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CCE-0181 Estrutura Metálica Professor Brandão Neto Curso – Arquitetura e Urbanismo Unidade 3: Dimensionamento 3.1 Características físicas e comportamento estrutural do aço: Diagrama tensão x deformação, Incêndio e corrosão 3.2 Método dos Estados Limites 3.3 Ações e segurança nas estruturas de aço 3.4 Tração: dimensionamento de seções brutas e com furos 3.5 Compressão 3.51 flambagem global 3.5.2 flambagem local 3.5.3 dimensionamento a compressão utilizando perfis que não sofrem efeito de flambagem local 3.6 Flexão de vigas de alma cheia 3.6.1 Flambagem lateral 3.6.2 Flambagem local de alma 3.6.3 Flambagem local de mesa 3.6.4 Classificação de perfis: compactos, semi-compactos e esbeltos 3.6.5 Dimensionamento a flexão utilizando perfis compactos e contidos lateralmente Conteúdo Programático Bibliografia de consulta REBELLO, Yopanan C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2007. REBELLO, Yopanan C. P. Estruturas de aço, concreto e madeira. São Paulo: Zigurate, 2005. Dimensionamento Curso – Arquitetura e Urbanismo Dimensionamento Dimensionamento de barras tracionadas O dimensionamento de peças a tração é feito pela determinação da área necessária da peça, de maneira que não ultrapasse a tensão admissível do material. Anecessária = F σt, aço F é a força de tração que a peça sofrerá. σt, aço é a tensão admissível a tração do aço. Determina-se a tensão admissível a partir da tensão de escoamento do aço, cuja sigla é fy, aplicando um coeficiente de segurança igual a 1,7. 𝜎 𝑡, 𝑎ç𝑜 = 𝐹𝑦 1,7 = 2500 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 1,7 → 𝜎 𝑡, 𝑎ç𝑜 = 1.470𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² Dimensionamento Dimensionamento de barras tracionadas Uma vez determinada a área necessária do perfil, procura-se na tabela dos perfis aquele cuja área da seção transversal seja mais próxima. Além da tensão admissível, deve-se verificar a esbeltez do perfil A Norma recomenda 𝛿 = 𝑙 𝑟 ≤ 400 𝛿 – índice de esbeltez da peça 𝑙 é o comprimento de flambagem da peça r é raio de giração da seção O raio de giração é fornecido nas tabelas dos perfis Dimensionamento Dimensionamento de barras tracionadas Exemplo: Dimensionar a barra tracionada da treliça abaixo. Com a área necessária, pode-se escolher o perfil para compor essa barra. Como trata-se de uma treliça, o mais usual é a barra composta de contoneiras duplas. Ft = 5.000kgf Anecessária = F σt,aço = 5.000kgf 1.470kgf/cm² = 3,4cm² Dimensionamento Dimensionamento de barras tracionadas Exemplo: Dimensionar a barra tracionada da treliça abaixo. Pela tabela é possível ver que o perfil 7/8” x 3/16” corresponde a uma área de 3,8cm², suficiente conforme nossa área necessária. Verificando a esbeltez, r em relação ao eixo x é 0,66cm. Sendo l =250cm, temos: 𝛿 = 𝑙 𝑟 = 250𝑐𝑚 0,66𝑐𝑚 = 378 ≤ 400 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Para barras comprimidas, o problema vai além da determinação da área da seção da barra, para que as tensões provocadas pela força de compressão não superem a tensão admissível à compressão do material. É necessário verificar, também, a barra para que não sofra o efeito da flambagem quando comprimida. A carga que inicia o processo de flambagem é dada pela fórmula de Euler: 𝑃𝑐𝑟 = 𝜋2𝑥𝐸𝑥𝐼 𝑙² 𝑃𝑐𝑟 – carga crítica de flambagem E – módulo de elasticidade do material 𝐼 – momento de inércia da seção, ou seja, como o material está distribuído em relação ao centro de gravidade da seção. 𝑙 – comprimento não travado da barra. Em pilares comuns de edifícios, l é o comprimento do pé-direito. Nas treliças, é a distância entre os nós da barra. Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Quando a carga critica for dividida pela área da seção, tem-se a tensão crítica de flambagem Definido o material, são dois os pontos que controlam a flambagem – a forma da seção (área e momento de inércia) e o comprimento da barra. Quanto maior o afastamento do material do centro de gravidade da seção, maior será a rigidez da barra. Da mesma forma, quanto maior for o comprimento da barra, mais suscetível à flambagem ela será. 𝑃𝑐𝑟 𝐴 = 𝜋2𝑥𝐸𝑥𝐼 𝐴𝑥𝑙² 𝜎 𝑐𝑟 = 𝜋2𝑥𝐸𝑥𝐼 𝐴𝑥𝑙² Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples O momento de inércia significa o quanto de material e a que distância ele está localizado em relação ao centro de gravidade da seção. Ou seja, quanto mais longe o material estiver do centro de gravidade, mais difícil será as seções girarem umas em relação às outras. Em outras palavras, mais difícil será para a barra flambar. 𝐼 = 𝑦2𝑥 𝑑𝐴 CG dA y Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Para seção retangular temos: Para seções vazadas, basta calcular o momento de inércia da seção vazia e diminuir do momento de inércia da seção cheia. 𝐼 = 𝑏ℎ³ 12 b h D 𝐼 = 𝜋𝐷4 64 Para seção circular de diâmetro D, temos: b h = - Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Raio de giração de uma seção – quanto maior o raio de giração (relação entre inércia e área da seção), maios rígida será a seção da barra. Esbeltez da barra – é a relação entre o comprimento da barra e o raio de giração. Dessa forma temos que a tensão crítica de flambagem será Para efeito de dimensionamento de peças dentro dos limites de segurança, é necessário aplicar à tensão crítica de flanbagem um coeficiente de segurança, que depende do material. 𝐼 = 𝑌2𝑥𝐴 → 𝐼 = 𝑟2𝑥𝐴 → 𝑟 = 𝐼/𝐴 𝛿 = 𝑙 𝑟 𝜎𝑐𝑟 = 𝜋2𝑥𝐸 𝛿² Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples A Norma NB 14/68 recomenda a aplicação de coeficiente de segurança igual a 2 sobre a tensão crítica do aço. A relação de Euler só tem aplicação em peças esbeltas que trabalham no regime elástico, ou seja, 𝛿 > 105. Para valores abaixo de 105 temos 𝜎𝑓𝑙 = 𝜋2𝑥𝐸 𝛿2𝑥2 → 𝐸𝑎ç𝑜 = 2.1000.1000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑓𝑙 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝛿² 𝜎𝑓𝑙 = 1.250 − 0,023𝑥𝛿² Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples O dimensionamento das peças comprimidas é feito por tentativa, ou seja, o que se faz não é um dimensionamento propriamente dito, mas uma verificação. Dados necessários – força de compressão atuante na barra e o comprimento da barra. 1 – A partir do perfil escolhido, calcula-se a área e o raio de giração. Como cada peça terá dois raios (x e y), adota-se o menor valor para análise da situação mais desfavorável. 2 – Calcula-se o índice de esbeltez llf é o comprimento de flambagem da barra e raio de giração´. 𝛿 = 𝑙𝑓𝑙 𝑟 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples 3 – Com o valor do índice de esbeltez calcula-se a tensão admissível à flambagem. Esse cálculo pode ser feito verificando em tabela de esbeltez ou pelas relações 4 – Por fim, calcula-se a tensão de compressão atuante na barra. 𝜎𝑓𝑙 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝛿² 𝜎𝑓𝑙 = 1.250 − 0,023𝑥𝛿² 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐴 ≤ 𝜎𝑓𝑙 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo V = 30 tf Seção transversal do pilar 3 m Para efeito de cálculo de barras submetidas à compressão simples, pode-se considerar o comprimento de flambagem de um pilar como o seu comprimento entre os pavimentos, desde que a estrutura seja indeslocável. Isso significa que haverá contraventamentos em X ou paredes. Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionaro pilar da figura abaixo 1º passo – Identificar o perfil a ser adotado. Por tentativa, escolhe-se o perfil a ser adotado e verifica-se se a tensão atuante supera a tensão admissível à flambagem. Neste caso, para um perfil I adotou-se uma altura de 6”. Pela tabela temos A = 23,6cm² rx = 6,24cm ry = 1,79cm 2º passo – Calcular o índice de esbeltez δ = lfl r = 300 1,79 = 168 → δ > 105 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 3º passo – Determinar a tensão admissível à flambagem. Pela tabela, temos δ = 168 → 𝜎𝑓𝑙 = 367 kgf/cm² 4º passo – Calcular a tensão atuante e comparar com a tensão admissível de flambagem. Verifica-se que a Tensão atuante é maior que a tensão admissível, logo, deve-se escolher outro perfil. Para essa escolha devemos identificar uma seção que tenha um raio de giração maior, o que diminuirá a esbeltez e consequentemente influenciará na tensão admissível. 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐴 ≤ 𝜎𝑓𝑙 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 30.000𝑘𝑔𝑓 23,6𝑐𝑚² = 1.271 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 4º passo Se continuarmos a utilizar o perfil I chegaremos a uma peça com altura de 10” para o maior raio de giração desse tipo de seção. Porém, se alterarmos o perfil e utilizarmos o perfil H podemos diminuir a peça para 5” e ainda teremos um raio superior ao do perfil I. Alterando o perfil de I para H, com 5”, temos A = 35,6cm² rx = 5,29cm ry = 3,01cm A esbeltez será Pela tabela, a tensão admissível em função da esbeltez será δ = 100 → 𝜎𝑓𝑙 = 1025 kgf/cm² 𝜎𝑓𝑙 = 1.250 − 0,023𝑥𝛿² δ = lfl r = 300 3,01 = 100 → δ < 105 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 4º passo A tensão atuante será Como a tensão atuante é inferior à tensão admissível à flambagem, o perfil escolhido satisfaz. 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 30.000𝑘𝑔𝑓 35,5𝑐𝑚² = 843 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 843 < 𝜎𝑓𝑙 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar a barra da treliça abaixo submetida a uma força de compressão de 2tf. Barra 2 (comprimida N = -2,0tf) 1,5 1,5 1,5 1 ,3 5 Para esse tipo de treliça é comum adotar perfil composto por 2 cantoneiras. Vamos verificar se o perfil de 1”x1”x1/8” é suficiente. 1,8” Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 1º passo – Identificar o perfil a ser adotado. Para perfil cantoneira dupla de abas iguais de 1”x1”x1/8” temos A = 2,96cm² rx = 0,77cm ry = 1,20cm 2º passo – Calcular o índice de esbeltez 3º passo – Determinar a tensão admissível à flambagem. Como o valor da esbeltez supera o da tabela, devemos utilizar a fórmula δ = lfl r = 157 0,77 = 204 → δ > 105 𝜎𝑓𝑙 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝛿² = 10.363.000 204² = 259 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 4º passo – Calcular a tensão atuante e comparar com a tensão admissível de flambagem. Verifica-se que a tensão atuante é maior que a tensão admissível, logo, deve-se escolher outro perfil. Para essa escolha devemos identificar uma seção que tenha um raio de giração maior, o que diminuirá a esbeltez e consequentemente influenciará na tensão admissível. 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2.000𝑘𝑔𝑓 2,96𝑐𝑚² = 675 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 675 > 𝜎𝑓𝑙 Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a compressão simples Exemplo: Dimensionar o pilar da figura abaixo 4º passo – Para perfil cantoneira dupla de abas iguais de 1/2”x1/8” temos A = 4,64 cm² rx = 1,18cm ry = 1,71cm O índice de esbeltez será A tensão admissível pela tabela será A tensão atuante será δ = lfl r = 157 1,18 = 133 → δ > 105 δ = 133 → 𝜎𝑓𝑙 = 586 kgf/cm² 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2.000𝑘𝑔𝑓 4,64𝑐𝑚² = 431𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 431 < 𝜎𝑓𝑙 O perfil satisfaz! Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão O momento fletor provoca tensões de compressão e tração nas seções das peças estruturais. O esforço cortante, por sua vez, provoca tensão de ruptura nas peças. Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão O momento fletor Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão A força cortante Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão O dimensionamento deve ser verificado quanto a três estados limites últimos: Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão Uma viga biapoiada com carga distribuída terá relação entre momento fletor e curvatura da seção mais solicitada da seguinte forma Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão O comportamento é linear desde que a máxima tensão seja menor do que a tensão de escoamento do aço 𝜎 max = 𝑀 𝐼 𝑦𝑚𝑎𝑥 = 𝑀 𝑊 < 𝑓𝑦 Ymax – distância ao centroide do elemento de área mais afastado I – momento de inercia em torno do eixo de flexão W – modulo de resistência elástico da seção Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão Conforme a NBR 8800, as seções das vigas podem ser divididas em três classes conforme a influencia da flambagem local sobre os respectivos momentos fletores resistentes Mres. Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão As curvas de momento x curvatura da seção(ou rotação de vigas metálicas) serão Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão Momento fletor resistente de calculo (Mrd) para Flambagem Lateral com torção (FLT), Flambagem local da mesa omprimida (FLM) e flambagem local da alma (FLA). Dimensionamento Dimensionamento de barras submetidas a flexão Parâmetros de esbeltez para perfis I laminados com 2 eixos de simetria:
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