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TRT Direito Civil Aula 03

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Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
Judiciário (Judiciária e Oficial de Justiça). 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula - 03 
 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 54 
 
AULA 03: Bens. 
 
Olá aluno (a)! 
 
Como você está? Muito estudo? Lembre-se de que o sacrifício é 
momentâneo, os frutos serão duradouros! 
Nesta aula vamos conversar sobre os bens, seu conceito e sua grande 
classificação. Não será uma aula muito extensa, mas ela pode se tornar 
complexa, uma vez que envolve uma vasta terminologia, justamente no 
que diz respeito à classificação desses bens. 
 
Sumário 
- Das Diferentes Classes de Bens. ........................................................................................................... 4 
1. Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91). ....................................................................... 4 
1.1 Bens Imóveis e Bens Móveis. ............................................................................................................ 5 
1.2 Bens Fungíveis e Bens Infungíveis ..................................................................................................... 9 
1.3 Bens Consumíveis e Inconsumíveis ................................................................................................. 10 
1.4 Bens Divisíveis e Indivisíveis ............................................................................................................ 11 
1.5 Bens Singulares e Coletivos ............................................................................................................. 12 
2. Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97). ................................................................... 14 
3. Dos bens públicos. Classificação dos bens quanto ao titular do seu domínio (arts. 98 a 103). ....... 19 
3.1. Bens de uso comum do povo (também denominados bens de domínio público). ....................... 21 
3.2. Bens de uso especial. ..................................................................................................................... 22 
3.3. Bens dominicais. ............................................................................................................................ 23 
- Características dos bens públicos. .................................................................................................. 24 
- QUESTÕES CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS .................................................................... 27 
- LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO ..................................................................................................... 47 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
Judiciário (Judiciária e Oficial de Justiça). 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula - 03 
 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 54 
- Dos Bens. 
 
As nossas primeiras aulas versaram sobre as pessoas, as pessoas 
naturais e as pessoas jurídicas – que são os sujeitos de direito. Pois 
bem, a partir de agora vamos estudar o objeto do direito. Pois, todo 
direito pressupõe a existência de um objeto, que vem a ser justamente 
aquilo que pode se submeter ao poder dos sujeitos de direito e, desta 
forma, instrumentalizar a realização de suas pretensões jurídicas. 
 
Em sentido amplo, o objeto de direito pode recair sobre coisas, ações 
humanas, atributos da personalidade e até mesmo determinados direitos, 
como, por exemplo, o poder familiar ou a tutela. 
Em sentido estrito, o objeto de direito recai sobre os bens – que são o 
objeto dos direitos reais e também determinadas ações humanas 
denominadas prestações. 
 
“Mas o que é um bem?” 
 
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves1 - “Bens são coisas 
materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, 
suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial 
economicamente apreciáveis”. 
Maria Helena Diniz2, sobre o conceito de bens, diz - “Como bens só 
se consideram as coisas existentes que proporcionam ao homem uma 
utilidade, sendo suscetíveis de apropriação, constituindo, então seu 
patrimônio. Compreendem não só os bens corpóreos, mas também 
os incorpóreos, como as criações intelectuais”. 
Para Silvio de Salvo Venosa3, sobre o mesmo assunto – “Entende-se 
por bens tudo o que pode proporcionar utilidade aos homens. (...) Bem, 
numa concepção ampla, é tudo que corresponde a nossos desejos, nosso 
afeto em uma visão não jurídica. No campo jurídico, bem deve ser 
considerado aquilo que tem valor, abstraindo-se daí a noção pecuniária 
do termo”. 
 
1 Direito Civil Esquematizado, ed. Saraiva, 2ª ed. 
2 Curso de Direito Civil Brasileiro, ed. Saraiva, 28ª ed. 
3 Direito Civil I, Parte Geral, ed. Atlas, 11 ed. 
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
Judiciário (Judiciária e Oficial de Justiça). 
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Aula - 03 
 
 
 
 
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E, ainda, Washington de Barros Monteiro4 assim lecionava – 
“Juridicamente falando, bens são valores materiais ou imateriais que 
podem ser objeto de uma relação de direito”. 
 
Independente da problemática doutrinária que envolve os conceitos 
de bens e coisas, podemos concluir que bens ¹são coisas concretas como 
um carro, uma casa, uma joia, que possuem valor econômico e que podem 
ser apropriados ao patrimônio da pessoa – tanto natural quanto jurídica, 
²mas, também, podem ser coisas imateriais, coisas que não são 
concretas, mas que tenham uma valoração econômica, a exemplo da 
propriedade intelectual. 
 
Então atenção! Integram o patrimônio das pessoas (física ou jurídica) 
tanto os bens corpóreos – os que têm existência física (material) e podem 
ser tocados ou sentidos pelo homem, a exemplo dos bens imóveis por 
natureza - como os bens incorpóreos – que são aqueles que têm 
existência abstrata ou ideal, são, portanto, entendidos como abstrações do 
direito, possuem existência jurídica mas não física, a exemplo das 
propriedades literária, científica ou artística. 
 
O patrimônio vem a ser a projeção econômica, é tudo aquilo 
avaliável pecuniariamente (ou seja, que tem avaliação em dinheiro). 
Lembre-se de que quando vimos os direitos da personalidade, na aula 
01, falamos que uma das características destes direitos era justamente o 
fato de serem extrapatrimoniais, porque não eram passíveis de avaliação 
pecuniária (o que somente ocorria com a sua projeção econômica). Neste 
sentido é que surge a definição que o patrimônio é a projeção econômica 
da personalidade. 
Cabe ressaltar que existem determinadas coisas que, podendo 
integrar o patrimônio de alguém, não estão ligadas a ninguém, como, por 
exemplo, é o caso das coisas de ninguém (res nullius) – que são coisas 
sem dono, que nunca pertenceram a ninguém, como os peixes no mar - e 
também das coisas abandonadas (res derelictae) – que são coisas que 
foram jogadas fora. 
Além disso, outras coisas não estarão no patrimônio de ninguém 
especificamente porque pertencem a todos (a coletividade), como é o 
caso das coisas de uso comum do povo – a exemplo da praia, das praças 
e dos parques públicos. 
 
 
4 Curso de Direito Civil 1, ed. Saraiva, 43 ed. 
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
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- Das Diferentes Classes de Bens. 
 
O Código Civil de 2002 em seu livro II, denominado Dos bens, 
apresenta um Título Único – Das Diferentes Classes de Bens, entretanto 
o subdivide em três capítulos: 
1. Dos bens considerados em si mesmos; 
2. Dos bens reciprocamente considerados; 
3. Dos bens públicos. 
 
A partir deste momento vamos estudar cada uma destas 
classificações. Cabe antes fazermos uma observação: cada classificação 
baseia-se numa característica peculiar do bem, entretanto este bem 
pode enquadrar-se em várias categorias, dependendo das 
características que serão intrínsecas a ele. 
Não se preocupe! Você logo entenderá o que isto quer dizer.  
1. Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91). 
 
Esta talvez seja a mais importante classificação (é também a mais 
extensa). É a classificação mais importante porque diz respeito à natureza 
dos bens. Neste sentido os bens podem ser: imóveis ou móveis; fungíveis 
ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; divisíveis ou indivisíveis; e 
singulares ou coletivos. 
 
 
 
Bens considerados em si mesmos
Móveis ou 
Imóveis
Fungíveis ou 
Infungíveis
Consumíveis 
ou 
Inconsumíveis
Divisíveis ou 
Indivisíveis
Singulares ou 
Coletivos
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1.1 Bens Imóveis e Bens Móveis. 
Baseia-se na efetiva natureza do bem. 
 
Bens imóveis 
Assim está no art. 79 do CC: 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
 
Deste modo, os bens imóveis – também conhecidos como bens de 
raiz, são os que, absolutamente, não podemos transportar ou remover, 
sem alteração de sua substância. 
De acordo com o artigo visto acima, são considerados bens imóveis 
o solo e tudo o que lhe for acrescentado, de forma natural ou artificial. 
Assim, os bens imóveis podem ser classificados, subdivididos em: 
 
- imóveis por natureza: é imóvel por natureza o solo, incluídos a sua 
superfície o seu subsolo e o seu espaço aéreo. 
 
- imóveis por acessão5 natural: aqui estão incluídas as árvores com seus 
frutos, desde que ainda pendentes (enquanto não se destacarem da 
árvore); as águas, as pedras, as fontes (naturais). Enfim, tudo que for 
ligado ao solo de forma natural entra nesta classificação. 
 
- imóveis por acessão artificial ou industrial: incluem-se nesta 
categoria tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo. Por 
isso chama-se artificial, porque não veio da natureza e sim do homem. 
Como exemplos, temos as plantações e as construções. Enquanto são, por 
exemplo, sementes ou, então, materiais de construção, são bens móveis, 
mas uma vez incorporado ao solo se tornam bens imóveis por acessão 
industrial ou artificial – visto que (como falamos) sua incorporação não veio 
naturalmente. 
 
Diante do que falamos acima, observe, no entanto, o que dispõe o 
art. 81 do CC: 
 
 
5 Entende-se por acessão aquilo que se incorpora, que se junta, podendo ocorrer de forma 
natural ou artificial. 
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Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, 
forem removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
 
O que é considerado para saber se um bem é móvel ou imóvel é sua 
finalidade, o destino final. Por exemplo, quando uma casa vai ser demolida 
e dela são retirados as portas e as janelas, quando isso acontece as portas 
e as janelas readquirem sua qualidade de bem móvel, quando forem 
reutilizados, em outra casa, serão novamente bens imóveis. Explicando 
especificamente o art. 81, se a separação for provisória, segundo o 
inciso II do art. 81, os materiais nem chegam a perder a qualidade de 
imóveis desde que a finalidade seja o reemprego no mesmo prédio. O 
inciso I se refere, por exemplo, àquelas situações mais comuns em outros 
países, onde uma casa (normalmente de madeira) é transportada com toda 
a sua estrutura (conservando a sua unidade). 
 
“Não entendi bem por que desta importância dada à classificação 
dos bens em móveis ou imóveis?” 
 
 É muito importante que os bens sejam classificados em móveis e 
imóveis porquê de acordo com esta classificação decorrerão seus efeitos. 
Vamos explicar melhor. Os bens móveis são adquiridos, em regra, 
por tradição (ou seja, pela simples entrega da coisa), já os bens 
imóveis de valor superior ao legal precisam de escritura pública e 
registro no Cartório de Registros de Imóveis. 
 
- imóveis por determinação legal: 
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
No art. 80 temos a atribuição da característica de bem imóvel a 
um bem que por sua natureza não o é. 
Os direitos são coisas imateriais e, por este motivo, não entram 
diretamente na classificação de bens móveis ou imóveis. Entretanto, tendo 
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em vista a segurança das relações jurídicas, os direitos reais sobre 
imóveis são tratados como se fossem imóveis. 
E, dada à natureza de bem imóvel de que se revestem os direitos 
hereditários, a cessão desses direitos, quando já aberta a sucessão, deve 
ser feita por instrumento público. OBS: A herança mesmo que composta 
de bens móveis será considerada bem imóvel. 
 
Bens Móveis 
Assim está no art. 82 do CC: 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de 
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação 
econômico-social. 
 
São, portanto, coisas corpóreas que podem se movimentar (por força 
própria ou alheia) sem que esta capacidade de movimentação prejudique 
ou altere a sua essência ou o seu valor comercial. 
Podem ser classificados em: 
 
- móveis por natureza: é o mesmo conceito de bem móvel utilizado 
acima, de acordo com o art. 82. São aqueles bens que podem ser 
transportados de um lugar para outro, por força própria ou de terceiro, sem 
prejudicar sua substância e sem alterar sua destinação econômico-social. 
Podem ser: semoventes – são os que se movimentam por sua própria força, 
como os animais; e móveis propriamente ditos – são os que precisam da 
força alheia para se locomover, como moedas, mercadorias, produtos 
agrícolas. 
 
- móveis por determinação legal: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
Vamos lá! 
Quanto ao inciso I, as energias são: o gás – que pode ser 
transportado por tubulação ou em botijão, e também a energia elétrica, 
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que embora não tenha a mesma corporalidade do gás, é bem móvel. Neste 
sentido, Caio Mário da Silva Pereira6 afirmava: 
“No direito moderno qualquer energia natural, elétrica inclusive, que 
tenha valor econômico, considera-se bem móvel”. (grifos nossos) 
Quanto aos direitos tratados no inciso II, eles compreendem tanto o 
gozo quanto a fruição sobre objetos móveis e também as ações a eles 
correspondentes. 
Quanto ao inciso III, que trata dos direitos obrigacionais pessoais de 
caráter patrimonial e suas respectivas ações, este inclui, dentre outros, a 
propriedade intelectual e as cotas de capital de uma empresa. 
 
- móveis por antecipação: são aqueles bens que foram incorporados ao 
solo, mas com a intenção de oportunamente separá-los, transformando-os, 
assim, em bens móveis (isto em função da finalidade econômica). Por 
exemplo, são móveis por antecipação árvores abatidas para serem 
convertidas em lenha, ou as casas vendidas para serem demolidas. 
“Da mesma forma que as árvores, também os frutos, pedras e metais 
enquanto aderentes ao imóvel são imóveis; separados para fins humanos 
tornam-se móveis. São os chamados bens móveis por antecipação”. 7 
Vamos agora tecer algumas considerações sobre o art. 84: 
 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade 
os provenientes da demolição de algum prédio. 
 
Este artigo endossa o que já foi visto anteriormente. O que se 
considera neste tipo de classificação é a finalidade da separação e a 
destinação dos materiais (o seu emprego). 
 
Cuidado! Os materiais vindos da demolição de um prédio readquirem 
a qualidade de bens móveis, entretanto, quando a separação for 
provisória (como já explicamos), estes não perderão sua característica de 
bem imóvel quando a intenção for reutilizá-los na reconstrução do 
prédio. O que vale é a intenção do dono da coisa (isto deverá estar bem 
explicado na questão da prova). 
 
6 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed. 
7 Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil I, 43 ed., pág. 196. 
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1.2 Bens Fungíveis e Bens Infungíveis 
 
Bens Fungíveis (Substituíveis) 
O CC em seu art. 85 nos fala o que são os bens fungíveis: 
 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade. 
 
Como principal exemplo de coisa fungível, nós temos o dinheiro – 
que é o bem fungível por excelência. Qualquer nota de R$ 10,00 pode ser 
substituída por outra de R$ 10,00. Ambas apresentam as mesmas 
características, são da mesma espécie, qualidade e quantidade. Outro 
exemplo é o atribuído aos gêneros alimentícios em geral. 
Ser fungível é atributo exclusivo dos bens móveis. O mútuo (espécie 
de empréstimo) é um exemplo do emprego de um bem fungível. A 
compensação (forma de pagamento especial de pagamento) também 
deverá englobar coisa fungível. 
 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a 
restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade 
e quantidade. 
 
DICA PARA MEMORIZAR que fungível é o mesmo que substituível, sendo 
característica apenas dos bens móveis: 
FUnGI e SUBi no autoMÓVEL.  
 
Bens Infungíveis 
A contrário sensu dos bens fungíveis, temos que os bens infungíveis 
são aqueles que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. Ou seja, são aqueles que são únicos, são 
personalizados. Como exemplo, temos um determinado quadro ou uma 
escultura de alguém famoso. 
Atenção: para saber se um bem possui a característica da fungibilidade, 
devemos comparar com outro que seja equivalente. Pois a fungibilidade 
deriva da própria natureza do bem. No entanto, pode acontecer de um bem, 
que por sua natureza seja fungível, tornar-se infungível por vontade 
das partes. Pode ser o exemplo de uma moeda que é um bem fungível, 
mas que para um colecionador pode tornar-se infungível. Outro exemplo, 
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
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uma cesta de frutas é coisa fungível, mas, emprestada ad pompam vel 
ostentationem, ou seja, para ornamentação, transformar-se-á em 
coisa infungível.8 
1.3 Bens Consumíveis e Inconsumíveis 
 
Bens Consumíveis 
Seu conceito está no art. 86 do CC: 
 
Art. 86. São consumíveis ¹os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância, ²sendo também considerados tais os destinados 
à alienação. 
 
Deste conceito podemos perceber que existem duas espécies de bens 
consumíveis: 
Os consumíveis de fato – que são aqueles que no seu primeiro uso 
já serão consumidos, ou seja, há a destruição imediata da própria 
substância, como um picolé , por exemplo; 
Os consumíveis de direito – que decorrem de uma classificação 
jurídica. São aqueles bens destinados à venda (alienação), como os 
remédios de uma farmácia, um livro posto em uma loja, enfim os bens 
enquanto destinados à alienação. 
 
Atenção! Consuntibilidade é característica de algo que é consumível. 
 
Bens Inconsumíveis 
São aqueles bens que podem ser usados de forma continuada e 
mesmo assim não perderão sua substância, nem serão destruídos. Claro 
que, se analisarmos rigorosamente, toda coisa um dia irá se consumir, 
acabar-se, mas, aqui, o que levamos em consideração é se esta destruição 
se dá no primeiro uso ou não. 
 
 
 
 
8 Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil I, 43 ed., pág. 199. 
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Atenção! Um bem pode ser consumível por sua própria natureza ou, então, 
por vontade das pessoas. Vamos a um exemplo: uma roupa, se você 
considerá-la na sua essência, concluirá que se trata de um bem 
inconsumível, tendo em vista que, em regra, irá demorar a se acabar. 
Porém, quando esta roupa está em uma loja para ser vendida será 
considerada um bem consumível, o mesmo ocorre com um livro enquanto 
na livraria, exposto para venda (como visto anteriormente, são os 
chamados consumíveis de direito). Tudo dependerá da destinação 
econômico-jurídica que será dada ao bem. 
1.4 Bens Divisíveis e Indivisíveis 
 
Bens Divisíveis 
Seu conceito jurídico está no art. 87 do CC: 
 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
 
Portanto, bens divisíveis são aqueles que podem ser partidos, ou 
repartidos, sem que com isso se perca sua substância, além disso, importa 
queesta divisão também não implique a sua desvalorização econômica. Por 
exemplo, se pegarmos um saco de arroz de 20 kg e dividirmos em 4 sacos 
de 5kg cada, cada fração conservará as mesmas qualidades do produto, 
ou seja, ainda será arroz, podendo ter a mesma utilização do todo, uma 
vez que não houve nenhuma alteração de sua substância. (1X20KG = 
4X5KG ). A divisibilidade jurídica não se confunde com a divisibilidade 
física, para aquela o entendimento que precisamos ter é o de que 1kg de 
arroz dentro do saco de 20 kg equivale a 1kg de arroz dentro do saco de 
5kg, não há nem desvalorização econômica nem prejuízo do uso. 
 
Bens Indivisíveis 
Indivisíveis são os bens que se opõe a definição de bens divisíveis, 
além disso, o art. 88 do código civil dispõe o seguinte: 
 
 Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis ¹por 
determinação da lei ou ²por vontade das partes. 
 
Portanto, de acordo com o artigo, os bens podem ser indivisíveis por: 
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Sua própria natureza (indivisibilidade física ou material) - são 
aqueles bens que não podem ser partidos sem alteração na sua substância 
ou no seu valor, como por exemplo, um quadro de Picasso. 
 
Por determinação legal (indivisibilidade jurídica), quando a lei de 
forma expressa proíbe que determinado bem seja dividido. Como exemplo, 
veja o CC art. 1.791, parágrafo único: 
“Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da 
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio”. 
 
Por vontade das partes (indivisibilidade convencional), quando as 
partes fazem um acordo para tornar alguma coisa indivisível. Cuide, no 
entanto que, de acordo com o art. 1.320, § 2º: 
“Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo 
testador”. 
Se a indivisão for promovida, então, pelo doador ou pelo testador, 
não poderá exceder de cinco anos. 
 
1.5 Bens Singulares e Coletivos 
 
Bens Singulares 
Assim está no art. 89 do CC: 
 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
 
Para esta classificação os bens são analisados em sua 
individualidade, como exemplo, serão bens singulares: um boi, um lápis, 
um carro, uma casa. 
Os bens singulares podem ser: simples – quando suas partes são 
unidas pela própria natureza, como o exemplo o boi; ou podem ser 
compostos – quando suas partes são unidas pelo esforço do homem, como 
um carro, uma casa. 
 
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Quando junta-se coisas simples para formar uma coisa composta, e estas 
coisas simples mantem a sua identidade elas se denominam partes 
integrantes. Quando as coisas simples perdem sua identidade ao se 
juntarem para fazer a coisa composta elas se denominam partes 
componentes. 
Como exemplo de partes integrantes, nós temos as peças usadas 
para fabricar um automóvel, pois uma vez separadas mantém seu “valor” 
e identidade. Como exemplo de partes componentes, nós temos a 
farinha quando colocada em um bolo, uma vez utilizada não se pode 
separar, é componente. 
 
Bens Coletivos 
As coisas coletivas ou universais são as formadas por várias coisas 
singulares, que consideradas conjuntamente, formam um todo único que 
passa a ter uma identidade própria, distinta das partes que a 
compõe. Como exemplo clássico, temos uma floresta ou um rebanho. 
 
Os bens coletivos abrangem as universalidades: 
 
-Universalidades de Fato 
 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Como exemplo, temos uma galeria de obras de arte, onde, 
dependendo da vontade de seu dono, pode ser vendida a totalidade da 
universalidade, ou ainda, de acordo com o § único do art. 90, cada bem 
pode ser considerado individualmente e vendido separadamente. 
Art. 90. § único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de 
relações jurídicas próprias. 
 
-Universalidades de Direito 
 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, 
de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
Como principal exemplo nós temos o patrimônio. 
 
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A diferença básica entre uma universalidade de fato e uma 
universalidade de direito é que a universalidade de fato assim o é por uma 
vontade particular de seu proprietário, enquanto que uma universalidade 
de direito advém da lei, ou seja, “da pluralidade de bens corpóreos e 
incorpóreos a que a lei, para certos efeitos, atribui o caráter de 
unidade, como, por exemplo: na herança, no patrimônio, na massa 
falida9”. 
 
2. Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97). 
 
Depois de estudarmos os bens quanto a sua própria natureza (com 
relação a eles mesmos), vamos passar ao estudo dos bens em sua relação 
entre uns e outros. Neste item veremos os bens principais e os bens 
acessórios, além dos conceitos de frutos, de produtos, de benfeitorias e 
pertenças. 
 
 
 
Logo no art. 92 temos a definição do que é um bem principal e do 
que é um bem acessório. 
 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
 
Assim, principal é o bem que possui existência própria, que existe por 
si, independentemente de outros. Já o bem acessório dependerá da 
existência do principal. 
 
9 Silvio Rodrigues. Direito Civil. 
Bens reciprocamente considerados
Principais Acessórios
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Como consequência imediata desta distinção que acabamos de fazer, 
temos que o bem acessório segue o destino do principal – esta é a 
regra. (Para que isso não aconteça será necessário que seja assim 
acordado ou, então, que esteja previsto em algum dispositivo legal). 
 
Da regra que conhecemos acima, decorrem as seguintes consequências: 
 A natureza do acessório é a mesma natureza do 
principal, princípio da gravitação jurídica, onde, um bem 
atrai o outro para sua órbita estabelecendo o mesmo regime 
jurídico (bonito isso, né? ). Assim, se o solo é imóvel a casa 
que está ligada a ele também o é. 
 O acessório acompanhará o principal em seu destino, 
deste modo, se num contrato de locação (principal), existir um 
contrato acessório, como é a fiança, uma vez acabado o 
contrato de locação, se extinguirá também o de fiança, que é 
acessório. Cuidado que, no entanto, a recíproca não é 
verdadeira, se o contrato acessório se extinguir não atingirá 
necessariamente o contrato principal. 
 O proprietário do principalé o proprietário do acessório, 
se uma pessoa possuir uma bananeira (principal) as bananas 
(acessórios) que esta árvore vier a dar serão também suas. 
 
Com relação às classes de bens acessórios, assim dispõem os arts. 
95 e 96: 
 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos 
podem ser objeto de negócio jurídico. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
Vamos ao estudo destas três figuras, os frutos, os produtos e as 
benfeitorias! 
 
- Os Frutos: 
 
São as utilidades que uma coisa periodicamente produz sem, com 
isso, sofrer alteração em sua substância. Como exemplos, o leite das vacas 
e as frutas que uma árvore dá. Para se reconhecer um fruto devemos 
observar três elementos: periodicidade; inalterabilidade da 
substância da coisa principal e a separabilidade desta. 
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Quanto à sua origem os frutos podem ser naturais – quando se 
desenvolvem e se renovam periodicamente pela própria força orgânica da 
própria coisa; industriais – são aqueles que têm a sua origem vinculada 
a alguma ação humana sobre a natureza; civis – quando se tratar de 
rendimentos oriundos da utilização de coisa frutífera por outrem que não o 
proprietário. Como exemplos de frutos naturais, citamos: os ovos e as 
crias dos animais. Dos frutos industriais temos a produção de uma 
fábrica. Como exemplo de frutos civis, temos o aluguel. 
 
Quanto ao seu estado os frutos podem ser pendentes – enquanto 
ainda estão ligados a coisa que os produziu; percebidos ou colhidos – 
quando já separados da coisa que os produziu; estantes – os que foram 
separados e estão armazenados ou acondicionados para a venda; 
percipiendos – os que deveriam ter sido percebidos ou colhidos mas não 
foram; e consumidos – os que não mais existem porque foram 
consumidos. 
 
Esta classificação dos frutos é importante no que diz respeito aos efeitos 
com relação à posse das coisas. De acordo com o art. 1.214 do CC, o 
possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, enquanto a 
posse durar, mas não tem direito nem aos pendentes nem aos colhidos por 
antecipação. 
 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser 
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser 
também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
 
Já o possuidor de má-fé não tem direito aos frutos, devendo restituir 
os colhidos e percebidos: 
 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e 
custeio. 
 
 
 
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- Os Produtos: 
O conceito de produto parte da ideia de algo que pode ser retirado 
do principal diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem 
periodicamente. Como os metais, por exemplo. 
Atenção: os produtos quando são utilidades que provém de uma riqueza, 
postos em utilidade econômica, seguem a mesma natureza dos frutos. 
Assim, os produtos devem ser tratados, no que diz respeito aos possuidores 
de boa-fé pelo mesmo art. 1.214 do CC. 
 
- As Benfeitorias: 
Também são consideradas bens acessórios. São aqueles 
melhoramentos acrescidos à coisa com a ¹finalidade de evitar que se 
deteriore, ou ²para aumentar seu valor ou com a finalidade de ³torná-
la mais vistosa ou agradável. Deste modo, as benfeitorias são obras ou 
despesas que se faz em bem, móvel ou imóvel, para ¹conservá-lo, 
²melhorá-lo ou ³embelezá-lo. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
Portanto, existem três tipos de benfeitorias: 
 
1. Benfeitorias Necessárias – são aquelas destinadas a 
conservação do bem, para evitar que este se deteriore. Esta prevista 
no § 3º do art. 96: 
Art. 96. § 3º. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que 
se deteriore. 
Como exemplos, nós temos o reforço de fundações de um prédio; 
uma cerca de arame farpado para defesa da terra cultivada. 
 
2. Benfeitorias Úteis – são as que aumentam ou facilitam o uso 
da coisa. Está prevista no § 2º do art. 96: 
Art. 96. § 2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
O que não for benfeitoria necessária e que aumente o valor do bem 
será considerado benfeitoria útil. Como exemplos podemos citar a 
construção de uma garagem ou de mais um banheiro em uma casa ou, 
então, a modernização de encanamentos. 
 
3. Benfeitorias Voluptuárias – são aquelas feitas para o prazer, 
não aumentam o uso habitual da coisa, ainda que a tornem mais 
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agradável e seu valor seja elevado. Estão normatizadas no § 1º do art. 
96: 
Art. 96. § 1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam 
o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado 
valor. 
Como exemplos, podemos citar: a pintura da casa; a construção de 
uma quadra de tênis, ou de uma piscina, ou de um mirante. 
 
Atenção para não misturar os conceitos de benfeitorias, acessões 
industriais e acessões naturais. 
As benfeitorias são obras ou despesas feitas em bem já existente. 
As acessões industriais são obras que criam coisas novas. 
As acessões naturais são acréscimos decorrentes de fatos naturais 
e fortuitos. São, portanto, obras exclusivas da natureza, quem lucra é o 
dono da coisa. Assim dispõe o art. 97. 
Art. 97 Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos 
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou 
detentor. 
 
Pertenças 
Agora vamos falar sobre as pertenças. Pertenças são coisas 
auxiliares das outras. Diferentemente do que ocorre na regra do 
acessório, as pertenças não estão abrangidas nos negócios jurídicos 
pertinentes ao bem principal. 
“Não se confundem necessariamente, com as coisas acessórias, visto que 
a definição de “pertença” não pressupõe que sua existência esteja 
subordinada à do principal.”10 
 
Estão normatizadas no art. 93: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
 
Pertença é, portanto, um bem que é acrescido a outro, que é o 
principal, sem, no entanto, ser parte integrante deste. 
São pertenças, todos os bens móveis ajudantes, que o dono, por sua 
vontade e querer, colocar na exploração industrial ou econômica de 
 
10 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 296. 
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um imóvel, no seu embelezamento ou na sua comodidade. São coisas 
auxiliares das outras. São coisas móveis que são postas de modo estável a 
serviço de outras coisas móveis ou, então, imóveis. Como exemplos, 
podemos citar: a moldura de um quadro que é usado na sala de uma 
residência; os tratores que são usados para melhorar a exploração de 
propriedade rural. 
 
Atenção! As pertenças não se confundem com as coisas acessórias, 
visto que a definição de pertença não pressupõe que sua existência 
esteja subordinada à do principal. 
 
O art. 94 traz a distinção entre parte integrante11 e pertenças. 
 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem 
as pertenças, salvo se o contrário resultar da ¹lei, da ²manifestação de 
vontade, ou das ³circunstâncias do caso. 
 
Assim, as pertenças não obedecem à regra de que o acessório segue 
o principal, porque são coisas que não formam partes integrantes e 
também não são fundamentais para a utilização do bem principal. 
 
Parte integrante é o acessório que, unido ao principal, forma com ele um 
todo, sendo desprovida de existência material própria, embora mantenha 
sua identidade. Exemplo de parte integrante já citado em provas12 foi o dos 
dutos e estações de compressão de um gasoduto. 
 
3. Dos bens públicos. Classificação dos bens quanto ao titular do seu 
domínio (arts. 98 a 103). 
 
Os bens quanto a sua titularidade ou em relação aos sujeitos a 
que pertencem (em relação às pessoas) classificam-se em ¹bens 
públicos e ²bens privados. 
O art. 98 traz a conceituação dos bens públicos e dos bens 
particulares. 
 
11 Parte integrante são os frutos, os produtos e as benfeitorias. 
12 Pela banca ESAF. 
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Art. 98. São ¹públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno; todos os outros são ²particulares, seja qual 
for a pessoa a que pertencerem. 
 
Deste modo, são bens públicos os de domínio nacional pertencentes 
à União, aos Estados, aos Territórios ou aos Municípios e às outras pessoas 
jurídicas de direito público interno. Todos os outros, os que tiverem, por 
exemplo, como titular de seu domínio pessoa natural ou pessoa jurídica 
de direito privado, serão bens particulares. 
 
O art. 99 traz a classificação dos bens públicos, ela se baseia no 
modo como esses bens são utilizados: 
 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito 
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Portanto, os bens públicos de acordo com sua destinação foram 
classificados em três categorias: ¹bens de uso comum do povo, ²bens de 
uso especial, ³bens dominicais. 
 
Bens quanto ao titular de seu domínio
Públicos Particulares
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3.1. Bens de uso comum do povo (também denominados bens de 
domínio público). 
 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
... 
 
A primeira observação que devemos fazer é de que os bens de uso 
comum do povo citados no art. 99, I, são meramente exemplificativos, 
porque neles não se exaurem, ou seja, há outros além dos citados. 
São os bens públicos que podem ser utilizados, sem restrições, de 
forma gratuita ou onerosa, por todos, sem necessidade de qualquer 
permissão especial, ou seja, se destinam ao uso de todos. 
Explicando melhor: Todos têm acesso a estes bens, podendo o acesso 
ocorrer gratuitamente ou não. Como exemplo temos as ruas, as estradas, 
as praças, os jardins públicos, o mar. “Via de regra, sua utilização é 
permitida ao povo, sem restrições e sem ônus”13, ou seja, o acesso é 
permitido a toda coletividade, no entanto, nada impede que a utilização 
deste bem possa ser cobrada, desde que regulamentada. 
Assim, bens de uso comum do povo, são bens que, embora mantidos 
sob gestão da administração pública - uma pessoa jurídica de direito 
público interno, podem ser utilizados, sem restrição, gratuita ou 
onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão 
especial. Pertencem à coletividade (res communes omnium), também 
podem ser denominados bens de domínio público e se destinam ao uso de 
todos. 
Mesmo se regulamentos administrativos condicionarem ou 
restringirem o seu uso a certos requisitos ou mesmo se instituírem 
pagamento de contribuição (uso retribuído), não perdem a natureza de 
bens de uso comum do povo, como exemplo disto temos: o pedágio, nas 
estradas; a venda de ingressos, em museus públicos; a taxa de embarque, 
em aeroportos, a taxa de ancoragem, em portos. 
 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
 
13 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed., 
pág. 368. 
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Veja que o uso do bem até pode ser franqueado (o usuário é o povo), 
mas o domínio sobre o bem continua sendo da pessoa jurídica de direito 
público. 
 
Sobre os bens de uso comum do povo citamos esta jurisprudência14: 
Administrativo. Ação de reintegração de posse. Estabelecimento comercial 
construído em terreno de marinha. Ocupação irregular. Mesas e cadeiras em área 
de praia. Bem da União de uso comum do povo. Impossibilidade de ocupação por 
particular. Demolição, com direito a indenização. Boa fé do ocupante. Cobrança 
de multa prevista na Lei n. 9.636/98. Impossibilidade. Irretroatividade. (TRF, 5ª 
Região, AP. n. 2002.800.000.13756/AL, rel. Des. Frederico Pinto de Azevedo, j. 
05.07.2007). 
 
A situação jurisprudencial descrita se refere a uma ação de 
reintegração de posse movida pela União contra uma empresa privada que 
construiu em terreno de marinha sem a devida autorização para a 
ocupação. 
 
3.2. Bens de uso especial. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
 
 
Como o próprio nome diz bens de uso especial são os bens que 
possuem uma destinação especial, bens que são utilizados pelo próprio 
poder público para a execução de seus serviços públicos. Por exemplo, os 
prédios onde estão instaladas repartições públicas e os prédios de escolas 
públicas. Constituem o aparelhamento administrativo, assim, são 
afetados a um serviço ou estabelecimentopúblico, ou seja, destinam-se 
especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso mesmo, são 
considerados instrumentos deste serviço. São os edifícios e terrenos 
aplicados ao funcionamento da administração. Não integram propriamente 
 
14 Citação em Ministro Cezar Peluso, Código Civil Comentado, Doutrina e Jurisprudência, 
Manole, 6ª ed., pág. 90. 
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a Administração, mas constituem (como já falamos) o aparelhamento 
administrativo. 
São também chamados bens patrimoniais indisponíveis, pois 
possuem uma finalidade pública permanente15. Para finalizar o tema assim 
lecionava o saudoso Caio Mario da Silva Pereira16: “E, quando não mais se 
prestem à finalidade a que se destinam, é facultado ao poder público 
proprietário levantar a sua condição de inalienabilidade, e expô-lo à 
aquisição, na oportunidade e pela forma que a lei prescrever”. 
 
3.3. Bens dominicais. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas 
entidades. 
 
São os bens que compõem o patrimônio da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. Abrangem tanto bens imóveis quanto 
bens móveis. São aqueles que, embora integrando o domínio público, 
diferem dos outros bens públicos pela possibilidade, sempre presente, de 
serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela 
Administração, se assim o desejar. Constituem o patrimônio disponível e 
alienável da pessoa jurídica de direito público. “Sobre eles o poder público 
exerce poderes de proprietário” 17. São bens que não são afetados a 
qualquer destino público. Como exemplos, temos as terras devolutas, 
oficinas, fazendas e indústrias pertencentes ao Estado. 
 
Art. 99. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se 
dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se 
tenha dado estrutura de direito privado. 
 
 
 
 
15 Hely. Dir. Administrativo, p. 520. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, 
Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 298. 
16 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed., 
pág. 369. 
17 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 249. 
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“Não entendi bem, o que o §único do artigo 99 quer dizer?” 
 
Ele quer dizer que quando não houver lei em contrário, a própria lei 
instituidora da pessoa jurídica de direito público poderá qualificar seus 
bens, isto sem depender da destinação que dá a eles. O que acontece é o 
seguinte, “caso nenhuma lei estabeleça normas especiais sobre os 
dominicais, seu regime jurídico será o de direito privado. Podem ser 
desafetados”.18 
 
- Características dos bens públicos. 
 
A primeira característica é a inalienabilidade, desde que destinados 
ao uso comum do povo ou para fins administrativos, ou seja, enquanto 
guardarem a afetação pública os bens públicos de ¹uso comum do povo 
e ²os de uso especial são inalienáveis. 
É o que diz o art. 100 do código civil: 
 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei 
determinar. 
 
Porém, esta característica poderá ser revogada, se mediante lei 
especial tenham tais bens perdido sua utilidade ou necessidade, não mais 
conservando a sua qualificação. Quando ocorre a desafetação, que é a 
mudança da destinação de um bem público, ele acaba incluído no rol dos 
bens dominicais, sendo que, de acordo com o art. 101: 
 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências da lei. 
A venda ocorre em hasta pública ou por meio de concorrência 
administrativa. 
 
A segunda característica é a imprescritibilidade das pretensões a 
eles relativas. Deste modo os bens públicos não podem ser adquiridos por 
usucapião, de acordo com o art. 102: 
 
18 Regina Sahm. Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 
126. 
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Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 
STF 340: “Desde a vigência do CC (1916) os bens dominiais, bem como os demais 
bens públicos não estão sujeitos a usucapião”. Ou seja, TODOS os bens 
públicos não estão sujeitos a chamada prescrição aquisitiva. 
 
A proibição da usucapião de imóveis públicos está no texto 
constitucional: 
 
Constituição Federal 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta 
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde 
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
... 
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
... 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua 
como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona 
rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho 
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
E a terceira característica é a impenhorabilidade19, que é 
decorrência da primeira característica, pois uma vez que os bens públicos 
são inalienáveis não se pode também dá-los em garantia. 
 
“Os créditos contra a Fazenda Pública se satisfazem por meio de precatórios 
(CF100), pois não há excussão de bens públicos, que são impenhoráveis”.20 
 
 
 
 
 
19 A impenhorabilidade impede que o bem passe do patrimônio do devedor ao do credor, 
ou de outrem, por força da execução judicial. 
20 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 298. 
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Assim acabamos mais uma de nossas conversas.  
 
Repetimos que, embora esta aula não seja longa, você deve ter 
atenção, isto principalmente no que diz respeito à classificação dos bens. E 
sempre lembrando que, em caso de dúvidas, estamos à sua disposição. 
Procure resolver as questões propostas e não hesite em nos enviar um e-
mail ou, então, utilizar o fórum dúvidas se não entender algo. 
 
Grande abraço e bons estudos! 
 
Aline Santiago & Jacson Panichi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- QUESTÕES CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS 
 
CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. No que concerne aos bens 
públicos, analise os itens. 
1. Consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado, sendo 
vedada qualquer disposição legal em sentido contrário. 
 
Comentário: 
Art. 99. São bens públicos: III - os dominicais, que constituem o patrimônio das 
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de 
cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais 
os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado. 
Item errado. 
 
2. O uso comum do bem público deve ser necessariamente gratuito e 
depende de autorização da entidade que o administre. 
 
Comentário: 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
Item errado. 
 
3. O prédio de propriedade do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, 
onde funciona a sede do tribunal, é um bem público de uso especial. 
 
Comentário: 
Art. 99. São bens públicos: II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos 
destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, 
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
Item correto. 
 
4. À exceção dos bens dominicais e dos de uso comum do povo, os bens 
públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 
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Comentário: 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Item errado. 
 
5. São bens públicos de uso comum do povo os que constituem o 
patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito 
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Comentário: 
Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, 
estradas, ruas e praças; 
Item errado. 
 
CESPE 2012/TJ-AL/Analista Judiciário. Analise os itens em relação a 
bens. 
6. O direito à sucessão aberta é considerado, por disposição legal, um bem 
imóvel. 
 
Comentário: 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Item correto. 
 
7. A universalidade de fato refere-se ao conjunto de bens singulares 
corpóreos ou incorpóreos, aos quais a norma jurídica confere unidade. 
 
Comentário: 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Item errado. 
 
8. Bens infungíveis são aqueles suscetíveis de substituição por outro da 
mesma espécie. 
 
 
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Comentário: 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
Item errado. 
 
9. A indivisibilidade dos bens somente ocorre por sua natureza ou por 
determinação legal. 
 
Comentário: 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por 
determinação da lei ou por vontade das partes. 
Item errado. 
 
10. Aquilo que poderia ser mantido intencionalmente no imóvel, para sua 
exploração, aformoseamento ou comodidade, como, por exemplo, o trator, 
é considerado pelo Código Civil bem imóvel por acessão intelectual. 
 
Comentário: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Item errado. 
 
11. CESPE 2012/TJ-RR/Agente de Proteção. Considerando o interesse 
econômico ou jurídico dos bens, julgue o item abaixo. 
Por constituir bem de uso comum do povo, o jardim de uma praça pública 
pode servir ao lazer da população em geral, sem necessidade de permissão 
especial de uso. 
 
Comentário: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
Item correto. 
 
12. CESPE 2012/TJ-CE/Juiz. Caso uma pessoa adquira um trator para 
melhor explorar sua propriedade rural, esse bem, de acordo com o Código 
Civil brasileiro, caracteriza-se como pertença. 
 
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Comentário: 
Perceba que a banca utilizou o mesmo exemplo de pertença de outra 
questão comentada logo acima. E este exemplo foi citado na parte teórica 
da aula. Realmente trata-se de uma pertença por se encaixar na definição 
do art.93: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de 
outro. 
Item correto. 
 
13. CESPE 2012/MP-PI/Analista Ministerial. No que tange à disciplina 
do direito civil referente aos bens, julgue o item a seguir. 
De acordo com a sistemática adotada pelo direito civil, constitui objeto da 
relação jurídica todo bem que puder ser submetido ao poder dos sujeitos 
de direito. 
 
Comentário: 
Como vimos no começo desta aula: As nossas primeiras aulas versaram 
sobre as pessoas. As pessoas naturais e as pessoas jurídicas – que são 
os sujeitos de direito. Pois bem, a partir de agora vamos estudar o objeto 
do direito. Pois, todo direito pressupõe a existência de um objeto, que 
vem a ser justamente aquilo que pode se submeter ao poder dos sujeitos 
de direito e, desta forma, instrumentaliza a realização de suas pretensões 
jurídicas. 
Item correto. 
 
14. CESPE 2011/TJ-ES/Analista Judiciário. Fungibilidade não é 
sinônimo de consuntibilidade, visto que pode haver bem consumível que 
seja infungível. 
 
Comentário: 
Lembre-se de que fungibilidade é característica de bem móvel que é 
substituível (FUnGIeSUBI) já a consuntibilidade é característica de bem 
consumível. São características diferentes. 
O termo consuntibilidade (como falado na parte teórica da aula) está ligado 
à ideia de algo consumível, por isso a afirmação de que fungibilidade não é 
sinônimo de consuntibilidade, e isto tendo em vista os artigos 85 e 86: 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
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Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 54Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo ¹uso importa destruição imediata 
da própria substância, sendo também considerados tais ²os destinados à 
alienação. 
Agora vamos analisar a segunda parte da afirmação – “pode haver bem 
consumível que seja infungível”. Também verdadeiro. Um bem pode ser ao 
mesmo tempo infungível (insubstituível) e também ter uma das 
características que resultam em consuntibilidade (bens que são 
consumíveis), quais sejam, a destruição imediata no uso ou estar destinado 
à alienação. Exemplo: uma peça única posta a venda (é um bem que não 
pode ser substituído e, ao mesmo tempo, também está destinado à 
alienação – é um bem consumível de direito). 
Item correto. 
 
15. CESPE 2011/TRF1ª/Juiz. Os bens públicos de uso comum não 
podem ser utilizados por particulares. 
 
Comentário: 
Como o próprio nome diz, esta categoria de bens públicos é de uso comum, 
portanto o bem pode ser utilizado por particulares. 
E atente para o art. 103: 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser ¹gratuito ou ²retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
Item errado. 
 
CESPE 2010/BB CERT. (Adaptada). De acordo com o Código Civil, 
julgue os itens abaixo. 
16. Considera-se bem móvel para efeitos legais o direito do promitente 
comprador do imóvel. 
 
Comentário: 
Os artigos 80 e 83 são bastante importantes pensando em provas. 
O direito do promitente comprador do imóvel é direito real sobre imóvel e 
considera-se para os efeitos legais um bem imóvel. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
... 
 
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Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Item errado. 
 
17. Considera-se bem móvel para efeitos legais o direito à sucessão aberta. 
 
Comentário: 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Item errado. 
 
18. Não perde o caráter de imóvel um tijolo provisoriamente separado de 
um prédio para nele se reempregar. 
 
Comentário: 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem 
removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
Item correto. 
 
19. Considera-se bem móvel para os efeitos legais a energia elétrica. 
 
Comentário: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Item correto. 
 
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CESPE 2010/TRE-BA/ANALISTA/JUDICIÁRIA. Tendo em vista a 
classificação dos bens prevista no Código Civil, julgue os itens que se 
seguem. 
20. O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
 
Comentário: 
A substituição de “pode” por “deve” (neste caso específico) não alterou 
o sentido da frase. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
Item correto. 
 
21. Ao contrário dos bens públicos de uso comum do povo e os de uso 
especial, os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que 
observadas as exigências legais. 
 
Comentário: 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências da lei. 
Para os bens dominicais basta que sejam observadas as exigências legais. 
Lembrando que os bens de uso especial também poderão ser alienados, 
mas somente quando desafetados do serviço público. 
Item correto. 
 
22. Os bens públicos dominicais estão sujeitos à prescrição aquisitiva. 
 
Comentário: 
Prescrição aquisitiva é a usucapião. 
STF 340: ”Desde a vigência do CC (1916) os bens dominiais, bem como os demais 
bens públicos não estão sujeitos a usucapião” 
Lembre-se do que falamos na parte teórica da aula: TODOS os bens 
públicos não estão sujeitos a chamada prescrição aquisitiva. 
Item errado. 
 
 
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23. CESPE 2010/EMBASA/DIREITO. Os bens públicos de uso comum 
do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua 
qualificação, na forma que a lei determinar. Os bens públicos dominicais 
podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
 
Comentário: 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei 
determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências da lei. 
Item correto. 
 
CESPE 2010/TRE-MT/Analista Judiciário. Quanto à matéria bens, 
julgue os itens abaixo. 
24. Os bens públicos dominicais e os de uso especial não podem ser 
alienados. 
 
Comentário: 
Este é um tema recorrente no CESPE, não vá errar isto! 
¹Bens de uso comum e ²bens de uso especial – não podem ser alienados. 
³Bens dominicais – podem ser alienados desde que atendidos os requisitos 
de lei. 
Item errado. 
 
25. O uso comum dos bens públicos pode ser retribuído conforme 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencem, 
sendo vedado seu uso gratuito. 
 
Comentário: 
Normalmente o uso do bem público será gratuito, mas nada impede que a 
administração estabeleça que seu uso seja retribuído. 
Item errado. 
 
26. CESPE 2010/PMDF/Oficial. As benfeitorias necessárias são aquelas 
realizadas nos bens com a finalidade de aumentar o uso desse bem. 
 
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Comentário: 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
 
Memorize da seguinte maneira: 
 
Base de importância 
Qual “a mais importante”? 
1º as necessárias (têm por fim conservar o bem ou 
evitar que se deteriore); depois 
2º as úteis (aumentam ou facilitam o uso do bem); e, 
por último 
3º as voluptuárias (as de mero deleite ou recreio, que 
não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o 
tornem mais agradável ou sejam de elevadovalor) 
 
Art. 96 ... 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso 
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se 
deteriore. 
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos 
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
As benfeitorias ²úteis aumentam ou facilitam o uso do bem. 
Deste modo, o item está errado. 
 
27. CESPE 2010/OAB. São benfeitorias úteis as que têm por fim 
conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore. 
 
Comentário: 
Lembre-se do “grau de importância”. Para conservar a coisa ou evitar que 
ela se deteriore a benfeitoria é necessária (1º) 
As que aumentam ou facilitam o uso do bem são benfeitorias úteis (2º). 
Item errado. 
 
3º. 
voluptua
rias
2º.Úteis
1º.Necessárias
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28. CESPE 2009/DPE-PI/Defensor Público. Ao realizar uma reforma 
de seu imóvel, o proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e 
conservou as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em 
revendê-las, já que eram muito antigas e bastante valiosas. Nesse caso, as 
referidas portas e janelas são consideradas bens móveis, porque são 
decorrentes de demolição. 
 
Comentário: 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum prédio. 
Item correto. 
 
CESPE 2009/TRE-MA/Analista Judiciário. Julgue os itens abaixo. 
29. São classificados como pertenças os bens jurídicos que, não 
constituindo partes integrantes, se destinam ao uso, ao serviço ou ao 
aformoseamento de outro bem. 
 
Comentário: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Item correto. 
 
30. Bens principais e acessórios são espécies da classificação de bens 
considerados em si mesmos ou em relação à própria natureza. 
 
Comentário: 
Bens principais e acessórios pertencem a classificação dos bens 
reciprocamente considerados. 
Item errado. 
 
CESPE 2009/TRE-MA/Analista Judiciário (Adaptada). De acordo com 
o disposto no Código Civil a respeito dos bens julgue os itens abaixo. 
31. Os direitos autorais de um escritor são considerados como móveis para 
os efeitos legais. 
 
 
 
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Comentário: 
Os direitos autorais são direitos pessoais de caráter patrimonial e, sendo 
assim, se enquadram no inciso III do art. 83: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Item correto. 
 
32. São benfeitorias úteis as que têm por fim conservar a coisa ou evitar 
que ela se deteriore. 
 
Comentário: 
Art. 96. § 3o. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que 
se deteriore. 
Item errado. 
 
33. Garrafas de um vinho raro emprestadas por um colecionador para 
exposição em uma feira de vinhos são consideradas, no caso, bens 
fungíveis. 
 
Comentário: 
Conforme exemplo fornecido em aula estas garrafas que pertencem a 
colecionador serão consideradas bens infungíveis (insubstituíveis). 
Item errado. 
 
34. Os bens naturalmente divisíveis não se podem tornar indivisíveis pela 
vontade das partes. 
 
Comentário: 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por 
determinação da lei ou por vontade das partes. 
Item errado. 
 
35. CESPE 2009/DPE-PI/Defensor. Ao realizar uma reforma de seu 
imóvel, o proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e conservou 
as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em revendê-las, 
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já́ que eram muito antigas e bastante valiosas. Nesse caso, as referidas 
portas e janelas são consideradas pertenças, porque, de modo ideal, 
sempre estarão agregadas a um bem imóvel. 
 
Comentário: 
As portas e janelas são partes integrantes, mas que podem ser revendidas, 
tendo valor individualmente. Não podemos enquadrá-las no conceito de 
pertença. 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Item errado. 
 
CESPE 2009/OAB (Adaptada). No que se refere aos bens julgue o item 
abaixo. 
36. A lei não pode determinar a indivisibilidade do bem, pois esta 
característica decorre da natureza da coisa ou da vontade das partes. 
 
Comentário: 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por 
determinação da lei ou por vontade das partes. 
Item errado. 
 
CESPE 2009/AGU-Advogado Geral da União. A respeito da disciplina 
dos bens, julgue os itens seguintes: 
37. A praça, exemplo típico de bem de uso comum do povo, perderá tal 
característica se o poder público tornar seu uso oneroso, instituindo uma 
taxa de uso, por exemplo. 
 
Comentário: 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, 
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem. 
Item errado. 
 
38. O imóvel público onde esteja localizada uma Procuradoria Regional da 
União é considerado bem de uso especial, qualificação que impede a sua 
alienação. 
 
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Comentário: 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei 
determinar. 
Item correto. 
 
CESPE 2009/PGE-AL (Adaptada). No que tange às disposições legais 
sobre os bens julgue os itens abaixo. 
39. Os bens coletivos podem constituir-se em universalidade de fato, mas 
não em universalidade de direito. 
 
Comentário: 
Os bens coletivos podem ser universalidades de fato. 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Como também podem ser universalidades de direito. 
 Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, 
de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
Item errado. 
 
40. Embora as pertenças não se destinem, de modo duradouro, ao uso, ao 
serviço, ou ao aformoseamento de um bem, constituem partes integrantes

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