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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA TURMAS: CT5P37-CT5Q37 e CT4P37 – TURNO: NOITE Professor: Valter Cantuária UNIDADE VI – TEXTO 6 – MERCADO FINANCEIRO – RISCO, RETORNO E HEDGE. RISCO Em Teoria das Finanças é comum adotar-se a premissa de que um investidor racional é avesso a risco, ou seja, diante de dois investimentos com a mesma rentabilidade, esse investidor sempre optará por aquele que apresentar o menor risco. Essa premissa leva em conta a análise do investimento apenas pela ótica da rentabilidade e por isso, torna-se incompleta, havendo a necessidade de se observar outros fatores. Em qualquer caso, toda iniciativa de investimento existente no mercado financeiro pode ser analisada sob três aspectos fundamentais que são: rentabilidade, liquidez e segurança. Esse tripé é utilizado para sustentar todo tipo de investimento e por serem mutuamente excludentes, não existe um único investimento que possa atender simultaneamente os três aspectos; assim, existe uma denominação de “cobertor curto” para a decisão do investimento, pois quando atende na plenitude um aspecto, torna descoberto os outros e a isso se chama RISCO. Ao analisar os três aspectos se vê que realmente o desejo do investidor é possuir no seu investimento todos esses componentes uma vez que: A Rentabilidade é a recompensa pela decisão de adiar o consumo de gastar o capital; A Liquidez é a capacidade de converter, o mais rápido possível, o valor investido em moeda corrente; A Segurança é a certeza de que não consumindo no presente, seu investimento no futuro comprará algo igual ao bem que deixou de consumir. – A Incerteza e o Risco No dia-a-dia, os administradores financeiros e os operadores de mercado, realizam operações sem terem a certeza absoluta de que o retorno esperado da operação futura seja igual ao retorno efetivo verificado no seu vencimento. Pode-se dizer, portanto, que a Incerteza é uma variável importante no processo da tomada de decisão a respeito de onde, quando e como investir. Oliveira, p.245, define “risco como sendo a incerteza quanto ao resultado futuro de um investimento que pode ser medido matematicamente”. Os Riscos podem ser classificados em: Risco de Liquidez; Risco Operacional; Risco Legal; Risco de Preço e Mercado e Risco de Crédito. Essa classificação foi feita por Harry Marcowitz no livro Portfolio Selection, obra fundamental para a teoria de finanças. 1.2 – Agências Classificadoras de Riscos No dia-a-dia dos investidores a análise do risco tem como foco não só a verificação da capacidade de pagamento das empresas que tenham emitido ou estejam para emitir títulos como debentures ou notas promissórias, como também os riscos de títulos emitidos pelos governos. Quando a emissão do título do governo é feita pelo governo central, a esse título se denomina título soberano e seu risco de crédito é mensurado por empresas especializadas na analise da capacidade de pagamento de dívidas. Essas empresas são conhecidas como Agências de Rating. Essas agências emitem uma nota para cada para cada emissor do título denominada de rating e com base nessa nota que reflete o risco, o investidor define a remuneração que aceita para correr o risco. O mercado financeiro presta muita atenção na classificação do rating que as principais agências publicam. Essas agências de prestigio internacional como Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s, fazem uma classificação de risco dos países, dando uma nota que define o rating soberano de cada título emitido pelos governos centrais dos países, como a tabela abaixo: Exemplo de alguns países classificados pelas agências. FITCH STANDARS & POOR’S MOODY’S AAA Áustria AAA França Aaa França AA+ Canadá AA+ Bélgica Aal Bélgica AA Bélgica AA Bermudas Aa2 Itália AA Hong Kong AA Andorra Aa3 Ilhas Cayman A+ Taiwan A+ Hong Kong Al Rep. Theca A Grécia A Botswana A2 Botswana A China A Chile A3 China BBB+ Polônia BBB+ Lituânia Baal Chile BBB África do Sul BBB China Baa2 México BBB México BBB- México Baa3 Croácia BB+ Bulgária BB+ Bulgária Bal Índia BB Colômbia BB Índia Ba2 Colômbia B+ Brasil B+ Brasil Bl Vietnã B Indonésia B Bolívia B2 Brasil B- Uruguai B- Indonésia B3 Bolívia CCC+ Equador CCC+ Venezuela Caal Argentina CCC nc CCC nc Caa2 Equador CCC- Turcomenistão CCC- nc Caa3 nc CC nc CC nc Ca nc C nc C nc C nc DDD Argentina D nc DD nc SD Argentina D nc nc – não classificado Tabela extraída da edição de 7.11.2003, p. B-I do Jornal Gazeta Mercantil. Posição do Brasil em 23.07.2015 RETORNO O Retorno é uma compensação do Risco que corre um investidor. Geralmente, quanto maior for o risco, maior será o retorno esperado. Além disso, quanto mais tempo o dinheiro estiver sob risco, maior será o retorno requerido. Um investidor quando aplica seu recurso em algum fundo é para gerar retorno. Assim, a decisão de investir é sempre para gerar lucros. Esses lucros podem ser traduzidos em dois retornos: Aumento de preço nas ações das companhias; Pagamento de dividendos, possíveis devido a esses lucros. Para que o investidor possa mensurar seu retorno, poderá usar a seguinte fórmula: RE = Dt + (P1 – P(t – 1) Pt – 1 Em que: RE = Retorno Esperado; Dt = dividendos do ano corrente; P1 = preço da ação no ano corrente; P(t – 1) = preço da ação no ano anterior; t = período de tempo. HEDGE Já vimos anteriormente que todo investidor sempre possui medo do risco que uma operação possa trazer. Por isso, é importante que o investidor saiba que existem formas de se proteger e diminuir a possibilidade de ser apanhado por um revés na economia de mercado ou de um país. Uma das formas mais utilizada e mais eficiente para proteção do investimento é o Hedge. Na tradução literal do inglês “hedge” quer dizer “cerca”, na prática é uma forma de proteger uma aplicação contra as oscilações de mercado. Os operadores e analistas de mercado, em geral são as pessoas mais acostumadas com esse tipo de operação e costumam usar as expressões “hedgiar” ou “fazer um hedge” para explicar que estão montando estratégias para diminuir os riscos dos investimentos. As operações de hedge devem constar no regulamento dos fundos de investimentos operados no mercado por empresas especializadas. Geralmente as operações de hedge são realizadas na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). A situação de uma empresa que possua dívidas em dólar e queira se prevenir de uma eventual alta da moeda americana deve realizar uma operação na BM&F para fazer um contrato de compra de dólar futuro, garantindo que, em determinada data, poderá comprar uma certa quantia de dólar a uma cotação já pré-determinada, pois se o dólar ultrapassar a cotação fixada, a empresa estará protegida, pois terá direito a comprar a moeda a preço mais baixo. Essas operações, entretanto, não podem ser feitas diretamente pelo aplicador, a regra determina que sejam feitas somente por empresas especializadas ou bancos. FUNDOS OFF-SHORE Off-shore é o nome que se dá aos fundos de Investimentos cuja organização, regulamentação e estrutura de funcionamento, incluindo a carteira do fundo, a liquidação e a custódia dos ativos, além dos próprios cotistas estejam sediados em um território fora da jurisdição dos Estados Unidos da América, para não responder às leis americanas. Outra condição é de que esses fundos não operem dentro do território americano, não podendo vender aos cidadãos americanos ou a pessoas de outra nacionalidade que vivam dentro dos Estados Unidos. Esses fundos ficam sujeitos à legislação do país onde estejam situados, que isentam as operações financeiras das tributações normais do país; sãopaíses conhecidos como paraísos fiscais de pequeno território e pequena população tais como: Ilhas Cayman, Nassau, Ilhas Virgens, Monâco, entre outros. No Brasil é muito comum a terminologia off-shore ser utilizada para designar fundos de investimentos no exterior, administrados por asset management (empresas especializadas em administrar recursos de terceiros), que procuram administrar recursos de investidores brasileiros que moram em outros países e de empresas brasileiras que por força de contratos possuam recursos em contas no exterior. Essas empresas embora administradas do Brasil, não são sediadas em nosso território. Os fundos off-shore, são normalmente contas abertas e bancos dos paraísos fiscais que disponibilizam uma caixa postal ao cliente e, por não ter tributação, deixam o cliente livre para operar nos mercados internacionais, qualquer que seja a origem do dinheiro (corrupção, crime organizado, contrabando, prostituição, drogas, etc.) Referências: GROPPELLI, A.A. – Administração financeira. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. LENHARO, Ana Carolina Pereira; LOURENÇO, Daniel Pedro et al. O contrato de Hedge-Hedging. Revista Jus Navigandi – Doutrina e Peças. Disponível em Http://jus.com.br./revist/texto/2143/o-contrato-de-hedge-hedging. Acesso em 24.04.2013. LEITE, Hélio de Paula. Introdução à Adm. Financeira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1994. OLIVEIRA, Gilson Alves de e PACHECO, Marcelo Marques. Mercado Financeiro. São Paulo: Ed. Fundamento Educacional, 2005. SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1987. UFC – Campus Cariri/Curso de Administração/Prof. Kilmer Campos/ Administração e Análise Financeira e Orçamentária I (2011.1) VSC/vsc �PAGE � �PAGE �7�
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