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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS . CAD. DIDÁT.

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1    ANÁLISE DE INVESTIMENTO
O objetivo deste artigo é de explanar as características da análise de investimento, assim como, as formas e ferramentas utilizadas com esse propósito. Embora existam diversas técnicas para a análise de investimento, ater-se-á às mais difundidas na bibliografia específica e mais utilizadas pelos gestores financeiros.
A análise de investimento reside no emprego de técnicas especificas oriundas dos princípios financeiros com o objetivo de identificar a melhor opção entre diferentes possibilidades de investimento. Tecnicamente a análise se fundamenta em equações que tenham como objetivo específico identificar e mensurar se existe ou não viabilidade em um determinado investimento, ou seja, se existe ou não rentabilidade e, caso exista, quão rentável o é. 
De acordo com Kuhnen e Bauer:
 O conceito de análise de investimento pode hoje ser um conjunto de técnicas que permitem a comparação entre resultados de tomada de decisões referentes a alternativas diferentes de uma maneira científica. (Kuhnen e Bauer, 2001, p. 389).
Sendo assim, é correto afirmar que a análise de investimento consiste em uma ferramenta fundamental e indispensável ao investidor com o propósito de demonstrar se pode ou não realizar o investimento em questão. Isso se faz importante uma vez que pode minimizar os riscos da operação.
Evidentemente que não se pode tratar de análise de investimento sem considerar o risco.
De acordo com Gitman (2004, p. 184) “fundamentalmente, risco é a possibilidade de perda financeira. Os ativos considerados mais arriscados são os que oferecem maiores possibilidades de perda financeira.”
Sendo assim, conclui-se que o risco é inerente ao investimento, ou seja, não existe operação de investimento sem risco. Por outro lado, também é correto afirmar que quanto maior a possibilidade de ganho/retorno, maior é o risco associado ao investimento.
Gitman (2004, p. 184) afirma que “retorno é o ganho ou perda total sofrido por um investimento em certo período.”
1.1         Formas de análise
As formas de análise mais difundidas e mais utilizadas são:
      Análise do Valor Presente Líquido – VPL
      Análise da Taxa Interna de Retorno – TIR
      Análise do Pay-Back
      Análise dos Índices Financeiros
      Economic Value Added (EVA®) – Valor Econômico Adicionado (VEA)
1.2         Análise através do valor presente líquido – VPL
A análise do valor presente líquido, ou NPV (Net Present Value) na expressão em inglês, trata-se de uma técnica onde os saldos de caixa futuros de um empreendimento são descontados a valor presente considerando-se uma determinada taxa de juros. Em resumo, o cálculo do valor presente líquido traz ao valor atual os saldos de caixa projetados.
Segundo Warren, Reeve e Fess:
O método do valor presente líquido (VPL) analisa as propostas de investimento de capital comparando o investimento de caixa inicial e o valor presente dos fluxos de caixa líquidos. [...] A taxa de juros (retorno) utilizada nas análises de valor presente líquido é estabelecida pela gerência. Essa taxa em geral baseia-se em fatores como natureza do negócio, objetivo do investimento, custo dos fundos de garantia para o investimento e taxa de retorno mínimo desejável. (Reeve e Fess, p. 356).
O resultado do cálculo do valor presente líquido deve ser interpretado da seguinte forma:
Quando o VPL for menor que zero, o investimento é inviável, isso porque os resultados de caixa futuros não serão suficientes para remunerar e recuperar o capital investido, pelo contrário, nesse caso, o rendimento será negativo apresentado perda de recursos. Se igual a zero, é indiferente, pois também não será capaz de remunerar o investimento, mas não ocorrerá perda do capital investido.
Por outro lado, quando o valor presente líquido for maior do que zero, afirma-se que o investimento é viável, pois será capaz de garantir e remunerar o capital investido.
Assim:
VPL< 0 inviável
VPL = 0 indiferente
VPL > 0 viável
A fórmula para o cálculo do valor presente líquido é: 
VPL = ∑ FCt / (1 + k)t
Onde:
VPL Valor presente líquido
FC t é o fluxo de caixa para o período t 
k é a taxa de corte ou retorno mínimo exigido
O exemplo a seguir demonstra o cálculo do fluxo de caixa para um investimento inicial de $ 45.000 com saldos de caixa para os cinco anos seguintes de $ 28.000, $ 12.000, $ 10.000, $ 10.000 e $ 10.000 respectivamente, e taxa de retorno considerada de 10% ao ano.
Assim teremos:
Valor presente do período 1: 25.455
Valor presente do período 2: 9.917
Valor presente do período 3: 7.513
Valor presente do período 4: 6.830
Valor presente do período 5: 6.209
Valor Presente Líquido de $ 10.924
O resultado obtido no exemplo acime leva a conclusão que esse investimento seria viável, pois é capaz de remunerar o capital à uma taxa de retorno superior a desejada.
Normalmente a análise de investimento através do cálculo do valor presente líquido ocorre com mais de uma alternativa de investimento com o propósito de poder se identificar dentre as hipóteses possíveis qual apresenta a melhor rentabilidade.
Nesse caso, também é possível o emprego do índice de valor presente que é calculado dividindo-se o valor presente total dos fluxos de caixa líquidos pela quantidade a ser investida.
IVP = ∑FCt / I
Onde:
IVP Índice de valor presente
FCt Valor presente do total dos fluxos de caixa líquidos
I Investimento inicial
A partir do exemplo acima o índice de valor presente seria o seguinte; a saber:
IVP = 55.924 / 45.000
IVP = 1,2428
Isso significa que o investimento retornaria $ 1,2428 a cada $ 1,00 investido.
Essa é uma maneira eficiente de analisar diversas propostas, pois embora, uma proposta possa apresentar maior valor presente líquido em termos absolutos, pode ser que outra seja mais atrativa por apresentar um retorno proporcionalmente maior, como se pode constatar abaixo.
	
	Proposta A
	Proposta B
	Proposta C
	Valor presente do fluxo de caixa líquido
	$ 107.000
	$ 86.400
	$ 93.600
	Quantidade a ser investida
	100.000
	80.000
	90.000
	Valor presente líquido
	$ 7.000
	$ 6.400
	$ 3.600
	Índice do valor presente
	1,07 ($107.000 $ 100.000) 
	1,08 ($86.400 $ 80.000)
	1,04 ($93.600 $ 90.000)
Quadro 1 – Comparação de propostas de investimento pelo índice do valor presente
Warren, Reeve e Fess (2001, p.358)
Assim se pode verificar que a proposta B é a mais atrativa porque proporciona $ 1,08 de retorno para cada $ 1,00 investido. Embora a proposta A apresente o maior valor presente líquido, esse perde sua atratividade quando analisado em termos proporcionais como ocorre com o índice do valor presente.
Sendo assim, pode-se concluir que a análise do valor presente líquido é uma fundamental ferramenta para a análise de investimentos assim como o índice do valor presente. Em suma, as duas técnicas podem ser utilizadas em conjunto com o propósito de aprimora a análise em questão.
1.3         Análise através da taxa interna de retorno – TIR
A taxa interna de retorno (TIR ou IRR internal rate of return) é a taxa que iguala o valor presente líquido a zero, ou seja, reflete o ganho real a ser auferido no investimento. Por isso, afirma-se que sua utilização e interpretação está diretamente associada a análise do valor presente líquido.
Conforme Warren, Reeve e Fess (2001, p. 358) “ o método da taxa interna de retorno utiliza os conceitos de valor presente para calcular a taxa de retorno dos fluxos de caixa líquidos esperados nas propostas de investimento[...]”
O cálculo manual da taxa interna de retorno é uma tarefa complexa de tentativa e erro, mas pode ser resolvida através do emprego de calculadoras financeiras e aplicativos informatizados. Gitman (2004).
A interpretação do resultado da taxa interna de retorno consiste na sua comparação com o custo de capital ou taxa de retorno desejada. Quando a taxa interna de retorno é menor do que uma dessas taxas, se entende que o investimento não é viável, e, por outro lado, quandoé maior, considera-se o investimento viável.
No exemplo com os dados do quadro 6, está exposta a forma de cálculo da taxa interna de retorno através da técnica de tentativa e erro.
	- 2.500,00
	Investimento Inicial
	- 2.500,00
	Investimento Inicial
	350,00
	FC1 
	350,00
	FC1 
	450,00
	FC2 
	450,00
	FC2 
	500,00
	FC3 
	500,00
	FC3 
	750,00
	FC4 
	750,00
	FC4 
	750,00
	FC5 
	750,00
	FC5 
	800,00
	FC6 
	800,00
	FC6 
	1.000,00
	FC7 
	1.000,00
	FC7 
	10 %
	Taxa considerada
	20%
	Taxa considerada
	$ 508,43
	VPL
	- $ 396,38
	VPL
Quadro 2 – Cálculo do VPL para determinação da TIR
Do autor
Identifica-se as possíveis taxa de intervalo para o cálculo do valor presente líquido.
Como VPL ficou maior que zero com a taxa de 10% e menos que zero para a taxa de 20%, se conclui que a taxa procurada (taxa interna de retorno) encontra-se entre 10 e 20%. Interpolando entre esses dois valores obtêm-se:
TIR = 10% + {[ 508,43 / 508,43 - ( - 396,38 ) ] x 10}
TIR = 10% + {[ 508,43 / 904,81] x 10}
TIR = 10% + {0,561919077 x 10}
TIR = 10% + 5,619190770
TIR = 15,62%
O valor da taxa interna de retorno obtida acima é aproximado devido à interpolação realizada. Quanto menor for a diferença entre as taxas do intervalo de interpolação maior será a exatidão da TIR.
Abaixo segue a maneira de cálculo da taxa interna de retorno com o uso da calculadora HP 12C.
Solução na HP 12C 
F FIN
2.500 [CHS] [g] CF0
 350 [g] CFj
 450 [g] CFj
 500 [g] CFj
 750 [g] CFj				
 750 [g] CFj
 800 [g] CFj
 1000 [g] CFj
 
 [f] IRR 14,96%
Nesse caso a taxa interna obtida com o uso da calculadora ficou próxima àquela encontrada com a técnica de tentativa e erro. 
Como a TIR reflete o retorno auferido, pode-se afirmar que no exemplo acima o investidor iria obter 14,96% de retorno ao período. Logo, se considerar que essa taxa esta acima do retorno por ele esperado, o projeto seria viável.
1.4         Análise através do Payback
O payback é o período de tempo necessário para que se recupere o investimento inicial em um projeto e/ou empreendimento, onde é calculado a partir das entradas de caixa. Gitman (2004).
A análise do payback é considerada uma técnica não muito sofisticada porque não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Uma maneira de aprimorar a análise do payback é trazer os saldos futuros de caixa à valor presente, o que se chama de análise de payback descontado.
No que tange aos critérios de decisão a partir do payback Gitman (2004, p. 339) afirma que “se o período de payback for menor que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto será aceito. Se o período de payback for maior que o período máximo aceitável de recuperação, o projeto será rejeitado.”
Seguindo os dados do exemplo para cálculo do VPL, podemos calcular o período de payback simples e descontado considerando a taxa de retorno desejada de 10% ao ano.
Considerando o investimento inicial e os fluxos de caixas seguintes sem descontá-los, pode-se afirmar que seu retorno ou payback ocorre em dois anos e meio, ou seja, $ 28.000 do primeiro ano, mais $12.000 do segundo ano, e metade do terceiro ano. 
Por outro lado, ao considerar os fluxos de caixa líquidos, ou descontados, o payback seria de aproximadamente 3 anos e quatro meses. Isso é observado a partir da soma dos três primeiros anos com a fração de 4 meses do quarto ano.
Assim, é possível observar que a análise através do payback deve levar em conta o fluxo de caixa descontado, para que não resulte em informações desprovidas da realidade ou errôneas. A justificativa em considerar os fluxos de caixa descontados reside no princípio de que o dinheiro tem seu valor determinado em função do tempo, ou seja, o juro. Analisar o payback da maneira simples é desconsiderar os custos inerentes à manutenção do capital, o que pode disfarçar a verdadeira conclusão da viabilidade ou não do investimento.
1.5         Análise através dos índices financeiros
A análise através dos índices financeiros consiste em avaliar, através das demonstrações financeiras, medidas de desempenho que mensurem a situação econômica e financeira de uma determinada empresa num dado período, normalmente um ano. A partir dos saldos dos grupos de contas e resultados da empresa, se pode avaliar o desempenho, ou mensurá-lo, para um projeto a ser implantado, em execução ou já realizado.
Esta técnica estabelece indicadores que têm como propósito evidenciar o grau de liquidez, o endividamento, a eficiência da atividade, a estrutura patrimonial e a rentabilidade da organização em análise.
Os índices financeiros, além de servirem como significativa ferramenta de análise para avaliar investimentos, também é muito utilizada por terceiros que apresentem interesse em oferecer recursos às organizações, como, por exemplo, instituições financeiras, fornecedores e investidores.
Matarazo (1998, p. 17) enfatiza que “a análise de balanços objetiva extrair informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisões”.
Gitman (2006, p. 42) afirma que “as informações contidas nas [...] demonstrações financeiras [...] são [...] importantes para diversos grupos que necessitam [...] construir medidas relativas da eficiência operacional da empresa’.
Na prática a análise das demonstrações financeiras transforma os dados nelas contemplados em informações que serão utilizadas na tomada de decisão. (Matarazzo, 1998). 
Os índices que medem o grau de liquidez são divididos em liquidez seca, corrente e geral, e são calculados a partir das contas do ativo e passivo circulante e não circulante.
O índice de liquides seca (LS) mede a capacidade de pagamento da empresa sem considerar a realização dos estoques. Por outro lado, é um indicador que pode demonstrar o grau de dependência dos estoques que a empresa possui.
Sua interpretação, a rigor, é de que quanto maior, melhor para a empresa em análise.
O índice de liquidez seca é calculado a partir da seguinte fórmula:
Índice de liquidez seca (LS) = (Ativo circulante – Estoques) / Passivo Circulante
Assim como o índice de liquidez seca, o índice de liquidez corrente também mensura a capacidade de pagamento, porém esse índice considera a realização dos estoques, uma vez que seu valor é considerado como variável.
Sua interpretação também é de que quanto maior melhor para a empresa, mas é importante ressaltar que se deve avaliar o setor de atuação e as características da empresa analisada, e sua análise deve ocorrer sempre em comparação com os demais índices de liquidez. Por exemplo, empresas que precisam manter elevados níveis de estoque podem ter a análise de liquidez superestimada. Nesse caso, é necessário identificar as características dos estoques, da companhia e o período de realização dos estoques, ou seja, transformá-los em recursos financeiros disponíveis na tesouraria.
O índice de liquidez corrente é calculado a partir da seguinte fórmula:
Índice de liquidez corrente (LC) = Ativo circulante / Passivo Circulante
Por fim, o índice de liquidez geral considera o ativo e passivo de curto e longo prazo. Por medir a relação entre a soma do ativo circulante e não circulante com o passivo circulante e não circulante, se pode concluir que mede a capacidade de pagamento da empresa para o curto e longo prazo.
O índice de liquidez geral é calculado através do emprego da fórmula abaixo:
Índice de liquidez geral (LG) =
 (Ativo circulante + Ativo Não Circulante) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
Sua interpretação é de quanto maior melhor para a empresa.
Esse índice também merece atenção à sua interpretação, pois como considera as contas de curto e longo prazo, é importante verificar suas características e compará-lo com os outros índices de liquidez. Certas empresas podem apresentar excelentes índices de liquidez seca e corrente, mas a liquidezgeral pode não ser favorável. Isso pode ocorrer por excesso de endividamento no longo prazo devido às necessidades e características de mercado que a empresa atua. Isto é, baixo índice de liquidez geral, nem sempre, significa má gestão ou falta de liquidez.
Além dos índices de liquidez, também se faz uso dos índices de atividade, quais sejam, o giro de estoques, prazo médio de recebimento, prazo médio de pagamento e giro do ativo total. Sua análise contribui para determinar a eficiência da gestão de caixa da empresa.
Conforme Matarazzo:
A conjugação dos [...] índices de prazos médios leva à análise dos ciclos operacional e de caixa, elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa. A partir dos ciclos operacional e de caixa são construídos modelos de análise do capital de giro e do fluxo de caixa. (Matarazzo, 1998, p. 317).
Segundo Gitman (2006, p. 47) “os índices de atividade medem a velocidade com que as várias contas são convertidas em vendas ou caixa – entradas ou saídas.
O giro de estoques mede a capacidade de realização dos estoques da empresa. Seu resultado, fazendo uso da fórmula abaixo, é expresso em dias, e sua interpretação é de que quanto menor melhor para a empresa.
Giro de estoques = (360) / (Custo dos produtos vendidos / Estoques)
O prazo médio de recebimento mede quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas a prazo. Seu resultado é expresso em dias e sua interpretação é de que quanto menor melhor. A fórmula do prazo médio de recebimento é:
Prazo médio de recebimento = Contas a receber / Vendas diária médias
Um interpretação importante que se deve fazer com o resultado deste índice é com os prazos de concessão de crédito da empresa. O prazo médio de recebimento deve ser próximo ao prazo médio concedido aos clientes para compras a prazo. Por exemplo, caso uma empresa tenha o prazo médio de recebimento de 48 dias e o prazo de concessão de crédito seja de 30 dias, isso reflete a ineficiência do setor de cobrança e/ou de crédito.
O prazo médio de pagamento reflete quantos dias, em média, a empresa leva para pagar suas compras a prazo. Seu resultado é expresso em dias, e, quanto maior, melhor para a empresa. Seu cálculo é feito através da fórmula abaixo.
Prazo médio de pagamento = Contas a pagar / Compras diárias médias
A principal dificuldade para o cálculo deste índice é a ausência do valor das compras nas demonstrações financeiras. Normalmente as compras são estimadas como uma proporção do custo dos produtos vendidos, dentro de um intervalo de 60% a 70%. Evidentemente que usuários internos têm acesso a essa informação, logo, a dificuldade reside na necessidade de informação aos usuários externos. 
Sendo assim, se deve levar em conta as características da empresa e sua relação com os fornecedores, tendo em vista que cada mercado detém suas peculiaridades.
A rigor, se pode considerar que, em média, as empresas mantêm 70% do custo dos produtos vendidos composto pelas compras e que estas são na sua maioria a prazo.
O giro do ativo total mede a eficiência de uso dos ativos da organização com o propósito de gerar vendas, e quanto maior melhor, ou seja, quanto maior o giro do ativo total, maiores foram as vendas geradas a partir desse ativo. A fórmula para seu cálculo é demonstrada abaixo.
Giro do ativo total = Vendas / Ativo total
Conforme Gitman: 
Quanto mais alto o giro do ativo total de uma empresa, mais eficientemente seus ativos estão sendo usado. Essa medida interessa principalmente à administração da própria empresa porque indica se suas operações têm sido eficientes ou não. (Gitman, 2006, p. 49).
Os índices de endividamento mostram o grau e o perfil de endividamento da empresa. 
O índice de endividamento geral mede a proporção de recursos de terceiros que financiam o ativo total da empresa. Quanto menor, for o endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas convivem muito bem com endividamento relativamente elevado, principalmente quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo de Curto Prazo, não for oneroso, mas resultado de uma administração coerente do capital de giro. A fórmula para o cálculo do índice de endividamento geral é:
Índice de endividamento geral = (Passivo circulante + Passivo Não Circulante) / Ativo total
A participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio é um indicador que reflete qual a proporção do passivo circulante e não circulante sobre o patrimônio líquido, isto é, o grau de comprometimento do capital próprio. É outro índice que quanto menor, melhor para a empresa e é calculado a partir da seguinte fórmula.
Participação de capital de terceiros = (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) / Patrimônio Líquido
O índice de composição das exigibilidades é uma medida da qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos. Compara o montante de dividas no curto prazo com o endividamento total. Quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela empresa. Isso se dá porque empresas com dívidas de longo prazo podem planejar melhor seu fluxo de caixa. Na prática, reflete a proporção das dívidas de curto prazo em relação às dívidas totais com terceiros. A composição das exigibilidades é calculada a partir do emprego da seguinte fórmula.
Composição das exigibilidades = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
O índice de imobilização do patrimônio líquido mede a relação de investimentos em ativo permanente com o patrimônio líquido, ou seja, quanto do capital próprio está “comprometido” com o ativo permanente.
Tecnicamente sua interpretação é de que quanto menor, melhor para a empresa. O fundamento dessa afirmação é que a empresa deve imobilizar o mínimo possível de recursos próprios para que estes possam ser utilizados para financiar as atividades operacionais. 
Entretanto podemos registrar controvérsias nesse conceito, tendo em vista as taxas de juros aplicadas em negociações a prazo ou empréstimos bancários de curto prazo. O gestor deve analisar com muita profundidade a aplicação de recursos na empresa e a utilização de recursos de terceiros que podem ser inviabilizados pela cobrança de juros que não serão recuperados pela operação da organização.
A fórmula para calcular o índice de imobilização do patrimônio líquido é a seguir.
imobilização do patrimônio líquido = Ativo permanente / Patrimônio líquido
Os índices de rentabilidade têm o objetivo de mensurar os lucros em relação às vendas e os ativos da empresa para que os investidores possam identificar se ocorreram ganhos ou perdas em um determinado período.
O primeiro índice a ser tratado é à margem de lucro bruto, que apresenta o ganho obtido após o pagamento do custo dos produtos vendidos. Sua fórmula é a seguinte.
Margem de lucro bruto = Lucro bruto / Receita de vendas
Em continuação calcula-se a margem de lucro operacional, quem têm o mesmo princípio de interpretação da margem de lucro bruto, porém, mede o ganho após o pagamento do custo dos produtos vendidos e das despesas. Assim, se pode afirmar que mede o lucratividade da operação, desconsiderando impostos sobre a renda, pagamentos de juros e dividendos. Sua fórmula é:
Margem de lucro operacional = Lucro operacional / Receita de vendas
Outro indicador é a margem de lucro líquida que mede a lucratividade após o pagamento de todos os custos, despesas, incluindo juros, impostos e dividendos de ações preferenciais. Evidentemente que quanto maior seu resultado, melhor para a empresa, e é calculado a partir da fórmula abaixo.
Margem de lucro líquida = Lucro disponível aos acionistas ordinários / Receita de vendas
O lucro por ação é bastante utilizado para efeitos de análise, principalmente para os investidores em curso e para eventuais futuros investidores. Quantomaior seu resultado, melhor. Seu cálculo é bastante simples e objetivo, conforme segue abaixo.
Lucro por ação = Lucro disponível aos acionistas ordinários / Número de ações ordinárias
O retorno do ativo total, também conhecido como ROA (return on total assets), ou seja, retorno do investimento (return on investiment – ROI), mede a eficiência da gestão no que tange à geração de lucros fazendo uso dos ativos totais da organização. Seu cálculo se dá através da relação lucro disponível aos acionistas ordinários por ativo total, conforme abaixo.
Retorno do ativo total = Lucro disponível aos acionistas ordinários / Ativo total
Por outro lado, o retorno do capital próprio (returno n common equity – ROE) mede o retorno sobre o patrimônio líquido ou patrimônio dos acionistas ordinários, conforme fórmula abaixo.
Retorno do capital próprio = Lucro disponível aos acionistas ordinários / Patrimônio líquido ou patrimônio dos acionistas ordinários
É importante ressaltar que a análise através dos índices tem aplicabilidade quando se consideram todos os índices, pois devido às suas inter-relações, a interpretação de um índice é mais adequada quando se analisa outro grupo de índices.
Outra forma de análise de desempenho financeiro é o Economic Value Added (EVA®) – Valor Econômico Adicionado (VEA) que mede o resultado operacional (excluindo os impostos sobre a renda) menos o custo do capital.
Segundo Martins (2001, p. 244) “podemos compreender o (EVA®) como uma resposta à necessidade de medidas de desempenho que expressam a adequada criação de riqueza por um empreendimento.”
Gitman (2006, p. 14) enfatiza que: “o (EVA®) é uma medida popular usada por muitas empresas para determinar se um investimento – proposto ou existente – contribui positivamente para a riqueza dos acionistas.”
A fórmula para seu cálculo é a seguinte; a saber:
EVA = Nopat – (C% x TC)
Onde: 
Nopat = resultado operacional líquido depois dos impostos (Net Operating Profit After Taxes);
C% = custo percentual do capital total (próprio e de terceiros); e
TC = capital total investido.
No tocante ao custo do capital, se faz necessária a atenção quanto às suas origens, pois normalmente as empresas tomam recursos de mais de uma fonte, o que remete à taxas de juros variadas, resultando em custos de capitais diferentes para cada montante de recurso.
Referências
CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica – GECON. 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2001.
GITMAN, Lawrence J., MADURA, Jeff. Administração financeira: uma abordagem gerencial. São Paulo: Addison Wesley, 2003.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Addison Wesley, 2004.
HANSEN, Don R., MOWEN, Maryanne M, Gestão de custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Elise. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2003.
KUHEN, Osmar Leonardo, BAUER, Udibert Reinoldo. Matemática financeira aplicada e análise de investimentos. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2001. 
LEFTWICH, Richard H. O sistema de preços e a alocação de recursos. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1994.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, Eliseu (Org.) Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica. São Paulo: Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços; abordagem básica e gerencial. 5. ed. – São Paulo: Atlas, 1998.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2002.
MOSSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2. ed. – São Paulo: Atlas, 1999.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez., OLIVEIRA, Luís Martins de, COSTA, Rogério Guedes. Gestão estratégica de custos. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2003.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Ed. Best Seller, 2000.
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez, NEVES, Silvério. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 4. ed. – São Paulo: Frase, 1995.
WARREN, Carl S., REEVE, James M., FESS, Philip E.. Contabilidade gerencial. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

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