEL QUE O DIAGNÓSTICO CLÍNICO EVITA O REFERENCIAMENTO DESNECESSÁRIO DOS PACIENTES PERMITE ATUAÇÃO IMEDIATA REDUZINDO O RISCO DE COMPLICAÇÕES E SEQÜELAS PERMITE A REDUÇÃO DO RISCO DE TRANSMISSÃO DO HIV * * * ABORDAGEM SINDRÔMICA: LIMITAÇÕES NÃO É RECOMENDADA PARA DETECÇÃO DE CASOS NÃO PODE SER USADA EM ASSINTOMÁTICOS POIS DEPENDE DA EXISTÊNCIA DE SINTOMAS E/OU SINAIS * * * ABORDAGEM SINDRÔMICA: PRINCIPAIS ELEMENTOS DESENVOLVIMENTO DE FLUXOGRAMAS TREINAMENTO DISTRIBUIÇÃO DOS FLUXOGRAMAS DISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS DISPONIBILIDADE DE PRESERVATIVOS MONITORAMENTO SUPERVISÃO * * * DST O exame físico e a anamnese do(a) paciente e de seu(s) contato(s) sexual(is) devem constituir-se nos principais elementos diagnósticos das DST. * * * DST A utilização de fluxogramas possibilita o diagnóstico e tratamento adequados e imediatos para cada síndrome * * * DST FLUXOGRAMAS: Úlceras genitais Corrimentos uretrais Corrimentos vaginais e cervicais Dor pélvica * * * DST Faça ao(à) cliente as perguntas abaixo: Você tem mais de um (a) parceiro(a) sexual? E o(a) seu(sua) parceiro(a)? Você ou o(a) seu(sua) parceiro(a) tiveram outros(as) parceiros(as) sexuais nos últimos meses? Se a resposta for positiva, você mantém relações sexuais sem a proteção de camisinha? * * * DST Se a resposta à questão 1 for SIM, continue com as seguintes perguntas: Em se tratando de uma mulher: Você apresenta qualquer um dos seguintes sintomas: Corrimento vaginal anormal? Prurido ou feridas na região genital? Disúria ou polaciúria? * * * DST Em se tratando de um homem: Você apresenta qualquer um dos seguintes sintomas: Ulceras na região genital? Secreção purulenta saindo do pênis? Disúria ou polaciúria? Testículos ou pênis inchados? * * * DST Entre as mulheres, muitas DST não produzem sintomas aparentes. Além disso, certas condições, que não são DST, podem apresentar os mesmos sintomas. Entre os homens, as DSTs são mais fáceis de identificar. Os homens frequentemente apresentam sintomas e a possibilidade de que sejam outras doenças é menor * * * FLUXOGRAMA PARA ÚLCERAS GENITAIS * * * SÍFILIS PRIMÁRIA * * * SÍFILIS PRIMÁRIA * * * SÍFILIS SECUNDÁRIA * * * SÍFILIS SECUNDÁRIA * * * * * * TRATAMENTO DA SÍFILIS PRIMÁRIA Penicilina G Benzatina, 2.4 milhões UI, via IM, dose única ALERGIA À PENICILINA Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, 6/6 hs, 15 dias * * * Infecção transplacentária Mãe em qualquer fase da doença, sobretudo na infecção recente Transmissão (mãe / Recém Nascido) 70 a 100% sífilis primária e secundária 40% sífilis latente precoce 10 - 30% sífilis latente tardia 40% das crianças com Sífilis Congênita óbito SÍFILIS CONGÊNITA * * * Síndrome de Úlcera Genital Cancro mole, cancróide Agente etiológico: Haemophilus ducreii Incubação : 3 a 5 dias Úlceras irregulares e múltiplas, auto-inoculáveis, dolorosas, secreção pio-sanguinolenta, Bulbão inguinal inflamatório, unilateral, drena por múltiplos orifícios * * * Síndrome de Úlcera Genital Cancro mole, cancróide Diagnóstico diferencial: sífilis (associação em 15%), linfogranuloma inguinal, donovanose Diagnóstico: gram (bacilos gram-negativos mais corados nas extremidades), cultura (difícil) Bulbão inguinal inflamatório, unilateral, drena por múltiplos orifícios * * * CANCRO MOLE * * * CANCRO MOLE * * * TRATAMENTO DO CANCRO MOLE Azitromicina 1g VO, dose única Ciprofloxacina 500 mg, VO, 12/12 hs, 3 dias (não p/ gestantes, lactantes e <18) Doxiciclina 100 mg, VO, de12/12 hs, no mínimo 10 dias ou até a cura clínica (não p/ gestantes, lactantes) Sulfametoxazol 800 mg + Trimetoprim 160mg, VO, de 12/12 horas por 10 dias ou até a cura clínica * * * HERPES GENITAL * * * HERPES GENITAL * * * DONOVANOSE * * * LINFOGRANULOMA VENÉRIO * * * FLUXOGRAMA PARA CORRIMENTO URETRAL * * * URETRITE GONOCÓCICA Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae Período de incubação: 2 a 5 dias Sintomas: Prurido Disúria (ardência) Corrimento, inicialmente mucóide, que vai se tornando mais abundante e purulento Podem surgir febre e outras manifestações de infecção aguda * * * URETRITE GONOCÓCICA Diagnóstico Laboratorial : Coloração Gram com achado de diplococos gram-negativos intracelulares típicos Cultura em meio específico de Thayer-Martin Diagnóstico Diferencial: Uretrites não gonocócicas * * * URETRITE GONOCÓCICA Aproximadamente, 70% dos casos femininos são assintomáticos, não deixando, porém, de transmitir a infecção aos parceiros sexuais * * * GONORRÉIA AGUDA * * * URETRITE GONOCÓCICA * * * ENDOCERVICITE PURULENTA * * * URETRITE NÃO - GONOCÓCICAPrincipais agentes etiológicos: Chlamydia trachomatis (é o agente mais comum), Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis, dentre outros. Estima-se que dois terços das parceiras de homens com UNG hospedem a C. trachomatis no endocérvix e podem reinfectar seu parceiro sexual e serem vítimas da DIP se permanecerem sem tratamento. Essas mulheres raramente apresentam sintomas típicos * * * Síndrome de Corrimento Uretral Uretrite por Clamídia Agente etiológico: Chlamydia trachomatis Incubação : 14 a 21 dias Corrimento uretral mucóide, pouco volumoso Diagnóstico: cultura celular, IF-dir, ELISA, PCR, LCR, * * * TRATAMENTO DE URETRITES E CERVICITES CLAMÍDIA Azitromicina 1g, VO; ou Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 horas, por 7 dias; ou Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, 6/6 horas, por 7 dias GONORRÉIA Ofloxacina 400 mg, VO,(contra-indicado <18); ou Cefixima 400mg, VO; ou Ciprofloxacina 500mg, VO, (contra-indicado <18); ou Ceftriaxona 250 mg, IM; ou Tianfenicol 2,5g, VO. * * * TRATAMENTO DE CERVICITES EM GESTANTES E NUTRIZES CLAMÍDIA Amoxicilina 500mg, VO, 8/8 horas, por 7 dias; ou Eritromicina (estearato) 500mg, VO, 06/06 horas, por 7 dias; ou Azitromicina 1g, VO, dose única. GONORRÉIA Cefixima 400mg, VO, dose única; ou Ceftriaxona 250mg, IM, dose única; ou Espectinomicina 2g IM, dose única. * * * FLUXOGRAMA PARA CORRIMENTO VAGINAL * * * Síndrome de Corrimento Vaginal Trichomoníase (Trichomonas vaginalis) Clínica: prurido, polaciúria/estrangúria, corrimento abundante, esverdeado, bolhoso, mal cheiro, edema e hiperemia da vulva, dispareunia, assintomátics (cerca de 50%) Diagnóstico: exame direto a fresco, pH>4,5 * * * TRICOMONÍASE * * * Síndrome de Corrimento Vaginal Vaginose bacteriana Desequilíbrio da microbiota vaginal normal, com predomínio de G. vaginalis, Mobiluncos, Bacteroides, micoplasmas; Ausência ou redução importante de lactobacilos Clínica:corrimento fétido, piora no coito e menstruação, acinzentado, cerca de metade dos casos são assintomáticos Diagnóstico: clue-cells, pH>4,5, teste das aminas positivo(cheiro de peixe podre) * * * VAGINOSE BACTERIANA É caracterizada por um desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao aumento exagerado de bactérias, em especial as anaeróbias (Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, micoplasmas, peptoestreptococos) Esse aumento é associado à ausência ou diminuição acentuada dos lactobacilos acidófilos Não sendo uma DST, o(s) parceiro(s) sexual(ais), não precisa(m) ser tratado(s). Alguns autores recomendam tratamento de parceiros apenas para os casos recidivantes * * * VAGINOSE BACTERIANA Quadro clínico: Corrimento vaginal com odor fétido Corrimento vaginal acinzentado, de aspecto cremoso, algumas vezes bolhoso Dor às relações sexuais Quase a metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas * * * VAGINOSE BACTERIANA O diagnóstico da vaginose bacteriana se confirma quando estiverem presentes 3 dos seguintes critérios, ou apenas os dois últimos: Corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado e de quantidade variável pH vaginal maior que 4,5 Teste das aminas positivo Presença de clue cells (células-chaves) no exame bacterioscópico, associada à ausência de lactobacilos. * * * CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Agente Etiológico: 80 a 90% dos casos – Candida albicans A relação sexual não é considerada a principal forma de transmissão, pois esses organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas Não sendo uma DST, o(s) parceiro(s) sexual(ais) não precisam ser tratado(s), exceto os sintomáticos * * * CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal: Gravidez Diabetes melitus Obesidade Uso de contraceptivos orais de altas dosagens Uso de antibióticos, corticóides ou imunossupressores Habitos de higiene e vestuários inadequados Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes Alterações na resposta imunológica * * * CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Quadro Clínico: Prurido vulvovaginal Disúria Corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspcto caseoso Hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva Dispareunia Vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas à mucosa * * * CANDIDÍASE * * * Síndrome de Corrimento Vaginal Cervicites mucopurulentas Etiologia: gonococo, clamídia, micoplasma, ureaplasma, tricomonas, herpes Clínica: assintomática( maioria), corrimento vaginal, dispareunia, disúria leve, dor abdominal baixa sensibilidade da bacterioscopia por gram é baixa(30%) * * * TRATAMENTO DE URETRITES E CERVICITES CLAMÍDIA Azitromicina 1g, VO; ou Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 horas, por 7 dias; ou Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, 6/6 horas, por 7 dias GONORRÉIA Ofloxacina 400 mg, VO,(contra-indicado <18); ou Cefixima 400mg, VO; ou Ciprofloxacina 500mg, VO, (contra-indicado <18); ou Ceftriaxona 250 mg, IM; ou Tianfenicol 2,5g, VO. * * * TRATAMENTO DA TRICOMONÍASE E VAGINOSE BACTERIANA Metronidazol 2g, VO, dose única (Gestantes: tratar somente após completado o 1º trimestre. Nutrizes: suspender o aleitamento por 24 horas), ou Tinidazol 2g, VO, dose única; ou Metronidazol 500mg, VO, 12/12 horas, por 7 dias; ou Secnidazol 2g, VO, dose única. * * * TRATAMENTO DA CANDIDÍASE Miconazol, creme 2%, 1 aplicação à noite, por 7 dias; ou Tioconazol creme 6,5%, ou óvulos de 300mg, aplicação única, via vaginal ao deitar-se; ou Isoconazol (Nitrato), creme 1%, 1 aplicação à noite, por 7 dias; ou Terconazol creme vaginal 0,8%, 1 aplicação à noite, por 5 dias; ou Clotrimazol, creme vaginal 1%, 1 aplicação à noite, por 6 a 12 dias; ou Nistatina 100.000 UI, 1 aplicação à noite, por 14 dias. (via oral: recorrências, difícil controle) * * * FLUXOGRAMA PARA DOR PÉLVICA * * * Síndrome de Dor Pélvica Múltiplas etiologias: Aborto, gravidez ectópica, rotura/torção de cisto ovariano, sangramento de corpo lúteo, DIPA Apendicite, diveerticulite, infecção urinária, litíase urinária, etc * * * Síndrome de Dor Pélvica DIPA Agentes mais comuns: gonococo, clamídia, micoplasma, anaeróbios, etc Fatores de risco: cervicites, jovem, parceria recente/múltipla, DIU, DIPA anterior, parceiro com uretrite, etc Tratamento ambulatorial apenas em casos de estágio I, salpingite leve, sem irritação peritoneal * * * TRATAMENTO DE DIPA LEVE Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 horas, por 14 dias; mais Ofloxacina 400 mg, VO, 14 dias; mais Metronidazol 500mg, VO, 12/12 horas, 14 dias; ou Ceftriaxona 250 mg, IM mais Doxiciclina 100mg, VO 12/12 horas. * * * CONDILOMA ACUMINADO * * * CONDILOMA ACUMINADO
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