Buscar

DIDATICA GERAL LIVRO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 121 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 121 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 121 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Didática Geral 
 
 1 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
Didática Geral 
LIVRO TEXTO 
 
Prof. Ms. Mario Destro Monteiro 
29/3/2011 
 
 
 
Livro texto elaborado para a Disciplina de Didática Geral 
Didática Geral 
 
 2 
SUMÁRIO 
SOBRE OS AUTORES ............................................................................................................................... 4 
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................... 6 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA ............................................................................................................ 6 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 8 
1. A DIDÁTICA E SEU CONTEXTO ............................................................................................ 10 
1.1. EDUCAÇÃO ........................................................................................................................... 10 
1.2. PEDAGOGIA .......................................................................................................................... 14 
1.3. DIDÁTICA ............................................................................................................................... 14 
1.4. A INSTRUÇÃO E O ENSINO ............................................................................................... 15 
1.5. APRENDIZAGEM .................................................................................................................. 17 
1.6. CURRÍCULO ESCOLAR ...................................................................................................... 18 
2. A FILOSOFIA, A SOCIOLOGIA E A PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO ..................................................... 22 
2.1. A FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO ........................................................................................... 23 
2.2. A SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO ....................................................................................... 25 
2.3. A PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO ....................................................................................... 31 
3. A DIDÁTICA COMO TEORIA E TÉCNICA DA INSTRUÇÃO E DO ENSINO: COMO A 
HISTÓRIA AJUDA NA COMPREENSÃO DO HOJE .................................................................... 36 
4. AS TENDÊNCIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS .................................................................... 42 
PEDAGOGIA LIBERAL ...................................................................................................................... 44 
4.1. PEDAGOGIA LIBERAL TRADICIONAL ............................................................................ 45 
4.2. PEDAGOGIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA ............................................ 46 
4.3. PEDAGOGIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA ................................................... 48 
4.4. PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA ............................................................................... 49 
PEDAGOGIA PROGRESSISTA ....................................................................................................... 52 
4.5. PEDAGOGIA PROGRESSISTA LIBERTADORA ............................................................ 52 
4.6. PEDAGOGIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA ................................................................. 55 
4.7. PEDAGOGIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS .................... 57 
RESUMO ............................................................................................................................................ 61 
5. OS OBJETIVOS, CONTEÚDOS E PROCEDIMENTOS DE ENSINO ................................. 66 
5.1. OS OBJETIVOS ..................................................................................................................... 66 
5.2. OS CONTEÚDOS .................................................................................................................. 70 
5.3. OS MÉTODOS DE ENSINO ................................................................................................. 73 
6. OS RECURSOS E A AVALIAÇÃO DO ENSINO ................................................................... 85 
6.1. OS DIFERENTES RECURSOS ........................................................................................... 85 
6.2. A QUESTÃO DA AVALIAÇÃO ............................................................................................ 89 
7. O PLANEJAMENTO ESCOLAR ............................................................................................. 99 
7.1. O PLANEJAMENTO EM SEUS VÁRIOS NÍVEIS ........................................................... 100 
7.2. PLANEJAMENTO ESCOLAR ........................................................................................... 100 
Didática Geral 
 
 3 
7.3. PLANEJAMENTO CURRICULAR .................................................................................... 101 
7.4. PLANEJAMENTO DIDÁTICO OU DE ENSINO .............................................................. 101 
7.5. PLANEJAMENTO DE CURSO .......................................................................................... 102 
7.6. PLANEJAMENTO DE UNIDADE DIDÁTICA .................................................................. 103 
7.7. O PLANO DE AULA ............................................................................................................ 103 
8. O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: UMA DISCUSSÃO GERAL .............. 109 
8.1. A RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO E O PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZAGEM ............................................................................................................................. 109 
8.2. A QUESTÃO DO DIÁLOGO ............................................................................................... 111 
8.3. A DISCIPLINA E A INDISCIPLINA ................................................................................... 112 
8.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 115 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 121 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 4 
Sobre os Autores 
 
 Professor Mário Destro Monteiro nasceu em São Paulo, onde vive e 
trabalha atualmente. Possui graduação em Educação Física e Técnicas 
Desportivas - Faculdades Integradas de Guarulhos e mestrado em Educação: 
Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 
Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Paulista e Coordenador de 
Estágios em Educação nesta Instituição. Tem experiência na área Educacional, 
com ênfase em Didática e Psicologia Escolar, atuando principalmente nos 
seguintes temas: Didática Geral e Específica, Psicologia Educacional, 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Educação Física Escolar, 
Prática de Ensino, Recreação e Estrutura e Funcionamento do Ensino. Desde 
2005 trabalha na Universidade Paulista lecionando as disciplinas ligadas à 
educação e à psicologia educacional, seu campo de interesse. Está ligado aos 
estudos da Didática, da Psicologia e da Educação, lecionando, produzindo 
materiais e pesquisas a mais de 10 anos, principalmente às questões 
envolvendo a aplicação desses tópicos na relação professor-aluno nas escolas, 
a forma como trabalhar com os alunos produtivamente e respeitosamente, a 
compreensão sobre as necessidades de cada fase cujas quais os alunos 
possam estar inseridos, a resolução de problemas de relacionamento em sala 
de aula, indisciplina, motivação, etc.Professor Wanderlei Sergio da Silva, formado em Geografia pela 
Universidade de São Paulo – USP, Mestre em Ciências (Geografia Humana) 
pela Universidade de São Paulo – USP e Doutor em Geociências e Meio 
Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – 
UNESP. Trabalhou durante 15 (quinze) anos no Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, em pesquisas relacionadas com 
as geociências e o meio ambiente. Após seu desligamento do IPT, atuou como 
consultor em trabalhos relacionados com meio ambiente durante 6 anos. No 
total, atuou em cerca de 100 projetos de pesquisa, muitos deles como 
coordenador de equipe. A partir de 2001 ingressou na Universidade Paulista – 
UNIP, onde lecionou disciplinas relacionadas com geografia, meio ambiente e 
planejamento no curso de Turismo, bem como as disciplinas didático-
pedagógicas no curso de Psicologia (Licenciatura), sendo ambos os cursos 
presenciais. Atualmente é Professor Titular da UNIP, atuando como membro da 
Coordenadoria de Estágios em Educação, órgão da universidade responsável 
pela orientação das disciplinas didático-pedagógicas de todos os cursos de 
licenciatura, e como professor na UNIP Interativa, nos cursos de Letras e 
Matemática, responsável pelas disciplinas relacionadas com a Prática de 
Ensino, Didática Geral, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e 
Planejamento e Políticas Públicas da Educação. É autor de 5 (cinco) livros e 13 
Didática Geral 
 
 5 
(treze) trabalhos de congresso, e foi entrevistado em programas de rádio e TV 
sobre a temática ambiental. 
 
Professora Ana Paula Mendietta José, formada em Turismo pela 
Universidade Ibero Americana de São Paulo – UNIBERO, Mestranda em 
Educação pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Em 2001 
ingressou na UNIBERO e na Universidade Paulista – UNIP, onde lecionou 
disciplinas relacionadas com o turismo, responsável pela implantação da 
Agência Experimental na UNIBERO, lecionava disciplinas como Técnicas em 
Agências de Viagens, Planejamento Turístico. Durante 05 anos foi responsável 
pelo projeto de Recreação, um evento social comunitário que acontece 
semestralmente na Universidade Paulista, com crianças de creches, orfanatos 
e até asilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 6 
APRESENTAÇÃO 
 
Esta disciplina pretende proporcionar a capacidade de análise da 
relação entre o homem e a sociedade dentro de um contexto cultural, social e 
econômico, buscando por meio desses conhecimentos uma concepção de 
Educação. Ao estudar a trajetória histórica e cultural de formação da Didática 
como ciência da Educação, teremos como pano de fundo as diferentes 
concepções de educação e ensino. Pretende-se que a análise das diferentes 
perspectivas do processo de ensino e aprendizagem seja passível de ser 
compreendida, enfocando: concepções de homem, de mundo, de 
conhecimento, de professor-aluno, de ensino-aprendizagem, análise do 
contexto da instituição escolar, seu espaço político, sua estrutura e sua 
dinâmica de funcionamento. 
 Este texto foi elaborado em uma perspectiva crítica, tentando deixar 
claro o posicionamento social que deve ser adotado para a formação de uma 
sociedade mais democrática e, por isso, mais justa e igualitária. Para isso, não 
podemos deixar de dizer que a consulta de outros materiais, principalmente os 
citados na bibliografia, se fazem extremamente necessário, como forma de 
criar um pensamento mais pluralizado e esclarecido sobre tudo que envolve a 
tarefa de ser professor. 
 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA 
 
Os principais objetivos, em termos mais gerais desta disciplina são: 
formar educadores que posam atuar em qualquer das especialidades em que 
venham a licenciar; oferecer condições para a conscientização, por parte dos 
futuros educadores, da realidade educacional brasileira; proporcionar aos 
futuros educadores fundamentação teórica que os auxilie no seu preparo para 
uma ação educadora coerente com as necessidades da realidade em que 
atuarão; oferecer aos futuros educadores uma instrumentalização teórica que 
lhes possibilite uma ação educadora eficaz. 
Para isso, primeiramente será preciso: 
 
A. Compreender o objeto de estudo da Didática para possibilitar o 
embasamento teórico-prático das ações em sala de aula. 
B. Entender o contexto do processo ensino-aprendizagem para a 
construção de sua prática pedagógica. 
C. Analisar contexto da instituição escolar e o papel do professor. 
 
Dessa forma, a análise crítica da teoria deverá proporcionar condições 
de elevar a curiosidade e o interesse pela busca de aprofundamento teórico, 
capaz de formar um professor crítico, sensível às necessidades reais e nas 
Didática Geral 
 
 7 
condições oferecidas, engajado em um projeto de educação mais consistente, 
eficiente e eficaz e capaz de trabalhar de maneira didaticamente organizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 8 
INTRODUÇÃO 
 
Este texto foi elaborado com a intenção de tratar de maneira geral, 
porém sucinta, os assuntos que envolvem a Didática como ciência (teoria) e a 
prática do professor, buscando de maneira ‘didática’ a construção de um 
arcabouço teórico básico, que instigasse a curiosidade para uma busca mais 
aprofundada sobre tudo o que envolve a formação de um professor. 
Longe de esgotar o tema, que foi construído por um longo percurso 
histórico, pretendemos contribuir para uma visão geral sobre o tema, de 
maneira a situar o futuro educador sobre toda a complexidade das tarefas 
docentes e, encorajá-lo para continuar suas pesquisas nesta temática, de 
forma a não se limitar a uma única visão, mas construí-la por várias fontes 
disponíveis que, com certeza, darão mais maturidade na construção teórico-
prática da visão de professor. 
 Para o inicio do texto (capítulo 2), foi necessário definir tudo o que 
envolve a didática, explicando os principais conceitos de palavras que são 
essenciais para compreendê-la, como uma sub-área da Educação. É 
trabalhado os conceitos de educação, pedagogia, didática, instrução, ensino, 
aprendizagem e currículo escolar. 
 No capítulo seguinte (capítulo 3) desenvolvemos uma visão da relação 
entre a didática e as outras ciências, que por sua vez, são essenciais para a 
formação do educador, como formadoras da consciência crítica, sensível e 
pautada na realidade que a espécie nos coloca. Para isso, veremos como a 
filosofia, a sociologia e a psicologia se interrelacionam com a educação e a 
didática e como elas nos auxiliam na formação profissional como professores. 
 No próximo capítulo (capítulo 4) vemos um pouco da história da didática 
e na formação das tendências educacionais, para que o futuro professor possa 
formar sua própria visão pautado no que já existe em termos de métodos de 
ensino. 
 Após esta visão (no capítulo 5), veremos alguns componentes do 
planejamento, os objetivos, conteúdos e métodos de ensino. Veremos o que 
são, como devem ser trabalhados e sua estruturação, para que o professor 
possa organizar suas atividades de maneira séria e profissional. 
 No capítulo posterior (capítulo 6), veremos o restante dos componentes 
do planejamento, os recursos e a avaliação, fechando com aquilo que faltava 
para a visualização detalhada do que se utiliza para o aprimoramento das aulas 
e o que se faz para a verificação dos resultados obtidos. 
 No item seguinte (capítulo 7), veremos o planejamentode maneira mais 
aprofundada, após ter conhecido seus principais componentes – objetivos, 
conteúdos, métodos, recursos e avaliação – visualizando também seus 
diversos níveis, desde o sistema educacional até o plano de aula, de maneira a 
compreender como todos essas modalidades de planejamento se articulam e 
fazem parte da realidade educacional. 
Didática Geral 
 
 9 
 Por último (capítulo 8), poderemos ver mais sobre tópicos essenciais do 
cotidiano docente, com a relação professor-aluno, o processo de ensino e 
aprendizagem, a questão do diálogo e sua importância na relação didático-
pedagógica e a disciplina na sala de aula. 
 Esperamos ter contribuído com a sua aprendizagem, assim como 
esperamos que você tenha um grande sucesso na área educacional. 
 Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 10 
1. A DIDÁTICA E SEU CONTEXTO 
 
Para que se possa discutir a Didática, antes de tudo, se faz necessário 
explicitar outros termos e conceitos que são inerentes a ela, pois estão 
totalmente interligados e fazem parte da realidade de todo professor. 
Tratam-se dos conceitos de Educação, de Pedagogia como ciência, da 
própria Didática e suas relações, do que significa o termo Ensino, o significado 
de Instrução, explicar sobre a Aprendizagem e outros fatores que a mesma 
depende e um pouco sobre o Currículo Escolar. 
Todos esses conceitos fazem parte de uma realidade maior para 
aqueles que trabalham na área da Educação. Além disso, existe uma influência 
de um para com os outros, determinando a forma de se compreender o 
trabalho de professor e de instrumentalizar o posicionamento deste. 
O trabalho nas escolas requer o domínio dessa gama de conceitos que 
possibilitam adotar uma postura educacional, escolher um jeito de pensar a 
educação dos alunos para que estes possam chegar a dominar tudo o que a 
sociedade exige que dominemos. 
Entretanto, somente compreendendo esse mecanismo teórico é possível 
traçar uma Didática coerente com os nossos princípios e tornar concreto um 
trabalho organizado, eficiente e eficaz. 
Para começarmos, vamos compreender melhor o conceito e discutirmos 
mais sobre o que significa Educação. 
 
1.1. EDUCAÇÃO 
EDUCAÇÃO? EDUCAÇÕES: APRENDER COM O ÍNDIO 
CARLOS RODRIGUES BRANDÃO (1989) 
 
Pergunto coisas ao buriti; e o que ele responde é a coragem minha. Buriti quer 
todo o azul, e não se aparta de sua água - carece de espelho. Mestre não é 
quem sempre ensina, mas quem de repente aprende. 
 
João Guimarães Rosa / Grande Sertão: Veredas 
 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um 
modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para 
aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para 
ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com 
uma ou com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso 
sempre achamos que temos alguma coisa a dizer sobre a educação que nos 
invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela com o que uns índios 
uma vez escreveram? 
Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um 
Didática Geral 
 
 11 
tratado de paz com os índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os 
símbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes 
como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios 
para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes 
responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque 
alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui 
e ali. Eis o trecho que nos interessa: 
"... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para 
nós e agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios 
reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, 
sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de 
educação não é a mesma que a nossa... Muitos dos nossos bravos guerreiros 
foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. 
Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes 
da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam 
como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a 
nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam 
como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros. Ficamos 
extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-
la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia 
que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que 
sabemos e faremos, deles, homens." 
De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre 
as mais importantes estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma 
única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde 
ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única 
prática e o professor profissional não é o seu único praticante. 
Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades 
tribais de povos caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades 
camponesas, em países desenvolvidos e industrializados; em mundos sociais 
sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre as suas 
classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em 
formação ou com ele consolidado entre e sobre as pessoas. 
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em 
cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que 
submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a 
mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa 
em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do 
aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores 
especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos 
pedagógicos. 
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que 
as pessoas criam para tornar comum, como saber, como idéia, como crença, 
Didática Geral 
 
 12 
aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode 
existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o 
controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os 
homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos. 
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais 
que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua 
sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas 
reproduzam, entre todos os que ensinam-e-aprendem, o saber que atravessa 
as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os 
segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer 
povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um 
de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os 
homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação 
habita, e desde onde ajuda a explicar - às vezes a ocultar, às vezes a inculcar 
- de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem. 
Por isso mesmo - e os índios sabiam - a educação do colonizador, que contém 
o saber de seu modo de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de 
seus atos de domínio, na verdadenão serve para ser a educação do 
colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante 
dominado, também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro 
de sua cultura. 
Assim, quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um 
dos meios de que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. 
Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda a criá-los, 
através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e legitima. 
Mais ainda, a educação participa do processo de produção de crenças e 
idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, 
bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a 
sua força. 
No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de 
todos, o educador imagina que serve ao saber e a quem ensina, mas, na 
verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu professor, a fim de usá-
lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação 
- nas suas agências, suas práticas e nas idéias que ela professa - interesses 
políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício, à sociedade que 
habita. E esta é a sua fraqueza. 
Aqui e ali será preciso voltar a estas idéias, e elas podem ser como que um 
roteiro daqui para frente. A Educação existe no imaginário das pessoas e na 
ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se 
diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma 
coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: "... e 
deles faremos homens". Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode 
deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou 
Didática Geral 
 
 13 
do que inventa que pode fazer: "... eles eram, portanto, totalmente inúteis" 
 
Não há como falar sobre Educação sem citar esse texto do professor 
Brandão, que de uma maneira expressiva e bem humorada discute o que 
significa a Educação. 
Como vimos nesse trecho, a Educação confunde-se com a cultura e a 
ela serve, pois tem sua formação com base em pessoas que se revestem de 
costumes, de uma moral e uma ética, de comportamentos estabelecidos, etc. 
onde são úteis em cada região particular. 
Segundo Libâneo (1990), em sentido amplo, a Educação se dá 
simplesmente pelo sujeito existir socialmente, uma vez que ao conviver com a 
sociedade o indivíduo aprende e ensina, formando-a junto a outros membros 
dessa mesma sociedade. Esta ocorre em todos os campos, como na 
organização econômica, política, religiosa, dos costumes, etc. Já em sentido 
estrito, ocorre em instituições específicas, escolares ou não, com a finalidade 
clara de instrução e ensino, de maneira organizada, planejada, o que não 
ocorre em sentido amplo. 
Portanto, a Educação está em tudo e presente em todos os momentos 
de cada um de nós e forma a personalidade do sujeito socialmente falando, 
uma vez que envolve o desenvolvimento do mesmo na sociedade em que vive. 
Ocorre de maneira intencional e sistemática nas escolas e organizações, como 
uma Educação Formal, que tem por fim explícito o ensino e a instrução (sentido 
estrito); e de maneira não intencional em todos os lugares, como uma 
Educação Informal (sentido amplo). 
Desta forma dizemos que a Educação é, portanto, um fenômeno social, 
pois está em tudo que a sociedade abrange. É um processo social também, 
uma vez que é determinada por sua época, seu contexto histórico e social que 
a modela e a dirige por fazerem parte do contexto que rege a vida dos atores 
participantes da vida em sociedade. 
 
Educação Formal = Intencional e sistemática. Ocorre nas escolas. 
Educação Informal = ocorre de maneira não intencional e assistemática em 
todos os lugares. 
A Educação atua na formação da personalidade socialmente construída. 
 
“O trabalho docente é parte integrante do processo educativo 
mais global pelo qual os membros da sociedade são 
preparados para a participação na vida social. A educação – ou 
seja, a prática educativa – é um fenômeno social e universal, 
sendo uma atividade humana necessária à existência e 
funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade 
precisa cuidar da formação dos indivíduos, auxiliar no 
desenvolvimento de suas capacidades físicas e espirituais, 
Didática Geral 
 
 14 
prepará-los para a participação ativa e transformadora nas 
várias instâncias da vida social. Não há sociedade sem prática 
educativa nem prática educativa sem sociedade. A prática 
educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, 
mas também o processo de prover os indivíduos dos 
conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a 
atuar no meio social e a transformá-lo em função de 
necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade.” 
(Libâneo, 1990) 
 
1.2. PEDAGOGIA 
 
A Pedagogia é a ciência que estuda a Educação. (Piletti, 2010) Se 
como ciência ela estuda a Educação, podemos dizer que tudo que envolve a 
Educação como um fenômeno e um processo social deve ser estudado e 
compreendido pela Pedagogia, ou seja, o que se deve fazer para Educar as 
pessoas, o que pode ser ensinado, como deve ser ensinado, a quem deve ser 
ensinado, por quem será ensinado, etc. 
Tudo o que envolve a transformação da cultura social em forma de 
Educação é parte da Pedagogia, como por exemplo, a influência dos processos 
produtivos pertencentes à economia pode influenciar a vida social e a 
Educação como fenômeno da sociedade, como o desenvolvimento do sujeito 
pode interferir na maneira como o professor ensina e o aluno aprende, quais os 
conjuntos de conhecimentos devem ser passados e captados pelas pessoas, 
etc. 
Como a Educação depende de muitas coisas, tudo isso de alguma 
forma, deve ser investigado pelas ciências pedagógicas. 
Uma coisa que deve ser destacada é o termo utilizado costumeiramente 
pelos professores: processo pedagógico. Mas o que significa isso? Significa 
que ao atuarmos como professores, estaremos elaborando um processo que 
leva o sujeito a uma determinada Educação, de maneira processual. Portanto, 
ao educar estamos atuando pedagogicamente e tomando um determinado 
posicionamento educacional para determinados conhecimentos, capacidades, 
habilidades e outras importantes coisas que devem ser incorporadas pelos 
alunos. 
 
Se falarmos em atuar pedagogicamente estamos dizendo que estaremos 
incumbidos de uma Educação para com nossos alunos. 
 
1.3. DIDÁTICA 
 
 Segundo Libâneo (1990), a Didática é o principal ramo de estudo da 
Pedagogia. Aquele que investiga os fundamentos, as condições e as maneiras 
mais apropriadas de realizar a instrução e o ensino. 
Didática Geral 
 
 15 
 Quando estamos pensando em como devemos fazer para ensinar algo a 
uma pessoa nossa preocupação é com a Didática que deve ser utilizada. 
Entretanto, no que se refere aos professores, toda forma de ensinar reflete uma 
busca educativa, pedagógica e, desta maneira, pressupõe uma relação entre 
aquele que ensina, os conhecimentos em si, o sujeito que aprende e a 
sociedade que irá acolhê-lo. 
 A profissão professor é tão complexa justamente por isso, pois não 
basta ensinar uma simples habilidade, como a de escrever, por exemplo, para 
dizer que estamos educando. Se relacionarmos o ato de escrever com outras 
importantes habilidades, como ler, construir textos, organizar os pensamentos, 
etc., estaremos didaticamente estruturando um ensino de maneira mais 
condizente com as necessidades que a vida social solicita. 
 A maneira como deve ser ensinado algo reflete se irá facilitar ou não a 
aquisição do conhecimentodo aluno. Como por exemplo, imagine você 
lecionando e explicando algo como a crise econômica a crianças da 5ª série e 
utilizando termos sofisticados e palavras que, talvez, grande parte da sala não 
compreenda. Acresça a isso o fato de não colocar nenhuma figura, não dar 
chance de uma interlocução por parte dos seus alunos (eles só escutam sua 
aula expositiva) e não trazê-los para mais próximos da realidade de acordo 
com os conhecimentos que eles já possuem. Didaticamente, poderíamos dizer 
que a aula seria, provavelmente, um verdadeiro fracasso, uma vez que os 
métodos de ensino não dariam conta de serem aprendidos adequadamente. 
 Por esta razão a Didática deve ser muito bem estruturada antes de se 
iniciar um trabalho que se julga educativo. 
 
A Didática é o principal ramo da Pedagogia, preocupada em estudar os 
métodos e as formas mais apropriadas de se praticar a instrução e o ensino. 
 
 
1.4. A INSTRUÇÃO E O ENSINO 
 
Segundo Libâneo (1990), a instrução é ligada à formação intelectual e o 
desenvolvimento da capacidade de conhecer, de acordo com o domínio de 
certo nível de conhecimentos sistematizados pelo professor. O ensino, por sua 
vez, corresponde às ações, meios e condições para que se possa instruir e, 
desta forma, está ligado à instrução. 
A instrução não está livre, mas ligada de maneira subordinada à 
Educação, uma vez que se volta ao desenvolvimento da personalidade do 
sujeito durante sua atuação nas escolas. Ao instruir, o professor desenvolve 
conhecimentos, habilidades e capacidades que se tornam reguladores da ação 
do sujeito no mundo, por isso acontece um processo pedagógico. 
Entretanto, apesar de interdependentes, podemos dizer que é possível 
educar sem instruir e instruir sem educar. Por exemplo, podemos dizer aos 
Didática Geral 
 
 16 
nossos alunos que não se deve jogar lixo nas ruas (como forma de instrução) 
e, no entanto, isso não ser praticado da maneira como foi instruída – instrução 
sem levar a educação – e ao contrário, podemos sair pegando lixo do chão 
junto com os alunos sem nada dizermos - educação sem instrução – podendo 
dar melhores resultados em termos educativos. 
Assim, ao planejar as ações de ensino e instrução, devemos ter em 
mente objetivos propriamente educativos, pois o ensino é o principal meio que 
leva a uma educação (ainda que não seja a única via educativa por existir o 
sentido amplo desta). 
 
“A instrução se refere ao processo e ao resultado da 
assimilação sólida de conhecimentos sistematizados e ao 
desenvolvimento de capacidades cognitivas. O núcleo da 
instrução são os conteúdos das matérias. O ensino consiste no 
planejamento, organização, direção e avaliação da atividade 
didática, concretizando as tarefas da instrução; o ensino inclui 
tanto o trabalho do professor (magistério) como a direção da 
atividade de estudo dos alunos. Tanto a instrução como o 
ensino se modificam em decorrência da sua necessária ligação 
com o desenvolvimento da sociedade e com as condições reais 
em que ocorre o trabalho docente. Nessa ligação é que a 
Didática se fundamenta para formular diretrizes orientadoras do 
processo de ensino.” (Libâneo, 1990) 
 
 É, portanto, pela instrução que o desenvolvimento dos alunos acontece, 
mas, tudo isso só é possível graças à estruturação Didática que o professor 
elege para cumprir com seu trabalho educativo. Tudo isso é guiado pela 
dinâmica da sociedade, uma vez que a necessidade da Educação é a 
adaptação social do sujeito e, as condições da sociedade mudam, de tempos 
em tempos, de acordo com todos os fatores que a influenciam. 
 Para instruir e ensinar o professor necessita de preparação, não apenas 
a que recebe em sua formação como Professor Licenciado, mas também 
aquela que é garantida pela busca constante do conhecimento que deve se 
submeter o professor. A leitura e o estudo são as principais armas de um bom 
educador, pois para se instruir é necessário possuir um bom nível de 
conhecimentos. Só assim será possível escolher qual a forma Didática de 
ensino que será adotada para se cumprir essa função e saber de que maneira 
isso será requisitado no contexto em que o aluno habita, com intenção 
pedagógica. 
 Dizemos que o sujeito é bem instruído quando o mesmo é capaz de 
demonstrar conhecimentos e habilidades suficientemente capazes de resolver 
os problemas que a vida social demanda. Mas, para isso, o processo de ensino 
deve possibilitar esse processo de abastecimento para acompanhar as 
condições de aprendizagem da pessoa do aluno. 
Didática Geral 
 
 17 
 
A instrução é ligada à formação intelectual e o desenvolvimento da capacidade 
de conhecer. O ensino corresponde às ações, meios e condições para que se 
possa instruir e, desta forma, está ligado à instrução. 
 
1.5. APRENDIZAGEM 
 
Ouvi uma vez um professor1 dizer em seu intervalo de aula: 
“Nossa, hoje eu dei uma excelente aula!” 
Em contra partida perguntei desta maneira a ele: 
“ Que bom! Mas, o que foi que os alunos aprenderam?” 
Para minha surpresa, a resposta do professor foi a seguinte: 
“Não estou falando dos alunos! Estou falando sobre a minha aula, foi 
muito boa!” 
Com uma pitada de bom humor, essa história ilustra muito bem o 
posicionamento que possamos encontrar no professorado atualmente, que 
esquece, da mesma maneira que esse professor, o mais importante para um 
professor. Fazer com que o aluno APRENDA! 
Segundo Schimitz citado por Piletti (2010), a aprendizagem é “um 
processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos 
padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.” 
Ao professor compete atuar diretamente no comportamento dos alunos, 
garantindo sua aprendizagem de maneira suportada, eficiente e eficaz. De 
nada adiantaria um sujeito passar tantos anos freqüentando uma escola não 
fosse o fato de seu comportamento, nos âmbitos da percepção, da sua 
essência, de seu pensamento e de seu agir, se modificarem para algo 
qualitativamente melhor de quando ingressou naquela escola. 
Como vimos, a Educação atua na personalidade socialmente necessária 
aos indivíduos de cada cultura. Assim, o professor deve proporcionar um 
processo pedagógico planejado, de forma a colocar-se a instruir e ensinar de 
acordo com o estabelecido, modificando, assim, a aprendizagem e a 
capacidade de aprender de seus alunos. 
Um professor que se colocasse a falar, explanar, explicar e conduzir 
suas palavras, desvinculado com as capacidades dos alunos, não estaria 
garantindo a aprendizagem deles. Seria como jogar seu tempo pela janela da 
sala de aula. 
Deve haver uma sintonia entre aquele que ensina e o sujeito que 
aprende, pois o mais importante de tudo no processo escolar são as 
aprendizagens feitas pelos alunos que investiram seu tempo e dedicação em 
todo aquele processo de estudos. 
 
1
 Não será identificado o tal professor por uma questão de respeito a sua pessoa e ao profissional que o 
mesmo o é. 
Didática Geral 
 
 18 
O próprio professor aprende muito ao ouvir seus alunos, prestar atenção 
neles, se aproximar deles, se colocar a disposição e permitir a discussão, a 
discordância e o debate em sala de aula. 
Ser sensível a realidade dos alunos é de fundamental importância para 
que se garanta um ambiente favorável à aprendizagem e o desenvolvimento de 
todos os envolvidos no processo educativo. 
 
A principal função do professor é promover a aprendizagem do aluno. Não se 
pode dizer que ensinou se o aluno não aprender! 
 
1.6. CURRÍCULO ESCOLAR 
 
 Segundo Piletti (2010), o currículo tem significado as matérias ensinadasna escola ou a programação de estudos. Atualmente, o termo tem sido utilizado 
em sentido mais amplo, para se referir à vida e a todo o programa da escola, 
inclusive as atividades extra-classe. 
 Assim, pensando sobre isso, podemos imaginar como todas as 
atividades que ocorrem na escola possuem uma função Didática e Pedagógica. 
Didática, pois se estruturam estrategicamente para dar condições de 
acontecerem de acordo com a melhor forma, para permitir melhor 
aproveitamento por parte dos alunos. Pedagógica, pois pretendem ser 
formativas da personalidade do aluno, preparando-o para sua vida social. As 
características aprendidas via currículo escolar serão úteis para a vida social e 
profissional do sujeito. 
 Geralmente, se recebemos um palestrante, costumamos perguntar qual 
o currículo dele, em sentido semelhante ao que acabamos de explicar, pois 
trata-se do conjunto de qualidades adquiridas por seu percurso de estudos, 
trabalho e qualificações. Na escola é muito próximo disso, uma vez que se trata 
de todas as atividades formativas as quais se submetem os alunos. 
 Cada experiência vivenciada no período escolar é extremamente 
importante para formar esse repertório de qualificações. Por isso, cabe aos 
professores uma preocupação Didática e Pedagógica que possibilite um 
aproveitamento satisfatório por parte dos alunos, promovendo aprendizagem e 
desenvolvimento, sempre respeitando as limitações e potencialidades destes, 
sem que se limite a participação imediata, mas a experiências que possam ser 
estendidas para fora da escola, uma vez que o trabalho lá dentro serve para a 
vida social do indivíduo fora das escolas. 
 É de extrema importância mencionar um conceito de currículo oculto e o 
que ele expressa na vida dos professores. Segundo Piletti (2010) trata-se da 
transmissão de valores, normas e comportamentos que são passados 
simplesmente pela interação professor-alunos. 
 É oculto, pois ao contrário do anterior perpassa muitas vezes a uma falta 
de compreensão do que o professor está ensinando ao conviver com os 
Didática Geral 
 
 19 
alunos. Sem que se possa perceber o professor mostra aos alunos suas 
valorizações, as normas que ele julga importante, os comportamentos que ele 
possui, etc. Não é raro vermos os alunos imitando comportamentos do 
professor ou reproduzindo frases que fazem menção a algum tipo de 
valorização que o mesmo possui, desta forma, oculto. 
 Por isso, todo o cuidado é pouco para os professores que são grandes 
exemplos para os alunos. Eles, os alunos, copiam boa parte do que o professor 
fala, faz e manifesta. 
 
Todas as atividades da escola fazem parte do currículo oferecido. Por isso, ele 
deve ser estruturado didaticamente com todo o cuidado! 
 
A proposta de organização do conhecimento, nos Parâmetros Curriculares 
Nacionais, está em consonância com o disposto no Artigo 26 da Lei de 
Diretrizes e Bases, que assim se pronuncia: 
“Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional 
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento 
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e 
locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.” 
Os diferentes parágrafos desse artigo apresentam as diretrizes gerais para a 
organização dos currículos do ensino fundamental e médio: 
 devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da 
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade 
social e política, especialmente do Brasil; 
 o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos 
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento 
cultural dos alunos; 
 a educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é 
componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias 
e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos 
noturnos; 
 o ensino da história do Brasil levará em conta as contribuições das 
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, 
especialmente das matrizes indígena, africana e européia; 
 na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir 
da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, 
cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das 
possibilidades da instituição. 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 20 
RESUMO 
Não existe apenas uma educação, pois ela está ligada a uma cultura, a 
uma sociedade. A educação em sentido amplo abrange a vida social, onde se 
aprende e ensina o tempo todo. No sentido estrito acontece nas escolas, de 
maneira intencional e sistemática, auxiliando na formação da personalidade do 
sujeito. 
A Pedagogia é a ciência que estuda a educação em toda a sua 
complexidade, tendo como suporte as outras ciências, que ajudam a entender 
o ser humano e a sociedade. Se a Pedagogia estuda a formação da 
sociedade, podemos dizer que utilizar o termo ação pedagógica é o mesmo 
que dizer que se está agindo para a educação social. 
A Didática, por sua vez, é um sub-ramo da Pedagogia, que se ocupa 
dos fundamentos, as condições e as maneiras mais apropriadas de se realizar 
a instrução e o ensino. A instrução é a formação social, intelectual do sujeito e 
acontece por meio do ensino, que cuida da forma de se aplicar a instrução. 
Costumamos utilizar o termo ensino-aprendizagem. Entretanto, deve-se 
ter o cuidado de observar se o ensino está resultando em aprendizagem, 
verificando se está acontecendo um processo de aquisição e assimilação de 
novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir. A principal 
missão do professor é fazer com que o aluno aprenda. 
Currículo escolar é todo o programa da escola, ligado a todas as 
atividades que os alunos vivenciam dentro dela. Currículo oculto, por outro 
lado, está ligado a aprendizagem dos alunos via relação comportamental com 
o professor. 
Exercícios 
 
1) O que é Educação em sentido amplo? 
 
(a) É a vontade do indivíduo, a criação proporcionada. 
(b) Semelhante a moral e bons costumes. 
(c) Os bons modos, adquiridos no contato com a família. 
(d) É muito semelhante à cultura, pois é um fenômeno e um processo 
social. 
(e) Surge do amor dos pais, pela dedicação em cuidar de seus filhos. 
 
2) O que é Didática? 
 
(a) É a incorporação dos dados da realidade nos esquemas disponíveis 
no sujeito, é o processo pelo qual as idéias, pessoas, costumes são 
incorporadas à atividade do sujeito. 
(b) é o principal ramo de estudo da Pedagogia, preocupado em 
investigar os fundamentos, as condições e as maneiras mais 
apropriadas de realizar a instrução e o ensino. 
Didática Geral 
 
 21 
(c) É a assimilação, nada mais é do que a motivação. 
(d) É o conhecimento adquirido nas escolas. 
(e) É aquilo que faz com que elas se alternem mutuamente no processo 
de conhecimento e faz isso muito lentamente. 
 
3) Qual a diferença entre instrução e ensino? 
 
(a) A instrução está ligada aos papéis que vem junto com alguns 
produtos que compramos, já o ensino é quando temos um professor 
para ensinar, para não termos de aprender sozinhos. 
(b) A instrução é ligada à formação intelectual e o desenvolvimento da 
capacidade de conhecer. O ensino corresponde às ações, meios e 
condições para que se possa instruir. 
(c) A instrução é ligada a todas as situações que precisamos pedir 
maiores informações, pois somente com elas estaremos instruídos. O 
ensino é aquilo que fazem os pais, nos primeiros anos de vida de seus 
filhos. 
(d) A instrução é um manual inventando por algum sujeito que o elabora, 
na perspectiva de favorecero uso de determinados aparelhos 
eletrônicos. O ensino é semelhante à educação, pois ensinar é o mesmo 
que educar. 
(e) Instrução é o mesmo que comando, pois quando se instrui alguém 
você o comanda. O ensino é ação de proporcionar a alguém uma 
capacidade elementar de pensamento e linguagem. 
Resolução dos Exercícios 
 
1) A Educação confunde-se com a cultura e a ela serve, pois tem sua 
formação com base em pessoas que se revestem de costumes, de uma 
moral e uma ética, de comportamentos estabelecidos, etc. onde são 
úteis em cada região particular. 
 
Resposta correta: 
 
(d) É muito semelhante à cultura, pois é um fenômeno e um processo 
social. 
 
2) Segundo Libâneo (1990), a Didática é o principal ramo de estudo da 
Pedagogia. Aquele que investiga os fundamentos, as condições e as 
maneiras mais apropriadas de realizar a instrução e o ensino. 
 
Resposta correta: 
 
Didática Geral 
 
 22 
(b) é o principal ramo de estudo da Pedagogia, preocupado em 
investigar os fundamentos, as condições e as maneiras mais 
apropriadas de realizar a instrução e o ensino. 
 
3) Segundo Libâneo (1990), a instrução é ligada à formação intelectual e o 
desenvolvimento da capacidade de conhecer, de acordo com o domínio 
de certo nível de conhecimentos sistematizados pelo professor. O 
ensino, por sua vez, corresponde às ações, meios e condições para que 
se possa instruir e, desta forma, está ligado à instrução. 
 
Resposta correta: 
 
(b) A instrução é ligada à formação intelectual e o desenvolvimento da 
capacidade de conhecer. O ensino corresponde às ações, meios e 
condições para que se possa instruir. 
 
 
2. A FILOSOFIA, A SOCIOLOGIA E A PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
 
“Ao estudar a educação nos seus aspectos sociais, políticos, 
econômicos, psicológicos, para descrever e explicar o 
fenômeno educativo, a Pedagogia recorre à contribuição de 
outras ciências como a Filosofia, a História, a Sociologia, a 
Psicologia, a Economia. Esses estudos acabam por convergir 
na Didática, uma vez que esta reúne em seu campo de 
conhecimentos objetivos e modos de ação pedagógica na 
escola. Além disso, sendo a educação uma prática social que 
acontece numa grande variedade de instituições e atividades 
humanas (na família, na escola, no trabalho, nas igrejas, nas 
organizações políticas e sindicais, nos meios de comunicação 
de massa etc.), podemos falar de uma pedagogia familiar, de 
uma pedagogia política etc. e, também, de uma pedagogia 
escolar. Nesse caso constituem-se disciplinas propriamente 
pedagógicas tais como a Teoria da Educação, Teoria da 
Escola, Organização Escolar, destacando-se a Didática como 
Teoria do Ensino. (Libâneo, 1990) 
 
Para que a Pedagogia possa estudar e compreender a Educação esta 
precisa recorrer a outras ciências. As ciências, em geral, estudam 
sistematicamente algo que seja interessante para os seres humanos, para a 
vida de outros seres, para os ambientes que habitamos e tudo que possa ser 
de alguma forma relevante para nós. 
Um médico estuda outras ciências, como é o caso da biologia, da física, 
da química, da farmacologia, da psicologia, etc. Ele assim o faz, pois seria 
Didática Geral 
 
 23 
praticamente impossível atender seus pacientes sem conhecimentos dessas 
áreas todas que possibilitam conhecer melhor os seres humanos em todas 
essas dimensões. Conhecimentos essenciais a quem precisa compreender 
como tudo está interligado de maneira complexa e interdependente. 
As inúmeras pesquisas científicas que são produzidas pelo mundo em 
diversas áreas se multiplicam, muitas novas áreas são criadas para dar conta 
de tentar captar um pouco do que o mundo tem para oferecer. Muitos recortes 
da realidade são criados com um rótulo de uma nova ciência. Ao se criar a 
Pedagogia, por exemplo, o recorte se vincula a investigar apenas e, ao mesmo, 
totalmente, o que envolve o fenômeno educativo na vida das pessoas, da 
sociedade em geral. Para isso, quase sempre se precisa de outros 
conhecimentos que se vinculam com os objetos de estudo dessa ciência. 
Como por exemplo: para se educar alguém é necessário saber o que é 
exatamente a Educação, o que é a cultura, como são os homens e como se 
organizam socialmente, como se comportam, como deveriam se comportar, 
quais conhecimentos são importantes para a espécie humana, como o homem 
se desenvolve e como aprende, etc. 
 Mas, por que tantas perguntas? Vejamos como a Filosofia pode nos 
ajudar mais sobre isso. 
 
2.1. A FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO 
 
Segundo Lorieri e Rios (2004), a Filosofia busca a compreensão, que diz 
respeito ao sentido, ao significado, ao valor. Ela se apresenta como uma 
maneira de pensar que tem um conteúdo próprio: os aspectos fundamentais da 
realidade e da existência humana. Eles dizem que a forma do pensamento 
filosófico pode ser expressa como uma forma de pensar reflexiva, crítica, 
profunda, metódica e abrangente que busca contextualizar, ou colocar em 
unidades referenciais significativas mais amplas, os aspectos importantes ou 
fundamentais da realidade e da existência humana. 
Com um esforço de reflexão desse texto, é importante imaginar o quão 
interligado isso está com a Educação, uma vez que não refletir, questionar, 
analisar e tentar compreender mais detalhadamente a Educação pode incorrer 
a um ativismo precipitado, daquele que passa a fazer sem compreender o que 
faz, o que acontece, etc. 
A Filosofia, interligada com a Educação, questiona a mesma para que se 
chegue a um nível de compreensão mais preciso e seguro antes de se colocar 
a executá-la nas escolas. 
Vejamos alguns importantes questionamentos e análises decorrentes do 
caráter filosófico inserido na educação. 
 
 O que seria uma boa forma de Educação? 
 A qual tipo de vida ela conduziria? 
Didática Geral 
 
 24 
 Que tipo de homem e de mundo estamos buscando? 
 Que ações pedagógicas seriam capazes de levar aos seres 
humanos um comportamento melhor e mais útil a sociedade? 
 Que posicionamento as pessoas da escola devem ter uns para 
com os outros? 
 Quais seriam as qualidades importantes em uma pessoa para que 
seja ensinado nas escolas? Seria possível ensinar essas 
qualidades? Como? 
 
São apenas alguns questionamentos que a Filosofia nos ajuda a 
levantar para que se possa trabalhar melhor e mais consciente de suas 
responsabilidades. 
Convido o leitor a refletir sobre esses questionamentos indo para além 
do que aqui está escrito, uma vez que se trata apenas de um estímulo a 
capacidade crítica e vivencial do futuro professor que está estudando com esse 
material. 
Imaginar o que seria um homem ideal é um importante exercício para 
que possamos organizar didaticamente as ações necessárias para se chegar a 
esse homem ideal. Talvez traçar qualidades, comportamentos, características, 
que possam ser valorizadas pela sociedade e capazes de municiar 
suficientemente bem o sujeito que delas precisar para trabalhar, viver 
socialmente, ser feliz e produzir cultura. 
Mas, e a sociedade, como funciona? Qual a maneira como devemos 
enxergá-la como educadores? Reproduzindo tudo que já se faz até hoje ou 
transformando o mundo para algo diferente? 
Vamos ver o que a Sociologia, aplicada a Educação, pode contribuir 
para tentar responder a estas questões, assim como enxergar possibilidades 
educativas em uma perspectiva mais interessante para o professor, para os 
alunos e para o mundo. 
 
SAIBA MAIS 
Pense sobre as perguntas acima e FILOSOFANDO, tente responder essas 
questões com hipóteses que possam satisfazer a você como educador. 
Imagine a criação de um mundo ideal e se perguntecomo seria possível a 
Educação, como fenômeno e processo social, ser capaz de construir esse 
mundo. 
Imagine e discuta com alguém quais qualidades as pessoas deveriam ter para 
que pudessem ser felizes e fazer um mundo melhor, não apenas para ela 
mesma, mas para todas as pessoas. 
Por último, pense na diferença entre uma postura crítica e, no extremo oposto, 
uma postura conformista e acomodada. Pense também entre a diferença entre 
ser crítico e ser o que as pessoas chamariam de chato, ou pessimista. 
 
Didática Geral 
 
 25 
2.2. A SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
 
Sendo a Filosofia uma ciência questionadora e crítica, ela serve de base 
para uma postura mais interessante, daqueles que não se deixam levar pelas 
primeira impressões. Graças a ela, como primórdio da ciência, vieram todas as 
outras importantes contribuições científicas que permitem vislumbrar um 
mundo de possibilidades e uma busca incessante por respostas. 
A Sociologia emana dessa Filosofia, questionando fatos da vida social 
que permitem aos homens assumir dadas posturas socialmente. A Política, a 
Cultura, os Costumes, a Economia, etc. tudo isso provém de uma organização 
social e, a Sociologia como ciência, busca encontrar uma compreensão mais 
profunda sobre como tudo isso acontece, como se manifesta e a que 
conseqüências. 
 Vejamos o que diz Libâneo (1990) sobre a Sociologia da Educação: 
 
“A Sociologia da Educação estuda a educação como processo 
social e ajuda os professores a reconhecerem as relações 
entre o trabalho docente e a sociedade. Ensina a ver a 
realidade social no seu movimento, a partir da dependência 
mútua entre seus elementos constitutivos, para determinar os 
nexos constitutivos da realidade educacional. A par disso, 
estuda a escola como ‘fenômeno sociológico’, isto é, uma 
organização social que tem a estrutura interna de 
funcionamento interligada ao mesmo tempo com outras 
organizações sociais (conselho de pais, associações de 
bairros, sindicatos, partidos políticos, etc.). A própria sala de 
aula é um ambiente social que forma, junto com a escola como 
um todo, o ambiente global da atividade docente organizado 
para cumprir os objetivos de ensino.” (Libâneo, 1990) 
 
 Como vimos, a Sociologia da Educação se preocupa mais 
especificamente como as pessoas socialmente se organizam e como a 
Educação se envolve com esse fator. É necessário um ambiente de criticidade, 
que garanta uma compreensão mais aprofundada do fenômeno que envolve a 
vida social, as condições de trabalho, as divisões de classe, a ideologia, etc. 
 Esses conceitos são muito importantes para se ultrapassar o senso 
comum e se aproximar da ciência, uma vez que durante muito tempo a 
Educação teve vinculada à interesses ideológicos de uma minoria pertencente 
as elites da sociedade. 
 Pela influencia de grandes teorias sociológicas temos noções de que a 
busca de uma sociedade democrática, que defenda os interesses de toda a 
população e não apenas parte dela se faz imprescindível. 
 
Didática Geral 
 
 26 
2.2.1. A VISÃO SOCIOLÓGICA SOBRE A DEMOCRATIZAÇÃO 
DO ENSINO 
 
Segundo Libâneo (1990), a educação é socialmente determinada, pois 
os fins e exigências sociais, políticas e ideológicas guiam todo o processo de 
funcionamento da sociedade, determinando valores, normas e particularidades 
da estrutura social, da qual a educação está subordinada. Isso, pois desde o 
início da existência da espécie humana, os homens vivem em grupos e a vida 
de um está sempre vinculada e na dependência da vida de outros. Por 
exemplo, a nossa organização atual no Brasil funciona com a existência de um 
Estado que governa e, dele depende todo o futuro da nação. As ações do 
governo provocam um efeito cascata, influenciando no preço dos alimentos, no 
aumento ou diminuição dos impostos, na oferta de empregos, na qualidade de 
vida das pessoas, na criminalidade, etc. Essa forma de organização, a divisão 
em classes sociais e o capitalismo que hoje rege praticamente o mundo todo 
vão configurando as ações práticas e concretas dos homens. 
Libâneo (1990) explica que desde quando os homens passaram a viver 
socialmente começaram a travar relações de reciprocidade diante da 
necessidade de organizar seu trabalho em conjunto e garantirem sua 
sobrevivência. Essas relações se transformaram, criando novas necessidades, 
novas maneiras de organizar o trabalho de todos, conforme sexo, idade, 
ocupações, de maneira que existisse uma distribuição das atividades entre 
todos envolvidos nesse processo. 
O tempo e os interesses de uma parte da população se encarregaram 
de manifestar as relações de desigualdade econômicas e de classe. Para os 
primitivos, as relações davam igual aproveitamento do trabalho em comum. 
Contudo, nos momentos seguintes da história da sociedade cada vez mais 
aumentavam a distribuição desigual do trabalho e do aproveitamento que se 
tirava deste. A divisão do trabalho fazia com que os indivíduos se rotulassem 
em sua ocupação da atividade produtiva. Vejamos as etapas descritas por 
Libâneo (1990): 
 
 Sociedade Escravista: os meios do trabalho e o próprio 
trabalhador (escravo) eram propriedade dos donos da terra. 
 Sociedade Feudal: os servos trabalhavam gratuitamente para os 
donos da terra ou lhe pagavam tributos. 
 Sociedade Capitalista: Existe uma divisão entre os proprietários 
privados dos meios de produção (empresas, maquinas, bancos, 
instrumentos de trabalho, etc.) e os que vendem sua força de 
trabalho para seu próprio sustento, vivendo de um salário. 
 
Assim se configurou a história da organização do trabalho até a 
formação atual da sociedade capitalista, fortemente marcada pela divisão de 
Didática Geral 
 
 27 
classes, onde os capitalistas e os trabalhadores ocupam lugares opostos e 
antagônicos no processo produtivo. Os proprietários tirando seus lucros da 
exploração da classe trabalhadora – sendo esta a maioria da população – e tal 
classe trabalhadora é obrigada a submeter a isso, uma vez que precisam de 
alguma fonte de renda, mas seus salários mal chegam a cobrir todas as suas 
necessidades vitais. 
Mas, o que isso tem a ver com a Educação? TUDO! Uma vez que a 
alienação econômica dos meios e produtos do trabalho dos trabalhadores, que 
é ao mesmo tempo uma alienação intelectual, determina uma desigualdade 
social, determinando não apenas as condições materiais de vida e de trabalho 
dos indivíduos, mas também o acesso a cultura mental, à educação. 
O poder alcançado pelo detentor do capital influencia toda uma forma de 
fomento a manutenção desse sistema, fazendo com que todos os agentes da 
vida social reproduzam esse modelo de vida. A ausência de outra maneira de 
organização social provoca no capitalismo tudo o que este precisa para se 
manter. O desemprego, por exemplo, é um excelente mecanismo para fazer 
com que o trabalhador implore por um emprego qualquer, vendendo sua força 
de trabalho por qualquer compensação financeira, por necessidade. 
Foi notória a divisão entre a escola dos ricos, que por poderem pagar os 
melhores professores os ensinavam a pensar, a serem críticos e criativos para 
continuar detendo os meios de acumulação de capital e as escolas dos pobres, 
que davam ênfase no trabalho manual, como maneira de formar para o 
trabalho, para a exploração, e não para que aprendessem a pensar, 
questionar, pois assim estragariam todo o esquema da elite pedindo melhores 
salários, melhores condições de trabalho, etc. 
Libâneo (1990) destaca as idéias, valores e práticas apresentados pela 
minoria dominante como se fossem representativos dos interesses de todas as 
classes sociais, o que se conhece pelonome de ideologia. Ele cita os 
seguintes discursos como exemplo da inculcação da verdade que eles queriam 
que os trabalhadores acreditassem. Segue alguns dos discursos: 
 
 “O governo sempre faz o possível; as pessoas é que não 
colaboram”; 
 “Os professores não têm que se preocupar com política, o que 
devem fazer é cumprir sua obrigação na escola”; 
 “Nossa sociedade é democrática porque dá oportunidades iguais 
a todos. Se a pessoa não tem um bom emprego ou não consegue 
estudar é porque tem limitações individuais”; 
 “As crianças repetem de ano porque não se esforçam; tudo na 
vida depende do esforço pessoal”; 
 “Bom aluno é aquele que sabe obedecer”. 
 
Didática Geral 
 
 28 
Essas frases mostram idéias e valores que não são muito reais. É como 
se o governo estivesse acima dos conflitos entre as classes sociais e das 
desigualdades, fazendo com que parecesse ser um problema de 
incompetência das pessoas, e que a escolarização pudesse reduzir as 
diferenças sociais porque dá oportunidades iguais a todos, o que sabemos não 
ser verdade. Assim, essas meias verdades escondem os conflitos sociais e 
tentam passar uma idéia positiva das coisas. Pessoas ingênuas acabam 
assumindo essas crenças, valores e práticas como se fizessem parte da 
normalidade da vida e acabam acreditando que a sociedade é boa, os 
indivíduos é que destoam. 
É dentro desse jogo de relações sociais que a escola se insere, que os 
professores trabalham e que os alunos se desenvolvem. No trabalho do 
professor está presente interesses dos mais diversos, sociais, políticos, 
econômicos, culturais; isso precisa ser bem compreendido pelo professor! 
Precisa ser compreendido também que tudo isso não é imutável, estabelecidas 
para sempre. As relações sociais são dinâmicas e passíveis de transformações 
pelos indivíduos pertencentes à sociedade. 
Por esse motivo, o reconhecimento do papel político do docente implica 
a luta pela modificação dessas relações de poder. Para quem lida com a 
educação tendo em vista a formação de um ser humano, é imprescindível que 
desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais implicadas em cada 
acontecimento, em cada situação da vida real e da sua profissão, em cada 
matéria que ensina e seu próprio discurso, nos meios de comunicação de 
massa, nas relações das pessoas cotidianamente e no trabalho. 
Conforme Libâneo (1990): 
 
“O campo específico de atuação profissional e política do 
professor é a escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos 
alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o 
desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de 
pensamento independente, crítico e criativo. Tais tarefas 
representam uma significativa contribuição para a 
transformação de cidadãos ativos, criativos e críticos, capazes 
de participar nas lutas pela transformação social. Podemos 
dizer que, quanto mais a minoria dominante refina os meios de 
difusão da ideologia burguesa, tanto mais a educação escolar 
adquire importância, principalmente para as classes 
trabalhadoras. 
 
 Preparar crianças e jovens para a participação ativa na vida social é o 
objetivo mais imediato da escola pública. Esse objetivo é atingido pela 
instrução e ensino, as tarefas básicas do trabalho do professor. A instrução 
permite a conquista do domínio dos conhecimentos sistematizados e a 
promoção do desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. O 
Didática Geral 
 
 29 
ensino, mais ligado ao que corresponde às ações indispensáveis para se 
realizar a instrução sendo a atividade conjunta do professor e dos alunos, cuja 
qual transcorre o processo de transmissão e assimilação ativa de 
conhecimentos, habilidades e hábitos, tendo em vista a instrução e educação. 
A Didática e as metodologias específicas das disciplinas, com uso dos 
conhecimentos pedagógicos e técnico-científicos, são disciplinas que dão 
condições à ação docente em situações de vida real cujas quais se realizam o 
ensino. 
 Libâneo (1990) diz que, em relação ao tipo de escola que deveríamos ter 
para o exercício da docência, para uma sociedade melhor, a escolarização 
básica constitui um instrumento indispensável para se construir uma sociedade 
mais democrática. Precisamos dar a todos uma formação que permita o 
domínio da parcela de conhecimentos culturalmente acumulados e um 
entendimento crítico da realidade. O professor deverá, através do estudo das 
matérias escolares e do domínio dos métodos pelos quais desenvolvem suas 
capacidades de conhecimento e formam habilidades para elaborar 
independentemente os conhecimentos, para que os alunos possam expressar 
de forma elaborada os conhecimentos que correspondem aos interesses 
majoritários da sociedade e inserir-se ativamente nas lutas sociais para 
transformação da sociedade. 
 Entretanto, inúmeros problemas surgem para isso: o poder público ainda 
deixa a desejar no cumprimento da manutenção do ensino obrigatório e 
gratuito, os recursos parecem ser insuficientes e mal gastos, muitas escolas 
funcionam precariamente por falta de recursos materiais e didáticos, os 
professores são mal remunerados e os alunos não possuem muitos recursos 
que os ajudariam e muito na missão de aprender e se desenvolver. Muitos 
ainda apontam para o grande número de reprovações nas escolas e, 
decorrentes disso, a desistência (evasão escolar). Muitos dizem que a função 
educativa é a de adaptarmos os alunos para a vida social. Nesse caso 
estaríamos oferecendo uma educação ajustadora e não transformadora, que 
fizesse com que os alunos apenas se ajustassem as condições de vida 
oferecidas, adversas ou não. Quando um aluno não consegue aprender e se 
desenvolver ele costuma abandonar a escola. Isso é o que podemos chamar 
de fracasso escolar. Além disso, dentro da própria escola existem diferenças 
no modo de conduzir o processo de ensino conforme a origem social dos 
alunos, geralmente discriminando os mais pobres, que se conseguem persistir 
e ficar na escola, recebem uma educação e um preparo muito abaixo dos 
demais. 
 Contudo, se ficarmos presos a esta falta de condições e utilizarmos 
como desculpa para nada fazermos, isso tudo nunca mudaria. Acreditamos que 
deverá ser feito exatamente o oposto, ao invés de se acomodar, devemos lutar 
para um trabalho que tenha condições de formar pessoas aptas pela luta social 
Didática Geral 
 
 30 
que pretenda reverter essas desigualdades e exija melhores condições de vida, 
de trabalho de estudos, etc. 
 Para se garantir uma escolarização capaz de lutar pela democratização 
da sociedade, segundo Libâneo (1990) é necessária a atuação em duas 
frentes: a política e a pedagógica. A política tem caráter pedagógico, pois visa 
formar para a sociedade e para o envolvimento dos educadores nos 
movimentos sociais e sindicais, nas lutas organizadas em defesa da escola 
unitária, democrática e gratuita; a pedagógica tem caráter político, pois parte de 
representar interesses estratégicos de toda uma população e não apenas a 
elite. 
 A escola deve ser unitária porque deve garantir uma base comum de 
conhecimentos sólidos e consistentes a toda a população nacional, de um 
saber sistematizado que dê condições de uma compreensão mais ampla por 
parte do aluno a fim de elaborá-los criticamente em função dos interesses da 
população majoritária, igualmente, sem discriminar por classe, cor de pele, 
poder aquisitivo, etc. 
 A escola pública deve ser democrática, garantindo a todos o acesso e a 
permanência, por no mínimo até o final da Educação Básica (Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Ensino Médio), proporcionando um ensino de qualidade 
que leve em conta as característicasespecíficas dos alunos que atualmente a 
freqüentam. Trazendo democracia inclusive nos mecanismos de gestão interna 
envolvendo a participação de todos no poder decisório dos rumos da escola. 
 Deve ser gratuita, pois é o que garante a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional nº 9394/962. 
 
2 Do Direito à Educação e do Dever de Educar 
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: 
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na 
idade própria; 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; 
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a cinco anos de idade; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 
capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades 
adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as 
condições de acesso e permanência na escola; 
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; 
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, 
por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua 
residência a toda criança a partir do dia em que completar 3 anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 
11.700, de 2008). 
 
Didática Geral 
 
 31 
 Para finalizar, é importante ser dito que deve haver um compromisso 
social e ético por parte dos professores que nada mais é do que seu 
permanente empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o 
ensino e as atividades de estudo de modo que estes dominem os 
conhecimentos básicos e as habilidades, e desenvolvam suas forças, 
capacidades físicas e intelectuais, tendo em vista equipá-los para enfrentar os 
desafios da vida prática no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da 
sociedade. 
 
2.3. A PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
 
A Psicologia Educacional preocupa-se em estudar como os aspectos 
físico-motor, intelectual ou cognitivo, afetivo-emocional e social, desde o 
nascimento até a idade adulta, se desenvolvem e como esses aspectos 
interferem na capacidade de aprender na pessoa do aluno, evitando uma 
atividade desvinculada com as capacidades humanas e os limites das 
possibilidades de cada pessoa. 
 
 O professor que negligencia alguns aspectos importantes das dinâmicas 
de desenvolvimento e aprendizagem corre o risco de não apenas deixar de 
ensinar, como também trazer problemas sérios à capacidade de aprender e se 
desenvolver dos alunos. 
 Todos nós temos uma maneira de nos comportar, em parte por conta da 
cultura, em parte por conta da influência genética, em parte por conta das 
nossas escolhas, incluindo as pessoas ao nosso redor que nos influenciam a 
todo instante. 
Formação do ser 
humano 
Todos se 
encontram 
sempre 
presentes 
Os três 
aspectos se 
articulam 
mutuamente 
Aspecto Motor 
Aspecto 
Cognitivo 
Aspecto 
Afetivo 
Tabela 1 - A preocupação da Psicologia Educacional volta-se para os conjuntos funcionais humanos 
(Motor, Afetivo e Cognitivo). 
Didática Geral 
 
 32 
 Algumas regras de desenvolvimento já existem graças à ciência 
moderna, da mesma forma isso acontece na capacidade dos seres humanos 
aprenderem. 
 Decorrente disso tudo vêm as questões: é possível aprender sem se 
desenvolver? Ou, do outro lado, é possível se desenvolver sem aprender? 
 As respostas a essas perguntas estão nas interessantes teorias do 
desenvolvimento e da aprendizagem. Por serem perguntas complexas, as 
respostas também o são. O único fato irrefutável é que ser professor sem 
conhecer cientificamente como se desenvolve e como aprende uma criança 
seria leviano e seria como aplicar uma atividade de ensino arriscando cometer 
erros que o conhecimento teórico nos teria evitado. 
Esta ciência, como sub-divisão da Psicologia e da Pedagogia, como 
áreas que se inter-relacionam, tem por objetivo fornecer um olhar pelas lentes 
da psicologia nos assuntos relacionados com o desenvolvimento da pessoa 
humana e de como a aprendizagem acontece decorrente de questões de 
ensino. O fim maior é o de proporcionar ao professor uma familiaridade com as 
questões decorrentes do natural desenvolvimento que costuma ocorrer com 
seus alunos, assim como as implicações com a aprendizagem, uma vez que 
para ensinar o professor deve conhecer a dinâmica de desenvolvimento dos 
alunos, como eles pensam, sentem e agem diante das circunstâncias de vida 
diária. 
Para se pensar sobre as questões Didáticas, como a forma de organizar 
as condições do ensino para os alunos e a interação entre a tríade professor – 
aluno – conhecimento a Psicologia Educacional favorece uma visão 
suficientemente boa para que tudo ocorra de uma forma muito natural, desde 
que respeitadas as características do desenvolvimento e da aprendizagem dos 
alunos como seres humanos. 
 Para que os professores possam exercer sua atividade de ensino eles 
precisam se situar sobre todas as variáveis envolvidas por esta atividade, como 
por exemplo, a forma de se desenvolver e aprender do seu aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Didática Geral 
 
 33 
 
 
RESUMO 
A Pedagogia, ao estudar a Educação, assume o papel de investigar outras 
ciências em busca de respostas que auxiliem na formação de um pensamento 
educativo. Desta forma, precisa formar uma visão de homem, de mundo, de 
sociedade e da cultura, e utiliza para isso a Filosofia, questionando coisas que 
auxiliem no levantamento de questões fundamentais para se exercer uma 
atividade educativa. 
 A Sociologia da Educação se preocupa mais especificamente como as 
pessoas socialmente se organizam e como a Educação se envolve com esse 
fator. É necessário um ambiente de criticidade, que garanta uma compreensão 
mais aprofundada do fenômeno que envolve a vida social, as condições de 
trabalho, as divisões de classe, a ideologia, etc. 
É dentro desse jogo de relações sociais que a escola se insere, que os 
professores trabalham e que os alunos se desenvolvem. No trabalho do 
professor está presente interesses dos mais diversos, sociais, políticos, 
econômicos, culturais; isso precisa ser bem compreendido pelo professor! 
Precisa ser compreendido também que tudo isso não é imutável, 
estabelecidas para sempre. As relações sociais são dinâmicas e passíveis de 
transformações pelos indivíduos pertencentes à sociedade. 
Para se garantir uma escolarização capaz de lutar pela democratização 
da sociedade, segundo Libâneo (1990) é necessária a atuação em duas 
frentes: a política e a pedagógica. A política tem caráter pedagógico, pois visa 
formar para a sociedade e para o envolvimento dos educadores nos 
movimentos sociais e sindicais, nas lutas organizadas em defesa da escola 
unitária, democrática e gratuita; a pedagógica tem caráter político, pois parte 
de representar interesses estratégicos de toda uma população e não apenas a 
elite. 
 A Psicologia Educacional preocupa-se em estudar como os aspectos 
físico-motor, intelectual

Outros materiais