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Aula 03 Noções de Direito Administrativo p/ PRF - Policial - 2014/2015 (Com videoaulas) Professor: Daniel Mesquita Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 03: Atos administrativos. SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 03 2 2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2 2.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 2.2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 8 2.3. ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 21 2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 27 2.4.1. EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 27 2.4.2. VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 28 2.4.3. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 35 2.5. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 38 2.5.1. ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 39 2.5.1.1. DECRETOS 39 2.5.1.2. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS E RESOLUÇÕES 40 2.5.2. ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 40 2.5.3. ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 41 2.5.3.1. LICENÇA 41 2.5.3.2. PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 42 2.5.3.3. APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 43 2.5.4. ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 43 2.5.5. ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 44 3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 45 3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 45 3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 46 3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 47 3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 49 3.4.1 INVALIDAÇÃO E DECADËNCIA 49 3.4.2 REVOGAÇÃO 60 3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 70 3.6 CADUCIDADE 74 Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 4) PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 74 5) RESUMO DA AULA. 79 6) QUESTÕES 88 7) REFERÊNCIAS 100 1) Introdução à aula 03 Que bom que você veio para a nossa aula! Nesta nossa aula 03 do curso de Direito Administrativo preparatório para o cargo de Policial (2014/2015) da PRF, falaremos do seguinte assunto: ³3 Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. 3.2 Invalidação, anulação e revogação. 3.3 Prescrição.´� Num concurso como este, em que a matéria é muito extensa, não há como você ler uma aula hoje e apreender tudo até o dia da prova. Por isso, programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos à luta! 2) Atos Administrativos 2.1. Conceito de ato administrativo. Antes de conceituarmos ato administrativo, devemos distinguir os conceitos de fato e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade humana. Ato, por sua vez, é manifestação de vontade praticada pelo homem. 6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos administrativos´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV� �H� QmR�PHURV� IHQ{PHQRV� da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. Para quem gosta de demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas, citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato administrativo da professora Di Pietro: ³SRGH-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito S~EOLFR�H�VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos. Também não pode se esquecer de que a Administração Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no mercado num ambiente de livre concorrência. Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010, p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não houve qualquer manifestação. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) A função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo Poder Executivo. Além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos. Gabarito: Errado. 2. (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± Oficial de Justiça) A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administração. O ato administrativo não abrange toda atividade desempenhada pela administração, representando apenas uma parcela da atuação da administração. Logo, está INCORRETA. 3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um banco estatal que celebra com o particular um contrato para fornecimento de cheque especial pratica um ato administrativo. 6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos administrativos´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV� �H� QmR�PHURV� IHQ{PHQRV� da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. O ato praticado não visa o interesse público, mas de particulares, por isso está errado!! Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 4. (CESPE ± 2010 - MPS ± Técnico Em Comunicação Social ± Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato administrativo. Cumpre ressaltar que nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo. Os atos administrativos são manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relaçãoao particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os atos praticados por estas não são considerados atos administrativos, mas atos privados da Administração. Assim se enquadra o contrato de abertura de conta-corrente. Gabarito: Errado. 5. (CESPE - 2012 - ANATEL ± Analista) A formalização de contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito de ato administrativo. Vimos que atos de empresas estatais se enquadram como ato privado da administração, pois não é unilateral e também não possui prerrogativas. Gabarito: Errado. 6. (CESPE ± 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função administrativa consiste em ato da administração. Vimos que os ³DWRV� DGPLQLVWUDWLYRV´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV�� unilaterais, expedidas pela administração pública ou por particular no Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. Os atos administrativos são espécies do gênero atos da administração. Entre os atos da administração temos: os atos de direito privado; os atos materiais da administração; atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; os atos políticos; os contratos; os atos normativos; e os atos administrativos propriamente ditos. Gabarito: Certo. 7. (CESPE - 2012± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico constitucional. Todo ato da administração está sujeito ao regime constitucional. Lembre-se de que os atos políticos não são considerados atos administrativos. Gabarito: Errado. 8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não podendo ser classificados, portanto, como atos da administração. A primeira parte do enunciado está correta. No entanto, se os atos citados são atos administrativas, consequentemente são atos da administração, já que são espécies destes últimos. Gabarito: Errado. 9. (CESPE - 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por órgãos administrativos. Sabemos que o sentido objetivo, material ou funcional da administração pública denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado. Desta forma, por tal critério, o ato administrativo surge do exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou entidade administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços públicos, ou seja, particulares no exercício delegado da função administrativa. Gabarito: Errado. 10. (CESPE - 2011 ± STM ± Analista Judiciário ± Administração) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em agentes investidos de prerrogativas estatais. Vimos que se pode definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei. Gabarito: Certo. 11. (CESPE - 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de encaminhamento de papéis e os processos. Os despachos não são manifestações unilaterais de vontade da administração revestidas de prerrogativas públicas, ou seja, são considerados meros atos. Gabarito: Errado. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.2. Elementos do ato administrativo; teoria dos motivos determinantes; procedimento administrativo. O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do elemento faltante, inexistente. A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade. Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos elementos do ato administrativo. Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos elementos do ato administrativos. Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências, mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do interesse público. *Pensou em sujeito ± pense em capacidade e competência!* Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo. Portanto, SINAL DE ALERTA! Primeiramente, importante observar as características da competência exercida pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437), com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de Mello: x de exercício obrigatório; x irrenunciável; x intransferível; x imodificável pela vontade do agente; x imprescritível (o não exercício não extingue a competência); x improrrogável (não se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato, salvo se a lei assim determinar). CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de que, apesar das características de irrenunciabilidade e intransferibilidade,a competência pode ser objeto de delegação e avocação. A delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). MUITO CUIDADO ± EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO: A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita (a) de editar atos normativos; (b) de decidir recursos administrativos; e (c) das matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº 9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos, são elas: x o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar; x pode haver delegação de competências a órgãos não subordinados; x a delegação pode ser parcial; x ela deve ser feita por prazo determinado; x a autoridade delegante pode permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta com a delegatária. Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência, ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440). Tamanha a relevância do que tratado nesse ponto, apresentamos dois itens de concursos públicos em que a matéria foi cobrada, vejamos: 12. (CESPE ± 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto) Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o objeto da delegação. Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de delegação. O art. 11 do DL �������GLVS}H�TXH� ³D�GHOHJDomR�GH�FRPSHWrQFLD� será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a DWHQGHU´�� Ocorre que, o Decreto nº 83.937/79, que regulamenta o GLVSRVLWLYR��DILUPD��HP�VHX�DUW����TXH�³o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em YLJRU�QR�kPELWR�GD�$GPLQLVWUDomR�'LUHWD�H�,QGLUHWD´� Assim o item está errado. 13. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Taquigrafia - Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos motivos determinantes. A teoria dos motivos determinantes de aplica tanto aos atos vinculados quanto aos discricionários. De acordo com Hely Lopes Meirelles o ato discricionário confere ao administrador uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo obrigatória a motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. Resposta: certo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 14. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente subordinados ao órgão originalmente competente, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Observem que essa questão caiu para Titular de Serviços de Notas e de Registros e que vocês tem pleno conhecimento para responder. É um boa questão, pois tem um peguinha interessante. Não confundam a FDUDFWHUtVWLFD� ³LUUHQXQFLiYHO´� FRP� ³H[FOXVLYD´�� (X� H[SOLFR�� Todas as competências administrativas são irrenunciáveis. O agente não pode simplesmente abrir mão delas. Acontece que algumas competências são delegáveis, enquanto outras jamais poderão ser delegadas, ou seja, são exclusivas (ex: decisão de recurso e elaboração de ato normativo). Se alguém pensou em marcar a questão como errada por conta do WHUPR� ³LUUHQXQFLiYHO´�� GHYH� OHPEUDU� TXH� HVVD� p� XPD� FDUDFWHUtVWLFD� GH� todos os atos. Portanto, a resposta está correta. 15. (CESPE/2011 ± PC/ES ± Perito Papiloscópico) O poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou seja, o requisito da competência. A competência é de fato o requisito ou elemento do ato administrativo que se traduz no poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo. Gabarito: Certo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 16. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de delegação. Abra o olho! Você não pode errar esse tipo de questão destacada em aula! A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência: (d) de editar atos normativos; (e) de decidir recursos administrativos; e (f) das matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Gabarito: Errado 17. (CESPE - 2012 ± DPE/RO ± Defensor Público) A competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos normativos. É verdade que a competência é um dos elementos ou requisitos do ato administrativo, sendo irrenunciável, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. No entanto, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência de editaratos normativos. Gabarito: Errado. 18. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A delegação da competência para a realização de um ato administrativo configura a renúncia da competência do agente delegante. Como disse em aula, a delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). Gabarito: Errado. 19. (CESPE - 2010 ± MPS ± Agente Administrativo) A competência é delegável, mas não é passível de avocação. De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.784/99, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Portanto, é possível tanto a delegação quanto a avocação de competência. Gabarito: Errado. Vamos continuar no estudo dos elementos do ato administrativo. Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento forma. Com relação a esse elemento, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela tem duas acepções: a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta; b) em sentido amplo��D�IRUPD�LQFOXL�³WRGDV�DV�formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à SXEOLFLGDGH�GR�DWR´� A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o informalismo do ato administrativo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o objeto. O objeto é o conteúdo material, é o que o ato realiza, é a resposta jV�VHJXLQWHV�SHUJXQWDV��³2�TXr�p�R�DWR"´��³3DUD�TXr�VHUYH�R�DWR"´��2� objeto deve ser lícito, certo e moral. Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos doutrinadores como expressões sinônimas. Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a finalidade é outro elemento do ato administrativo. Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público, conforme verificaremos abaixo): a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir ao praticar o ato. b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse público, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do interesse público; Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de poder. Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440) Assim, temos o importante quadro ± SINAL DE ALERTA: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser definido como a causa imediata do ato administrativo, é a situação de fato (ocorrida no mundo empírico) e de direito (previsão legal ou o princípio) que determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444). Nesse tema, três questões são relevantes para concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e motivação; (II) o fundamento da motivação dos atos administrativos; e (III) a teoria dos motivos determinantes. A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel, motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399). Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa a representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos. O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato e decorre do princípio da transparência. Assim, temos o seguinte quadro conceitual: Motivo Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Móvel Intenção do agente ao praticar o ato. Motivação Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. IMPORTANTE! O fundamento da motivação dos atos administrativos é tema que pode auxiliar o aluno no momento de Desvio de poder ± vício na finalidade Abuso de poder Excesso de poder ± vício na competência Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita julgar itens de alta complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno absorva esse ponto da matéria. Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos GHFRUUHULD��³HVSHFLDOPHQWH��GR�IDWR�GH�RV�DJHQWHV�HVtatais lidarem com a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais ² integral, majoritária ou mesmo parcialmente ² pertencer ao Estado, isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à própria idéia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que DJLX�OHJDO�H�LPSDUFLDOPHQWH´��WH[WR�H[WUDtGR�GR�,QIRUPDWLYR�67)�Q����� ± o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do Ministro Joaquim Barbosa). Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo, pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes. A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicadoscomo seu fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso contrário, o ato será inválido. Esse é o entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da mesma Corte. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato pode ser retirado do ordenamento. Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do contrato com as escolas. Por fim, com relação ao conceito de procedimento administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um ato complexo. Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de um ato administrativo principal. Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.). Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor, o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo ± fato ± e Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei), requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas). Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto. O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato administrativo é o SUJOBMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e finalidade. Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos. Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos em frente! 20. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a exposição escrita da razão que determinou a prática do ato. Motivo Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Motivação Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. Gabarito: Errado. 21. (CESPE - 2012 ± TJ/AC ± Juiz) O motivo, como pressuposto de fato que antecede a prática do ato administrativo, será Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita sempre vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a apreciações subjetivas por parte da administração. O motivo pode ser expresso em lei ou a lei pode dar margem para escolha (decisão). Portanto, o motivo pode ser um elemento vinculado ou discricionário. Gabarito: Errado 22. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) O motivo do ato administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e psicológica que corresponde à vontade do agente público. Como vimos, o motivo se distingue de móvel porque este designa a representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos. Gabarito: Errado. 23. (CESPE - 2010 ± INSS ± Perito Médico Previdenciário) A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder. Caracteriza o desvio de finalidade ou de poder a alteração da finalidade expressa ou implicitamente imposta no ordenamento legal. Gabarito: Certo. 24. (AFCE ± TI ± CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A forma é considerada elemento vinculado, ou seja, a forma é prescrita ou não vedada em lei. No entanto, quando a lei não a exigir como essencial, mesmo tendo sido adotada outra forma, o ato não será considerado nulo. Por outro lado, sempre que a lei expressamente a exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato. Gabarito: Certo. 2.3. Atributos (ou características) do ato administrativo. O primeiro ponto que costuma cair em concurso relativo aos atributos é a sua diferenciação com relação aos elementos. Enquanto estes são necessários para a própria formação e validade do ato, aqueles são as características comuns aos atos administrativos. De modo geral, a doutrina identifica os seguintes atributos dos atos administrativos: x presunção de legitimidade (e veracidade) ± presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário) de que os atos estão adequados ao direito e verídicos quanto aos fatos. Conseqüências disso: auto-executoriedade e inversão do ônus da prova (Alexandrino, 2010, p. 458); x imperatividade ± os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância, criando obrigações ou impondorestrições. Decorre do poder extroverso do Estado ± prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo, possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros (Bandeira de Mello, 2010, p. 419); x Autoexecutoriedade ± Se subdivide em: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita o Exigibilidade ± esse atributo é definido por Bandeira de Mello ������� S�� ����� FRPR� D� ³TXDOLGDGH� HP� YLUWXGH� GD� TXDO� R� Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que LPS{V´�� ,VVR� TXHU� GL]HU� TXH� DOJXQV� DWRV� DGPLQLVWUDWLYRV� impõem ao particular uma obrigação de fazer ou de dar, mas não chegam ao ponto de autorizar a Administração a promover uma coação material para que o particular execute o ato. o Executoriedade ± é o atributo que possibilita ao Poder Público implementar materialmente o ato administrativo, podendo, inclusive, se valer do uso da força sem a necessidade de autorização judicial prévia. A administração pode se valer desse atributo quando SINAL DE ALERTA!: a) a lei autoriza (p. ex: apreensão de produtos alimentícios comercializados sem a aprovação da ANVISA); ou b) em situações de urgência, em que o ato é condição indispensável para a garantia do interesse público (p. ex: retirada dos moradores de um prédio com risco de desabamento). Esse atributo não chega a autorizar a execução pela Administração de multas devidas pelo cidadão (a única hipótese em que isso é possível é na situação prevista no art. 80, III, da Lei nº 8.666/93, em que a Administração pode subtrair da garantia prestada pelo contratado o valor da multa aplicada pela falha na execução). Em resumo, temos o seguinte quadro com as características principais de cada um dos atributos: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Presunção de legitimidade Autoexecutoriedade Imperatividade Presunção juris tantum de que os atos correspondem aos fatos e ao direito aplicável. Exigibilidade O Estado pode exigir de terceiros o cumprimento de obrigações, mas não chega ao ponto de promover coação material Executoriedade O Estado pode implementar materialmente o ato, sem a necessidade de autorização judicial, com autorização legal ou em urgência. Os atos administrativos se impõem a terceiros. Desse modo, apresentamos a sigla para você não se esquecer dos atributos ou características dos atos administrativos. 25. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados ± Analista) Em decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial, interditar determinado estabelecimento comercial. Exatamente o que está no quadro! Na Executoriedade, subclassificação da autoexecutoriedade, o Estado pode implementar materialmente o ato, sem a necessidade de autorização judicial, com autorização legal ou em urgência. Gabarito: Certo. PAI Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 26. (CESPE - 2010 ± MS ± Analista Técnico- Administrativo) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de legitimidade. Vimos que a presunção de legitimidade é confere presunção juris tantum (relativa) aos atos administrativos, ou seja, é uma presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário. Gabarito: Errado. 27. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) Inerente aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova em contrário. Vimos que a presunção de legitimidade é um atributo e não um princípio, presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário). Gabarito: Errado. 28. (CESPE ± 2013 ± CNJ ± Analista Judiciário ± Área Judiciária) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações. Pessoal, nem todos os atos administrativos são imperativos. Logo, está INCORRETA. 29. (CESPE - 2011 - IFB ± Professor) Por meio da imperatividade, uma das características do ato administrativo, exige-se do particular o cumprimento do ato, ainda que este contrarie disposições legais. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como vimos a imperatividade dos atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância, criando obrigações ou impondo restrições. Decorre do poder extroverso do Estado ± prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo, possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros (Bandeira de Mello, 2010, p. 419); Nenhum terceiro deverá cumprir ato ilegal! Gabarito: Errado. 30. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) A cobrança de multas, em caso de resistência do particular, é um ato administrativo autoexecutório. O atributo da autoexecutoriedade não chega a autorizar a execução pela Administração de multas devidas pelo cidadão. A imposição da é um ato imperativo e decorre do exercício do poder de polícia, sua execução (obrigar pagamento) poderá ser efetivada pela via judicial. Gabarito: Errado. 31. (CESPE - 2011 ± TCU ± AFCE) A presunção de legitimidade, como atributo do ato administrativo, representa a faculdade ou a prerrogativa conferida à administração pública para impor, unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na esfera alheia independentemente de anuência prévia. Vimos que os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância, criando obrigações ou impondo restrições. Esse atributo é o da imperatividade. A presunção de legitimidade é o atributo que goza o ato administrativo de se presumir sua consonância, conformidade, com o direito. Gabarito: Errado. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 32. (CESPE - 2010 ± AGU ± Agente Administrativo) No caso de um administrado alegar a existência de vício de legalidade que invalide determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá fundamentar sua alegação com provas dos fatos relevantes, por força da obrigatoriedade de inversão do ônus da prova, originada no princípio da presunção de legitimidade do ato administrativo. A presunção de legitimidade dá a garantia à Administração de que seus atos serão observados na medida em que se presume produzidos de acordo com a lei. Assim, aquele que contesta tal presunção deve demonstrar por meio de provas suas alegações. Desta forma, trata-se de inversão do ônus da prova. Gabarito: Certo. 33. (CESPE - 2010 ± AGU ± Contador) O ato administrativo, uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que esteja eivado de vícios. Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo, assim, o ato deve ser cumprido até que se prove o vício, para que seja anulado. Gabarito: Certo. 34. (CESPE - 2011 ± TJ/ES ± Analista Judiciário ± Administrativa) Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá normalmente seus efeitos. Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo, assim, o ato deve ser cumprido, produzindo seus efeitos, até que se prove o vício, para que seja anulado. Gabarito: Certo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.4. Classificação dos atos administrativos 2.4.1. Existência, validade, eficácia e exeqüibilidade A distinção tratada neste ponto pode parecer, a primeira vista, um tanto quanto teórica e não muito importante. Não se engane, concursando, o seu concorrente está estudando este tópico e ele já foi cobrado em outras provas! Por isso, avante! O ato administrativo é perfeito e passa a existir quando completa todas as suas fases de elaboração. Ele é válido quando expedido em conformidade com as exigências do ordenamento. É eficaz quando está pronto para produzir efeitos. Os efeitos podem ser típicos (previstos na norma) ou atípicos. Estes são divididos em preliminares ou prodrômicos (efeitos do ato a partir de sua edição até a produção dos efeitos típicos) e reflexos (os que atingem relações jurídicas de terceiros). Carvalho Filho (2005, p. 103) distingue a eficácia da exequibilidade. Esta ocorreria no momento em que a Administração pode dar operatividade ao ato, ou seja, executá-lo por completo. O ato pode ser eficaz e inexeqüível quando já transcorridas todas as fases para sua edição, mas, em virtude de determinação constante do próprio ato, ele só pode ser executado a partir de determinado momento. Dessas definições, pode-se concluir que o ato é: a) perfeito quando completou o seu ciclo de formação e está apto a produzir efeitos; b) imperfeito quando não completa o seu ciclo de formação; c) inválido quando está em desacordo com as leis ou os princípios jurídicos; d) ineficaz quando não está apto a produzir efeitos; Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita e) inexequível quando a Administração ainda não pode executar o seu comando. Os atos são editados para serem perfeitos, válidos e eficazes. Contudo, pode-se identificar a ocorrência de atos (a) perfeitos, inválidos e eficazes; (b) perfeitos, válidos e ineficazes; (c) perfeitos, inválidos e ineficazes. A hipótese (a) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de formação (perfeito) e se impõe ao administrado em razão de seus atributos de presunção de legitimidade e de imperatividade (eficaz). Contudo, posteriormente, se verifica que ele foi editado contra determinada norma jurídica (inválido). A hipótese (b) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de formação (perfeito), está de acordo com o ordenamento (válido), mas o administrador, ao editá-lo, impôs uma condição suspensiva ou um termo para que o ato comece a produzir efeitos após a ocorrência de evento futuro (ineficaz), é o chamado ato pendente (Alexandrino, 2010, p. 433). A hipótese (c) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de formação (perfeito), encontra-se em desconformidade com o ordenamento (inválido) e foi editado com uma condição suspensiva ou um termo (ineficaz). E quando o ato já completou seu ciclo de formação, é válido e já produziu todos os efeitos para os quais ele foi criado? Nesse caso, classifica-se esse ato como consumado. 2.4.2. Vinculação e Discricionariedade Passando essa matéria para você, eu me lembro o quanto era dura a minha rotina de concursando. Fazia curso pela manha, trabalhava 7 horas por dia no STJ e ficava na biblioteca da UnB até as 23:30. O Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita concursando é um verdadeiro guerreiro! Ele não pode se perder no caminho traçado para o sucesso, deve manter o foco para não dar chance para a concorrência. No estudo desse ponto (vinculação e discricionariedade) você deve ter HP� PHQWH� D� VHJXLQWH� H[SUHVVmR� ³JUDX� GH� OLEHUGDGH´�� SRLV� D� YLQFXODomR�RX�D�GLVFULFLRQDULHGDGH�GHSHQGH�MXVWDPHQWH�GHVVH�³JUDX�GH� OLEHUGDGH´� FRQIHULGR� SRU� OHL� SDUD� DYDOLDU� VH� R� DWR� p� YLQFXODGR� RX� discricionário. Se não há margem alguma de liberdade, pois a lei determinou que o único comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a hipótese era aquele, o ato praticado é vinculado. Nesse caso, a atuação do administrador encontra-se tipificada na lei, não há avaliação acerca de conveniência e oportunidade (=mérito), ele está amarrado às imposições legais. E quando a lei deixa alguma margem de liberdade para o administrador avaliar a situação, o que ocorre? Nesse caso, quando o administrador se depara com alguma margem de liberdade para decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de um ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá dos critérios de conveniência e oportunidade para tomar decisões. Assim temos: A lei não dá margem de liberdade ato vinculado A lei confere alguma margem de liberdade ato discricionário. Podemos exemplificar que há discricionariedade em um ato administrativo quando: a) A lei prevê dois ou mais atos possíveis para se chegar ao resultado previsto; Juízo de mérito = conveniência + oportunidade Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.brFacebook: Daniel Mesquita b) A lei prevê apenas o resultado, mas não a forma de se chegar até ele; c) Apresenta conceitos indeterminados que devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p. ex: boa-fé, moralidade pública etc.). O poder discricionário existe porque a atividade administrativa é dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas as situações presentes e futuras de possível ocorrência para a Administração. Caso o administrador se depare com uma situação para qual a lei confira margem de decisão, deve escolher a alternativa que mais se adéque ao interesse público. O Poder Judiciário, salvo em situações excepcionais, não pode se inserir no mérito administrativo para declarar inválido um ato administrativo discricionário. É vedado ao juiz substituir a discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta à separação dos poderes. Por essa razão é que os tribunais vêm entendendo que não podem alterar o gabarito de questões de concurso ou conferir a um candidato uma pontuação superior em uma prova de títulos se não há previsão expressa no edital (STJ: RMS 23878 e RMS 32464). O ato discricionário não se confunde com ato arbitrário. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais e arbítrio é ação contrária ou que transborda os limites da lei. O primeiro é legal, o segundo é ilegal e inválido. Também não se pode confundir o ato discricionário com uma situação de ausência absoluta de regulamentação. O ordenamento jurídico, a partir da Constituição, molda os atos administrativos por meio de princípios e regras gerais, como o princípio da moralidade, da $WR�GLVFULFLRQiULR��$WR�DUELWUiULR Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita supremacia do interesse público, a regra do teto constitucional do servidor público etc. Assim, não há ato administrativo praticado com liberdade absoluta ou com margem total e irrestrita de liberdade. O ato discricionário não dispensa a lei, nem se exerce sem ela (Bandeira de Mello, 2010, p. 432). Mais um ponto de divergência doutrinária no estudo do ato administrativo é a avaliação de quais os elementos do ato são discricionários e quais são vinculados. Di Pietro (2009, p. 214-216) entende que pode haver discricionariedade na finalidade em sentido amplo (interesse público), porquanto a lei se refere a ela usando expressões vagas. Também pode haver discricionariedade no motivo, quando a lei não o definir ou o definir utilizando expressões vagas, e no objeto (ou conteúdo), quando houver vários objetos possíveis para atingir o mesmo fim. Carvalho Filho (2005, p. 88-91), por sua vez, entende que o objeto e o motivo podem ser vinculados ou discricionários. Bandeira de Mello (2010, p. 433) afirma, por outro lado, que a lei pode deixar margem de liberdade de apreciação nos seguintes elementos: momento, forma, motivo, finalidade e conteúdo. Elementos discricionários do ato Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello objeto Objeto conteúdo motivo Motivo motivo finalidade em sentido amplo finalidade momento forma Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Essa divergência doutrinária se justifica na pluralidade de tratamento que a lei dá sobre a matéria. Se a lei prevê dois procedimentos para a elaboração de determinado ato, a forma será discricionária, se para um mesmo ato a lei destacar duas finalidades, este elemento será discricionário. Assim, a análise da vinculação ou discricionariedade do elemento do ato administrativo depende da normatização do caso concreto. Nos concursos públicos, se for cobrado quais elementos do ato são discricionários e quais são vinculados, o examinador deve indicar ao concursando qual doutrina está sendo seguida, se não indicar, a posição majoritária: motivo e objeto. Porém, como as bancas algumas vezes GLYHUJHP�EDVWDQWH��QDGD�PHOKRU�GR�TXH�LU�EXVFDU�D�UHVSRVWD�³QD�IRQWH´�� A seguir, veja uma posição bem atual do CESPE sobre esse tema: 35. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos indeterminados. Um exemplo de ato administrativo que tem discricionariedade é aquele que apresenta conceitos indeterminados, que devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p. ex: boa-fé, moralidade pública etc.). Logo, está CORRETA 36. (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± Analista Superior) Os elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a competência, a finalidade e a forma. Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Os elementos que são sempre vinculados em um ato administrativo são a competência, a finalidade e a forma. O motivo e o objeto são elementos que podem ser vinculados ou discricionários. Logo, está CORRETA e assim foi considerado pela banca do seu concurso. Logo, leve essa informação para a sua prova. 37. (CESPE ± 2013 ± TELEBRAS ± Assistente Administrativo) O motivo, que autoriza a prática do ato administrativo, representa um pressuposto subjetivo, por estar relacionado ao agente público, e é reconhecido como requisito de natureza vinculatória. Essa questão está no mesmo sentido que a anterior. O motivo representa um pressuposto objetivo e pode ser vinculado ou discricionário. Logo, está INCORRETA. 38. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) Ato administrativo vinculado é aquele que depende de requerimento do interessado para ser praticado. Se não há margem alguma de liberdade, o ato é vinculado. Não há que se falar em requerimento, o ato já está previsto em lei. Gabarito: Errado. 39. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Psicologia) Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos indeterminados. Conforme estudamos, os atos discricionários podem vir a ocorrer quando o administrador está diante de um comando legal que o determina a agir mas que traz em si conceitos abertos, como é o caso, por exemplo, de probidade e boa-fé. Resposta: certo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita40. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Psicologia) Os atos vinculados são passíveis de revogação. Conversamos sobre isso durante a aula, meus caros. Se o ato estava dentro da margem de discricionariedade do administrador público, ou seja, o ato é discricionário, então pode ser objeto de revogação, por critérios de conveniência e oportunidade. Os atos vinculados são passíveis de anulação. Resposta: errado. 41. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A revogação, uma das formas de extinção dos atos administrativos que faz cessar os efeitos do ato precedente considerado inoportuno ao atual interesse administrativo, justifica-se pela conveniência e oportunidade da administração e tem necessariamente efeitos ex nunc. A assertiva foi considerada correta pela banca. Em regra, os efeitos da revogação são ex nunc e fazem cessar os efeitos do ato a partir do momento da revogação. Resposta: Certo. 42. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) No que se refere aos atos administrativos e aos direitos e deveres do servidor público, julgue os itens seguintes. A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à data em que ele tiver sido praticado. A anulação de um ato administrativo é que produz efeitos retroativos, ou seja, ex tunc. Gabarito: Errado. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 43. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos. Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto não só da legalidade, mas também do mérito. Todo ato administrativo é passível de controle de legalidade, tanto o vinculado como o discricionário. Já o controle sob o aspecto do mérito só é possível no ato discricionário. Gabarito: Correto. 44. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos. O poder de revogação de ato administrativo por parte da administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas que não rendem ensejo à revogação. De fato o poder de revogação da Administração Pública é limitado. São alguns exemplos: Não podem ser revogados os atos vinculados; Não se pode revogar os atos que já exauriram os seus efeitos; Não se pode revogar quando a autoridade já exauriu a sua competência; Não podem ser revogados os atos enunciativos; Não podem ser revogados os atos que gerem direitos adquiridos, entre outros. Gabarito: Correto. 2.4.3. Outras classificações dos atos administrativos. Quanto às prerrogativas os atos administrativos se dividem em: atos de império (emitidos com os atributos gerais dos atos administrativos) e atos de gestão (emitido com as características Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita comuns dos atos dos particulares, p. ex.: quando a Administração aluga um imóvel ou vende um bem de uma empresa pública). Quanto à formação da vontade os atos se distinguem em: simples, complexos e compostos. É simples o ato editado por um só órgão (seja esse órgão composto de uma ou de várias autoridades, como ocorre, por exemplo, em um julgamento colegiado). E qual seria a distinção entre o ato complexo e o composto? É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos. Esses dois órgãos realizam um ato único e só após a passagem pelo segundo órgão o ato é perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de servidor público ± é realizada pelo órgão do qual o servidor faz parte e pelo Tribunal de Contas; nomeação de desembargador por meio de lista tríplice ± o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o Presidente da República escolhe um nome). Basta lembrar da regra do 2 x 1. Já o ato composto é aquele em que um órgão promove dois atos secundários para a realização de um ato principal (ex: parecer técnico e opinativo ± o servidor faz o parecer ± ato secundário ± e a autoridade superior aprova ± ato principal). Basta lembrar da regra do 1 x 2. Esses são os conceitos de atos complexos e compostos mais aceitos, especialmente após a edição da Súmula Vinculante nº 3 do STF, que caracterizou o ato de aposentadoria como um ato complexo. Contudo, Di Pietro possui entendimento diverso. Ela entende que a nomeação de uma autoridade pelo Presidente, após a sabatina do Senado, é um ato composto. Quanto aos destinatários, os atos são gerais ou individuais (ex: decreto de desapropriação de uma determinada área). Os atos gerais se subdividem em concretos (ex: edital de um concurso público) e abstratos (ex: regulamento). Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 45. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a que estava vinculado o servidor. Que lindo! O mesmo exemplo dado em aula! Vamos revisar o conceito e exemplo? É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos. Esses dois órgãos realizam um ato único e só após a passagem pelo segundo órgão o ato é perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de servidor público ± é realizada pelo órgão do qual o servidor faz parte e pelo Tribunal de Contas; nomeação de desembargador por meio de lista tríplice ± o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o Presidente da República escolhe um nome). Basta lembrar da regra do 2 x 1. Gabarito: Certo. 46. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos indeterminados. Dei como exemplo de ato administrativo que tem discricionariedade, aqueles apresentam conceitos indeterminados que devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p. ex: boa-fé, moralidade pública etc.). Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Gabarito: Certo. 47. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Em uma situação de decisão,a possibilidade de o agente público adotar mais de um comportamento, de acordo com a ótica da conveniência e da oportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa. Quando administrador se depara com alguma margem de liberdade (possibilidade de o agente público adotar mais de um comportamento) para decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de um ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá dos critérios de conveniência e oportunidade para tomar decisões. Gabarito: Certo. 48. (CESPE - 2012 ± DPE/RO ± Defensor Público) São exemplos de atos de gestão a desapropriação de um bem privado, a interdição de um estabelecimento comercial e a apreensão de mercadorias. A desapropriação, a interdição e a apreensão de mercadorias são atos de império, caracterizados pelo poder de coerção estatal, ou seja, a Administração atua com superioridade, com poder de império (jus imperii). Já os atos de gestão são aqueles em que a administração atua em patamar de igualdade com o administrado, ou seja, despida de prerrogativas, de poder de império. Gabarito: Errado. 2.5. Atos administrativos em espécie Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino (2010, p. 464-477) agrupam os atos administrativos em cinco espécies: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.5.1. Atos administrativos normativos São os atos que contêm um comando geral editado pela Administração, buscando promover a melhor execução da lei. Diz-se que são leis em sentido material, uma vez que possuem comando geral e abstrato, mas não são leis em sentido formal porque não são editados pela vontade do povo por meio dos órgãos legislativos e não podem inovar no ordenamento jurídico. Os principais atos administrativos normativos são: 2.5.1.1. Decretos São atos de competência exclusiva dos chefes do Executivo cuja função precípua é regulamentar a lei, buscando uma maior efetividade na sua execução, sem contrariá-la ou tratar de matérias que ela não trata (decreto regulamentar ou de execução). Excepcionalmente os decretos se caracterizam como ato legislativo primário (decreto autônomo). O decreto pode ser normativo e geral ou especifico e individual. Até a edição da EC 32/2001, os decretos poderiam ser apenas de natureza regulamentadora ou de execução. Essa emenda autorizou a criação de decretos autônomos, ou seja, aqueles que dispõem sobre matéria ainda não regulada especificamente em lei e, por isso, classificados como primários. O decreto autônomo, no Brasil, só pode ser editado para a organização e funcionamento da administração, desde que não implique em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e para a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos (art. 84, VI, da CF). A medida provisória não é considerada um ato administrativo normativo, porque é norma decorrente do poder legiferante primário ou direto (art. 59, V, da CF). Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O decreto regulamentar ou de execução é o que visa a explicar a lei e facilitar sua execução, aclarando seus mandamentos e orientando sua aplicação, ou seja, buscam a aplicação efetiva do comando legal aos particulares. 2.5.1.2. Instruções normativas, regimentos, regulamentos e resoluções Instruções normativas são expedidas pelos Ministros de Estado ou por Presidentes de autarquias e fundações para a execução das leis, decretos e regulamentos (art. 87, parágrafo único, II, da CF). Regimentos são atos administrativos que regem o funcionamento interno de órgãos. São normas gerais de organização interna imponíveis aos que trabalham no órgão e não aos cidadãos em geral, por isso os regimentos são também denominados atos regulamentares internos e não precisam ser publicados em diário oficial, apenas em boletim interno. Os regulamentos, atos regulamentares externos, normatizam situações gerais e estabelecem relações jurídicas entre a Administração e os administrados. Resoluções, por outro lado, são atos normativos expedidos pelos órgãos administrativos de cúpula dos Ministérios, Tribunais, Procuradorias, etc. para regular pontos específicos do funcionamento interno do órgão. 2.5.2. Atos administrativos ordinatórios São os que disciplinam o funcionamento interno da Administração e a conduta funcional dos servidores. Esses atos só interessam aos agentes da Administração. Emanam do poder hierárquico e, por isso, podem ser expedidos por qualquer chefe aos seus subordinados, mas não podem inovar quanto à legislação existente, salvo para dispor acerca de aspectos procedimentais de rotina de trabalho. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita São exemplos de atos ordinatórios, conforme definição de $OH[DQGULQR� �������S�������� ³instruções (orientações aos subalternos relativas ao desempenho de uma dada função), as circulares internas (atos que visam a uniformizar o tratamento conferido a determinada matéria), as portarias (como uma portaria de delegação de FRPSHWrQFLDV��RX�XPD�SRUWDULD�GH�UHPRomR�GH�XP�VHUYLGRU�´� Destacam-se, também, as ordens de serviço (determinações dirigidas aos contratados pela Administração para a execução de obras ou serviços), os ofícios (comunicações entre autoridades) e os memorandos (comunicações entre superiores e subalternos). 2.5.3. Atos administrativos negociais São manifestações que representam uma anuência conferida pelo poder público ao particular. Recebem essa designação, porque, embora se caracterizem como atos unilaterais, trazem um conteúdo que manifesta um interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não chegam a adentrar na esfera contratual. Produzem efeitos concretos apenas para o poder público e o particular envolvido. Além disso, os atos negociais geram direitos e obrigações para as partes. Dentre as obrigações do particular que recebe o consentimento da Administração está a de cumprir as condições de fruição do objeto conferido pelo ato. 2.5.3.1. Licença É ato unilateral pelo qual a Administração, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490). Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licença como: ³/LFHQoD� p� ato vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência prévia da administração pública Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 101 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook:
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