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TRT Direito Civil Aula 06

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Aula 06
Curso: Direito Civil p/ TRT/8 - Analista Jud - Judiciária e Oficial de Justiça
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
685.489.742-49 - Paulo Roberto de Souza Santos
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
Judiciário (Judiciária e Oficial de Justiça). 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula - 06 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 48 
 
AULA 06: Dos atos ilícitos e da responsabilidade 
Civil. 
 
 
 
Olá Futuro(a) Servidor(a) do TRT! 
 
A aula de hoje WDOYH]� VHMD� D� PDLV� ³WUDQTXLOD´� HQWUH� DV� TXH� foram 
apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação. 
Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à responsabilidade 
civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual é colocado aquele 
que sofre o dano (em relação àquele que o causa) e que esta situação será 
sempre levada em consideração pelo direito. Imagine as situações na 
prática, ficando clara esta ideia, você poderá acertar questões mesmo sem 
um domínio absoluto do assunto. 
Sumário 
- Atos Jurídicos Lícitos. ............................................................................................................................ 2 
- Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ................................................................................... 3 
- Excludentes de ilicitude (art.188) ..................................................................................................... 7 
- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). ....................................................................................... 10 
- A Culpa. ........................................................................................................................................... 12 
- O risco e a teoria do risco. .............................................................................................................. 14 
- Classificações da responsabilidade civil. ......................................................................................... 15 
- O dano. ............................................................................................................................................ 16 
- A responsabilidade civil e a reparação do dano. ............................................................................ 17 
- O nexo causal. ................................................................................................................................. 19 
- Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos 
devedores da indenização. ............................................................................................................... 20 
- A Coautoria e a Solidariedade. ....................................................................................................... 23 
- Outras situações (arts. 939 e 940): ................................................................................................. 24 
-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. ............................................................. 24 
- QUESTÕES DO CESPE COMENTADAS .................................................................................................. 27 
- LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS E GABARITO. ......................................................................... 43 
 
685.489.742-49 - Paulo Roberto de Souza Santos
Direito Civil para o TRT/8ª Região - Analista 
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Aula - 06 
 
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- Atos Jurídicos Lícitos. 
 
Já estudamos em outra aula que o ato para ser considerado um ato 
jurídico precisa ter repercussão no mundo jurídico. Você se recorda disto? 
Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os 
¹negócios jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido 
estrito (ou atos não negociais), sendo que estes últimos desencadeiam 
consequências jurídicas independentemente da vontade do agente, e isto 
porque seus efeitos estão previamente descritos na lei. 
Os efeitos desses atos se produzem ex lege1. É o que acontece, por 
exemplo, quando um pai reconhece um filho, deste ato de reconhecimento 
± que não é um ato negocial, mas é lícito, decorre uma série de 
consequências jurídicas. Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, 
mas a produção dos efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas 
sim de acordo com o que está determinado na lei em relação aquele ato 
praticado. Isto não pode ser modificado pela pessoa interessada. 
 
Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito 
será um negócio jurídico, é o que ocorre com os atos jurídicos em 
sentido restrito que são apenas lícitos ou meramente lícitos. 
 
O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não será considerado 
ato jurídico, pois atenta contra o direito (desta forma, sempre que você 
estiver diante da expressão ato jurídico ± estará diante de um ato lícito). 
 
 
 
 
Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e, também, 
os atos ilícitos (3). Todos estes atos devem ter repercussão no mundo jurídico. 
 
 
1 Ex lege = de acordo com a lei. 
Fato 
Jurídico
1.Ato jurídico 
em sentido 
estrito
2.Negócio 
Jurídico
3.Atos ilícitos
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A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio 
é lícito (como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no 
seu inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade 
de indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não 
observação de determinadas regras de convívio em sociedade. 
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento 
contratual ± diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá 
advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade ± e, neste 
caso, diz responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. 
 
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou 
aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 
186 ± que trata do ato ilícito, e o art. 187 ± que trata do abuso de direito. 
 
Passemos agora ao seu estudo mais detalhado! 
 
- Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). 
 
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz 
efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. 
 
Conforme lição de Flávio Tartuce2: 
 
³De início, o ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, 
violando direitos e causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a 
norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato 
ilícito fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em 
sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo 
DJHQWH��PDV�VRPHQWH�DTXHOHV�LPSRVWRV�SHOD�OHL´� 
 
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação 
ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a 
intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, 
ocasiona dano a outrem. 
 
Observe que para o DireitoCivil existirá interesse no ato ilícito se 
houver dano a ser reparado (um dano a ser indenizado). 
 
2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. 
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1mR�H[LVWH�QR�'LUHLWR�&LYLO�R�LQWHUHVVH�HP�³SXQLU´�R�FXOSDGR�SHOR�DWR��
Neste ramo do direito o interesse está na reparação do dano, com a 
recomposição patrimonial da pessoa que foi atingida pelo ato ilícito. 
Neste momento, surge, então, a outra figura do nosso estudo de 
hoje, qual seja: a responsabilidade civil. 
 Cabe fazeUPRV� DTXL� ³XP� SHTXHQR� SDUrQWHVH´�� GLIHUHQFLDQGR o ato 
ilícito na esfera civil (como já explicado) e na esfera penal. 
Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas 
típicas, que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei 
penal, violam a lei, indo de encontro à vida social. Estas condutas 
constituem os crimes ou delitos penais. 
 
³(QWmR�� D� YLRODomR� GR� GLUHLWR� SRGH� VHU� YLVWD� VRE� PDLV� GH� um 
DVSHFWR"´ 
 
Exatamente. Para o nosso estudo, no que se refere a esta aula, é 
importante que você entenda que a violação do direito pode configurar 
ofensa à sociedade, pela infração de preceito indispensável à sua existência 
(infração a norma de direito público), ou configurar um simples dano 
individual (o interesse lesado é o privado). No primeiro caso, 
estaremos diante de um delito penal, consistente na violação da lei penal e 
que induz responsabilidade penal, tendente à punição. No segundo caso, 
estaremos diante de uP�³GHOLWR´�FLYLO, consistente na violação de um 
direito subjetivo privado e que induz reparação (indenização) do 
dano, a chamada responsabilização civil. Observe, no entanto, que existe 
a possibilidade de um ato ilícito violar as duas esferas. Neste caso, existirão, 
ao mesmo tempo, as duas responsabilidades, quais sejam: a penal e a civil. 
Outra ótica que pode ser analisada, mas que não cabe nesta aula de 
direito civil o seu estudo aprofundado, é a que diz respeito às infrações 
administrativas. 
 
Importante! 
Ainda analisando a relação entre o direito civil e o direito penal, outra 
diferenciação que devemos fazer, para um melhor entendimento da aula, 
é com relação à palavra culpa. 
A culpa será um dos pressupostos da responsabilidade civil. No campo civil 
usa-se muito a palavra culpa em sentido lato sensu, ou seja, a culpa 
em sentido amplo. Na responsabilidade, quando falarmos em culpa, 
estamos nos referindo tanto ao dolo3 quanto a culpa4 propriamente 
dita. Em sentido amplo a culpa abrange toda espécie de comportamento 
 
3 No dolo o agente procura intencionalmente o resultado. 
4 Na culpa o fato se dá por negligência, imprudência ou imperícia. 
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contrário a direito, seja ele intencional ou não, bastando que seja imputável 
ao causador do dano. 
 
Para o direito civil ato ilícito é aquele contrário à ordem jurídica e 
lesivo ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar tal 
prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial. Assim está normatizado no 
artigo 186 do CC: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, ¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa 
(assim considerados no campo penal). 
4XDQGR�IDOD�HP�³DomR�RX�RPLVVmR�YROXQWiULD´ se refere ao dolo ± que 
é a situação em que o agente quer o resultado ou assume o risco de 
produzi-lo. A culpa, segundo o art. 186, vem representada pela 
H[SUHVVmR�³QHJOLJrQFLD�RX�LPSUXGrQFLD´. Na conduta culposa, há sempre 
ato voluntário determinante de um resultado involuntário. 
A pessoa não previu o resultado, mas a previsibilidade do evento 
existe, isto é, se nós olharmos objetivamente para o evento observaremos 
que o acontecimento era previsível. 
 
 
 
 
Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito. 
 
1.Ação
Imprudência
2.Omissão 
Voluntária
Negligência
Violar direito e 
causar dano a alguém 
 
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Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: 
 
¹A violação de direito e o ²dano a outrem. 
 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto 
lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta 
forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba 
por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na 
medida de sua execução. 
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize 
o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na 
utilização de suas prerrogativas, exceda os seus limites. 
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será 
objetiva ± ou seja, independente de culpa. 
 
Os conceitos de responsabilidade objetiva (que independe de culpa) e de 
responsabilidade subjetiva (que depende da comprovação de culpa) são 
bastante importantes e você verá isso no decorrer desta aula. 
 
Neste sentido, temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do 
Conselho Nacional de Justiça: 
³Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe 
de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-ILQDOtVWLFR´� 
 
O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o 
abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um 
direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de 
consistir em violação a princípios de finalidade da lei. 
 
Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, 
ocasionando prejuízo, deve indenizar. 
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A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso 
de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão 
suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o 
exercício abusivo de suas prerrogativas. 
 
Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito 
Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao princípio da 
sociabilidade,presente no mencionado artigo: 
³2V� ERQV� FRVWXPHV� SUHYLVWRV� QR� DUW�� ���� GR� &&� SRVVXHP� QDWXUH]D� subjetiva, 
destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva, para 
permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não 
abrangidas pela função social e pela boa-Ip�REMHWLYD´� 
 
- Excludentes de ilicitude (art.188) 
 
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São 
os atos lesivos que não são considerados ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover ³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
 Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não 
constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, 
isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação 
de ilícito. São eles: 
x A legítima defesa; 
x Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; 
x Estado de necessidade (quando há perigo iminente). 
 
Vamos ver cada um deles! 
 
1. A legítima defesa é considerada como excludente de 
responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários 
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alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas 
os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles 
estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode 
ser putativa. 
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina 
estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. 
Nesta situação se a pessoa tomar alguma atitude com a intenção de se 
defender deste perigo imaginável, ainda caberá indenização para o 
prejudicado. Como também caberá indenização se houver excessos na 
defesa. 
 
Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: 
¾ Que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; 
¾ Que seja injusta; 
¾ Que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, 
não vão além do necessário para a defesa; 
¾ Que a defesa seja de direito. 
 
2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido 
exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um 
procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de 
um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar 
a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei 
em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho, 
ocultando a sua visão ou recepção solar. 
 
Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso 
do direito será configurado ato ilícito. 
 
 3. O estado de necessidade é a situação encontrada no inciso II: 
 
... 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover ³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
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O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio 
(deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem ou lesão a uma 
pessoa) para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a 
propriedade alheia para salvar vida de alguém. 
 
Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: 
¾ Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado 
voluntariamente pelo agente; 
¾ Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; 
¾ Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; 
¾ Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. 
 
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do 
art. 188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, 
em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o 
que encontraremos nos arts. 929 e 930: 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 
188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do 
prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de 
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a 
importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causou o dano (art. 188, inciso I). 
 
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou 
deteriorada não forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização 
e o autor do dano será responsável pela reparação, ficando, contudo, com 
ação regressiva contra seu causador. 
 
³)LFRX�FRPSOLFDGR��9RFrV�SRGHP�HVFODUHFHU�PHOKRU�LVWR"´ 
 
Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros 
envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: 
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário 
(causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo 
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e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, 
por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro 
culpado pelo perigo). 
Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos 
(arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o 
dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a 
responsabilização civil. 
 
- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). 
 
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja 
o dever de indenizar, três5 são os pressupostos6 que devem estar 
presentes, quais sejam: 
 
a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente 
por ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva ± ou 
seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a omissão 
é mais trabalhosa para ser comprovada, uma vez que se precisa 
provar que existia um dever de agir e também que se tivesse ocorrido 
esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato poderá estar 
relacionado tanto a ato próprio como a ato de terceiro e que esteja 
sob a guarda da pessoa. 
 
b) Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou 
²moral (extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil 
sem a existênciade um dano, é também necessário que exista prova, 
real e concreta, desta lesão. 
 
c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. 
É uma ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do 
dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará 
afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o 
 
5 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de 
indenizar. Alguns acrescentam aos três ± a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica 
ou lato sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, 
mas vale o esclarecimento. 
6 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da 
responsabilidade civil. 
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evento se deu por culpa exclusiva da vítima, no chamado estado 
de necessidade, na legítima defesa e no caso fortuito ou força maior. 
 
São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
 ³Nexo de causalidade entre: 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
O código coloca o Título - Da Responsabilidade Civil ± dentro da Parte 
Especial, no Direito das Obrigações, e o divide em dois capítulos: ¹Da 
Obrigação de Indenizar (arts. 927 a 943) e ²Da Indenização (arts. 944 a 
954). 
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio moral 
e patrimonial desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no patrimônio 
do lesado ou o dano moral que desencadeiam a reação legal, movida pela 
ilicitude da ação do autor, pela lesão ou pelo risco. 
 
 
 
Assim, todo aquele que causar dano7 a outrem fica obrigado a 
repará-lo, restabelecendo assim o equilíbrio rompido. É uma espécie de 
contraprestação. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos ¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos 
de outrem. 
 
 
 
 
7 Pessoa natural ou pessoa jurídica. 
O dano causa desequilíbrio
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- A Culpa. 
 
Conforme já explicamos, a culpabilidade no campo do direito 
civil envolve ¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo. 
Não há de se confundir os conceitos de dolo e de culpa que são 
bastante distintos, mas as consequências, no que diz respeito às 
indenizações civis, serão as mesmas. 
A indenização baseia-se no dano sofrido, no entanto a culpa poderá 
ser analisada. Veja o que dizem os artigos 944 e 945: 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que trará a 
diminuição dos efeitos do ato ilícito como consequência. 
 
³(�R�TXH�YHP�D�VHU�D�FXOSD�FRQFRUUHQWH"´ 
 
A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a 
vítima agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do 
agente. Portanto, quando a vítima também concorreu para o evento 
danoso, com sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida 
pela metade ou em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. 
Pois como ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo que 
uma só respondesse pelos prejuízos. 
 
Mas atenção! 
Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em 
indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento 
danoso. 
 
Quando se tem a culpa como elemento necessário para a 
caracterização do dever de indenizar, estaremos diante da 
responsabilidade subjetiva ± esta depende da culpa do agente 
causador do dano. 
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O contrário também foi previsto no nosso ordenamento jurídico. 
Existem várias situações para as quais o ordenamento dispensa a culpa 
para o dever de indenizar, bastando ¹o dano, ²a autoria e ³o nexo 
causal, o que se denomina responsabilidade objetiva. 
 
Em questões de prova, principalmente as que envolvem a chamada 
responsabilidade indireta, você deve dominar alguns conceitos, quais 
sejam: 
x Culpa in comittendo ± está relacionada a uma ação. 
x Culpa in omittendo ± está relacionada a uma omissão. 
x Culpa in ilegendo - está relacionada a má escolha do preposto. 
x Culpa in vigilando ± está relacionada a falta de atenção com o 
procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável. 
x Culpa in custodiendo ± está relacionada a falta de cuidados com a 
guarda de animal ou de objeto. 
 
Vamos falar um pouquinho da imputabilidade. 
 
A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se 
alguém pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento constitutivo 
da culpa, se refere a condições pessoais8 daquele que praticou o ato lesivo, 
é a verificação se o ato é resultado de uma vontade livre. Existem casos 
que afastam a imputabilidade: 
x A menoridade ± porém o ato ilícito por ele praticado acarretará 
a responsabilidade objetiva (art. 933 e 932, que será visto mais 
afrente); 
x A demência ou estado de grave desequilíbrio mental, 
acarretado pelo alcoolismo ou pelo uso de drogas, ou de 
debilidade mental, que torne o agente incapaz de controlar suas 
ações. Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva 
do responsável pelo incapaz; 
x A anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de 
simples escolha elege um de seus interesses em detrimento de 
outro. 
 
 
 
8 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo 
assim o praticou. 
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Além disso, temos os três excludentes: 
x Exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor 
que penhora bens do devedor para pagamento de dívida; 
x Legítima defesa; 
x Estado de necessidade. 
 
 
- O risco e a teoria do risco. 
 
O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá casos 
onde não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o dano é 
reparável mesmo sem o fundamento da culpa (responsabilidade objetiva), 
baseando-se simplesmenteno risco objetivamente considerado. 
Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que o 
perigo deve resultar do exercício da atividade e não do comportamento do 
agente. A atividade é lícita, mas causa perigo a outrem. 
 
³+DYHUi� REULJDomR� GH� UHSDUDU� R� GDQR, independentemente de culpa, nos 
¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
GLUHLWRV�GH�RXWUHP�´ 
 
São duas as situações da chamada responsabilidade objetiva: 
 
¹Casos especificados em lei 
²Atividade que por sua natureza implique risco ao direito de outro. 
 
Segundo Caio Mario da Silva Pereira9: ³1R�FDPSR�GD�WHRULD�REMHWLYLVWD�
situa-se a teoria do risco proclamando ser de melhor justiça que todo 
aquele que disponha de um conforto oferecido pelo progresso ou que realize 
um empreendimento portador de utilidade ou prazer, deve suportar os 
riscos a que exponha os outros´. 
 
A teoria do risco muda o foco, que até antão estava localizado 
na culpa. Agora a responsabilidade baseia-se no risco. A culpa não é 
substituída apenas deixa de ser o principal elemento a ser observado. 
 
 
9 Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 560. 
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- Classificações da responsabilidade civil. 
 
Muito importante! (Pensando em provas de concursos) 
As espécies de responsabilidade: 
 
x Quanto ao seu fundamento, poderá ser: responsabilidade 
subjetiva que é a teoria clássica e pressupõe a culpa em sentido 
amplo como elemento necessário, como fundamento, para a 
responsabilização civil; e responsabilidade objetiva que se 
fundamentada no risco, no dano mesmo sem culpa, sendo 
necessários apenas o dano e o nexo de causalidade. 
 
x Quanto ao seu fato gerador, como já falado anteriormente, 
poderá ser: responsabilidade contratual (quando oriunda de 
inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral); 
responsabilidade extracontratual ou aquiliana (a fonte dessa 
responsabilidade é a inobservância da lei, é a lesão a um direito, 
sem que entre as partes exista qualquer relação jurídica). 
 
 
Sobre este tema temos as seguintes informações CESPE: 
CESPE (OAB/2010/01): ³Tratando-se de responsabilidade subjetiva 
contratual, a responsabilidade do agente pode subsistir mesmo nos casos 
de força maior e de caso fortuito, desde que a lei não coíba a sua previsão´. 
CESPE (ABIN/2010): ³De acordo com a teoria subjetiva, a culpa 
levíssima, no âmbito da responsabilidade aquiliana, produz obrigação 
de indenizar´. 
 
A responsabilidade contratual está localizada principalmente no 
que diz respeito ao Inadimplemento10 de obrigações: 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, 
e honorários de advogado. 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o 
dia em que executou o ato de que se devia abster. 
 
10 Não cumprimento. 
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Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a 
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos 
onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas 
em lei. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou 
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, 
cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
... 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos 
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e 
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. 
 
Informação CESPE (AGU/2009): ³Embora o CC somente tenha feito 
referência à boa-fé na conclusão e na execução do contrato, a doutrina 
entende haver lugar para a responsabilidade pré-contratual, a qual 
não se aplica aos chamados contratos preliminares, mas aos contatos 
anteriores à formalização do pacto contratual´. 
 
x Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), 
poderá ser: direta (se proveniente da própria pessoa 
responsabilizada), e indireta ou complexa (se derivada de ato 
de terceiro na vigência de vínculo legal de responsabilidade; ou de 
responsabilidade sobre animais (fato de animal) e objetos que 
estão sob sua guarda). 
 
 
- O dano. 
 
Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já falamos 
anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um dano, 
para que haja pagamento de indenização, é necessária a comprovação da 
existência de lesão. 
 
Pensando em provas você precisa ter os seguintes entendimentos: 
 
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Ao lado do dano individual ± que constitui lesão a patrimônio ou a direito 
de personalidade, nós temos também o dano social - que é uma lesão à 
sociedade no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança, 
quanto por diminuição de sua qualidade de vida. 
 
O dano individual basicamente poderá ser: 
 
O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a 
patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, 
dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação 
pecuniária e de indenização pelo responsável. 
 
O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa 
natural ou jurídica. A indenização por dano moral inclusive encontra 
respaldo constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X: 
Art. 5º... 
... 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
... 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
 
- A responsabilidade civil e a reparação do dano. 
 
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma 
relação obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou 
seja, a reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer 
seus efeitos, restituindo o prejudicado ao status quo ante. 
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, 
punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é 
também, principalmente, a garantiaao direito do lesado, tendo natureza 
compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. 
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 
 
1. Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade 
contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou 
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parcial, bem como nos casos de retardamento de seu 
cumprimento. 
 
2. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o 
lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta 
responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os 
casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e 
³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta. 
 
 
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a 
possibilidade da responsabilidade indireta: 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação. 
... 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade, 
até onde ela atingirá o patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o 
princípio da responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá 
responder com seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. 
A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os 
seus aspectos, de modo que todos os bens do devedor, com exceção dos 
inalienáveis, respondam pelo ressarcimento. 
Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a 
herança e o lesado poderá demandar o espólio até onde este alcançar o 
saldo positivo deixado pelo de cujus aos seus sucessores. 
 
³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ 
 
Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados 
como herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio pessoal. 
 
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Continuando! 
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para 
exigir a indenização do prejuízo, porém, atualmente, se tem admitido que 
a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob a dependência 
econômica da vítima. 
Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a 
operação de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do 
ressarcimento. 
Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por 
não se permitir enriquecimento indevido. Ao credor se deve dar aquilo que 
baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos nem 
reduções. 
 
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 
945 deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve 
participação (culpa) do lesado: 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano. 
 
O juiz deverá analisar também: 
x A situação da vítima e do causador do dano; 
x A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial 
(visto que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade 
entre o dano e a ação que o produziu); 
x A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do 
dano. 
 
- O nexo causal. 
 
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. 
Para caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não 
ocorreria se o fato não tivesse acontecido. 
 
11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a 
vitrine de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que 
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Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as 
excludentes de responsabilidade. 
As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de 
necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes 
de ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito 
ou força maior12 e a clausula de não indenizar. 
Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser 
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o 
lesado sem a composição do dano sofrido. 
 
- Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação 
ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. 
 
Titulares da ação ressarcitória: 
No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a 
pretensão de indenização, mas seu direito de crédito apenas se concretiza 
com a decisão judicial. Além disso, tal direito transmite-se com a herança. 
Assim temos o art. 943: 
 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-
se com a herança. 
 
O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente 
experimentarem o prejuízo. As pessoas jurídicas, públicas ou privadas, 
poderão propor ação fundada em dano material e em dano moral objetivo. 
 
Devedores da indenização: 
Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá 
obrigação de repara-lo aquele para qual a lei impôs tal responsabilidade. 
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem 
sempre vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade), 
será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder por fato de outrem, 
por animais ou coisas sob sua guarda. 
 
indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora 
efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 
12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o 
elemento culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois 
elementos: um de ordem interna ± que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem 
externa ± que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior 
cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato. 
 
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A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: 
 
A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que 
decorre de um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de 
uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo 
ao patrimônio, por ato culposo ou doloso. 
 
A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só poderá ser 
vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: A ¹responsabilidade 
por fato de terceiro; a ²responsabilidade pelo fato do animal; e a 
³responsabilidade pelo fato da coisa. 
 
¹Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932: 
 
O artigo 932 é muito importante para fins de prova - 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores 
e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
 
O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que 
ressarcir o dano causado por outrem, se este não for seu descendente, 
absoluta ou relativamente incapaz, poderá reaver o que pagou. 
 
Já foi informação CESPE (DPE-BA 2010): ³O mero afastamento de filho 
de 16 anos de idade da casa paterna não é suficiente para elidir a 
responsabilidade dos pais.´ 
 
Com relação a responsabilidade civil dos incapazes e a reparação do 
dano há outro artigo no código: 
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Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
 
Com base neste artigo, apresentamos outra informação CESPE (2010 
TRE-MT): ³A responsabilidade civil dos incapazes, nas hipóteses 
expressamente previstas no Código Civil brasileiro, é subsidiária em 
relação à responsabilidade de seus representantes´� 
E também o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: 
³41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado 
nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil´. 
 
 
²Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
 
 
³Responsabilidade pelo fato da coisa: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos 
danos causados pelos produtos postos em circulação. 
 
O art. 931 é caso de responsabilidade objetiva (independente de culpa). 
 
Já foi informação CESPE (TJ-PI/2012)��³Caso se trate de produto 
importado, o importador será considerado fornecedor presumido e 
responderá de forma objetiva pelos danos causados´. 
 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. 
 
O titular do domínio ou possuidor, ao usar coisa inanimada que lhe 
pertencer ou que tem permissão para possuir, pode originar acidentes 
lesivos ao patrimônio e à integridade física do terceiro, caso em que deverá 
reparar o dano causado. 
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Como exemplos podemos citar os prejuízos resultantes de: ruína total 
ou parcial de um edifício; queda de árvore; instalações domésticas; queda 
de elevador por falta de conservação. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
Funda-se na obrigação geral de não colocar em risco a coletividade. 
 
 
- A Coautoria e a Solidariedade. 
 
Se houver coautoria ou cumplicidade no fato lesivo, responderão 
estas pessoas solidariamente, de acordo com o art. 942. 
 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem 
ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um 
autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932. 
 
Assim a solidariedade possibilita que qualquer um dos codevedores 
seja demandado pelo total da dívida, permite que o titular do crédito possa 
exigir de qualquer deles o que lhe é devido e instaura o direito de reembolso 
do devedor, que, demandado pelo débito solidário, satisfez a dívida por 
inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está autorizado 
nos arts. 930 e 934: 
 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, 
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que 
tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causou o dano (art. 188, inciso I). 
... 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que 
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for 
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
 
 
 
 
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- Outras situações (arts. 939 e 940): 
 
- A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no 
art. 939: 
 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos 
casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para 
o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a 
pagar as custas em dobro. 
 
Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação 
de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus. 
Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que 
falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as 
custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas 
vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. 
 
- A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: 
 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem 
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido,ficará obrigado a 
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no 
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Este art. trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir que 
se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte. 
 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o 
autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de 
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. 
 
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter 
respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) 
tiver tido algum prejuízo por conta da ação. 
 
-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. 
 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
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Trata-se do princípio da independência relativa da 
responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser 
penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano 
civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, 
sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. 
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à 
existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já 
estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na 
esfera civil. 
 
Embora o conceito de independência das esferas seja relativo, é 
importante que você saiba que o CESPE já considerou certa a seguinte 
afirmação: 
 ³A responsabilidade civil não depende de apuração na esfera criminal.´�
(CESPE TRE-RJ 2012) 
 
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação de 
medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial 
causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por quem ele 
responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou, 
ainda, de simples imposição legal. 
 
Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a 
responsabilidade civil relacionada aos contratos de transporte, tal 
temática é encontrada nos artigos abaixo (A cobrança deste assunto, 
quando ocorre, tende a literalidade da lei. Se você tiver dúvidas com 
relação a algo, por favor, entre em contato conosco): 
 
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga 
a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos 
danos nele causados a pessoas e coisas. 
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado 
em razão da totalidade do percurso. 
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do 
percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer 
cláusula excludente da responsabilidade. 
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem 
a fim de fixar o limite da indenização. 
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Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o 
passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito 
gratuitamente, por amizade ou cortesia. 
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora 
feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. 
 
 
 
 
 
Chegamos ao final de mais uma aula, e mais uma vez reiteramos o pedido 
de que façam todas as questões propostas, e caso fiquem em dúvida 
entrem em contato através do fórum. 
Até a próxima. 
 
Aline & Jacson 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- QUESTÕES DO CESPE COMENTADAS 
 
CESPE 2013/TRT 10ª Região (DF e TO) /Analista Judiciário. Julgue 
os itens seguintes com base nas regras atinentes à responsabilidade civil. 
1. Se uma criança com onze anos de idade for vítima de atropelamento 
com resultado morte, seus pais poderão ingressar com ação de indenização 
por danos morais sob o argumento da configuração de hipótese de dano 
em ricochete. 
 
Comentário: 
O dano em ricochete é aquele dano que irá atingir outras pessoas além da 
que sofreu o dano. 
Para exemplificar, vamos pensar em uma situação em que um filho único 
± que sustentava seus pais já idosos, é atropelado e morto. Neste caso 
caberá a seus pais intentar uma ação de indenização por danos morais sob 
o argumento de dano em ricochete, uma vez que não foi só o filho que 
morreu que sofreu o dano. 
Item correto. 
 
2. CESPE 2013/TRE-MS/Analista Judiciário. O Código Civil brasileiro 
não aborda a responsabilidade civil por danos provenientes das coisas que 
caírem ou forem lançadas da janela de um apartamento e caírem em lugar 
indevido. 
 
Comentário: 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Item errado. 
 
CESPE 2013/TRE-MS/Analista Judiciário. Com referência à 
responsabilidade civil, julgue os itens. 
3. O incapaz não responde pelos prejuízos que causar a terceiros, pois a 
obrigação de indenizar recai sempre sobre os seus representantes legais. 
 
Comentário: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
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Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Item errado. 
 
4. O grau de culpa do ofensor não constitui critério para se fixar a 
indenização patrimonial. 
 
Comentário: 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano. 
Item errado. 
 
CESPE 2012/TJ-AL/Analista Judiciário Especializado. A respeito de 
responsabilidade civil, assinale a opção correta. 
5. O menor de dezoito anos de idade responde pelo prejuízo a que der 
causa, mesmo que, para isso, tenha de entregar a totalidadede seus bens. 
 
Comentário: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
Item errado. 
 
6. Considere que Pedro tenha sido emancipado por seus pais logo após ter 
atropelado Joana, que faleceu em decorrência do atropelamento. Nessa 
situação, os pais de Pedro não respondem solidariamente pelos atos por 
ele praticados. 
 
Comentário: 
Atentem para o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: 
41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos 
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
Item errado. 
 
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7. A indenização mede-se sempre pela extensão do dano causado. 
 
Comentário: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Item errado. 
 
8. Considere que Miguel, menor emancipado voluntariamente pelos pais, 
dirigia o carro de João quando colidiu com o portão da casa de Maria. Nessa 
situação, são solidariamente obrigados a reparar os danos causados a Maria 
o menor, seus pais e o proprietário do veículo. 
 
Comentário: 
Mesmo caso da questão 6 em que usamos o Enunciado nº 41 da I Jornada 
de Direito Civil. 
41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos 
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
Item correto. 
 
9. Para que aquele que praticou ato ilícito esteja obrigado a reparar o dano, 
basta que seja demonstrado o dolo. 
 
Comentário: 
Vimos em aula que os requisitos para que haja a responsabilização civil 
são: o dano, o nexo e a conduta do agente. 
Item errado. 
 
CESPE 2012/TJ-PA/Juiz Substituto. Acerca da responsabilidade por 
fato de outrem, julgue os itens. 
10. Locadora de veículos tem responsabilidade subsidiária pelos danos 
causados a terceiro pelo locatário no decorrer da utilização do carro locado. 
 
Comentário: 
Caro aluno, em regra a responsabilidade é pessoal, ou seja, a própria 
pessoa que praticou o ato será responsável por ele. 
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No entanto, há casos expressos no CC/2002 em que outras pessoas serão 
responsabilizadas ± responsabilidade civil por atos de terceiros. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e 
educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
Perceba que a locadora de automóveis não está no rol acima, portanto, só 
será responsabilizada se o acidente ocorrer por conta de algum defeito no 
carro que foi alugado. 
Item errado. 
 
11. Se, ao conduzir veículo de propriedade dos pais, o filho menor, 
culposamente, causar dano a terceiro, a vítima, para obter reparação civil, 
terá de demonstrar que o dano foi causado pelo menor, por culpa in 
vigilando dos pais. 
 
Comentário: 
A responsabilidade neste caso é objetiva dos pais, por força do art. 932. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos 
menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
Neste caso a vítima precisará comprovar o dano, o nexo entre o dano e a 
conduta do menor para obter a reparação civil. Pois o fundamental é a 
reparação do dano ao lesado. A responsabilidade já é objetiva 
independente da verificação da culpa. 
Item errado 
 
12. Estará afastada a responsabilidade dos pais pela reparação de danos a 
terceiro causados por filho menor emancipado por outorga, dada a perda 
do poder de direção dos atos do filho. 
 
Comentário: 
Outra questão envolvendo o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: 
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41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos 
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
Item errado. 
 
13. Em regra, o patrão é responsável pela reparação de dano decorrente 
de ato praticado por seu preposto, ainda que com desvio de suas 
atribuições. 
 
Comentário: 
Mesmo que o empregado que causou o dano esteja agindo com desvio de 
suas funções, caberá a seu patrão a reparação deste dano. Posteriormente 
poderá o patrão cobrar o valor da indenização do empregado alegando que 
este estava agindo com desvio de função. 
Item correto. 
 
14. CESPE 2012/TCDF. Se violarem direito e causarem dano a outrem, 
tanto a ação quanto a omissão voluntária, ou mesmo involuntária, implicam 
prática de ato ilícito. 
 
Comentário: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, ¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Destacamos isto na parte teórica da aula, os elementos indispensáveis 
para a configuração do ato ilícito, dentre os quais: o Fato lesivo 
voluntário causado pelo agente por ação ou omissão, que ocasione dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral. 
Item errado. 
 
15. CESPE 2012/TJ-PI/JUIZ. Considerando que, em determinada festa, 
a explosão de uma garrafa de refrigerante cause danos a algumas pessoas. 
Para acionar judicialmente o fabricante, será necessária a demonstração da 
ocorrência de conduta culposa. 
 
Comentário: 
Preste atenção! A responsabilidade neste caso é objetiva, 
independentemente de culpa. 
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Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos 
danos causadospelos produtos postos em circulação. 
Item errado. 
 
16. CESPE 2012/TRE-RJ/Analista Judiciário. A responsabilidade civil 
não depende de apuração na esfera criminal. 
 
Comentário: 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Conforme comentamos na parte teórica da aula este item foi considerado 
correto pelo CESPE. 
 
17. CESPE 2012/MPE-PI/Promotor de Justiça. No ordenamento 
jurídico brasileiro, para que haja responsabilidade civil, é preciso que haja 
conduta ilícita. 
 
Comentário: 
Como vimos em aula para que haja a responsabilidade civil é preciso que 
estejam presentes três requisitos: a conduta ou ato, o dano e o nexo de 
causalidade entre eles. 
Item errado. 
 
18. CESPE 2011/EBC/ANALISTA. O Código Civil adota fórmula expressa 
para definir abuso de direito, colocando-o na categoria de ato ilícito, assim 
considerado quando o titular de um direito, ao exercê-lo, excede os limites 
manifestamente impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes e, nessa situação, o ato é contrário ao direito e 
ocasiona responsabilidade do agente pelos danos causados. 
 
Comentário: 
Afirmação bastante didática, baseada no art. 187: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Item correto. 
 
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19. CESPE 2010/DPE-BA/DEFENSOR. O mero afastamento de filho de 
16 anos de idade da casa paterna não é suficiente para elidir a 
responsabilidade dos pais. 
 
Comentário: 
O mero afastamento do menor, ainda relativamente incapaz, não é causa 
suficiente para suprimir a responsabilidade dos pais. 
Item correto. 
 
20. CESPE 2010/DETRAN-ES/ADVOGADO. O incapaz não responde 
pelos prejuízos que causar, ainda que as pessoas por ele responsáveis não 
tenham obrigação de fazê-lo ou não disponham de meios suficientes. 
 
Comentário: 
É justamente o contrário disto: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Item errado. 
 
21. CESPE 2010/MPO-RO/PROMOTOR. O dano causado a outrem, 
decorrente de ato ilícito, implica o dever de reparação civil mediante 
indenização. O grau de culpa do ofensor não pode constituir critério para 
se fixar a indenização patrimonial. 
 
Comentário: 
Embora a indenização seja medida pela extensão do dano, o grau de culpa 
do ofensor e o grau de culpa da vítima são levados em consideração para 
determinar-se a indenização. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a 
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
Item errado. 
 
 
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22. CESPE 2010/PREFEITURA DE BOA VISTA/PROCURADOR. A 
destruição de coisa alheia a fim de remover perigo iminente não constitui 
ato ilícito civil, sobretudo se as circunstâncias a tornarem absolutamente 
necessária, e o agente não exceder os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
Comentário: 
Trata-se de excludente de ilicitude. Este assunto foi destacado em aula, e 
esta questão é bastante didática. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: (EXCLUDENTES DE ILICITUDE) 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
³remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
Item correto. 
 
23. CESPE 2010/OAB/EXAME DA ORDEM 01. A extinção da 
punibilidade criminal sempre obsta a propositura de ação civil indenizatória. 
 
Comentário: 
Tenha muito cuidado com a palavra ³VHPSUH´��2�DVVXQWR�HVWDUi resolvido 
na esfera civil, quando na esfera penal estiver decidido sobre a ¹existência 
do fato, ou ²sobre quem seja o seu autor. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Item errado. 
 
24. CESPE 2010/OAB/EXAME DA ORDEM 01. De acordo com o regime 
da responsabilidade civil traçado no Código Civil brasileiro, inexistem 
causas excludentes da responsabilidade civil objetiva. 
 
Comentário: 
É perfeitamente possível excluirmos a responsabilidade objetiva, por 
exemplo, quando há culpa exclusiva da vítima. Observe, ainda, que na 
responsabilidade objetiva, embora não seja necessária a comprovação de 
culpa, há um dano e um nexo de causalidade. 
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Item errado. 
 
CESPE 2010/EMBASA/DIREITO. Com relação à responsabilidade civil, 
julgue os itens a seguir. 
25. O Código Civil determina que o incapaz pode responder pelos prejuízos 
que causar. 
 
Comentário: 
Segundo o art. 928 do código civil, o incapaz poderá responder pelos 
prejuízos que causar em duas situações: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ²não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de 
meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
Lembre-se de que esta responsabilidade é subsidiária. 
Item certo. 
 
26. O Código Civil prevê hipótese em que os pais respondam 
solidariamente pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e 
em sua companhia. 
 
Comentário: 
É a hipótese do art. 932: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
... 
Item correto. 
 
CESPE 2010/TRE-BA/ANALISTA ± ÁREA JUDICIARIA. Acerca do 
instituto da responsabilidade civil, julgue os itens seguintes. 
27. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas 
responsáveis por ele não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem 
de meios suficientes para tal ação. 
 
 
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