Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 05 – CARTAS ROGATÓRIAS Direito Internacional Privado – Laura Magalhães de Andrade - É um dos principais instrumentos de cooperação jurídica internacional. - Conceito: solicitação de auxílio dirigida pela autoridade judiciaria de um Estado a outro Estado, com o intuito de realizar neste um ato processual ou diligência, ou, em alguns países, como o Brasil, permitir o cumprimento de decisões interlocutórias. - Regulado pelo Direito interno dos Estados e tratados, quando houver. - O Estado rogado não é obrigado a prestar a cooperação solicitada, salvo: O pedido atenda o ordenamento interno Previsão expressa em tratados Conteúdo: Estado rogante (lex fori) - Subordinam-se quanto ao Forma: Estado rogado. Princípio “locus regit actum” - Língua: Estado rogado (salvo lei interna ou tratado de maneira diversa) - Encaminhamento: via diplomática (salvo tratado entre rogante e rogado disponha de maneira diversa) - Tipos: ativa e passiva 1) Cartas Rogatórias no Brasil Normas pertinentes: - CRFB/88 – arts. 105, I, “i” e 109, X - tratados (art. 13, NCPC) - LINDB (princ. Art. 17) - CPC – arts. 26 a 41; 260 a 263; 268; 960 a 965 - Regimento Interno STJ – arts. 21, XI; 216-A a 261-X Rogatórias ativas – enviadas pelo Brasil - art. 237, II NCPC - Requisitos do Brasil: art. 260, caput e §§ 1° e 2°, NCPC: juízos de origem e cumprimento do ato; inteiro teor da petição; despacho judicial e instrumento de mandato; menção ao ato processual que lhe constitui o objeto; e o encerramento com a assinatura do juiz. - Emissão: autoridade central Via diplomática Ou outro meio estabelecido em tratado OBS: meio eletrônico: Lei 11419/2006 – art. 7° e art. 2°, caput Art. 263, NCPC Atos de comunicação – art. 232, NCPC Embargos de execução – art. 915, §4° NCPC - Petição e documentos – traduzidos para a língua do Estado rogado – art. 38, NCPC (salvo tratado) - Cabimento: intimação de situações excepcionais -> formalidades comparáveis a citação (STJ) - Réu em juízo cível estrangeiro: basta que o ato citatório seja suficientemente instruído para permitir o direito de defesa (STJ) - Objeto: lícito à luz da legislação brasileira (STJ) - Suspensão do processo: apenas quando a prova for julgada imprescindível: aquela se a qual seria inviável o julgamento do mérito (arts. 377, caput e 313, V, b, NCPC) - Estado rogado recusa o cumprimento da carta: considerado inacessível -> citação por edital (art. 256, §1°, NCPC) Rogatórias passivas – recebidas pelo Brasil - Previsão legal básica: LINDB, art 12, 2°; arts. 961, caput e 960, §1° NCPC (decisão interlocutória) - EXEQUATUR semelhante a execução, cumprimento - art. 216-O, §1° Regimento interno STJ: atos decisórios e não decisórios - Cabimento: Atos processuais de teor não decisório Decisão interlocutória, inclusive concessiva de medidas de urgência (art. 962, §1° NCPC) - Competência: STJ (art. 105, I “i”, CRFB/88) - Presidente ou Corte Especial (impugnação às decisórias) – recebe e assina as rogatórias – art. 21, XI, 216-O e 216-T RISTJ - Inovações legislativas NCPC: a) arts. 26 e 27 b) arts. 36 a 41 – devido processo legal, requisitos c) arts. 960 a 965 - Juízo de delibação – sem julgamento do mérito (art. 36, §§ 1° e 2°) (art. 216-Q, §2° RISTJ) - Pode ser enviada ao Brasil por qualquer órgão que o Estado rogante defina como competente. - NÃO se concederá exaquatur: Ofenda a soberania nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública (LINDB, art. 17 e RISTJ, art. 216-P e art. 39, NCPC) Atos executórios ou que dependem de homologação: arresto, sequestro, penhora Processos de competência exclusiva dos Tribunais brasileiros (art. 964, caput e p.ú, NCPC) Execução de mandados de prisão expedidos por autoridade estrangeira. - Não são ofensivos (jurisprudência STJ): a) à ordem pública: Dívida de jogo contraída e exigida em estado estrangeiro; Fornecimento e identificação de IP; Realização de interrogatório – “ato simples de instrução processual” - É ofensivo à Soberania Nacional: requisição de bens e direitos contra a União. - Citação de pessoa domiciliada no Brasil para responder a processo judicial no exterior -> necessariamente por rogatória, sendo inadmissível por outros meios. - Prazo para impugnação do requerido: 15 dias (art. 216-Q RISTJ) EXCEÇÃO: se a intimação previa resultar na ineficácia da pretensão (§1°) ou, como vimos, em caso de tutela de urgência. - Parte requerida revel ou incapaz: curador especial (RISTJ, art. 216-S) - Vista ao Ministério Público por 10 dias, podendo impugnar o pedido de concessão de exaquatur neste prazo (art. 216-S, RI STJ) - Art. 515, IX, NCPC: após a concessão do exaquatur à decisão interlocutória estrangeira -> esta passa a ser titulo executivo judicial. - Execução das rogatórias: juízes federais de 1° grau ( CRFB/88, art. 109, X), aos quais a carta deve ser remetida para cumprimento após o exequatur (RISTJ, art. 216-V) Devolvidas em 10 dias - Art. 268, NCPC Pagas pela parte(Emenda Regimental 18/2014) Normas relativas às rogatórias nos tratados - Convenção Interamericana sobre Cartas Rogatórias, 1975 OEA - Protocolo adicional, 1979 Ambas relativas à matéria civil e comercial -> exigências do art. 8° da Convenção e 4° do Protocolo Mercosul: Protocolo de Las Leñas – arts. 5 a 17: matéria cível, comercial, trabalhista e administrativa -> diligência de simples trâmite -> citações, intimações, notificações e recebimento ou obtenção de provas.
Compartilhar